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quinta-feira, 25 de abril de 2019

ANGOLA: PRESIDENTE AINDA NÃO EXONEROU A RECESSÃO!

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A contracção de 1,7%, anunciada recentemente pelas autoridades estatísticas angolanas (INE), “é mais um resultado terrível, apesar de ser um pouco menos mau” do que a previsão da Capital Economics, que antecipava uma queda do Produto Interno Bruto de 2,5% em 2018, diz John Ashbourne, analista que acompanha a economia de Angola na consultora Capital Economics.

Comentando os mais recentes números, John Ashbourne vincou que apesar de não ter acertado na previsão da queda do PIB, o resultado “sustenta a nossa visão de que a opinião de consenso dos analistas sobre a economia angolana ainda é, de longe, demasiado optimista”.
Lembrando que, “tão recentemente como em Outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda estava a projectar que o PIB ficasse basicamente estagnado em 2018”, John Ashbourne afirmou que “a economia deverá enfrentar um novo ano atribulado em 2019” e apontou para uma previsão de “recessão de 1%, que contrasta com a expectativa do consenso [dos analistas] de uma subida de 0,6%”.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola revelou que a economia tinha caído 1,7% no ano passado, mas avisou que este valor “poderá sofrer alterações” quando foram publicados os resultados finais das Contas Nacionais.
Esta contracção corresponde às previsões do FMI, divulgadas em Dezembro de 2018 e surge depois de PIB – toda a riqueza produzida no país – angolano ter já registado uma recessão de 0,2% em 2017.
No documento, o INE refere que o PIB angolano cresceu 2,2% durante o quarto trimestre de 2018 face ao período homólogo de 2017, um crescimento que não conseguiu impedir a recessão de 1,7% no acumulado do ano.
De acordo com o Relatório de Fundamentação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019, o Governo estima que o crescimento do PIB face a 2018 se situe entre os 2,3% e os 2,8%.

O que dizem os de casa

Odepartamento de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) alerta para a possibilidade de os investimentos em infra-estruturas em Angola serem adiados se for necessária maior consolidação orçamental, mas elogia o programa do FMI no país.
“O programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que foi acordado parece-nos, em geral, moderado e bem desenhado; não assume esforços orçamentais desmesurados (a grande parte da consolidação orçamental ocorreu já por iniciativa do Governo em 2018), e não prevê crescimentos nominais absurdos para justificar a descida da dívida em percentagem do PIB”, escreveram os analistas.
“Como aspecto negativo, destacamos a não-existência de uma maior atenção à questão das infra-estruturas logísticas do país, ainda que esses investimentos estejam previstos”, acrescentam, vincando que receiam que, “no caso de necessidades de maior consolidação orçamental, os investimentos necessários sejam novamente adiados”.
No documento de análise ao Programa de Financiamento Ampliado acordado entre Angola e o FMI em Dezembro, os analistas do BFA dizem que o alinhamento com apoios concretos de outras instituições internacionais “leva a crer que, no caso de haver uma necessidade adicional por circunstâncias que fogem ao controlo do executivo angolano, como por exemplo o preço do petróleo, o FMI terá mais facilidade em justificar um apoio extraordinário”.
Recorde-se que o acordo assinado prevê uma ajuda financeira de 3,7 mil milhões de dólares, tendo quase mil milhões sido entregues ao Governo ainda em Dezembro para fazer face às necessidades de liquidez imediata, nomeadamente para pagar dívidas atrasadas a fornecedores.
Os economistas do BFA alertam, no entanto, que “o sucesso do programa, em dar sustentabilidade ao crescimento económico, dependerá sempre de alguns factores exógenos”, e apontam que o preço do petróleo, a principal exportação de Angola, será fundamental para “determinar a folga orçamental que o Governo terá para conseguir fazer os investimentos necessários em infra-estruturas e/ou assegurar gastos sociais para suavizar o impacto de algumas medidas, como a retirada dos subsídios”.
A chave para o sucesso, concluem, “estará na capacidade de transformar o melhor ambiente de negócios em investimentos concretizados, em particular investimentos estruturantes, que possam servir de chamariz para outros empresários”, pelo que o programa do FMI acaba por ser “uma excelente janela de oportunidade para Angola, um período histórico de alinhamento do país com múltiplas organizações internacionais (a cujo início do combate à corrupção não é alheio) que poderá permitir as condições certas para uma mudança lenta, mas efectiva, que resulte numa menor dependência do petróleo”.
Relembre-se que, por ordem do FMI, o Presidente João Lourenço cancelou a autorização dada em Janeiro para a aquisição de novos aviões para a TAAG, alegando a necessidade de se proceder a um “estudo mais aprofundado” no Plano de Reestruturação da companhia aérea de Angola.
O Conselho Executivo do FMI aprovou o Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility – EFF), que visa apoiar as reformas económicas em curso em Angola nos próximos três anos, tendo como base o Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) e o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022.
“O EFF pretende, assim, apoiar os esforços de melhoria da governação, reduzir os riscos associados às empresas estatais, corrigir os obstáculos estruturais à competitividade e melhorar o acesso ao financiamento, aspectos que, entre outros, são considerados fundamentais para acelerar o crescimento económico liderado pelo sector privado”, sublinho o comunicado de imprensa então distribuído-
Segundo o Ministério das Finanças, o programa acordado entre Angola e o FMI ajudará também o país a “restaurar a sustentabilidade fiscal e externa” e “lançará as bases para uma diversificação económica sustentável”.
“Os pilares críticos do programa incluem a consolidação fiscal para levar a dívida a níveis mais seguros, uma maior flexibilidade da taxa de câmbio para recuperar a competitividade e o apoio à política monetária para reduzir a inflação”, lê-se no texto.
Outros pilares do programa incluem o fortalecimento do sistema bancário, “permitindo melhorar o ambiente de negócios”, assim como actualizar o quadro legal do combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Angola fechou 2018 com uma inflação anual de 18,6%, seis décimas acima da última previsão do Governo (18%). Os números já incorporam os dados do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Dezembro, que foi de 1,41%, acima dos 1,31% de Novembro.
Joana Pedro, técnica do Departamento de Estatísticas Financeiras do INE, indicou que, em Dezembro de 2018, a maior taxa de inflação nas províncias registou-se no Bengo (2,2%) e a menor no Huambo (1,14%).
Assim, a inflação no acumulado de 12 meses passou de 18,04%, em Outubro e 18,36%, em Novembro, para os 18,6% finais (em Dezembro), e afastando-se dos 18% previstos pelo Governo (Janeiro a Dezembro), conforme revisão inscrita em Outubro último no Orçamento Geral do Estado para 2019. Antes desta revisão em baixa, o Executivo previa uma inflação de 28,8% para todo o ano de 2018.
A responsável do INE salientou que, das 18 províncias, em Dezembro, dez ficaram abaixo da média nacional (1,41%), com a de Luanda a atingir 1,51%, menos 0,12 pontos percentuais que em relação a Novembro do mesmo ano.
Estes números, acrescentou, devem-se ao agravar dos preços, em termos nacionais, nas classes da Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (2,3%), Bens e Serviços (2,6%), Vestuário (2,01%) e Alimentação (1,53%).
Em 2016, a inflação em Angola (12 meses) chegou a 41,12% e no ano seguinte desceu para 23,67%.


