Postagem em destaque

O genocídio de Gaza, a questão palestina e o começo do fim do sionismo.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... A invasão e o massacre de Gaza, uma espécie de campo de concentração...

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Gabão | Vacina anti-Covid: para um reforço para a 3ª dose?

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


Como vários países como França e Israel, o Gabão poderia nas próximas semanas lançar uma campanha de reforço da vacinação contra o coronavírus para populações consideradas de risco, por causa da virulência da variante Delta. Pessoas completamente vacinadas podem, de fato, necessitar de uma terceira dose para maior proteção contra as formas graves da doença.

Como alguns países ao redor do mundo, o Gabão poderia lançar uma campanha de reforço da vacinação para uma 3ª dose em caso de aparecimento da variante Delta. © The Parisian

Apresentado como um dos países mais vacinados do mundo, Israel lançou recentemente uma campanha de reforço da vacinação contra o coronavírus encorajando pessoas totalmente vacinadas a administrar uma 3ª dose da vacina, a partir dos 12 anos. Motivo: o país registrou um aumento no número de internações nas últimas semanas, a maioria das quais já recebeu duas doses da vacina.

Apoiado pela Haute Autorité de Santé (HAS), o governo francês já anunciou uma campanha de recall para o mês de setembro, voltada especialmente para pessoas com 65 anos ou mais e pessoas com comorbidades. No Gabão, fontes da Copil afirmam que "a questão ainda não está na ordem do dia", embora o aparecimento da variante Delta, que reduziria a eficácia de todas as vacinas, seja levado muito a sério pelo Ministério da Saúde que também o presidia no dia 26 de julho uma reunião centrou-se na ameaça da referida variante, da qual nenhum caso foi registrado no Gabão.

Durante esta sessão de trabalho, o Professor Guy Patrick Obiang Ndong havia de fato lembrado aos vários atores da resposta à pandemia no Gabão "a necessidade imperiosa de se remobilizar e redobrar a vigilância para lidar com qualquer eventualidade de uma terceira onda em nosso país" . Mas, no caso de um novo surto, as autoridades de saúde não hesitariam em lançar uma campanha de reforço de vacinação para aqueles em risco. Por enquanto, a campanha lançada em março continua. Mais de 76.000 pessoas foram vacinadas até o momento.

fonte: https://www.gabonreview.com/

SENEGAL: Fazer do Aibd "um aeroporto internacional de referência para o transporte de passageiros e carga" (ministro).

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



O Ministro do Turismo e Transporte Aéreo, Alioune Sarr, no dia do lançamento da linha Dakar-Nova York-Washington, reuniu-se com todos os líderes para uma reunião de coordenação no hub aéreo.

De fato, as autoridades estão fazendo todo o possível para fazer do Aibd um aeroporto internacional de referência para o transporte de passageiros e carga.

Desejando estar extremamente vigilante em todas as ações tomadas em torno dessa estratégia, nenhum detalhe é deixado para trás. Porque o objetivo, segundo Alioune Sarr, é gerar: “um tráfego aéreo anual de 5 milhões de passageiros até 2025, e de 10 milhões até 2035 e além. Em 2 de setembro de 2021, acontecerá o primeiro Dakar-New York Washington voo pela Air Senegal. A abertura desta linha pela nossa companhia aérea nacional representa um passo importante para a concretização do nosso objectivo de fazer da AIBD um centro aéreo sub-regional ”.

Alioune Sarr também lembrou uma série de anúncios, incluindo a construção de um centro de manutenção aeronáutica na AIBD em 2021.

“Na mesma linha, até 2025, a implantação do projeto de construção do nosso Hub Aéreo sub-regional que girará em torno de um sistema digital para a facilitação de serviços aeroportuários e aeronáuticos, uma rede de aeroportos regionais de alto desempenho, e reabilitados com o BRASS inclui o aeroporto de St-Louis que será aceite no próximo mês de Dezembro e o aeroporto de Ourossogui-Matam cujo início das obras já se encontra em vigor e entrega prevista para Abril de 2022, mas também um centro de manutenção aeronáutica denominado Emerau, um novo terminal de carga, uma escola de oficinas de ventilação civil, um centro de logística, um Aéroville moderno, inovador e simpático que vai refletir a cultura do Senegal com todas as comodidades em termos de infraestruturas: hotéis, restaurantes, centro de lazer, etc ... ”, explicou o ministro.

