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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sánchez: saúde de Chávez preocupa Cuba por motivos financeiros.

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Para a blogueira dissidente, Cuba depende financeiramente da amizade com Chávez Foto:  / AFP
Para a blogueira dissidente, Cuba depende financeiramente da amizade com Chávez
Foto: AFP

A saúde do presidente Hugo Chávez não preocupa somente seus partidários e opositores na Venezuela, mas também está na pauta do governo de Cuba. Ao comentar sobre os efeitos que uma hipotética morte do mandatário gerariam, a blogueira cubana Yoani Sánchez disse aoTerra que os irmãos Raúl e Fidel Castro não vão sentir saudades apenas do “companheiro Chávez”, mas também dos milhões de dólares que a ilha caribenha recebe da Venezuela.
“A Venezuela de Hugo Chávez desempenha um papel parecido ao da União Soviética para Cuba nos anos 70 e 80. Os subsídios que chegaram do Kremlin naquele momento e os atuais que são enviados desde Miraflores são o suporte principal da sobrevivência de um sistema político e econômico que não foi capaz de produzir riquezas e prosperidade por conta própria”, afirma Sánchez.
Cuba recebe petróleo da Venezuela em troca de médicos e assistentes que trabalham no país de Hugo Chávez. Atualmente, são 30 mil médicos trabalhando nas áreas mais pobres da Venezuela e outros 15 mil assistentes próximos ao governo.
“Nossa ilha segue dependendo, em grande parte, das importações de alimentos e da ‘solidária ajuda’ venezuelana para sobreviver financeira e materialmente. Assim, caso Hugo Chávez saia da cena política e seus sucessores não mantenham esse tipo de relação com o governo cubano, o país estaria à beira de uma crise econômica”, diz Yoani. Para ela, a Venezuela controla, indiretamente, desde o petróleo até a internet em Cuba. Um sistema de fibra óptica ALBA-1, enviado do país de Chávez há dois anos, possibilita o acesso à internet, mas o número de beneficiados é baixo.
Para Yoani, as relações que os eventuais sucessores de Chávez vão manter com Cuba podem definir o futuro da ilha. Ela acredita na possibilidade de uma crise econômica, mas admite que “não das mesmas proporções que a que ocorreu nos anos 90, depois do desmembramento da União Soviética”. Naquela ocasião, as restrições fizeram o Produto Interno Bruto (PIB) de Cuba despencar 36% e produziram efeitos diretos na vida dos habitantes da ilha, como a falta de alimentos e combustíveis.
Hoje, Yoani Sánchez reconhece que a situação não seria tão grave, mas ressalta que, se a Venezuela der as costas para Cuba, “Raúl Castro se verá obrigado a aprofundar e acelerar as reformas, a priorizar o desenvolvimento empresaria privado dentro do país para compensar (a falta de dinheiro) através dos impostos e mediante a produção nacional”.
fonte: terra.com.br

Cuba: Princípios gerais que caracterizam o sistema eleitoral cubano.

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Samarone Lima )
Fidel : ainda onipresente ( Fotos: Samarone Lima )


A Lei no. 72 de 1992, Lei Eleitoral, estabelece que os processos eleitorais são de dois tipos:
a)   Eleições gerais cada cinco anos, onde além dos delegados às assembléias municipais do poder Popular e seus presidentes e vice-presidentes, são eleitos os deputados à assembleia nacional do Poder Popular, seu presidente, vice-presidente e secretário. Também são eleitos o presidente, primeiro vice-presidente, vice-presidentes, secretário e demais membros do Conselho de Estado, os delegados à assembleia provincial do Poder Popular e seus presidentes e vice-presidentes.
b)      Eleições parciais cada dois anos e meio, onde são eleitos os delegados às assembléias municipais do Poder Popular e seus presidentes e vice-presidentes.
Para isso:
- Todos os cidadãos com capacidade legal têm direito a intervir na direção do Estado, quer diretamente, quer através de seus representantes.
- As propostas surgem diretamente da população, em reuniões públicas, em ato livre e soberano, no caso dos candidatos a delegados às assembléias municipais  e dos plenos das organizações de massas, no caso dos candidatos a deputados à assembleia nacional e delegados às assembléias provinciais. O Partido não propõe, não postula nem promove candidatos.
- Inscrição universal, automática e gratuita dos eleitores no registro eleitoral. O nome do eleitor aparece numa lista pública, à qual ele tem acesso fácil para fazer a reclamação que considere pertinente, quer seja sobre inclusão ou exclusão.
- O voto é livre, igual e secreto e cada eleitor tem direito a um único voto.
- Têm direito ao voto os cubanos que tenham completado os 16 anos, exceto os incapacitados mentais, prévia declaração judicial de sua incapacidade e os incapacitados judicialmente por causa de delitos.
-Direito dos maiores de 16 anos a serem eleitos. Quando se trata de deputados à assembleia nacional é preciso ter 18 anos.
-Direito dos membros das Forças Armadas Revolucionárias e demais membros dos institutos armados a eleger e serem eleitos.
- Acesso para votar.  Colégios próximos do lugar de residência dos eleitores, com um número reduzido destes por cada colégio, ausência de trâmites para votar, somente chega com apresentar a carteira de identidade e as pessoas doentes ou anciãos se lhes facilita a cédula para que possam votar.
- Inexistência de campanhas eleitorais discriminatórias, milionárias, ofensivas, difamatórias e humilhantes. Os candidatos não podem fazer campanhas a seu favor. Seus méritos e virtudes expostos em sua biografia, que se coloca em lugares públicos, é a principal campanha.
-Total transparência nas eleições e no controlo popular que exerce a população. O povo participa no momento de comprovar que as urnas estejam vazias e na contagem dos votos, que se faz ante a própria população, inclusive, de estrangeiros, se estes desejam estar presentes. O resultado se informa imediatamente.
Obrigação de que todos os eleitos o sejam por maioria. O candidato somente é eleito se obtém mais de 50% dos votos validos emitidos.
ASPECTOS FUNDAMENTAIS
- A divulgação que realizam as comissões eleitorais com profundo sentido cívico e ético.
- As urnas são custodiadas simbolicamente por crianças e adolescentes.
- Caráter ilegível, renovável e revogável de todos os integrantes dos órgãos representativos do poder do Estado.
- Obrigação dos eleitos a prestar conta de sua atuação ante os eleitores.
- Os eleitos podem ser revogados em qualquer momento de seu mandato pelas causas e segundo o procedimento estabelecido na lei.
-  Os delegados às assembléias municipais e provinciais não são profissionais em sua função, mantém a atividade de trabalho que desempenham e somente, excepcionalmente (presidentes, vice-presidentes e outros) e enquanto dure seu mandato, recebem um ordenado pela respectiva assembleia, enquanto a condição de deputado a assembleia nacional , como estabelece a Constituição da República, não significa privilégios pessoais nem benefícios econômicos.
Durante o tempo que empreguem no desempenho efetivo de suas funções, os deputados recebem o mesmo ordenado de seu centro de trabalho e mantém o vínculo com este a todos os efeitos.

fonte: granma.cu


Guiné-Bissau: Existem “sérias suspeitas” de infiltração do narcotráfico no aparelho de Estado.

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Guiné-Bissau: Existem “sérias suspeitas” de infiltração do narcotráfico no aparelho de Estado

A infiltração do narcotráfico no aparelho de Estado da Guiné-Bissau é acompanhada por “sérias suspeitas”, afirma Carmelita Pires, até Novembro conselheira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental para o combate à droga. 

Quando quer aceder ao território de um país, ainda que para fins de armazenamento ou trânsito, a “máfia” do tráfico de droga atua através do “acesso a determinadas pessoas, que lhe permitam o direito de passagem”, observa a especialista, que foi, durante três anos, conselheira especial do presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para o combate à droga e ao crime organizado.
“Não estou a ver os soldados rasos a concederem esse direito de passagem”, confessa, realçando que, na Guiné-Bissau e noutros Estados igualmente frágeis, o narcotráfico “infiltra-se ao mais alto nível”.
"Passa-se tudo em Bissau e nós sabemos”, realça a advogada de formação e ex-ministra da Justiça da Guiné-Bissau.
Recordando que, enquanto ministra, defendeu a investigação, a acusação e o julgamento desses casos – na sequência do que chegou a receber ameaças de morte –, Carmelita Pires reconhece que, a esse nível, “as coisas não têm corrido bem”.
“Um dos nossos principais problemas tem a ver com a questão da impunidade e aí não posso dizer que tenhamos tido resultados”, vinca.
Simultaneamente, admite, o sucesso do combate internacional ao narcotráfico na Guiné-Bissau e na região da África Ocidental tem sido impedido por “condicionalismos, sobretudo de cariz financeiro”.
O plano de combate da CEDEAO “é extremamente ambicioso” e pressupõe ações concretas, entre as quais Carmelita Pires destaca a partilha de informação e operações conjuntas entre as polícias da região. “Este trabalho já começou, mas ainda não está totalmente em prática. Fizeram-se só duas ou três operações”, diz.