Folha 8 com Lusa

ANGOLA: SÓ NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS MORRERAM 25 MIL PESSOAS.

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Angola registou nos dois últimos anos um total de 25.781 óbitos provocados pela malária, doença que já atingiu, no primeiro trimestre, 1,2 milhões de casos, informou fonte sanitária angolana. Estaríamos bem pior se em vez de 25 mil mortos fossem 30 mil, dirá com certeza o Departamento de Informação e Propaganda do MPLA. E, é claro, o Governos subscreve.

Os dados foram avançados pelo coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária angolano, Franco Martins, salientando que, apesar da estatística, os números representam uma diminuição do número de mortes, 2.153 entre 2017 e 2018.
“Houve um aumento, em 2017, na ordem dos quatro milhões de casos e, em 2018, na ordem dos cinco milhões. O que nos deixa relativamente satisfeitos em relação ao controlo foi que o comportamento que teve relativamente ao número de casos não foi o que tivemos nos óbitos”, disse o responsável em declarações à rádio pública angolana.
Segundo Franco Martins, que falava em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Malária, que se assinala hoje, em 2017 as autoridades sanitárias registaram um total de 13.967 óbitos, número que desceu em 2018 para 11.814.
Franco Martins indicou as províncias do Norte como as mais endémicas, nomeadamente o Cuanza Norte, Uíge, Cabinda e Zaire.
Contudo, acrescentou, nos últimos anos, de acordo com a monitorização feita pelo programa e pela sala de coordenação do Ministério da Saúde, algumas regiões do sul e centro do país, como Benguela, Huambo e Bié, também têm registado um aumento exponencial do número de casos.
“É fundamentalmente a localização geomorfológica, o clima, que tem condições criadas para o desenvolvimento e proliferação do vector da doença, que é o mosquito”, referiu.
Relativamente ao ano em curso, o coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária disse que foram já registados no primeiro trimestre cerca de 1,2 milhões de casos, mas, tendo em conta que “o sistema de informação está a melhorar”, prevê-se a diminuição de casos.
“O nosso foco é que este aumento do número de casos não se reflicta no aumento do número de óbitos, à semelhança do ano passado”, frisou.
A malária, uma doença infecciosa, que tem como grupo vulnerável crianças e grávidas, é a primeira causa de morte em Angola.
A sensibilização da população para a prevenção da doença é uma das estratégias do Governo, que criou uma comissão interministerial para “elucidar melhor a população de que a malária”, para se poder “chegar a uma fase efectiva de controlo e até de eliminação, a abordagem deve ser multi-sectorial”, acrescentou Franco Martins.
Os desafios do sector da saúde continuam a ser focalizados na redução da mortalidade materno-infantil e no controlo de doenças transmissíveis e não transmissíveis. As acções para enfrentar estes desafios baseiam-se principalmente na melhoria da atenção materno infantil incluindo a redução da transmissão vertical do VIH, das doenças imuno-preveníveis como também na redução da taxa de incidência da tuberculose, malária e das doenças tropicais negligenciadas.
De igual modo, o reforço do sistema nacional de saúde, a preparação e resposta rápida às epidemias e eventos que ameaçam a saúde pública nacional e internacional; e a promoção da saúde e do ambiente saudável mantêm-se ainda como desafios relevantes e cujas respostas do Governo são altamente incapazes.
O país tem mantido, segundo a Organização Mundial de Saúde, o seu compromisso com o alcance das Metas de Desenvolvimento do Milénio (MDM), com o avanço na implementação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) 2005 e de outras convenções regionais e globais.
A estratégia de cooperação da OMS com o Governo de Angola para o período 2015–2019 foi elaborada conjuntamente com as equipas do Ministério da Saúde e a participação dos principais actores do sector da saúde e de desenvolvimento, incluindo ONGs, instituições académicas e organizações da sociedade civil e outras entidades.
A estratégia visa consolidar os resultados obtidos durante a implementação da estratégia anterior (2009-2013) e está assente nos objectivos estratégicos de reformada OMS; nas orientações do Quadro de Parceria entre o Governo de Angola e o Sistema das Nações Unidas (UNPAF); nos objectivos expressos na Estratégia Nacional de Desenvolvimento do País (Angola 2025) e nas prioridades definidas no Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS) 2012–2025.
Neste exercício, prestou-se particular atenção às estratégias para o reforço do quadro institucional do sector de saúde; e à melhoria da prestação dos serviços no Sistema Municipal de Saúde. Identificaram-se ainda mecanismos para redobrar o apoio as equipas do MINSA na coordenação, monitorização e avaliação da cooperação.
A assistência técnica tem sido reforçada para: a melhoria do acesso aos medicamentos e outros produtos médicos; a definição de mecanismos de financiamento da saúde; a actualização das Contas Nacionais da Saúde; assim como para abordar os determinantes sociais, económicos e ambientais para a melhoria do estado de saúde das populações em Angola.
Os principais desafios do sector de saúde em Angola podem resumir-se da seguinte maneira:
O elevado fardo da mortalidade e morbilidade por doenças transmissíveis, a ocorrência frequente de surtos epidémicos e o aumento acelerado da prevalência de doenças não transmissíveis.
O aumento da vulnerabilidade do país à ocorrência de diversas situações adversas à saúde devido a forte circulação de pessoas, mercadorias e actividade comercial, para o interior e o exterior do país, assim como a existência de extensas fronteiras abertas com a vários países.
Insuficientes capacidades básicas e instrumentos legislativos no Sistema Nacional de Saúde para implementar as medidas de prevenção e controlo das emergências de saúde pública de importância nacional e internacional.
A redução do índice da mortalidade materno-infantil, assegurar a formação contínua e a sustentabilidade de recursos humanos e de serviços de saúde de qualidade.
A coordenação e congregação de esforços intra e intersectoriais que influenciem de forma favorável os determinantes sociais e económicos da saúde.
Ausência de mapeamento sistemático de regiões, localidades e populações vulneráveis e/ou em risco que facilite a resposta oportuna das intervenções seleccionadas;
Dificuldade em harmonizar e utilizar a informação sanitária divulgada pelos diferentes actores do sector saúde.
Debilidades na gestão dos serviços de saúde a nível mais periférico e do sistema de referência e contra-referência na prestação de cuidados de saúde às populações;
Pouca articulação entre as acções dos programas do sector da saúde e as do sector do ambiente no âmbito da Prevenção e Controlo de Doenças;
Insuficiente capacidade das instituições nacionais para a prevenção e manuseamento das Doenças Crónicas Não Transmissíveis (DCNT);
Diversidade e disparidade de procedimentos para o fortalecimento de capacidades e habilidades dos recursos humanos dos níveis periféricos, na execução de tarefas que conduzam à implementação das estratégias de saúde elaboradas a nível central;
Reduzidas intervenções específicas para o reforço da capacidade técnica dos profissionais de enfermagem e outros técnicos auxiliares de prestação de cuidados de saúde;
Ausência de avaliação oportuna do grau de envolvimento e da qualidade do trabalho desenvolvido pelas ONG’s, na implementação de estratégias de saúde emanadas pelas entidades do nível provincial e central;