Melhor ainda, garante que o Senegal consolidará o seu know-how e expertise a serem oferecidos internacionalmente, em particular para o projeto, construção, desenvolvimento e gestão de infraestruturas aeroportuárias.

“Fica então o desafio de tornar a experiência do passageiro no nosso sistema de transporte aéreo mais competitiva, melhorando todos os serviços oferecidos pelos operadores e pessoas competentes. Na sequência destes fortes anúncios, e após 5 meses de implementação, podemos constatar que os projectos prioritários do Air Hub claramente identificado, iniciou a sua implementação uma vez que os custos e os elementos quantificados de realização bem como a procura do financiamento foi iniciada pela AIBD SA. ”

O Ministro felicitou todos os actores da plataforma aeroportuária, destacando-se o Director-Geral da AIBD SA, Doudou Ka, por continuarem a trabalhar para que o processo de fusão da ADS e da AIBD seja concluído da melhor forma.

fonte: seneweb.com

Um geólogo faz revelações explosivas sobre o petróleo senegalês.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



Depois de Thierno Alassane Sall que explorou o petróleo senegalês em seu trabalho intitulado "O Protocolo Elysee: Confidências de um ex-Ministro do Petróleo Senegalês", um engenheiro geológico também faz revelações explosivas.

Segundo o L'Observateur, Momar Samb, doutor em ciências geológicas e economista, não acredita que as descobertas de petróleo e gás anunciadas coloquem o Senegal na categoria de depósitos de classe mundial.

“As reservas estimadas a partir dos 11 furos são enormes e exageradas no bloco de Sangomar. Correspondem a um lago de 40 km de comprimento, 10 km de largura e 15 m de altura de petróleo. Isso é improvável na bacia do Senegal configurada pelos movimentos tectotécnicos que levou a esta fragmentação, à fratura da Pangéia e à abertura do Oceano Atlântico. Isso não mostra a existência de um depósito de "classe mundial", mas sim reservas lenticulares de areias, areias argilosas e turvações, dispersas e baixas acumulações de hidrocarbonetos ”, revelou Samb.

O geólogo continuou em entrevista concedida ao jornal: “Os testes de vazão de produção de poços não atestam a existência de um depósito de classe mundial. Um depósito é qualificado como de classe mundial se a estrutura anticlinal com superfície fechada está entre 1300 e 8.400 km2, como os campos de Hassi Messaoud na Argélia, o campo de Burgan no Kuwait, Ghawar na Arábia Saudita. Por outro lado, o bloco de petróleo Sangomar tem uma superfície fechada de menos de 400 metros. "

fonte: seneweb.com

Biden quer mudar o foco para "os desafios atuais: China, Rússia e ciberataques".

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


Biden: "Somos uma nação há demasiado tempo em guerra"

"Houve muita gente a dizer que devíamos ter ficado lá. É óbvio, esses não estariam lá. A todos os que apelam a uma terceira década de guerra, pergunto qual é o vital interesse nacional? A Al-Qaeda foi dizimada. Não temos vital interesse no Afeganistão além daquele que levou à intervenção em 2001", vincou Joe Biden.

"A principal missão de um presidente é defender e proteger os Estados Unidos de 2021 e não de 2001", apontou o líder da Casa Branca.

"Temos de nos concentrar nos desafios atuais, como a competição com a China e a Rússia e no combate aos ciberataques", frisou.

"Aos responsáveis pelos atentados, vamos fazer-vos pagar. Mas permitam-me ser claro: vamos continuar a apoiar os cidadãos afegãos e centrar os direitos humanos como base da nossa política internacional", esclareceu.