A criação de um tribunal específico, que contorne as “debilidades” dos sistemas judiciais da região, e a harmonização da legislação são outras medidas constantes no plano, acrescenta.

fonte: expressodasilhas

Cabo Verde: RPALCDP vai criar leis para preservar o património natural.

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RPALCDP vai criar leis para preservar o património natural

Em Dezembro serão conhecidas as sete Maravilhas Naturais de Cabo Verde, afirmou esta quarta-feira, a presidente da Rede Parlamentar para o Ambiente, Luta contra a Desertificação e Pobreza (RPALCDP), Eunice Silva, que avançou ainda que a Rede vai criar leis para regularizar a localização de determinadas infraestruturas. 
Em resposta às constantes ameaças e destruição do património natural, a RPALCDP definiu como prioridade a identificação e o levantamento de todos os patrimónios naturais inertes existentes em Cabo Verde, e com a participação da sociedade escolher as 7 Maravilhas.

Eunice Silva explicou que por detrás desse projecto, está a preservação, e a conservação do ambiente.
Silva sublinhou que este projecto visa dar um conhecimento mais profundo sobre o arquipélago, promover a consciência ambiental de todos os cabo-verdianos. Daí que apelou ao engajamento de todos os cidadãos por uma simples identificação, seja com imagem ou em contacto com a Rede.
 “Somos um país insular, e por sermos ilhéus muitas vezes pessoas acabam por morrer sem conhecer Cabo Verde. É fazer as pessoas entenderem que a problemática ambiental é cada vez mais séria e porque somos um país insular, somos vulnerável”, disse.
A preservação do património natural implicará a criação de leis, que vão regular a forma da ocupação do património, seja paisagístico ou não. Ou seja vai por cobro a falta de legislação que regule a localização de determinadas infraestruturas.
O projecto abrange ainda uma estreita colaboração do Governo e das autarquias, para aonde for possível travar alguma tentação a esses patrimónios.
O património natural constitui um dos pilares da economia nacional, revela-se de extrema importância na atracção turística e tem um grande poder em atrair capital externo. Por isso, o projecto 7 Maravilhas Naturais vai proporcionar aos operadores deste sector toda a informação sobre o património natural.
“Como um país turístico, vamos proporcionar aos operadores deste sector toda a informação sobre o património natural. Queremos os turistas saem do hotel a procura desses patrimónios”.
 “Como destino turístico é sempre bom que as agências de viagens, os hotéis, os aeroportos e os restaurantes tenham postais que retratem a vida e o nosso património”, frisou ainda.
Depois da socialização do projecto o momento chegou ao seu momento crucial.
As crianças e os adolescentes terão a sua cota parte na identificação e levantamento desses patrimónios, daí a abertura de um concurso que abranger os alunos do ensino secundário.
“Essas crianças, junto dos familiares vão identificar os patrimónios existentes no seu município, elaborar uma redacção ou composição. Esses trabalhos serão avaliados por uma comissão da RPALCDP e será premiado o melhor trabalho”, explicou.
Qualquer cidadão pode fazer um download, a partir do site 7 Maravilhas e preencher a ficha de acordo com os requisitos estabelecidos para identificar o património da sua localidade.
Cada município vai identificar apenas 7 patrimónios no seu concelho de acordo com as categorias exigidas. Depois as 7 Maravilhas do concelho vão concorrer às 7 Maravilhas da ilha. Estas vão concorrer ente si na fase final do projecto e serão escolhidas as 7 Maravilhas de Cabo Verde.
As 7 Maravilhas Naturais serão apadrinhadas por uma figura com perfil no mundo artístico, desportivo, económico, entre outras que vão emprestar o seu nome ao projecto.
“Essa pessoa por ligação a uma ilha ou município vai defender aquele património até a fase final do processo”.
Euclides de Pina vice presidente da RPALCDP, garantiu que acima de tudo estará a causa nacional.
“Vamos dar todo o nosso contributo para que Cabo Verde tenha as 7 Maravilhas Naturais. Independentemente da cor partidária, vamos unir esforços trabalhar e convencer as autoridades locais e municipais para nos apoiar a preservar e proteger o nosso património natural” frisou Euclides de Pina.     

fonte: expressodasilhas

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Na Etiópia, doadores prometem ajudar Mali com 340 milhões de euros.

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Conferência da União Africana em Adis Abeba


Montante será destinado às necessidades militares e humanitárias do país onde militares franceses e nacionais combatem rebeldes fundamentalistas islâmicos. Ajuda deveria ter vindo antes, diz presidente cessante da UA.
Nesta terça-feira (29.01), chefes de Estados africanos e 60 parceiros acordaram, na capital da Etiópia, Adis Abeba, um extenso pacote de ajuda para o Mali, que inclui um montante de 340 milhões de euros. A crise neste país africano já havia ofuscado, na segunda-feira (28.01), a cúpula de líderes africanos.
Como em anos anteriores, as crises recentes ofuscaram a reunião da União Africana, liderada pela primeira vez pela presidente da Comissão da UA, a sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma.
Em suas palavras de abertura, Dlamini-Zuma destacou a necessidade de esforços consideráveis ​​para resolver atuais ou novos conflitos inflamados em um número de países africanos.
Além do Congo e do Sudão, a crise no Mali dominou as conversações no plenário e nos corredores do palácio da União Africana, em Adis Abeba. Muitos líderes se surpreenderam quando o presidente cessante da UA e atual presidente do Benin, Thomas Yayi Boni, declarou, logo no início da cúpula, que o engajamento em ajuda deveria ter acontecido muito antes, criticando a ausência de forças africanas nos desertos do Mali.
O presidente maliano Dioncounda Traoré (esq.) conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, durante conferência de DoadoresForeign Affairs Minister Laurent Fabius (R) speaks with Mali president Dioncounda Traore during the international donor conference on Mali at the African Union (AU) headquarters on January 29,2013 in Addis Ababa. The donor conference opened today to drum up funds and troops to help the military operation against Islamist militants in Mali. AU Peace and Security Commissioner Ramtane Lamamra said Monday the African-led force for Mali (AFISMA) will cost $460 million, with the AU promising to contribute an 'unprecedented' $50 million for the mission and Mali's army. AFP PHOTO/SIMON MAINA (Photo credit should read SIMON MAINA/AFP/Getty Images) O presidente maliano Dioncounda Traoré (esq.) conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, durante conferência de Doadores
Num ultimato da União Africana, os países africanos têm até o final desta semana para fornecerem mais tropas para a AFISMA, sigla em inglês para a Missão Africana de Apoio ao Mali. Burundi e Tanzânia já manifestaram a sua intenção.
No último sábado (26.01), ministros da defesa da Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO) concordaram em aumentar o número de soldados enviados ao Mali de pelo menos 4.500 para 5.700. O Chade, que não é membro da CEDEAO, ofereceu 2 mil soldados extras.
No entanto, até o momento, principalmente as tropas do Mali estão ativas na zona de combate rumo ao norte do país, comenta o analista político Mehari Tadele Maru, em Adis Abeba: "Isso se deve, naturalmente, à fraqueza da União Africana e da CEDEAO como instituições que poderiam ter evitado essa situação no Mali. Falta de vontade política não é tanto o desafio, mas a situação financeira está mais aguda agora", afirma Maru.
Também em Adis Abeba, Salomão Ayele Dersso, do Instituto de Estudos de Segurança (ISS), com sede em Pretória, na África do Sul, apoia o rápido estabelecimento da chamada Força Africana de Espera (ASF), que vem sendo discutido já há algum tempo.
"Durante o curso da conferência, repetidamente, foi feita referência à necessidade de uma rápida tropa africana de intervenção, parte da Força Africana de Espera,a ser implantada na área de conflito em 14 dias, sob mandato do conselho de paz e segurança", disse Dersso, para quem, "se isso acontecer", haverá possibilidade de países africanos estarem aptos a "responder mais rápido do que fizeram no caso do Mali".
Conferência de doadores promete 340 milhões de euros ao Mali

Pelo menos 718 mil milhões de euros seriam necessários, disse Ouattara. O número necessário de soldados seria de pelo menos dez mil – o que está bem acima dos inicialmente previstos 3.300 soldados.
A UA prometeu contribuir com cerca de 40 milhões e a Alemanha com 15 milhões de euros. No final, prometeu-se um total de 340 milhões de euros. Mas Avele Dersso, do Instituto de Estudos de Segurança (ISS)adverte: apenas o dinheiro não é suficiente. "É essencial que um processo político esteja em andamento. A crise no Mali não é apenas de segurança ou uma crise militar. É acima de tudo uma crise política e humanitária", descreve o analista.
Para Dersso, existem também outros fatores: a restauração da ordem constitucional em Bamako e uma segunda dimensão, tem a ver com abordar as reclamações dos nacionalistas tuaregues do norte de Mali. "O foco sobre a dimensão militar de combate não deve se sobrepor ao aspecto mais importante da gestão de crise, que é tratar a situação política", avalia.
Autor: Ludger Schadomsky/Cristiane Vieira Teixeira
Edição: Renate Krieger/António Rocha
Autor: Ludger Schadomsky/Cristiane Vieira Teixeira
Edição: Renate Krieger/António Rocha
Tropas francesas no aeroporto de Tombuktu, reconquistado pelos militares estrangeiros e nacionais (28.01)Tropas francesas no aeroporto de Tombuktu, reconquistado pelos militares estrangeiros e nacionais (28.01)

fonte: DW


Elogio de Joyce Banda aos avanços de Angola.