Dificuldade de acesso aos cuidados primários de saúde através de unidades sanitárias de nível primário e especialmente em áreas suburbanas e rurais incluindo a disponibilidade de recursos humanos qualificados.
fonte: folha8

quarta-feira, 24 de abril de 2019

QUE PAÍS É ESTE?

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Os polícias angolanos que assistiram, sem impedir, ao linchamento popular de dois assaltantes, sábado em Luanda, actuaram com os padrões de segurança adequados para salvaguardar a sua própria “integridade física”, segundo Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional. Mas, afinal, que país é este? Poderemos, com rigor e propriedade, dizer que Angola é um país, é um Estado de Direito? Não, não podemos!

Por Orlando Castro
Que país é este que mobiliza, para além da Polícia, a Força Aérea e a Marinha de Guerra para muscular a “Operação Transparência” e não consegue – mesmo sendo testemunha presencial – impedir ou, pelo menos, tentar impedir um linchamento popular?
Que país é este que, no balanço provisório da “Operação Transparência” faz alarde dos resultados conseguidos, pavoneando-se por terem apreendido 34.480 quilates em diamantes e 121.783 pedras preciosas, 178 retroescavadoras, 30 máquinas de pás carregadoras, 40 buldózeres, 18 máquinas niveladoras, 11 tractores agrícolas, 346 viaturas ligeiras e pesadas, 481 motorizadas e até – repare-se – 31 bicicletas e não consegue – mesmo sendo testemunha presencial – impedir ou, pelo menos, tentar impedir um linchamento popular?
O mesmo se aplica à “Operação Resgate”, uma espécie de “lei marcial” para pôr o país em “estado de sítio”, mas que não consegue – mesmo sendo a Polícia testemunha presencial – impedir ou, pelo menos, tentar impedir um linchamento popular.
É uma vergonha, Presidente João Lourenço. O “resgate” da Nação não se pode fazer à custa da vida e da dignidade dos angolanos, sejam eles membros do Governo, zungueiras ou até mesmo criminosos. Não estamos (sejamos ingénuos) na selva. Um Estado de Direito não pode permitir linchamentos populares, ainda por cima testemunhados “in loco”, ao vivo e a cores, por polícias e cujo comportamento é justificado pela hierarquia da Polícia Nacional como forma de salvaguardar a sua própria “integridade física”.
É uma vergonha, Presidente João Lourenço. Somos todos angolanos. Sabemos que, também para si, há angolanos de primeira e de segunda (talvez até de terceira). Mas permitir que a Polícia nada tenha feito para neutralizar o ataque à kinguila e depois deixe correr o linchamento dos atacantes, é igualmente um crime.
Mais uma vez (e já começam a ser muitas), a esperança que João Lourenço nos mostrou parece esfumar-se na troca de carrascos, como sempre muito fortes com os fracos e muito fraquinhos com os fortes.
Somos ou não um Estado democrático de direito, com pluralismo de expressão e de organização política, com separação e equilíbrio de poderes dos órgãos de soberania, (…) e do respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do ser humano?
A República de Angola promove e defende os direitos e liberdades fundamentais do Homem, quer como indivíduo quer como membro de grupos sociais organizados, e assegura o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e instituições, bem como por todas as pessoas singulares e colectivas?
Faz sentido, perante o que nos vai acontecendo, dizer que a todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por insuficiência dos meios económicos? Ou que todos têm direito, nos termos da lei, à informação e consulta jurídicas, ao patrocínio judiciário?
A Polícia Nacional é, ou não, uma instituição nacional policial, permanente, regular e apartidária, organizada na base da hierarquia e da disciplina, incumbida da protecção e asseguramento policial do País, no estrito respeito pela Constituição e pelas leis, bem como pelas convenções internacionais de que Angola seja parte?
Que país é este onde agentes da Polícia matam cidadãos indefesos (alegados criminosos já neutralizados e zungueiras, por exemplo) e, perante um linchamento popular, se limitam a assistir ao desenrolar dos crimes, como se fôssemos (se calhar somos) um país onde vigora a lei do olho por olho, dente por dente?
Como estadista de elevada craveira, segundo os seus acólitos que fazem do elogio assassino e sistemático uma forme da vida, João Lourenço vai paulatinamente seguindo, embora deforma mais maquilhada, aquela que foi a emblemática política colonial imortalizada no poema Monangambé de António Jacinto,
Por deficiência congénita e ancestral, os angolanos são de uma forma geral um povo sereno e de brandos costumes que, quase sempre, defende a tese de que mais vale um prato de fuba hoje do que um bife depois de… morreram.
Há, contudo, alguns sinais de sentido contrário que João Lourenço não vê e os seus colaboradores escondem. A dita “justiça” popular, ou mais exactamente a lei da selva, é uma bola de fogo que a todos pode queimar. Diz o Povo que se a Polícia não prende os criminosos… alguém tem de os matar. Outros acrescentam que bandido bom é bandido morto.
Será que os dirigentes da Polícia Nacional e o mais alto magistrado da Nação acreditam que é possível apagar um incêndio com gasolina? Acreditarão que as populações, quais brigadas populares, podem fazer justiça pelas suas próprias mãos? Não saberão que não adianta pedir ajuda ao leão para combater o mabeco, porque depois de matar o mabeco o leão vai nos comer?
É certo que em Angola aumenta o número dos que pensam que a criminalidade só se revolve a tiro. O rastilho mantém-se de tal forma aceso que não é despiciendo pensar-se que isso corresponde mesmo a uma estratégia do regime. Nada melhor para manter o poder cleptocrático vivo do que ter o cenário de ”guerra” pronto a entrar em combate.
fonte: folha8