"Recuso-me a entrar numa terceira década de guerra. Somos uma nação há demasiado tempo em guerra. Não podemos estar constantemente em guerra. Temos visto como muitos tentam recuperar o stress pós-traumático quando regressam a casa. 18 veteranos de guerra suicidam-se todos os dias nos Estados Unidos", salientou.

Biden: "As tropas norte-americanas tinham de pôr fim a esta guerra"

"Espero que os talibãs cumpram o que prometeram. Os talibãs estão na posição mais privilegiada desde 2001", salientou Joe Biden.

"Os Estados Unidos tiveram que fazer uma escolha: retirar as tropas imediatamente ou correr o risco de perder mais vidas no Afeganistão. Esta saída aconteceu conforme planeado e era o que tinha de acontecer, as tropas norte-americanas tinham de pôr fim a esta guerra", reforçou o presidente dos Estados Unidos, que assumiu total responsabilidade pela decisão.

"Apelo aos norte-americanos que se juntem a este agradecimento a todos os que estiveram em missão no Afeganistão ao longo destes 20 anos", rematou.

Biden diz que operação de retirada do Afeganistão foi um "extraordinário sucesso"

Joe Biden elogiou os militares e falou em "extraordinário sucesso" da operação de retirada no Afeganistão durante um discurso na Casa Branca.

"Temos uma dívida de gratidão que nunca poderemos pagar", afirmou, em relação a todos os que trabalharam na operação.

"Todo o trabalho que foi feito ao longo de 20 anos para dar treino aos militares do Afeganistão acabou por não ter efeito. A corrupção que existe no Afeganistão permitiu que talibãs ganhassem terreno à medida que as tropas estrangeiras foram deixando o país", lamentou.

Por outro lado, o presidente dos Estados Unidos garantiu que a "grande maioria dos que trabalhavam com os norte-americanos que quiseram sair do Afeganistão conseguiram sair".

Talibãs atacam Panshir, último bastião que resiste

Os talibãs lançaram desde a madrugada vários ataques à região setentrional de Panshir, a única das 34 províncias do Afeganistão que não se encontra sob o controlo dos islamitas radicais, mas as tropas deste bastião conseguiram repelir a ofensiva.

"Os talibãs levaram a cabo, desde a noite passada, a partir do oeste de Panshir, vários ataques contra as nossas tropas, mas todos eles foram repelidos", assegurou hoje, num comunicado, Fahim Dashti, porta-voz do que é conhecido como a Frente Nacional de Resistência de Panjhir, formada pelas tropas e pelo Governo regional.

Durante os ataques, os talibãs sofreram muitas baixas, com cerca de 30 combatentes mortos, 15 feridos e também "vários deles foram capturados com vida", acrescentou o porta-voz.

O discurso triunfante não é, contudo, corroborado pelos talibãs, que asseguraram ter lançado vários ataques à província e ter conseguido alguns avanços.

"As operações contra Panshir estão a ser dirigidas por Qari Fasihuddin, o adjunto da comissão militar" dos talibãs, que também é da etnia tajique, predominante nessa região, e é originário da província de Badakhshan, no nordeste do país, explicou uma das duas fontes talibãs consultadas pela agência Efe, a coberto do anonimato.

Os talibãs indicaram que ainda têm capacidade militar para conquistar pela força o vale de Panshir, situado a cerca de 150 quilómetros a norte de Cabul, mas que ainda esperam que sejam bem-sucedidas as negociações para pôr fim à disputa de forma pacífica.

Lusa

Europa deve "proteger-se" do "risco terrorista" dos migrantes afegãos

A Europa, que vai ver uma "pressão migratória progressiva" com o exílio de afegãos em fuga do regime talibã, deve proteger-se do "risco terrorista", defendeu hoje o chefe da Frontex, a agência europeia de vigilância de fronteiras.

Após uma reunião dos 27 ministros do Interior da União Europeia sobre o Afeganistão, Fabrice Leggeri disse à RTL que "foram aprendidas lições da crise de 2015", quando a guerra na Síria gerou um influxo de migrantes para a Europa.