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Joyce Banda manifestou admiração pelo Presidente José Eduardo dos Santos e os avanços registados em Angola.
Fotografia: AFP

A Presidente do Malawi, Joyce Banda, elogiou ontem Angola pelo seu crescimento económico nos últimos dez anos. A Chefe de Estado malawi falou à imprensa, em Addis Abeba, no final de um encontro com o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, que decorreu à margem da Cimeira da União Africana e que serviu para a abordagem de questões bilaterais.
“É uma grande honra e privilégio para mim ter a oportunidade de me encontrar com O Vice-Presidente Manuel Vicente. O Presidente José Eduardo dos Santos é um dos líderes que mais admiro, especialmente pelo avanço que o país teve nos últimos dez anos, tirando uma boa parte da população da pobreza”, disse Joyce Banda, a saída do encontro com Manuel Vicente.
A Presidente do Malawi disse ser interesse do seu país estreitar as relações com Angola, “para beneficiarmos dos conhecimentos que este país possui na área do desenvolvimento rural”, sublinhou.
Joyce Banda analisou igualmente com o Vice-Presidente Manuel Vicente uma possível cooperação no sector das minas, dos petróleos e da agricultura. “O Malawi é uma potência no sector mineiro e podemos trocar experiências. Angola importa muitos produtos agrícolas e alimentares. Sabemos que os angolanos pretendem diversificar a sua produção, mas esta pode ser a oportunidade do Malawi aparecer e vender os seus produtos agrícolas”, disse. 
O Vice-Presidente da República, que representou na Cimeira da UA o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, disse que Angola e o Malawi precisam de identificar áreas de cooperação, admitindo que existem muitas possibilidades, no espírito da Cooperação Sul-Sul. Ainda ontem, Manuel Vicente reuniu também com o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, e com a ministra de Estado dos Emirados Árabes Unidos, Reem Al Hashimy, com quem abordou assuntos de interesse bilateral. No final dos encontros, não foram prestadas declarações à imprensa.

Soluções para conflitos


A busca de soluções para os conflitos no Mali, Leste da RDC, República Centro Africana, Guiné-Bissau, Sudão e Sudão do Sul são alguns dos assuntos discutidos na Cimeira da UA, que decorreu domingo e ontem na capital etíope. O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, recebeu em Addis Abeba, o representante especial do Chefe de Estado russo para a Cooperação com Países Africanos, Mikhail Margelov, com quem abordou questões bilaterais e multilaterais.
À saída do encontro, que decorreu à margem da Cimeira da União Africana, Mikhail Margelov disse que tratou com o Vice-Presidente angolano assuntos de interesse para os dois países e os temas constantes na agenda dos Chefes de Estado africanos, com destaque para a situação no Mali e no Sudão e Sudão do Sul.
Margelov afirmou que a posição da Federação Russa é de que devem ser os africanos a resolver os seus próprios problemas. Acrescentou que o seu país e a comunidade internacional no geral apenas devem apoiar naquilo que forem solicitados. O representante especial do Presidente Putin, que foi recebido recentemente, em Luanda, pelo Presidente José Eduardo dos Santos, reafirmou o interesse do seu país em cooperar com Angola na produção de biocombustíveis.
A situação no Leste da República Democrática do Congo, Mali, República Centro Africana, Guiné-Bissau, Sudão e Sudão do Sul foi um dos assuntos debatidos na Cimeira da União Africana, que elegeu o Primeiro-Ministro etíope, Hailemariam Desalegn, como novo presidente da organização continental. A primeira vice-presidência está a cargo da Mauritânia, a segunda de Moçambique e a terceira do Chade, enquanto o Benin passa agora a ser relator. O Vice-Presidente da República representou na cimeira o Chefe de Estado.

Operação Mali

A União Africana (UA) vai contribuir com 50 milhões de dólares para a Missão de Apoio ao Mali (AFISMA), informa o comunicado final da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que encerrou ontem em Addis Abeba.
O documento fala apenas da situação no Mali e refere que o orçamento total para a operação é de 460 milhões de dólares, que devem ser obtidos a partir de contribuições em atraso para o orçamento corrente da União (20 milhões), do Fundo de Paz (cinco milhões) e com base nos pagamentos dos Estados membros (25 milhões).
A cimeira decidiu ainda que 45 milhões de dólares devem ser utilizados na cobertura do orçamento da Missão de Apoio ao Mali e cinco milhões para apoiar as Forças de Defesa e Segurança do Mali (MDSF).
Os chefes de Estado, de acordo ainda com o documento, exortam todos os Estados membros a aproveitarem a oportunidade da Conferência de Doadores, que se realiza hoje, em Addis Abeba, para contribuírem generosamente, num espírito de solidariedade panafricanista e de responsabilidade financeira e logística compartilhada. Os estadistas recomendam à presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, a informar na próxima sessão ordinária da organização sobre as medidas tomadas para levar avante as decisões.

Balanço da cimeira

O secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, fez uma avaliação positiva da participação de Angola na Cimeira da União Africana (UA), que encerrou ontem, em Addis Abeba
Manuel Augusto, que falava ontem à imprensa, disse que as discussões foram acaloradas, principalmente entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), devido à situação política na Guiné-Bissau.
“Há a tendência da CEDEAO, com a Nigéria à cabeça, de obrigar a União Africana a levantar as sanções internacionais à Guiné-Bissau, sob o argumento de que a situação já está normalizada e que há um governo de transição inclusivo”, denunciou Manuel Augusto, esclarecendo que esta não é a opinião de Angola nem da CPLP. 
Após acesos debates, acrescentou, chegámos à conclusão de que as sanções vão continuar, até que o Conselho de Paz e Segurança da União Africana conclua que estão criadas as condições para se levantarem as sanções que pesam sobre a Guiné-Bissau.
“Foi um momento não muito bonito porque os argumentos apresentados pela CEDEAO não colheram e tentaram ir por um caminho que não é o que a União Africana segue. Felizmente, os países que aqui representaram os PALOP tiveram o apoio de outros países e manteve-se a posição inicial”, disse.

O mérito da Cimeira

Manuel Augusto considerou que a Cimeira da UA teve como mérito chamar novamente à atenção de África para uma reflexão profunda. No encontro, foi entendido como um sinal não muito bom o facto de um país europeu, a França, ter intervido num conflito africano. “Isso demonstra a nossa incapacidade”, admitiu Manuel Augusto, para quem a pobreza ou a falta de recursos materiais não pode ser a justificação para África ter dificuldades em lidar com os seus problemas.
Essa reflexão, afirmou, é feita em Maio, durante as comemorações dos 50 anos da fundação da OUA (hoje UA). “Esperemos que até lá África se dote de meios que lhe permitam resolver e de preferência prevenir os conflitos”, disse o secretário de Estado das Relações Exteriores.

Situação na RDC


O conflito no Leste da RDC foi um dos assuntos mais discutidos durante a Cimeira da União Africana. A fim de tentar encontrar uma solução para a crise, o Secretário-Geral das Nações Unidas apresentou aos Chefes de Estado da UA uma proposta que envolve medidas de carácter político, económico, humanitário e diplomático.
O secretário de Estado das Relações Exteriores disse que Ban Ki-moon quis que a proposta fosse assinada ainda ontem pelos estadistas africanos, como forma de compromisso, sugestão que foi prontamente rejeitada. 
Manuel Augusto informou que a SADC e os Grandes Lagos defendem que a prioridade na RDC deve ser a estabilidade militar. “É preciso parar com os rebeldes, para depois se discutirem todos os outros assuntos constantes no plano do Secretário-Geral da ONU”, defendeu.


fonte: jornaldeangola

domingo, 27 de janeiro de 2013

Mali - exército acusado de "execuções sumárias".