ANGOLA: BIFE EM PRATO DE LATÃO OU FARELO EM PRATO DE PRATA!

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Quando o Presidente João Lourenço nos brinda com verdades de La Palice é caso para nos congratularmos. E não temos feito outra coisa. No dia 5 de Janeiro de 2018, em Luanda, disse o que – pelos vistos – ninguém sabia, um verdadeiro “ovo de Colombo”. Ou seja, que o desenvolvimento económico e social do país só pode ser feito com a participação do empresariado privado. É obra!

OTitular do Poder Executivo falava numa audiência com empresários nacionais no Palácio Presidencial, a quem informou que o Estado tem outras responsabilidades e que compete ao sector privado da economia criar empregos e produzir bens e serviços.
João Lourenço recordou que o encontro com os empresários ocorria após a equipa económica do Governo ter feito a apresentação do Plano de Estabilidade Macroeconómica (PEM) para o corrente ano.
Participaram nesse encontro representantes de várias organizações empresariais dos ramos da agro-pecuária, indústria, pescas, hotelaria, construção civil e banca e ministros ligados à equipa económica do Executivo.
Como não poderia deixar de ser, cientes de que há quase 44 anos que os nossos governantes preferem ser assassinados pelo elogio do que salvos pela crítica, os empresários consideraram positivas as expectativas criadas pelo Executivo, para o relançamento da produção interna, a diversificação da economia nacional e o desenvolvimento económico e social do país. Já tinham feito o mesmo quando falavam com José Eduardo dos Santos.
Amílcar Silva, presidente da Associação Angolana de Bancos (ABANC), reafirmou a abertura do sector no apoio ao desenvolvimento económico e social do país, ao mesmo tempo que exprimiu simpatia pelo novo regime cambial proposto pelo Executivo.
O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, depois de considerar provado que o Presidente da República é um interlocutor muito activo no domínio económico, defendeu maior pragmatismo empresarial para aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
José Severino referiu que foram levantadas diversas questões, tendo os empresários obtido a garantia de que o Estado venha a ser mais comprador de bens nacionais, a necessidade da interacção entre os sectores de produção, distribuição e consumo, bem como numa maior articulação entre a agricultura e a indústria.
O líder da AIA sugeriu o desenvolvimento da indústria de exploração mineira junto das margens dos rios, maior investimento na conservação do pescado, melhoria da indústria petroquímica e refinação para que a indústria seja competitiva.
José Severino pediu ainda medidas para combater o contrabando, ao mesmo tempo que defendeu a liberalização da actividade empresarial, redução da burocracia, a realização de feiras transfronteiriças para eliminar o comércio ilegal.
João Gonçalves, da Associação dos Hotéis, Restaurantes e Similares de Angola (Horesia), defendeu o incentivo à formação de jovens para o ramo.
De acordo com outro empresário, Silvestre Tulumba (que está – ou estava – a ser investigado pela Polícia Judiciária de Portugal por alegados crimes de burla), uma das questões que preocupa a classe é a descentralização das divisas, fundamentalmente, para o sector agrícola, defendendo o incentivo aos empresários para que a curto prazo se possa substituir a importação de produtos de primeira necessidade.
Por seu lado, Raul Mateus, da Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (Ecodima), disse que uma das propostas apresentadas no encontro ao Chefe de Estado prende-se com o pagamento das dívidas públicas e os critérios para a alocação de divisas.
A audiência entre o Presidente João Lourenço e a classe empresarial nacional, na opinião do empresário Luís Cupenala permitiu estabelecer uma base para o alinhamento da política do Executivo e com o empresariado privado nacional.
A intenção do país passar para uma fase de produção mais competitiva, a subvenção do preço do combustível e a aquisição de divisas, foram, dentre outras, preocupações manifestadas no encontro, segundo Manuel Monteiro, presidente da Associação Agro-pecuária de Angola.