"Temos um bom compromisso entre, por um lado, a necessidade moral e humanitária de proteger o povo afegão e, por outro, a necessidade de proteger as nossas fronteiras externas da União Europeia contra a chegada de pessoas que seriam migrantes económicos e também pessoas que ameaçam a segurança interna da Europa e, em particular, aqueles que estariam ligadas a movimentos terroristas", explicou.

Como o próximo êxodo de afegãos, estimado em 500.000 pelas Nações Unidas, "há o risco terrorista que será particularmente importante", insistiu o direto da agência de fronteiras e guarda costeira, responsável pela luta contra a imigração ilegal às portas da Europa.

Lusa

Interpol suspende acesso de Cabul a bases de dados

A Interpol suspendeu o acesso do Afeganistão às suas bases de dados e desativou temporariamente um sistema interno de mensagens confidenciais com o país, anunciou hoje a organização policial à agência espanhola Efe.

Além disso, as consultas de todos os países membros com o Gabinete Nacional de Cabul estão a ser tratadas pelo Centro de Comando e Coordenação da organização, que tem a sua sede na cidade francesa de Lyon, segundo uma declaração enviada à agência.

A Interpol já tinha hoje manifestado a sua vontade de continuar a trabalhar contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) depois do atentado mortal no aeroporto de Cabul em 26 de agosto, e de continuar a fazê-lo com os seus parceiros regionais.

Numa mensagem de vídeo divulgada hoje, o secretário-geral, Jurgen Stock, sublinhou que a "Interpol continua a dedicar recursos à monitorização da situação no terreno e a trabalhar com as forças de ordem a nível mundial e com os países membros da região".

A declaração de Stock não especificou se isso inclui o Afeganistão após a tomada de poder dos talibãs, mas em esclarecimentos posteriores, confirmaram que a Interpol congelou, por enquanto, a cooperação com a atual liderança afegã.

Lusa

Eduardo Cabrita: Europa está hoje mais preparada para evitar crise migratória

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, defendeu hoje que a União Europeia (UE) está "mais preparada" para evitar eventuais crises migratórias em situações como do Afeganistão, dado focar-se na dimensão humanitária, mas também na segurança da região.

"A Europa hoje está efetivamente mais preparada. Temos experiência comum e temos prioridade atribuída a esta relação com os países vizinhos ou próximos do Afeganistão", disse o governante, falando à imprensa portuguesa em Bruxelas no final de uma reunião dos ministros do Interior da UE sobre o Afeganistão.

Segundo Eduardo Cabrita, "o que resulta da reunião de hoje é que a prioridade dada à ajuda humanitária é condição para se prevenir uma situação futura de crise de segurança na UE".

Lusa

Portugal "tem capacidade financeira para acolher centenas de refugiados"

O ministro da Administração Interna disse hoje que Portugal tem capacidade financeira para acolher "na casa das centenas" de refugiados afegãos, com prioridade para mulheres, crianças, ativistas e jornalistas, quando 84 pessoas já estão no país.

"Em Portugal temos capacidade financeira, no âmbito do Fundo Asilo e Migração gerido pelo Ministério da Administração Interna, para acolher, com os atuais recursos, pessoas na casa das centenas", declarou Eduardo Cabrita.

Falando à imprensa portuguesa em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros do Interior da União Europeia (UE) sobre o Afeganistão, o governante assinalou ser "uma questão de gestão de recursos", notando que "as prioridades de Portugal estão definidas" e assentam em receber pessoas dos grupos mais vulneráveis, isto é, "mulheres, designadamente mulheres magistradas, crianças, ativistas de direitos humanos e jornalistas".

Lusa

Talibãs pedem apoio internacional para reconstruir a economia

Os talibãs apelaram hoje ao apoio internacional para reativar a economia devastada pela guerra e dependente de ajuda estrangeira, que tem caído acentuadamente desde que os insurgentes chegaram ao poder e agora que as tropas norte-americanas se retiraram.

"Todos os investidores, nacionais e estrangeiros: convido todos a virem e a investirem no Afeganistão. Haverá uma atmosfera positiva, os vossos investimentos estarão em boas mãos. O país será estável e seguro", disse o principal porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, num evento em Cabul para assinalar a retirada dos Estados Unidos.