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Equipe de Monitoramento de AfricaNews  com arquivos de Aljazeera

Exército do Mali ficou selada em uma cidade central, e acompanhado por outros soldados do bloco Oeste Africano, em meio a alegações de que alguns de seus soldados executaram sumariamente dezenas de pessoas supostamente ligadas a combatentes rebeldes.
Mali


A Federação Internacional de Ligas de Direitos Humanos, disse na quinta-feira que, na cidade central de Sevare pelo menos 11 pessoas foram executadas em um campo militar perto de uma estação de ônibus(autocarros) e hospital da cidade, citando provas recolhidas pelos pesquisadores locais.

Relatos credíveis também apontam para cerca de 20 outras pessoas terem sido executadas na mesma área e os corpos terem sido despejados em poços ou cedidos, disse a organização.

No Niono, também no centro do país, dois Tuaregs de Mali foram executados por soldados do Mali, de acordo com a FIDH.

O grupo de direitos humanos, Human Rights Watch, disse que seus investigadores tinha falado com testemunhas que viram as execuções de dois homens tuaregues, na aldeia de Siribala, perto de Niono.

O grupo também disse que testemunhas relataram "informações crídiveis" de soldados abusando sexualmente de mulheres em uma vila perto Sevare, e apelou ao governo para investigar urgentemente estes incidentes, a agência de notícias AFP.

A maioria dos rebeldes ligados a al-Qaeda estão sendo caçados pelos exércitos se são tuaregues ou árabes, os relatórios dizem.

Mas o exército do Mali negou as alegações. General Ibrahima Dahirou Dembele, o chefe do exército maliano, prometeu que qualquer soldado envolvido em abusos seria levados à justiça.

"Não se deve ficar confuso. Cada pele branca não significa que é um terrorista ou um jihadista e entre o inimigo que atacou a nossa posição, diferentes, mas eram muitas de peles negras. Estamos entre irmãos, se um é preto ou branco."

Jean-Yves Drian, o ministro francês da Defesa, pediu "vigilância" extrema contra qualquer abuso, dizendo que a "honra das tropas (do Mali) está em jogo".

Laurent Fabius, o ministro francês das Relações Exteriores, disse: "Nós não podemos aceitar quaisquer violações de direitos, a comunidade internacional terá de enfrentar uma situação muito grave, se (a força de intervenção) é identificada com os abusos.".

Ansar al-Dine dividida

No mais recente desenvolvimento, o Exército rebelde de Mali, Ansar al-Dine, que atualmente ocupa grande parte do norte do país - foi dividido em dois. Uma das facções separatistas disse que está disposto a dialogar com o governo.

Alghabass Ag Intallah, um membro sênior do Tuareg liderando o grupo Ansar al-Dine que ajudou a apreender no Norte do Mali no ano passado as forças do governo, disse que ele tinha criado uma nova organização, o Movimento Islâmico do Azawad (MIA), e estava pronto para buscar uma solução negociada para o conflito do Mali.

Enquanto isso, as primeiras tropas de uma força Africana mandatada pelas Nações Unidas destinada a substituir a missão francesa "já começou a se mover em direção a cidades do centro", disse Fábio, em Paris.

Ele disse que 1.000 soldados de países Oeste Africano e Chad já haviam chegado no Mali, que foi dividido em dois desde abril.

Helicópteros militares Franceses  e tanques foram vistos patrulhando a cidade de Sevare na região de Mopti, na quarta-feira, enquanto os militares bloqueavam os jornalistas de chegar à cidade em si, ampliando seu cordão de segurança por todo o caminho para a cidade de Djenné.

Um oficial de defesa do Mali disse que 160 soldados de Burkina Faso tinha chegado em Markala, 270 quilômetros ao norte da capital de Bamako, "tomar a batuta do francês" guardando uma ponte estratégica sobre o rio Níger.

"Eles já estão no lugar e poderiam, então, ir para Niono e Diabaly", duas cidades mais ao norte, disse a fonte, acrescentando: "Depois da vez dos franceses, serão os africanos que ficarão no terreno".

A ONU autorizou o envio de uma força forte de 3.300 sob os auspícios de 15 países da CEDEAO-o bloco Oeste africano. Mas o envolvimento do Chade, que se comprometeu disponibilizar até 2.000 tropas, significa que a força poderia agora ser muito maior.

Movimentos internacionais para auxiliar a operação liderada pelas tropas francesas aceleraram, com os militares dos EUA o transporte aéreo de tropas francesas e equipamentos da França para Mali.

França lançou ofensiva militar de quase duas semanas de volta contra os rebeldes que tinha tomado vastas áreas do norte do Mali, em abril.

fonte: Africa News



Brasil(tragédia): Incêndio em boate em Santa Maria.

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Incêndio em boate de Santa Maria começou por volta de 2h deste domingoGERMANO RORATO/RBS


Essa já é considerada a maior tragédia do Estado. Antes, o incidente com maior número de mortos no Estado havia ocorrido em 28 de julho de 1950, quando um avião quadrimotor chocou-se contra o Morro do Chapéu, em Sapucaía do Sul.
 
Testemunhas afirmam que o fogo começou durante o show pirotécnico durante a apresentação de uma banda. O material de isolamento acústico do prédio - feito de espuma - incendiou e a fumaça intoxicou as vítimas.
 
Conforme os Bombeiros, as vítimas fatais morreram devido à inalação de fumaça tóxica. "A maior parte dessas pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator (para as mortes) foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante geral dos Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido Pedroso de Melo.
 
Conforme um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e duas mil pessoas deveriam estar no local durante o incidente. A maioria era adolescente.
 
Alvará
 
O alvará do Plano de Prevenção de Combate a Incêndio da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012, segundo o comandante geral Guido Pedroso de Melo.
 
O governador do RS, Tarso Genro, confirmou, por meio de sua conta no Twitter, que se dirigirá a Santa Maria. "Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã", escreveu o governador. A presidente Dilma Rousseff cancelou seus compromissos no Chilee viaja para Santa Maria ainda hoje.
 
A rodada deste domingo do campeonato gaúcho foi cancelada.

fonte: estadao.com.br


sábado, 26 de janeiro de 2013

Você não deve se surpreender com esta notícia: Isabel dos Santos é a primeira bilionária africana – Forbes.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Isabel dos Santos é a primeira bilionária africana – Forbes

A filha mais velha do presidente de Angola, Isabel dos Santos, tornou-se na primeira bilionária africana, de acordo com a revista norte-americana Forbes.  
As ações de empresas cotadas em Portugal, caso do BPI e da ZON, juntamente com ativos em Angola, “elevaram o valor líquido [da fortuna de Isbael dos Santos] acima da fasquia de mil milhões de dólares, fazendo da empresária de 40 anos a primeira mulher bilionária africana”, segundo a pesquisa da Forbes.

Formada em engenharia no King´s College de Londres, Isabel dos Santos abriu o seu primeiro negócio em 1997 – um restaurante chamado Miami Beach, em Luanda.
A Forbes avalia a participação de 28,8 por cento na ZON em 385 milhões de dólares, os 19,5 por cento do BPI em 465 milhões de dólares e a participação no BIC, de Angola, em 160 milhões de dólares.
Fontes consultadas pela Forbes referem que tem ainda 25 por cento da operadora de telemóveis Unitel, participação que isoladamente vale “no mínimo mil milhões de dólares”, de acordo com analistas de telecomunicações.
Peter Lewis, professor da universidade norte-americana Johns Hopkins, afirmou à revista que o círculo presidencial e do MPLA “têm muitos interesses empresariais” e que as origens destes é “muito opaca”, havendo “completa falta de transparência” no país.
Uma porta-voz da empresária escusou-se a prestar esclarecimentos sobre as alegadas participações detidas, mas considerou as afirmações de Lewis “especulativas, irrazoáveis e sem valor académico”.
Os investimentos de Isabel dos Santos, adiantou, têm sido feitos com máxima transparência, em empresas publicamente cotadas, com base na legislação europeia.

fonte: expressodasilhas.sapo.cv

Cabo Verde: Queda da ponte é "um acto concreto de corrupção" – diz Jorge Santos.

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Queda da ponte é "um acto concreto de corrupção" – diz Jorge Santos

O vice-presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Jorge Santos, disse esta manhã, na ilha da Boa Vista, que a queda da ponte Ribeira D’Água, na sequência das fortes chuvadas de Setembro de 2012, é um "acto concreto de corrupção" em Cabo Verde.
Este dirigente do MpD comentava assim os resultados do inquérito governamental ao incidente que provocou também a morte a dois cidadãos guineenses que, na sequência da queda da ponte, tentaram atravessar a Ribeira d'Água, sendo levados pela enxurrada.