Outubro de 2015 – Eduardo dos Santos

Estávamos em Outubro de 2015. As associações representativas das várias áreas do sector privado angolano defendiam a criação de um Conselho de Concertação Económica e Empresarial para apoiar a relação entre empresários e o Estado.
A posição, subscrita por 17 associações empresariais, constava de um documento enviado aos jornalistas, após reunião, em Luanda, destes representantes do empresariado privado angolano, que se destinou a analisar o discurso sobre o estado da nação do então chefe de Estado.
Lido a 15 de Outubro na Assembleia Nacional pelo vice-Presidente, Manuel Vicente, esse discurso sobre o estado da nação ficou marcado pela crise económica, financeira e cambial que afecta Angola, devido à quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional.
“Tendo em conta a envergadura, profundidade e complexidade das tarefas em presença e não sendo possível a sua implementação e materialização, na economia real sem o empenho total e motivado do sector privado”, estas associações anunciaram agora uma proposta para a “instituição de um Conselho de Concertação Económica e Empresarial” em Angola.
O objectivo, explicaram, passa por “motivar e galvanizar os agentes económicos em apoio as diversas propostas e programas de desenvolvimento económico e social preconizado pelo Executivo”.
No discurso sobre o estado da nação foi também sublinhado pelo Executivo a então recente aprovação da nova Lei do Investimento Privado e a reestruturação da área do Governo que executa a política do investimento privado.
“As diligências feitas apontam para o reforço do dinamismo e da eficiência dos seus serviços e para uma previsão do aumento da captação do investimento privado estrangeiro de aproximadamente 10 mil milhões de dólares nos próximos dois anos”, frisou Manuel Vicente, falando ao país em representação de José Eduardo dos Santos, na altura ausente do parlamento devido a uma “indisposição”.
“Este montante, acrescido ao que for possível obter dos investidores angolanos, permitirá acelerar a diversificação da economia no sector não petrolífero, bem como o crescimento económico e o emprego em cifras que podem ultrapassar os 300 mil postos de trabalho”, disse ainda.
A revelação de que a linha de crédito a atribuir pela China a Angola, para obras e projectos já em 2016 e 2017, atingirá os seis mil milhões de dólares, mereceu a observação dos empresários angolanos, que pretendem “cooperar e contribuir” neste processo.


“Para que haja, de facto, uma maior participação das empresas angolanas no fornecimento ao Estado”, assumem as associações angolanas representativas dos vários sectores privados, dando como exemplo os projectos a contratar com o investimento chinês.
fonte: folha8

SENEGAL: Youssou Ndour - meu engajamento na política? Uma longa história!

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Ele estava no plateau da emissão "À l'affiche" da France 24 para falar sobre seu novo álbum... História. Uma oportunidade para o fundador do movimento "Fekke maci bole", ex-ministro da Cultura e Turismo, para invocar seu engajamento na política.

"Ah, é uma longa história e nós não vamos voltar", ele exclamou a pergunta do jornalista sobre as razões de seu afastamento. Em 2011, houve essa tentativa do (Presidente Wade ) mudar a Constituição, o que levou a todos a nós a comprometer e continuar em torno de uma luta ".

Ele ganhou, com a segunda alternância democrática de 2012, Youssou Ndour continuou o seu compromisso. Em outro registro. Ele diz: "Mais tarde, Macky Sall se tornou presidente da República e eu o acompanhei na implementação de sua visão política focada na emergência."

O cantor se torna Ministro da Cultura e Ministro da Cultura e Turismo antes de deixar o governo. Ele retorna à música, mas mantém o pé no aparato estatal como conselheiro-ministro de Macky Sall. Um homem em quem ele acredita.

"Eu sou um homem livre e acredito que um homem como ele (Macky Sall), com sua trajetória, pode servir seu país", diz Youssou Ndour, "eu digo as coisas como eu as sinto e dou indicações que podem ser benéficas. Para o país, é uma maneira de eu mudar meu país, que me viu crescer ".

fonte: seneweb.com

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Senegal: Em Mbour - ele matou uma mulher e violou o seu cadáver.

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Ibrahima Ndione, de 46 anos, foi condenado por matar a empregada Germaine Fatou Faye e cometer atos sexuais com o cadáver.

Ele foi julgado, ontem, em recurso pela Câmara Criminal de Thies, que confirmou sua sentença à prisão perpétua, informa L'Observateur.

O cadáver da vítima foi encontrado em seu quarto no distrito de Diamaguène em Mbour. O sangue coagulado manchou o solo.

Germaine, toda nua, estava deitada no chão com uma ferida aberta e profunda de cerca de 3 centímetros no fundo da orelha direita.

Traços de esperma e sangue mancharam seu corpo sem vida. Os sinais estavam patentes em uma sala contígua à do falecido.

fonte: seneweb.sn

ANGOLA: O REI VAI NU… MAS JULGA-SE (BEM) VESTIDO POR ARMANI.

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Tal como Jonas Savimbi, Isabel dos Santos, marimbondos e similares foram e são boas desculpas para João Lourenço justificar a razão de ter escolhido manetas para a sua equipa de basquetebol, a crise económica veio dar uma ajuda ao Presidente para explicar que melhor do que ter manetas na equipa de basquetebol é mandá-los jogar de patins…

Opetróleo surge como o grande marimbondo que, à revelia das “ordens superiores” continua a deixar-se comprar a preços baixos, obrigando João Lourenço a sucessivos pedidos de fiado. Mas nem sempre a foi assim. Já no consulado de actual “dono disto tudo” Angola registou um ano de constantes subidas na cotação do petróleo.
A verdade, escondida por toda a máquina de propaganda do regime de João Lourenço, é que Angola continua mergulhada numa “profunda crise económica”, em recessão e com as empresas angolanas com “enormes” perdas financeiras, com o desemprego a aumentar, com o poder compra em queda acelerada, com as promessas de novos investimentos a não passar do isso mesmo, com o Fundo Monetário Internacional a passar atestado de incompetência ao Governo e, é claro, com o Titular do Poder Executivo a rir e a assobiar para o lado.
O preço do barril estava no final do ano passado a 80 dólares o barril, mantendo-se em alta durante 2018. Mesmo assim, Angola continuava, continua e continuará, mergulhada numa profunda crise económica. Falar de recessão é pura e simplesmente dizer a verdade. Verdade que, ao contrário da estratégia de João Lourenço, não se altera por decreto.
Depois de ter cuspido no prato em que se alimentou, à grande e à francesa durante décadas, João Lourenço descobriu a “pedra filosofal” ao ordenar a substituição dos pratos de latão por louça de porcelana da mais alta qualidade. O Povo, inicialmente, gostou da ideia. Vinte milhões de pobres aplaudiram. Hoje, contudo, constatam que o prato – embora de porcelana – está sempre vazio. Acrescentam ainda que preferiam os pratos antigos desde que tivessem um pouco de fuba e algum peixe, mesmo que podre…
João Lourenço, com assinalável êxito mediático, mas efémero, transformou o seu patrono, José Eduardo dos Santos, no principal responsável pela crise. Para estripar o problema tratou de exonerar, seus meses depois de lhe ser outorgada a licença de proprietário do país, Isabel dos Santos do cargo de presidente do Conselho de Administração da petrolífera do MPLA, Sonangol.
A 4 de Setembro de 2018, em conferência de imprensa, a UNITA (ou o que dela resta) questionou para onde vai o excedente do petróleo em Angola, cujos números apontavam para uma acumulação de um mínimo total de 1.600 milhões de dólares (1.400 milhões de euros) nos últimos seis meses.
Na ocasião, o líder do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, referiu que o preço médio do barril de petróleo no mercado internacional, segundo dados da OPEP, cifrou-se em 67 dólares (58 euros) enquanto o preço de referência no Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano é de 50 dólares (43 euros), o que dá um diferencial positivo de 17 dólares (14 euros) por barril.
O líder do grupo parlamentar do maior partido da oposição que o MPLA (ainda) permite, sublinhou que os dados faziam estimar que Angola acumulara, “no mínimo, um total de 1.657.149.120 dólares”, levantando a questão: “para onde vai o excedente do petróleo”.
“Os angolanos precisam de saber, pois este valor deveria ir para a reserva estratégica do Estado”, exortou Adalberto da Costa Júnior, denunciando que a suposta “falta de transparência” é a causa do desaparecimento de mais de 600 mil milhões de dólares (520 mil milhões de euros) das “múltiplas reservas estratégicas e que os angolanos ficam sem saber o destino”.