O porta-voz sublinhou que um dos principais objetivos após a "vitória" é a reconstrução do país, e para isso enfatizou que a confiança da comunidade internacional deve ser mantida e que qualquer ajuda dada ao Afeganistão deve ser "dirigida através dos canais apropriados" para garantir o seu bom uso.

"Isto é uma necessidade. Devemos manter a confiança da comunidade internacional a fim de atrair o investimento estrangeiro para o Afeganistão. Devemos disponibilizar um ambiente saudável, estável e seguro a todos os investidores que estejam dispostos a investir no nosso país", insistiu.

Lusa

Retirada dos EUA abre uma "nova página" para o país - China

A China disse hoje que a retirada do exército norte-americano do Afeganistão permite ao país a abertura de uma "nova página" após 20 anos de ocupação estrangeira, duramente criticada por Pequim nos últimos dias.

As autoridades chinesas fustigaram a partida apressada dos Estados Unidos e o custo humano e económico que os norte-americanos deixam para trás após a reconquista de poder por parte dos talibãs.

"O Afeganistão conseguiu libertar-se da ocupação militar estrangeira. O povo afegão congratula-se com este novo ponto de partida para a paz e a reconstrução nacional. O Afeganistão está a abrir uma nova página na sua história", afirmou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.

A China, que faz fronteira com o Afeganistão, mantém a sua embaixada em Cabul aberta, depois de ter retirado há várias semanas os seus cidadãos que desejavam sair do país, devido à deterioração da situação de segurança.

Lusa

Áustria não está preparada para receber mais afegãos

O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, disse hoje que o seu país não está preparado para receber mais afegãos e que não apoiará um sistema europeu de distribuição de refugiados do Afeganistão pelos vários Estados da União Europeia.

Questionado sobre propostas para que todos os países da UE partilhem o fardo dos refugiados, Kurz disse a jornalistas em Berlim que a Áustria já recebeu "proporcionalmente uma parcela maior" de migrantes desde 2015.

A Áustria tem a quarta maior comunidade de afegãos em todo o mundo, indicou o chanceler austríaco antes de um encontro com a sua homóloga alemã, Angela Merkel.

Para a chanceler alemã, o foco do seu governo é como ajudar até 40.000 afegãos que têm direito de vir para a Alemanha com a sua família porque trabalharam para os militares alemães ou organizações humanitárias.

"Temos de ver quantos querem realmente abandonar o país", disse, adiantando que "isso vai depender muito das circunstâncias que os talibãs criarem no país".

Lusa

Merkel sublinha necessidade de manter contacto com talibãs

A chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou hoje a importância de manter contacto contínuo com os talibãs para garantir a saída do Afeganistão de colaboradores locais e outros grupos ameaçados, acrescentando não ser altura para falar de contingentes de refugiados.

Numa conferência de imprensa com o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, Merkel referiu-se a conversações com alguns países sobre "uma presença temporária ou mais forte em Cabul ou na região" também a nível europeu, para se "poder estabelecer um contacto contínuo com os talibãs", que nada tem que ver, frisou, com um "reconhecimento diplomático".

"Trata-se de ter diplomatas próximos para falar com os talibãs. Temos que ver como havemos de manter os contactos", observou.

Outra questão é a reabertura do aeroporto de Cabul para voos civis, para o que a Alemanha está disposta a prestar ajuda técnica, disse, acrescentando que o seu funcionamento é "essencial" para fazer chegar ao Afeganistão ajuda médica e humanitária.

Por outro lado, Merkel defendeu que ainda não chegou o momento de falar de contingentes de refugiados, porque, para discutir tal coisa, é primeiro necessário saber "qual é a dimensão migratória fora do Afeganistão", como afirmou o Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi.

Segundo Grandi, o principal problema agora é a migração interna, indicou Merkel.