Segundo Jorge Santos, o relatório retrata "a irresponsabilidade e incompetência" do Governo e dá "pistas para a existência de corrupção" em Cabo Verde, sendo este "um acto concreto" afirmou, reivindicando que o seu partido já tinha denunciado "ilegalidades e falta de transparência na gestão das infraestruturas" no país.
Na terça-feira, o relatório governamental sobre a queda da ponte deu conta de responsabilidades para várias empresas, entre elas a construtora portuguesa MSF, e o próprio Governo, tal como assumiu então a ministra das Infraestruturas de Cabo Verde, Sara Lopes, adiantando que se irá "agir em conformidade" em relação aos culpados.
O relatório indica que foram omitidos dados pluviométricos e hidráulicos anteriormente observados no dimensionamento da obra e que foi implementada uma modalidade de relacionamento entre projectistas, empreiteiros e fiscalização que "colide" com a legislação vigente e que "não salvaguardou a independência" da fiscalização.
A fraca capacidade de vazão do caudal, a inadequação da profundidade das bases da fundação e a presença de um aterro terão também influenciado na velocidade das águas, bem como a "não -realização com regularidade de limpezas", as chuvas "excepcionais" e a ausência de acções de vistoria.
Hoje, Jorge Santos disse haver um "conluio entre os gestores e os decisores da gestão das infraestruturas nacionais" e que tudo o que se fez na ponte é "ilegal", pois foi "desrespeitada" a Lei de Empreitadas. "Como tal, o Governo é cúmplice", acrescentou.
"É preciso responsabilizar criminalmente os autores das ilegalidades cometidas", frisou, pondo também em causa outros projectos, como os portos da Boa Vista e do Fogo, a estrada da Garça, em Santo Antão, e o anel rodoviário da "ilha do vulcão".
O relatório aponta responsabilidades aos empreiteiros - MSF e dois operadores espanhóis -, à Direcção-Geral das Infraestruturas, ligada ao então Ministério das Infraestruturas, e à entidade fiscalizadora, a espanhola INECO.

fonte: expressodasilhas.sapo.cv

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

André Bourgeot: "A operação Serval pode transformar-se numa guerrilha".

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André Bourgeot antropólogo, diretor emérito de pesquisas do CNRS e especialista na análise de SlateAfrique no Sahel-Saara para as consequências da intervenção francesa no Mali.

Um soldado das forças armadas do Mali que armou seu pick-up no sentido de Markala. em 22 janeiro de 2013. AFP/ Issouf Sanogo.


SlateAfrique - A intervenção de tropas francesas em Mali, é provável que rapidamente restaure a paz no país?

André Bourgeot - Rapidamente? Certamente que não! A intervenção militar francesa tem uma mão que parou o avanço do jihadista armados que tentaram ocupar Sevare, onde há um aeroporto internacional, e também lançaram ofensivas contra Konna Diabaly e, de fato, apoiaram o Exército do Mali.

O objetivo de restaurar a paz só tornará eficaz com a recuperação de integridade global do território nacional: levará tempo para que tudo isso aconteça, por enquanto, há soldados, principalmente franceses que estão na primeira linha com um exército maliano enfraquecido e a cadeia de comando que permanece obscuro.

SlateAfrique - E o entusiasmo das pessoas que você observou, no Mali, em relação a esta intervenção, vai durar?

AB - No geral, as reações são favoráveis, de fato. Populações do norte libertado do terror e jugo jihadista a população volta à vida normal e expressa seu alívio.

Em Bamako, os fornecedores estão com bandeiras tricolor agitadas  nas ruas da capital e retomaram o comércio informal, tricolor neste momento: as bandeiras que flutuam são mesmo compradas. No entanto, isso vai durar?

No norte, toda a população de (Songhai, Fulani, Tuareg, Bozos, mouros e árabes) expressam seu alívio e alegria. Isto não quer dizer que os grupos jihadistas armados não terão os contactos locais apropriados, que já existem.

SlateAfrique - O MNLA tem realmente uma estratégia?

AB - O Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), independente e secular, está enfrentando um sério declínio nas últimas semanas.

Ele foi o primeiro a ser dirigido por Gao Mujao (Movimento para a singularidade da jihad na África Ocidental) e Menaka sempre eficaz neste grupo de tráfego, entre outras coisas, a cocaína, e mais recentemente El Khali, perto de Zawaten Tin.

Ele tenta mudar oferecendo seus serviços para o exército francês, argumentando o seguinte: serem combatentes experientes e conhecedores da região, enquanto isso diz que rejeita qualquer colaboração com o exército maliano e proibindo "Azawad ".

O último termo é uma construção política de rebeldes que se referem a uma base geográfica e ainda menos histórico.

O Azawad geograficamente ocupa o espaço entre Timbuktu e Arraounae onde viajam os mouros nômades. Berabich cobre uma área de 380 quilômetros quadrados. Ele sofre de um déficit significativo de legitimidade social, política e militar e difícil de caminhar só.

SlateAfrique - As tropas francesas rapidamente eles podem recuperar o norte?

AB - Depende do que você quer dizer com "Norte"? Se você incorporar qualquer parte saariana (as montanhas, cavernas, cânions, dunas) que são apropriados e compatíveis com o país Mali, então é improvável que a reconquista do norte seja rápido.

Aproveitar as cidades de Timbuktu, Gao, Kidal que são o escopo dos militares. Mas o Saara estritamente falando é uma "história diferente" a atual guerra vai se transformar em guerrilha e carrega impasse.

SlateAfrique - O Exército do Mali é capaz de desempenhar um papel na reconquista do norte?

AB - Sim, mas, por agora, apenas um papel de apoio para as razões que eu mencionei acima. Ela está profundamente dividido ou desorganizado, mal equipado. Mas fortemente motivado? Recentemente percebeu-se que os militares do Mali não tem sequer comida suficiente para satisfazer as suas necessidades dietéticas, e são pouco exigentes, então!

SlateAfrique - Capitão Sanogo ele mantém grande influência na política Mali?

A.B. - Ele brilha agora por seu silêncio. Eles dizem que é em frente. A intervenção militar francesa ajudou a relegar a sua influência na periferia das questões políticas, mas ele não deve ter dito a última palavra.

Esta intervenção tem fortalecido a posição do presidente interino Dioncounda Traoré, quando manifestantes exigiram em Bamako em matiz e gritos de sua renúncia.

O poder de três cabeças antes do golpe perpetrado pelo Capitão Sanogo na remoção do ex-primeiro-ministro Cheikh Modibo Diarra se dirigiu, então, para o tempo monocephalic, dado que Diango Cissoko, atual o primeiro-ministro não tem nenhuma ambição política, ao contrário de seu antecessor e se posiciona como grande chefe estado comprometido.

"Todos os estados envolvidos defendem seus interesses políticos"

SlateAfrique - França, ela vai permanecer muito tempo sozinho na primeira linha? Não se arrisca, não aparece como um país que realiza uma neo transação?

A.B. - Já está feito. Parte da imprensa argelina acusa de neocolonialismo, outros grupos da sociedade civil de imperialismo (por exemplo, Níger). Enfim, há estados envolvidos de uma forma desinteressada? Se sim, nós podemos ...

Todos os estados defendem os interesses políticos e econômicos. O Mali é cheio de promessas de recursos extrativos (petróleo e gás na cidade de Taoudenni, Mauritânia, Mali e Argélia, o urânio Adagh, ouro (o Mali é o terceiro produtor Ouro de África, fosfato, manganês ... Quem seria insensível a essas riquezas? Especialmente como outras potências emergentes como a China é receptiva a esses dados.

Finalmente, Níger país vizinho tem minério o que parece que a riqueza mineral é uma moeda: a multinacional francesa Areva e a França tem uma forte necessidade de urânio: a energia nuclear ainda está na ordem do dia.

SlateAfrique - Argélia ela pode aceitar a presença da França a longo prazo na área?

A.B. - Por que não? Se a intervenção multinacional militar é de sucesso e é para erradicar a grupos jihadistas, Argélia está pouco satisfeito. Mas esses "fanáticos" fazem refúgio aonde? Nos países ribeirinhos, potencialmente, na Argélia. Mesmo que decidam encerrar as suas fronteiras.

Como podemos "fechar" 1400 km de fronteiras comuns a grupos com experiência em atividades criminosas, o tráfico de todos os tipos (maconha, cocaína, armas, seres humanos, etc.) Que tem cumplicidade em toda Sahel-Saara e, além disso, estão sérios a flertar com as práticas mafiosas.

SlateAfrique - As tropas do Oeste Africano eles são capazes de assumir rapidamente?

AB - Não, eu não penso assim: vai levar tempo, organização, dinheiro para que o norte seja seguro: requer mais tempo ...

SlateAfrique - Tropas de alguns países africanos, incluindo a Nigéria, são conhecidos por sua brutalidade com grandes populações civis. A sua entrada põe em risco os conflitos e não levar a uma radicalização da população do norte?

