Postagem em destaque

RECOMENDAÇÕES DO DIÁLOGO NACIONAL DO GABÃO: Cuidado para não trocar uma ditadura por outra!

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... As cortinas caíram sobre o diálogo nacional que deveria reconstruir ...

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Angola: "Silêncio sobre racismo terá sido uma opção política".

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

Em Angola, não se fala muito sobre o problema do racismo. O investigador Domingos da Cruz escreveu um novo livro sobre o tema e espera despoletar o debate.

fonte: DW África
default

Ainda é tabu falar sobre racismo em Angola. O tema já foi cantado por músicos como Yanick Afroman, rapper angolano que não foi visto com bons olhos quando lançou a música "Realista", em 2010.
"Eu não sou racista, sou realista. Mwangolé precisa de uma lição de moral para se libertar da escravidão mental", canta o rapper.
Mas o assunto dificilmente é abordado publicamente. O caso do fotógrafo e ativista Hossi Sonjamba, que diz ter sido expulso de um restaurante na Ilha de Luanda em agosto do ano passado, alegadamente por motivos racistas, foi um dos poucos comentados.
"Foram momentos deploráveis, foram momentos injustificáveis, foram momentos difíceis de gerir... A pressão social, todo aquele debate à volta do tema, relativamente à situação que se vive na Ilha de Luanda", comentou Hossi.
O processo judicial está em curso e vai a tribunal em breve. O restaurante, citado na altura pelo portal Global Voices, negou as acusações de racismo.
 
Ouvir o áudio02:32

Angola: "Silêncio sobre racismo terá sido opção política"

Porquê o silêncio da sociedade?
O jornalista e investigador angolano Domingos da Cruz diz que o silêncio sobre racismo na sociedade - seja qual for a vítima - "terá sido uma opção política".
"Essa opção política funda-se na cultura política que Angola adotou na luta anticolonial e no pós-independência", comenta o investigador em entrevista à DW.
Domingos da Cruz é autor do livro "Racismo - O machado afiado em Angola", que aborda temas como "racismo e neo-racismo na Angola contemporânea" e a "perceção de jovens luandenses sobre o racismo em Angola", entre outras temáticas relacionadas.
O livro, já disponível na internet e em livrarias portuguesas, deverá ser lançado em Angola nos próximos dias, e promete despoletar o debate sobre o tema.
Para combater o racismo, o investigador sugere aos deputados do país que criem "uma lei anti-racista no contexto angolano, para que esses criminosos sejam responsabilizados".
Mas será também preciso olhar para outros setores, "como é o caso da educação, do desporto e do papel que a sociedade civil pode desempenhar, entre outros campos que ajudariam a encontrarmos uma forma pacífica e mais humana de se estabelecer relações inter-raciais, no contexto angolano", propõe Domingos da Cruz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.

Um abraço!

Samuel

Total de visualizações de página