Por isso, a questão central para a Alemanha, agora, é a situação dos colaboradores afegãos, "que não são 300, mas provavelmente entre 10.000 e 40.000", referiu, acrescentando que depende também de quantos deles querem sair ou permanecer no país, em função "das condições que os talibãs criarem".

Lusa

Paquistão diz que talibãs vão formar Governo em breve e pede apoio internacional

O Paquistão disse hoje que os talibãs vão formar um Governo de "consenso" nos próximos dias e apelou à comunidade internacional a não abandonar o Afeganistão, após a completa retirada das tropas norte-americanas do país.

"Estamos à espera que se forme um Governo de consenso nos próximos dias", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, em conferência de imprensa realizada em Islamabad em conjunto com o seu homólogo alemão, Heiko Maas.

O chefe da diplomacia do Paquistão pediu à comunidade internacional para continuar envolvida no Afeganistão.

"A ajuda humanitária tem de chegar. Não vamos permitir o colapso económico do Afeganistão", sublinhou Qureshi.

Lusa

Mais 20 cidadãos afegãos chegam hoje a Portugal, anuncia Governo

Portugal vai receber esta terça-feira mais cerca de 20 cidadãos afegãos que se juntam aos 66 refugiados que já se encontram em território nacional, disse a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

"Nós recebemos até agora 66 pessoas e hoje chegará um grupo próximo de 20 pessoas. E, portanto, ficaremos já com um número significativo", disse a ministra, na Guarda.

Segundo a governante, os cidadãos afegãos que chegaram a Portugal estão concentrados em dois centros e, seguirão, posteriormente para acolhimento.

Lusa

Japão quer mudar a sua embaixada no Afeganistão para o Qatar

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão anunciou esta terça-feira querer mudar a sua representação diplomática no Afeganistão para o Qatar, país que se acreditar que terá um papel importante no futuro do Afeganistão.

Depois de ter transferido temporariamente a embaixada japonesa para a Turquia, na sequência do conflito interno no Afeganistão desde que os talibãs começaram a conquistar território, em maio, o Japão quer agora passar a sua representação diplomática para o país do Golfo Árabe.

O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Toshimitsu Motegi, visitou o Médio Oriente no início deste mês, afirmando esta terça-feira, em conferência de imprensa, que as suas conversas com os líderes da região sugerem que Doha, capital do Qatar, terá crescente importância política na região.

"Acredito que vão acontecer várias formas de comunicação", disse Motegi.

Os cidadãos japoneses da embaixada em Cabul estiveram entre os primeiros a serem retirados do Afeganistão quando os talibãs conquistaram a capital do país, em 15 de agosto.

Lusa

Talibãs assumem controlo total do aeroporto de Cabul. "O mundo deve ter aprendido a sua lição"

Os talibãs asseguraram esta terça-feira o controlo total do aeroporto internacional de Cabul e falaram de uma "lição" para o mundo, após o último avião norte-americano ter descolado, marcando o fim da guerra mais longa dos Estados Unidos.

Os líderes do movimento extremista islâmico caminharam simbolicamente através da pista, assinalando a vitória, flanqueados por combatentes da unidade de elite dos rebeldes Badri.

"O mundo deve ter aprendido a sua lição e este é o momento de apreciar a vitória", disse o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.

Aos combatentes, no local, Mujahid disse esperar "que sejam muito cautelosos ao lidarem com a nação".

"A nossa nação sofreu guerra e invasão e o povo não tem mais tolerância", acrescentou.

"Haverá segurança em Cabul e as pessoas não se devem preocupar"

Mais tarde, em declarações à Al-Jazeera árabe, no asfalto, Mujahid afirmou que "haverá segurança em Cabul e as pessoas não se devem preocupar".

Numa outra entrevista à televisão estatal afegã, o porta-voz talibã também abordou o reinício das operações no aeroporto, que continua a ser uma saída fundamental para aqueles que querem deixar o país.

"A nossa equipa técnica irá verificar as necessidades técnicas e logísticas do aeroporto", explicou. "Se formos capazes de resolver tudo por nós próprios, então não precisaremos de qualquer ajuda. Se houver necessidade de ajuda técnica ou logística para reparar a destruição, então poderemos pedir ajuda ao Catar ou à Turquia".