A.B. - Oposição provável. Radicalização, a ponto de se voltar contra os militares nigerianos, não.

"A intervenção militar não resolve nenhum problema político"

SlateAfrique - A intervenção militar era a melhor maneira de sair do impasse no Mali?

AB - A intervenção militar visa mudar o equilíbrio de poder militar, mas isso não resolve qualquer problema político e ainda aumenta ou obriga a pedir a outros, provavelmente em um tempo não muito distante. Se houver estagnação, problemas políticos haverão.

SlateAfrique - Se eles deixam seus redutos no norte do Mali, os jihadistas não são susceptíveis de desenvolver suas bases de dados em todos os países da região?

AB - Sim, eles vão cair de volta com armas e bagagens necessárias em pequenos grupos em alguns países vizinhos, onde já existe "iniciativas". Não é impossível que essas viagens se verifiquem em alguns centros urbanos e, portanto, ocorram em cidades onde os interesses franceses são bem conhecidos e importantes.

SlateAfrique - Países como Senegal e Burkina Faso não podem estar em risco de desestabilização?

AB - Provavelmente menos que Níger e Mauritânia, mas "menos" no contexto atual não é de grande importância.

SlateAfrique - Se as tropas francesas e Africanas conseguirem recuperar o controle do norte, é que será possível organizar eleições antecipadas?

AB - O que significa o controle do norte? E sobre as populações deslocadas e estimadas em cerca de 200.000 refugiados e 450.000 figuras que são avançadas por instituições internacionais.

Eu não posso imaginar que as eleições possam ocorrer em função de uma única reconquista militar das regiões do norte do Mali. A menos que você queira vender eleição, falsamente democrático só vai ficar para problemas muito mais graves da democracia, se faz sentido, não projetar o desenho ou artesanato DIY, política frouxa e frívola: africana na história ....


Entrevista de Peter Cherruau

fonte: Slateafrique








Angola: entrevista a ( Jacques dos Santos) - "Estamos a criar o homem mau".

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Sente que esta Luanda, de hoje, ainda é sua, que ainda lhe pertence?
Luanda há-de ser sempre minha. É a terra que adoptei como minha há meio século, mas ela perdeu muito da sua identidade. Luanda já não é aquela cidade africana, do género colonial, que a distinguia das demais capitais africanas. E perdeu a sua identidade, curiosamente, a partir da independência… ou, mais concretamente, de há vinte anos para cá. E foi perdendo os seus traços característicos, hoje dificilmente encontramos coisas que nos façam lembrar… há um ou outro edifício, evidentemente, que nos façam lembrar a Luanda dos nossos tempos, a Luanda de que nos orgulhávamos.

Dá a sensação de Luanda estar a regurgitar, a expulsar o que tinha de si mesma?
Exactamente. Utilizou as palavras certas. Quando vejo, por exemplo, a antiga Alameda do Príncipe Real, onde colocam aquele edifício da União, de automóveis, quando o projecto do tempo colonial era levar a alameda a passar pelo Bairro Operário e fazer uma grande avenida até ao Largo 1º de Maio… porquê que não se teve em conta a beleza da cidade? Não se teve em conta que uma urbe da grandeza e da beleza de Luanda precisa de espaços, locais que a caracterizem como uma grande cidade? Hoje o que nós vemos na nossa capital é tudo menos espaços puros. Façamos um esforço de memória e vamos procurar onde é que há um parque grande, onde há um largo grande, onde há um jardim… não há. Isto tudo foi dizimado, tudo absorvido por esta modernidade que estão a impor a Luanda e que eu, muito sinceramente, acho que não haveria necessidade para tanto. Luanda, o seu espaço geográfico, tem tanto terreno, onde essas novas centralidades e onde estes edifícios a lembrar Nova Iorque e o Dubai poderiam ser erguidos… nem vou colocar se são ou não engraçados, mas que deixassem os vestígios daquilo que ela foi. Não matá-la.
O que acontece é resultado de alguma ignorância, falta de estudos, falta de amor à cidade, ou haverá algum propósito?
Eu não vou por aí. Talvez não de propósito. Há alguma ignorância e uma ânsia tremenda do negócio, do dinheiro, que está subjacente a isto tudo. Portanto, todas as pessoas que se puseram a fazer projectos imobiliários viram, no imediato, o lucro fácil. Então não há que pensar, há facilidade, vamos avante…

Mesmo destruindo a memória da cidade?
Completamente. Não me posso esquecer do que fizeram ao Mercado do Kinaxixi. Por muitas coisas, por muito espampanante, por muito pomposo que venha a ser o que se está a fazer lá, nunca há de ter o brilho, nunca há de ter a dignidade que teve o largo…

Pode dizer-se que ninguém que ame Luanda consegue esquecer o mercado?
Ninguém. Ninguém. E o que é curioso é que vemos, hoje, e falo disso com muita pena, alguns intelectuais a dizerem que sim senhora, que isso é que está bom porque no nosso tempo as nossas mães não entravam no Mercado do Kinaxixi. Por amor de Deus, isso é de uma falta de dignidade, de uma falta de coerência… enfim… é um engajamento ao poder estabelecido para ver se tiram alguns dividendos com este tipo de afirmações. Nós sabemos que não era exactamente assim. Quem ama Luanda, ou para aqueles que dizem que moraram no Kinaxixi, que estiveram lá e não sei quantos, produzir este tipo de afirmações é, de facto, a aberração pura. É isto que me tem posto a meditar nestes últimos tempos, com tristeza, sobre o que vamos vendo. Mas há que realçar instituições que vão aparecendo, como a Kalu, a associação de defesa dos direitos dos luandenses, para a qual também damos a nossa colaboração …

Entretanto, parece que não tem grande efeito, a sua acção, apesar de passar a palavra…
Porque são ofuscados. E a comunicação social não promove estes grupos. Veja que o nosso único jornal diário, que deveria promover e bater-se também por estas causas, não dá espaço a estas situações, pelo contrário, vai dando mais força a esta acção destruidora que resulta destes investimentos loucos, desmedidos, sem lógica nenhuma, que têm em vista simplesmente o lucro fácil e amealhar sem se importar com o bem-estar dos cidadãos, dos filhos, dos netos, com o futuro. Estamos a criar situações…

Situações que podem potenciar algum conflito social, quando vemos, por exemplo, uma escola a ser substituída por um edifício de um banco, ou uma rua como esta entre o Cine Nacional e a sede do BESA fechada e a tornar-se num parque de estacionamento?
E mais, como a ao pé da Sonangol, sem que aconteça nada a essas pessoas. Mais, colocam cancelas e sabemos que aquilo dá dinheiro a alguém a quem o Governo Provincial deu autorização para fazer tal coisa. Isto é absurdo.

Mas tem um problema aqui mesmo ao lado. Para quem andou por Luanda há alguns anos, sabe que este parque de estacionamento criado entre a sede do BESA e o Cine Teatro Nacional, onde está a Chá de Caxinde, além de tirar uma rua à cidade, no mínimo tapou as sargetas de escoamento das água, isso não os afecta?
Nós estamos a viver este problema. Aliás, estas obras que estamos a realizar, e que gostaríamos de terminar na próxima quinzena, para reabrir o espaço Verde Caxinde, estão a sofrer da influência dos estragos que eles fizeram. Já fizemos uma petição do Governo Provincial, que nos remete à ELISAL… e esses senhores que fizeram esta asneira, agora, para a desfazer, querem somas exorbitantes, na ordem dos 20 mil dólares. Como é que nós, uma associação, sem fins lucrativos…

Disse-nos a segurança no parque que o espaço está reservado, basicamente, ao banco, a quem não fará muita diferença esse montante…
Exactamente. Mas se quisermos sair desta teremos de arranjar formas… enfim.