As lições de Isabel que tanto irritam JLo

Quando entende, e entende quase sempre com raro e afinado sentido de oportunidade, Isabel dos Santos utiliza as redes sociais para pôr os nervos de João Lourenço à flor da pele e demonstrar que, afinal, o Presidente não é um Estadista mas tão só um político vulgar. Foi isso que fez anteriormente quando criticou (e bem) a falta de atractividade externa de Angola, pela dificuldade em repatriar dividendos. Na altura João Lourenço estava na Europa a tentar captar investidores estrangeiros, prometendo que, se necessário, até poria o rio Kwanza a nascer na foz…
Isabel dos Santos, exonerada (sem razões técnicas objectivas) por João Lourenço, questionava e continua a questionar a atractividade do país, do ponto de vista dos investidores estrangeiros.
“Qual é o investidor que vai entrar se não dão autorização aos actuais investidores estrangeiros para levarem os lucros em dólares”, apontava Isabel dos Santos, referindo-se às dificuldades que as empresas e investidores enfrentavam, nos últimos anos, para repatriar lucros e dividendos, devido à escassez de divisas em Angola.
Recorde-se que também a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) revelou que a dívida de Angola às companhias aéreas estrangeiras, em fundos bloqueados, era a segunda mais elevada do mundo. Em causa estavam fundos das companhias com origem na venda de passagens aéreas que depois não conseguem repatriar, no caso de Angola e segundo a crónica versão oficial do Estado/MPLA devido à forte crise económica, financeira e cambial que o país atravessa desde finais de 2014.
Desde que foi exonerada da Sonangol, por – repita-se – decisão mais política do que técnica, mais pessoal do que colectiva, mais por interesses pessoais do que empresariais, Isabel dos Santos foi visada regularmente por várias notícias sobre alegadas irregularidades nos 17 meses de administração na petrolífera.
No entanto, Isabel dos Santos não leva desaforo para casa e, por exemplo, referiu-se à situação na Sonangol, acusando a actual administração liderada por Carlos Saturnino, de “despedimentos em massa”, nomeadamente de colaboradores que lhe eram próximos.
Numa publicação com o título “Carta Aberta”, que colocou nas redes sociais, como tem sido hábito desde que foi exonerada, Isabel dos Santos assumiu estar a partilhar “uma situação preocupante que tem ocorrido nos últimos dias” na petrolífera.
“Estão a ocorrer despedimentos em massa! Os assessores, os directores, e todos colaboradores que foram promovidos ou que entraram para a Sonangol durante a vigência do último conselho de administração estão a ser todos despedidos, ou enviados para casa”, afirmou a empresária.
Isabel denunciou mesmo que estavam a ser “conduzidos interrogatórios à porta fechada, com gravadores em cima da mesa, alegando um falso inquérito do Estado e um falso inquérito do Ministério do Interior, intimidando as pessoas para coercivamente responderem às questões”.
“Este procedimento é ilegal. Só as autoridades judiciais ou policiais podem fazer interrogatórios. É preciso respeitar o direito dos trabalhadores”, escreveu Isabel dos Santos, acrescentando, sobre os colaboradores que estavam a ser despedidos, que muitos “recentemente largaram outros empregos para integrarem a Sonangol, porque acreditaram no país e queriam ajudar Angola a crescer”.