Governo vai garantir visto para mãe e irmã de afegão em greve de fome

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que o Governo vai garantir visto de entrada em Portugal para a mãe e a irmã de afegão que iniciou uma greve de fome na segunda-feira, no Porto.

Em entrevista à SIC Notícias na noite de segunda-feira, Augusto Santos Silva referiu que contactou Nasir Ahmad, dizendo-lhe o Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para reunir os seus familiares que ficaram retidos no Afeganistão.

"Telefonei-lhe e expliquei-lhe qual era a resposta do Governo português. [...] A resposta do Governo português é sim. Em tudo que depender de nós... [...] A concessão de autorização -- de visto -- para a entrada dessas pessoas em Portugal. Esse visto está garantido. Será atribuído a essas pessoas já em território português", afirmou.

As condições de acolhimento e integração também serão asseguradas enquanto o reagrupamento não se efetua, observou ainda o governante.

"Procuraremos também apoiar essas pessoas no processo que implica a sua saída do Afeganistão, saída que não depende nem exclusiva, nem predominantemente do Governo português", indicou. Lusa

EUA 'trabalharão' com os talibãs se estes cumprirem suas promessas, afirma Blinken

Os Estados Unidos "trabalharão" com os talibãs se estes cumprirem suas promessas, disse o secretário de Estado Antony Blinken nesta segunda-feira (30), poucas horas depois que os últimos soldados americanos deixaram o Afeganistão.

"Cada passo que dermos será baseado não no que diz o governo talibã, mas no que faz para cumprir seus compromissos", afirmou Blinken em declaração transmitida pela televisão, enfatizando que "qualquer legitimidade e apoio" da comunidade internacional precisará ser conquistada.

O chefe da diplomacia americana disse que os Estados Unidos suspenderam sua presença diplomática no Afeganistão e transferiram as operações da embaixada para Doha, no Catar, devido ao "ambiente de segurança incerta e à situação política" no país.

Esta "nova missão diplomática" será dirigida por "uma nova equipe" liderada por Ian McCary, que era o número dois na embaixada dos EUA em Cabul, anunciou.
"Usaremos este posto em Doha para realizar nossa diplomacia em relação ao Afeganistão", em especial em termos de assistência aos americanos que ainda estão lá, ajuda humanitária e diálogo com o Talibã, acrescentou.
Ele destacou que Washington continuará a "ajudar" os cidadãos americanos que querem deixar o país após a tomada de poder pelos talibãs no meio de agosto e a retirada final das tropas dos Estados Unidos nesta segunda-feira. Lusa

EUA proíbem companhias comerciais de sobrevoarem território afegão

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) proibiu na segunda-feira as companhias aéreas comerciais dos EUA de voarem "a qualquer altitude" sobre o território afegão.

A agência norte-americana indicou ainda em comunicado que as companhias devem receber "autorização prévia", uma decisão tomada após os Estados Unidos terem terminado a guerra de duas décadas no Afeganistão.

A FAA explicou que tal se deve "à falta de serviços de tráfego aéreo e de uma autoridade civil funcional no Afeganistão, bem como às contínuas preocupações com a segurança".

A mesma entidade recomendou que as companhias aéreas dos EUA utilizassem uma rota "a grande altitude perto da fronteira oriental" do país da Ásia Central.

"Qualquer operador de aeronaves civis dos EUA que deseje voar de/para o Afeganistão ou sobrevoar o Afeganistão deve receber autorização prévia da FAA", pode ler-se na nota. Lusa

Bruxelas não quer repetir crise migratória e prepara-se para abrir os cordões à bolsa

Reuniões a 27 para resposta a uma voz ao previsível fluxo migratório proveniente do Afeganistão.