Por outro lado, Luanda, que é uma menina do mar, com a Ilha, a Marginal, está a transformar-se. A Ilha deixa de ser um espaço de pescadores, sabe-se que muitos foram parar ao Zango e ao Panguila, e a Marginal está a ganhar um rosto novo, como que numa cirurgia plástica…
Está a ajudar-me, esta é a ideia que eu defendo sobre o crime que está a ser praticado contra Luanda. O crime generalizado na Ilha de Luanda que está destinada à tragédia. Porque eu não acredito que os ventos, as calemas, qualquer dia não comecem a mostrar a esses senhores que se enganaram redondamente com os seus projectos. Eu lembro-me que quando este Projecto Baía foi apresentado chocou, claramente, uma parte da população intelectual de Luanda. Nós fizemos aqui um encontro que reuniu mais de duzentas pessoas, intelectuais, onde se questionou e contestou seriamente a ideia do projecto. Porque iria tirar, e está provado que tirou, a identidade da baía de Luanda, que era o ex-libris da cidade de Luanda, que agora está completamente transformada. E estiveram aqui peritos que mostraram que isto é um perigo, ninguém quer ouvir. Continuam a ser construídos edifícios de grande porte na Ilha de Luanda, qualquer dia podemos ter problemas muito sérios. Não estou em condições de tecnicamente poder desenvolver este tema, mas estou a basear-me naquilo que pessoas abalizadas, que estudaram estas questões afirmam, que não é viável, dadas as características da Ilha de Luanda. Até porque num passado que nem é tão longínquo as marés, as calemas devastaram uma série de ilhas que estavam aí a volta, foram. Todos os ventos voltam outra vez, as marés são eternas, hão-de voltar e fazer estragos. Mas a fúria de ganhar dinheiro não vê isso, e estão em vista outros grandes projectos para a Ilha de Luanda. Vão tirar a sua identidade. A identidade de Luanda foi varrida. Agora vamos conhecer outra Luanda e vamos ver como é que a gente se adapta a ela, como é que vamos conviver com ela. É a Luanda desta juventude que está agora a mandar. Até chegarem a um dia em que hão de ver que estão numa terra que não tem passado. Não sei se há um interesse explícito nisso, mas já era preciso pôr um pouco de travão nestas ideias.
Eu quero manifestar a minha satisfação, e não posso deixar de o fazer, elogiando a Dra. Rosa Cruz e Silva, ministra da Cultura, que dentro das suas escassas possibilidades tem feito para que o escasso património histórico-ciltural que existe ainda esteja preservado. Foi ela, no tempo da governadora Espírito Santo, que tomaram essa atitude e conseguiram tomar meia dúzia de edifícios, talvez mais, que têm uma placa a dizer que é património. Famos ver se isso aguenta, se se preserva, ou se alguém mais iluminado dirá que não é nada disso, que isso não faz falta nenhuma. Isto são os desabafos de um homem que se abeira dos setenta anos e que, por razões óbvias, não pode estar contente com o que está a assistir. Não sou contra o desenvolvimento, contra a modernidade, longe de mim isso, eu sou um indivíduo moderno, mas dentro de princípios moderados, com lógica e sempre defendendo a memória e a história. Mal de nós se se tivessem apagado as memórias da Grécia, do Egipto de Espanha, de Portugal, Tombouktu. Se os egípcios se lembrassem de apagar toda aquela memória, aquele património, não sei como poderíamos estudar e confrontar o que somos hoje com aquilo que foram os nossos antepassados.
Falando de memória e de história, ao ver-se hoje o Mutu, o antigo Liceu Salvador Correia, fechado, calado, é um golpe na base da intelectualidade luandense. Está-se a desligar alguma coisa?
Absolutamente. Eu não estudei no Mutu, mas os meus irmãos, todos, os mais novos, passaram por lá. E é de facto uma pena. O alfobre … deveria ser preservado. Mas porquê estes complexos de colonizado que nós temos? A querer mudar… fazer o homem novo… e o que é que temos construído afinal? Em vez do homem novo nós estamos construir o homem mau. Este homem que quer mandar hoje é o homem mau, porque está a destruir pessoas, mentalidades… quando digo isto não estou a englobar todos aqueles que têm acção decisória e que têm de ganhar a consciência de que, de facto, não estão a fazer bem. Poderiam perfeitamente fazer bem as coisas, porque têm poder para isso, fazer com decência, com dignidade e, sobretudo, consultar as pessoas. Não ouvem. Duas ou três pessoas decidem e vamos para a frente. Os mais velhos não são tidos nem achados. Ninguém pede opinião das pessoas esclarecidas, mesmo de arquitectos, de engenheiros, gente antiga que poderia, efectivamente dar o seu contributo… mas, enfim. Não quero ser taxativo, nem estou a querer apontar dedos, quem sou eu, sou um cidadão que cumpre com as suas obrigações e que sinto que  tenho o direito de falar o que sinto. Há coisas boas que foram feitas, há coisas que nos desamarraram do passado mau e que temos de aplaudir. Mas… por exemplo, este Teatro tinha o seu parque de estacionamento aí onde estão as bombas de gasolina, porque toda a casa de espectáculos tinha o seu parque de estacionamento, tal como tinha o Carl Marx. Como é que eu vou ficar contente quando vejo que usurparam estes espaços sem se dar cavaco a ninguém, sem explicar com que direito é que tiravam aquilo, com que direito é que entregaram a outras entidades.
O pior é que não se explica a ninguém. Alguém sabe que dinheiros é que reverteram a favor do erário público em resultado da substituição do Largo do Kinaxixi por aquilo que se está lá a fazer? Quem negociou com quem? Quem recebeu o dinheiro? Isto é uma questão de cidadania, uma questão que a gente tem que colocar. O que é que isto rendeu ao Estado? Ninguém pergunta… estes deputados… e se rendeu, para onde foram estes dinheiros? Para hospitais? Centros para idosos? Parques para as crianças? Para casas de espectáculos? Aqui ninguém sabe de nada. No parque de estacionamento do Carl Marx fizeram um prédio, uma coisa absurda que não passa pela cabeça de ninguém. Mas quem está por detrás disto tudo, quem faz isto tudo, a propósito de quê, com que fins e objectivos? Eu só vejo o lucro. As pessoas querem ficar ricas. E o novo riquismo em Angola está a produzir autênticos animais, já vemos crimes hediondos, já vemos coisas absolutamente incríveis, mulheres e homens… esta juventude está perdida, ninguém quer falar na droga que está aí a ser negociada… isto é fruto deste modo de vida… aqui não se fazem apelos à poupança, políticas contra o esbanjamento, e estamos a ter exemplos terríveis que nos vêm da Europa, da velha e famosa Europa, e da América, poderosa, onde as populações estão em apuros. Nós vamos cair lá, que ninguém pense que isto é eterno. Mas há quem pense que em Angola é diferente, que no dinheiro nós somos “incabáveis”. Mas se acaba pode encontrar uma população viciada, a pensar só nos roubos do dinheiro, porque para sustentar vícios e futilidades é preciso dinheiro.

Como homem de cultura, sente que os espaços e a vida cultural de Luanda estão a ser confundidos com a mera diversão?
Quase não há cultura, é um embuste tremendo, isto que está a haver. Está tudo do mesmo. Não há inovação, não há nada que mostre a identidade cultural angolana. Os estrangeiros, e temos cá muitos, não têm a possibilidade de ir a alguma casa de espectáculos e ver a identidade como temos na África do Sul. A gente vai à África do Sul e encontra casas de espectáculos onde nos mostram, com coreografias espectaculares, a vida dos zulos e de outros povos. Aqui não se faz… tentam, dois ou três grupos, mas tudo mal engendrado porque guerream-se entre eles, não há uma entidade que oriente. Eu, como homem de cultura sinto-me frustrado com o que vejo neste meio artístico, embora reconheça que temos valores que bem trabalhados poderiam ser sucessos indesmentíveis. Temos bons artistas, o angolano nasceu para a arte.

E tudo isso, esse novo-riquismo, a desidentificação cultural, pode explicar a pouca produção literária que temos?
Uma coisa tem a ver com a outra. Nós fizemos aqui, em Novembro, um festival em que depositamos muitas esperanças e veio muita gente, por dez dias, mas muitos dos que deveriam estar não vieram. Ficou claro. Falou-se da fraca apetência dos jovens angolanos para a leitura, não haver nada que promova, efectivamente, hábitos de leitura, o pouco dinamismo das bibliotecas, das escolas, enfim. Um país que enferma destas pequenas doenças está destinado ao fracasso, a ser abarbatado pelos estrangeiros. Porque o cidadão angolano quer é farra, música, kuduro.., coisas que façam pensar dão trabalho. Então, ler faz perder tempo. E há a falta de união no movimento livreiro angolano, os editores estão cada um para o seu lado, cada um a ver se tem apoios deste ou daquele. Nós temos feito aquilo que nos compete, temos tentado, mas perante respostas tão desfavoráveis a gente vai perdendo … é pena, porque temos gente capaz, que poderia fazer alguma coisa. Há oito anos fizemos o primeiro encontro nacional de escritores, no Lubango, conseguimos juntar cerca de 60 escritores, as propostas foram até para a Assembleia Nacional, nem tiveram respostas, tal como do Ministério da Cultura e outras instituições. No ano passado tentámos repetir no Bengo, mas as condições não se reuniram. É uma pena, porque é preciso que os intelectuais se juntem, que debatam. O que temos é intrigas, agora quem é que vai ficar com a União de Escritores, quem é que vai isto e aquilo… entra uma Direcção e alguns não estão contentes.