Isabel dos Santos tinha razão

Porque é que Carlos Saturnino diabolizou Isabel dos Santos, dizendo o que João Lourenço lhe mandou dizer? A ex-PCA da Sonangol disse na altura que as afirmações do seu sucessor foram “nada mais que um circo, uma encenação!”. E explicou que “procurar buscar um bode expiatório, para esconder o passado negro da Sonangol, e escolher fazer acusações ao anterior Conselho de Administração” não passava de “uma manobra de diversão, para enganar o povo sobre quem realmente afundou a Sonangol”, lembrando: “E seguramente não foi este Conselho de Administração a que presidi, e que durou 18 meses, que levou a Sonangol à falência!”
Recorde-se que, em 2015, após a apresentação por Francisco Lemos, então PCA da Sonangol, do “Relatório Resgate da Eficiência Empresarial”, o Executivo angolano tomou conhecimento da gravidade do problema da Sonangol.
“A Sonangol, que supostamente deveria ser a segunda maior empresa de Africa, soube-se de repente que estava falida, e incapaz de pagar a sua dívida bancária”, disse Isabel dos Santos, explicando que, “em consequência deste facto, o Executivo angolano tomou a decisão de criar a Comissão de Reestruturação do Sector dos Petróleos, e de contratar um grupo de consultores externos”.
“A Comissão de Reestruturação do Sector dos Petróleos criada por Decreto Presidencial 86/15 Data 26.10.2015, foi composta por: Ministro dos Petróleos, Ministro das Finanças, Governador do BNA, PCA da Sonangol, Ministro da Casa Civil da Presidência da República”, recorda Isabel dos Santos.
A arrogância pessoal de Carlos Saturnino, que mais pareceu um (mais um) acerto pessoal de contas, pôs em causa as decisões tomadas pelo governo angolano em 2015 e 2016, pôs em causa a presença de consultores, pôs suspeitas sobre o trabalho realizado e pagamentos feitos, negando – ou branqueando – o facto de que a Sonangol estava falida.
“Pôr em causa a decisão do Governo angolano em querer reestruturar a Sonangol, e tentar manipular a opinião pública, para que se pense que a Administração anterior trouxe os consultores por falta de competência ou por interesses privados, significa querer reescrever a história, e atribuir a outros as responsabilidades da falência da Sonangol”, afirmou Isabel dos Santos.
E acrescentou: “Esta manipulação dos factos assemelha-se a um autêntico revisionismo, e só pode ter como objectivo, o regresso em força do que convém chamar como “a antiga escola” da Sonangol”.
Indesmentível parece ser que o resultado da gestão de Isabel dos Santos até 15 de Novembro de 2017, resultou num aumentou de lucros da Sonangol em 177% e que a divida foi reduzida em 50%.
Convicta do seu trabalho, Isabel dos Santos disse que “as tentativas de Carlos Saturnino de reescrever a história são consequência, no meu entender, de um retorno em força da cultura de irresponsabilidade e desonestidade que afundaram a Sonagol em primeiro lugar”.
Goste-se ou não de Isabel dos Santos, a verdade é que – como ela própria afirmou – “o grau de agressividade e as campanhas difamatórias reproduzidas, e em perfeita coordenação com os órgãos de imprensa da oposição, e com as oficinas de manipulação das redes socias, demostram que há um verdadeiro nervosismo em alguns meios com interesses financeiros, que durante anos aproveitaram e construíram fortunas ilegítimas à custa da Sonangol, e agora tudo fazem para que o escândalo da minha acusação difamatória, distraia a opinião pública de ver os verdadeiros responsáveis”.
Importa ainda realçar, não esquecer, que – segundo Isabel dos Santos – “esta campanha generalizada e politizada contra mim, faz-me acreditar que estão de retorno os interesses das pessoas que enriqueceram bilhões à custa da Sonangol. São estes, que hoje fomentam e agitam a opinião pública de forma a poder retomar os seus velhos hábitos”.


Por fim, disse que “o problema da Sonangol não é, e nunca foi, Isabel dos Santos, mas sim a irresponsabilidade da gestão, e das entidades que beneficiarão de contratos leoninos e ganharam milhões, e hoje esperam poder continuar a gozar e viver desta prevaricação.”
fonte: folha8

ANGOLA: BÊNÇÃO E EXCOMUNHÃO?

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



Luaty Beirão alerta (como se isso valesse alguma coisa de facto) o Presidente de Angola (não nominalmente eleito e também Presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo) que o benefício da dúvida “não é um recurso inesgotável e sem contrapartidas”, exigindo (isto é como quem diz, diria certamente José Eduardo dos Santos) a João Lourenço maior “transparência” nos assuntos do Estado.

Numa carta aberta dirigida a João Lourenço, publicada na sua conta no Twitter, Luaty Beirão defende que à “retórica corajosa e inspiradora” lançada pelo chefe de Estado no início da governação, em Setembro de 2017, tem faltado informação e transparência sobre, por exemplo, os casos de corrupção.
“A retórica corajosa e inspiradora com a qual granjeou simpatia de uma franja considerável da população, incluindo a de muitas vozes críticas e até de destacadas personalidades africanas, como Mo Ibrahim, valeu-lhe o benefício da dúvida. Não é um recurso inesgotável e sem contrapartidas. As pessoas têm um receio natural de cair duas vezes na mesma armadilha”, escreveu.
Luaty Beirão lembrou que, durante o encontro promovido pelo Presidente João Lourenço com uma parte, escolhida a dedo, da sociedade civil, a 5 de Dezembro de 2018, teve a oportunidade de o “alertar” para o facto de que “uma guerra como a que escolheu travar (…) não se vence se não se estiver de mãos apertadas com a transparência”.
“Transparência que, entre outras coisas, implica o provimento do direito a informação sobre aspectos de casos de corrupção, sem prejuízo do respeito pelo segredo de justiça e/ou segredo de Estado, ambos sujeitos a limites, entretanto”, referiu.
Nesse sentido, Luaty Beirão pede a João Lourenço, informações “que deveriam ter sido iniciativa dos órgãos auxiliares [do Presidente de Angola]” como a de “tornar público” o nome dos “escritórios de advogados que representaram o Estado angolano (nós) no processo envolvendo Jean-Claude Bastos de Morais e os termos exactos do acordo formado em nosso nome com o referido cidadão”.
“De repente, começaram a esgotar-se os prazos de prisão preventiva, negoceiam-se solturas em troco da devolução de activos e declaram-se inocentes envolvidos em supostas ‘megaburlas’. Membros do executivo por si liderado têm sido alvo de denúncias documentadas, sem que nenhuma consequência delas se conheça”, referiu, na carta, Luaty Beirão, um dos 17 activistas que chegaram a cumprir pena de prisão, condenados pelo tribunal de Luanda por alegada rebelião, no tempo em que João Lourenço era vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa de José Eduardo dos Santos.
“Daqui a pouco, vamos descobrir que houve muita corrupção, mas não houve corruptos! É natural que os pessimistas de plantão se perfilem de peito tumefacto e dedo em riste bradando ‘bem vos avisámos!’”, ironizou Luaty Beirão.
Na carta aberta, o activista político e dos direitos humanos afirma que, para já, se recusa juntar ao coro do “nada foi feito e tudo é teatro”, sublinhando, porém, que não pode deixar de lembrar a cerca de meia centena de “companheiros de Cabinda” que continua “arbitrariamente detida há três meses”.
“Não considero, de todo, negligenciável o facto de haver mais liberdade e menos repressão. Esta sensação não será seguramente partilhada pelos companheiros de Cabinda que, quase três meses depois, continuam arbitrariamente detidos por organizarem uma manifestação, independentemente do lema ou da bandeira que defendem”, escreveu Luaty Beirão, alertando para efeitos de uma maior contestação social.
“Apesar destas contradições que mitigam o efeito do discurso, multiplicaram-se acções de contestação por todo o país que não têm sido abordadas com a virulência recente e de má memória. Também não acho que consiga fazer tudo sozinho”, indicou, pedindo a João Lourenço para que junte à sua volta “uma equipa movida pelas mesmas intenções que professa” e que Luaty Beirão diz querer “acreditar serem sinceras”.
“O facto é que não tem [essa equipa] e se, apesar de todas as evidências, continua a insistir nela [que a tem], aí sim, a falha do todo tem de ser assumida pelo líder”, defende.
Sobre as motivações do envio da Carta Aberta a João Lourenço, o activista angolano lembra que foi o próprio Presidente de Angola quem encorajou a sociedade civil a escrever-lhe “assiduamente”, assegurando que leria toda a correspondência.
“Escrevo-lhe porque constato com crescente angústia que, depois de um arranque fulgurante, de uma acalmia e de um silêncio quase ensurdecedor por parte de quem devia manter-nos informados, dá a impressão de ter sido tomada por um súbito e prolongado torpor a ‘luta implacável contra a corrupção’”, salienta Luaty Beirão, que adianta escrever a carta aberta apenas como “cidadão genuinamente preocupado”.