Esta falta de união advém da frustração dos intelectuais que se vêm impotentes, ou de uma espécie de infiltração desta camada pelos novos-ricos, ou aspirantes a, que a corroem por dentro?
Não sei, mas falando do domínio intelectual propriamente dito, e estamos a falar da União dos Escritores Angolanos, houve muita falta de cuidado. Foram admitidos como membros pessoas que não estão capazes. Escrevem mal! Mas são escritores, aparecem como escritores, vamos fazer o quê? Eu considero aquela a associação cultural mais importante do país … foi perdendo créditos, hoje, as Makas às Quartas feiras, vai lá ver quem é que lá vai… perdeu-se. Deram voz e credibilidade a pessoas que quando abrem a boca só dizem baboseiras. Há pessoas que aparecem nos jornais e na televisão, espavoneam-se, mas não conseguem defender uma ideia. A literatura angolana não pode ser assim tratada. Se aparece alguém com coragem para lhes dizer isso ficam melindradas, criam intrigas, ficam inimigos. Eu já não estou em tempo de ter medo de ninguém e assumo as minhas responsabilidades porque tenho base para falar de coisas que estão aí, palpáveis, reais. Nós cá, na Chá de Caxinde, vamos fazendo as coisas que pudemos, vem quem quer, quem não quer, paciência. Mas também temos os nossos dissabores. Ora dizem que que somos mais frequentados por brancos… quero lá saber. Nós aqui não vemos brancos, nem mulatos, nem nada, vemos é pessoas. Portanto, os que vêm são bem vindos. Isso é só para dar uma ideia sobre o tipo de questões que se levantam a quem está a frente de uma instituição que se habituou a ver as coisas com frontalidade, com dignidade… e a quererem conotar com situações sobre as quais nem nunca pensou. Toda a gente acompanhou a questão do Carnaval, nós continuamos a batermo-nos. Nós poderíamos fazer coisas lindas. Ninguém presta contas, recebem dinheiro, envolvem as pessoas, querem que a gente seja cachico deles… eu não trabalho assim.

Pode-se olhar para o Carnaval e dizer que a sua descaracterização é o espelho do estado desta sociedade, já sem a competição saudável entre bairros, sem o orgulho de ser desta ou daquela parte, de assumir determinados comportamentos?
Exactamente. Há distorções tão marcantes…, em relação a nós dizem que trazemos ideias novas e que queremos introduzir ideias estrangeiras, nomeadamente brasileirismos. A ideia não é esta. E dizem que se não houver Kabetula, kazukuta, etc., dentro de alguns parâmetros, não há carnaval, isto está errado. Nós não nos vamos desvincular destes princípios nossos, mas dentro da modernidade. A cidade cresceu, a cidade descaracterizou-se e vão agora defendê-la com o carnaval? Meus amigos, então tirem as gravatas e sejam coerentes. Há uma série de oportunismos que a gente não entende, mas eles é que sãos os dirigentes…

Eu chego a Luanda, do estrangeiro, ou de outra província, e não tenho uma agenda cultural, um roteiro dos locais de cultura e lazer…
Vai aparecendo, há aí uns quantos espertos que já estão … mas são portugueses que estão a fazer isto. Fazem com informações deturpadas e ganham dinheiro. E se a gente quiser fazer isso… veja em relação à edição de livros, autorizaram que empresas portuguesas que estão aqui… são os donos disso. O livro escolar…nós não temos cabidela. E nós deveríamos ter acesso. Deveriam ajudar-nos a arranjar financiamento que nos permitisse produzir livros, mas não, vão dar o filet mignon todo aos portugueses. São eles que vão tomar conta disso e já tomaram em alguns aspectos. E depois falam em dignidade, em identidade. Qual identidade? Estão a vender a identidade…

E o homem de Luanda, o caluanda… alguma vez teve uma identidade, ou hoje tem mais traços característicos, está mais identificado com esta Luanda?
Não sei se leu o meu livro “O ABC do B.O.”. Digo-o com algum orgulho, mas aquele livro pode dar-lhe muitas pistas do estudo que eu fiz sobre o homem caluanda, sobre o que identificava esta cidade, principalmente aquele bairro muito especial da cidade de Luanda. Eu dizia que quando eu estava em Calulu conheci um indivíduo, alfaiate, kaluanda, que encerrava a ideia que sempre tive de como era o indivíduo nascido em luanda. Eu ainda não conhecia Luanda. Um homem bem posto, calcinhas, bem vestido, aldrabão, farrista… havia uma identidade. E outro, futebolista, bêbado, jogava bem a bola… tipo de miúdas. Eu falo destes dois indivíduos. E quando cheguei a Luanda comecei a aprofundar a forma de ser do kaluanda, porque ele tem características próprias que foi enraizando ao longo do tempo, hábitos que passaram de geração para geração e até há bem pouco tempo estes hábitos estavam aí, bem patentes. De tal forma que eu próprio me sinto, por direito próprio, um cidadão de Luanda. Por tudo aquilo que a gente viveu nos bairros, nos subúrbios por onde andei, pelos confrontos com os colonialistas, etc. Hoje, perigosamente, de há duas décadas para cá, com a entrada de estrangeiros de forma descontrolada, estamos a ser tomados por outros hábitos. Nunca vimos estas kitandas todas que andam por aí. As nossas mães vendiam nos mercados, nos locais certos e não tínhamos esta sujeira, este nojo que está implantado e agora não é só em Luanda, é em Angola. Isto veio de onde? Vêm hábitos de toda a parte, as igrejas, etc. estamos a ser tomados por estes comportamebtos que não eram nossos e que se estão a introduzir perigosamente em nós, dando cabo de famílias, destroçando a juventude com drogas, violência, prostituição, homossexualismo e assistimos a isso impávidos e serenos. A chave é que Luanda descaracterizou-se, radicalmente, de há duas décadas para cá.

E é irreversível?
Se não se tomarem medidas será irreversível. Porque os kaluandas que poderiam transmitir isso aos seus filhos estão a envelhecer, os filhos não absorveram. Como é que vai ser isto agora? Está-se a perder a identidade. Isto acho que é perigoso. Os pedidos de casamento! Fazem-se aqui bodas … então com esse novo-riquismo fazem já coisas de debutantes… uns trazem coisas africanas dos congos e do Oeste, os outros querem transportar coisas dos palácios de Luis XV da França. Até poderia haver estas tendências, desde que houvesse um centro forte de sustentação da nossa identidade. Veja a música, os jovens não cantam, não preservam o cancioneiro nacional, nada os leva a isso. Qualquer dia quem é que canta Muxima aqui? Ninguém vai cantar. Não sou perito nisso, são as ideias que me vêm que me dão alguma tristeza, alguma apreensão sobre a nossa vida. Agora tenho dois miúdos que andam a dormir aqui na porta já há mais de dois meses, ninguém sabe quem são os pais… antigamente tínhamos alguma dificuldade em ver isso, facilmente se conseguia entregá-los a uma casa de apoio… a delinquência está instalada, mata-se hoje nas portas das discotecas, discotecas que são autênticos centros de droga e o tráfico de drogas ninguém está a querer ver com olhos de ver.

Com tudo isso, olha-se para Luanda e o que se vê é uma cidade triste?
Acaba por ser. Nos dias de semana, meia-noite esta cidade está… e já foi das mais movimentadas de África, com mais vida. Os subúrbios têm as suas nuances, mas eu adivinho que deve estar a passar aí, centros populacionais onde estão milhares e milhares de pessoas concentradas, sem regras, sem policiamento… Luanda é uma cidade violentíssima. Isto tudo deixa apreensões. Oxalá as eleições autárquicas venham depressa, mas não vai ser fácil. Governar Luanda com base nas leis autárquicas não vai ser fácil, vai ser um bico-de-obra, mais ainda com uma Polícia que... eu tenho muitos bons amigos na Polícia, mas na subalternidade, nos agentes que andam na rua, não têm autoridade quase nenhuma, pelo contrário, alguns fomentam a candonga, não têm escrúpulos em pedir dinheiro.. aqui tinha que haver muita coragem política para se tomarem decisões de fundo. Tinha que haver mão-de-ferro, mas se formos pensar em eleições….
Eu, apesar de ser do Kwanza sul, amo Luanda como a minha terra e vejo com muita apreensão a degradação dos aspectos que aqui falamos. Mas acho que é reversível, se se educar as pessoas, com boa orientação política, com um bom papel da comunicação social. E que se ponha as pessoas a ler, muito do que se passa é resultado da falta de leitura. O ensino está vergonhoso… os comerciantes que são aldrabões, os estrangeiros que nos querem enganar… mas, felizmente, ainda temos gente honesta, eu já estive em debates e conferências onde vi jovens a questionar as coisas com muita propriedade, com vontade de mudar, isso dá-me algum conforto. Estamos nos 437 anos de Luanda e espero que os seus dirigentes encontrem os remédios para os problemas da cidade.

José Kaliengue
fonte: OPAIS

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