Depois da bênção a excomunhão?

Várias personalidades da sociedade civil consideraram no dia 4 de Dezembro de 2018 simbólico e um passo em frente para a construção de um diálogo nacional o encontro com o Presidente angolano, João Lourenço.
Falando à imprensa, vários dirigentes e líderes de organizações não-governamentais e da sociedade civil angolana destacaram a importância do encontro em que lhes foi permitido manifestar “todas as preocupações de forma frontal e sem quaisquer receios”.
Luaty Beirão optou por, no final de uma hora e meia de reunião, não falar aos jornalistas, mantendo a promessa de só falar depois de terminado o prazo, a 26 de Dezembro (2018), para o repatriamento de capitais por parte de altas figuras angolanas, exigido pelo Governo angolano.
Entre os activistas que falaram aos jornalistas, José Patrocínio, líder da Associação Omunga, Alexandra Semeão, da Associação Handeca, e Maria Lúcia Silveira, da Associação Justiça, Paz e Desenvolvimento, destacaram também “a franqueza e respeito manifestado por João Lourenço”, salientando o facto de este tipo de encontro ser inédito em Angola.

Prémio(s) de João Lourenço

No dia 12 de Janeiro de 2018, o Presidente João Lourenço justificou a nomeação (escolha, prémio de consolação) dos ex-primeiros-ministros Lopo do Nascimento e Marcolino Moco para administradores da Sonangol por serem uma “referência” no país.
A posição foi assumida pelo chefe de Estado no Palácio Presidencial, em Luanda, durante a cerimónia de posse dos ex-políticos como administradores não executivos da Sonangol, liderada desde Novembro de 2017 por Carlos Saturnino, depois de João Lourenço ter exonerado Isabel dos Santos.
Na ocasião, o chefe de Estado classificou ambos como “figuras de destaque da vida política angolana”, justificando com isso a nomeação que fez e que, convenhamos, mais parece um prémio de consolação, quase uma condecoração a título póstumo político.
“Figuras que desempenharam as mais altas funções no aparelho do Estado, são por isso uma referência na sociedade angolana e, a exemplo do que se faz também em outros países, não pretendemos desperdiçar a experiência que têm, a reputação que têm, para continuarem a servir o país noutras áreas, fora da política”, afirmou João Lourenço.
E, assim, se ficou a saber que é um prémio “fora da política”. Uma prateleira, necessariamente dourada, para que nada mais façam do que dar o nome e o prestígio a um governo, mesmo sabendo-se que poderiam ser eventualmente muito mais úteis como reserva moral , ética e… política de um país em que faltam referências de estadistas que pensem pela própria cabeça.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, Marcolino Moco, que regressava dessa forma à vida pública não política após o afastamento e após anos de contestação ao regime de José Eduardo dos Santos, assumiu que será um “conselheiro” da administração da petrolífera estatal.
“Conselheiro” é um eufemismo (exactamente isso, uma figura de estilo com que se disfarçam as ideias desagradáveis por meio de expressões mais suaves) para satisfazer o ego de todos aqueles que preferem ser assassinados pelo elogio do que salvos pela crítica.
“A primeira coisa que eu vou querer saber do presidente da Sonangol é porque é que temos esta crise de distribuição do combustível, particularmente no interior do país”, afirmou Marcolino Moco, referindo-se aos sucessivos casos conhecidos publicamente de postos de combustíveis sem gasolina ou gasóleo e querendo, dessa forma, mostrar que não é o que eles esperam que ele seja: um verbo-de-encher.
Em Novembro de 2017, Marcolino Moco assumiu-se surpreendido com a “coragem” do novo Presidente da República, afirmando que as decisões conhecidas visam “criar um mínimo de governabilidade” num poder “atrelado aos pilares de uma casa de família”.
A posição do advogado e histórico militante do MPLA, forte crítico da governação de 38 anos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, surgiu num artigo divulgado então, pelo próprio.
“É verdade que João Lourenço me surpreende pela coragem e rapidez; mas surpreso andei eu todos estes anos a ver um país a ser montado à volta de uma família única, quando só se ouviam louvores de tribunas e painéis de entidades notáveis”, criticou ainda o advogado que durante 1992 e 1996 foi primeiro-ministro de Angola, na Presidência de José Eduardo dos Santos.
Já Lopo do Nascimento, que foi primeiro-ministro entre 11 de Novembro de 1975 (proclamação da independência) e Dezembro de 1978, além de secretário-geral do MPLA, partido no poder, criticou em 2017, antes das eleições gerais de Agosto, a continuidade de José Eduardo dos Santos na presidência do partido.
“Acho que não será uma boa coisa se ele se mantém como presidente do MPLA, porque gera um poder bicéfalo”, disse Lopo do Nascimento, numa entrevista em Março.
Em todo este processo, Marcolino Moco claudicou, desiludiu, ajoelhou-se e, por isso, teve de rezar junto do altar agora ocupado (apesar da fraude eleitoral que Moco sabe ter existido) por João Lourenço.


Folha 8 com Lusa

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