Na primeira de três reuniões ministeriais agendadas para esta semana, os ministros da Administração Interna encontram-se hoje em Bruxelas para alinhar uma posição comum sobre o Afeganistão. Objetivo: impedir um novo fluxo migratório como o de 2015, quando mais de um milhão de refugiados e migrantes entraram no bloco europeu em consequência do agravamento da guerra na Síria, crise humana que desencadeou um agravar de tensões não só entre os Estados membros, mas também a nível interno. "Com base nas lições aprendidas, a UE e os seus estados-membros estão determinados a agir conjuntamente para evitar a repetição de movimentos migratórios ilegais em larga escala e descontrolados enfrentados no passado, preparando uma resposta coordenada e ordeira", lê-se no documento preparado para a reunião.

fonte: dn.pt/internacional


ANGOLA: Subornos, falta de escolas e défice de professores marcam início do ano lectivo em Angola.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



Com subornos para matrículas e avisos da falta de milhares de professores, arrancou o ano lectivo em Angola, um cenário que se repete anualmente, segundo pais, encarregados de educação e estudantes.

Os primeiros queixam-se das dificuldades que têm para matricular os seus educandos por falta de escolas e afirmam serem alvo de pedidos de suborno para poderem matricular os filhos.

De 50 mil a 120 mil kwanzas (cerca de 80 a 120 dólares) é o valor que se paga para conseguir uma vaga em institutos públicos de nível médio em Luanda.

Chissua Tembo, mãe de uma estudante, disse que lhe pediram 100 mil kwanzas para matricular a filha.

“Tenho a minha filha, estudou no Kilamba, 9ª Classe, tem agora de estudar 10ª classe, fui para matricular e não consegui, estão a pedir-me 100 mil kwanzas por não conseguir, vai ficar sem estudar”, disse.

Alberto Cambange, outro pai, afirma que teve mesmo de pagar para poder matricular a sua filha.

“Não tinha lugar suficiente, só por isso recorri ao termo mais fácil, ou seja, através da gasosa consegui matricular a minha filha”, contou.

Outros disseram que recorreram a escolas privadas para poder matricular os filhos, algo que contribui para o agravamento da sua situação económica

MEA pede intervenção de João Lourenço

Entretanto, o presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) pede intervenção do chefe de Estado pelo facto de não haver mudança a nível do ensino.

“Temos assistido à comercialização do ensino e um número crescente de crianças está fora do sistema de ensino”, lamenta Francisco Teixeira.

Déficit de professores

Por outro lado, Ademar Ginguma, secretário-Geral do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), diz que existe no país um défice de dezenas de milhares de professores que vai aumentando todos os anos.

“Continuamos a ter no sistema um défice de 75 mil professores", afirmou.


fonte: VOA


"Era a hora de acabar com esta guerra", afirmou Joe Biden em mensagem à nação.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


Presidente considerou a saída do Afeganistão e disse que nenhum país fez algo semelhante na história

O Presidente dos Estados Unidos defendeu a sua decisão de colocar um fim à presença americana de 20 anos no Afeganistão, reiterando “não querer estender esta guerra para sempre e nem estenderia uma saída para sempre".

"Ontem à noite os Estados Unidos encerrraam 20 anos de guerra no Afeganistão", disse Biden num discurso à nação a partir da Casa Branca a meio da tarde desta terça-feira, 31, em Washington.

O Presidente colocou ênfase na evacuação de americanos e afegãos que quiseram sair com medo de represálias e assegurou que a retirada “foi um sucesso”.

"Concluímos uma das maiores pontes aéreas da história, com mais de 120 mil pessoas evacuadas para locais seguros… Nenhum outro país jamais fez algo parecido”, afirmou Joe Biden, reiterando assumir a responsabilidade pela decisão de deixar o país hoje.

“O extraordinário sucesso desta missão foi devido à incrível habilidade, bravura e coragem altruísta dos militares dos Estados Unidos, dos nossos diplomatas e profissionais de inteligência”, sublinhou o Presidente, que chamou a acção de “não uma missão de guerra, mas uma missão de misericórdia”.

A decisão

Na sua intervenção, ele lembrou que ao assumir a Presidência, a 20 de Janeiro, ele encontrou um acordo assinado pelo seu antecessor Donald Trump com o Talibã para a saída no passado 1 de Maio, sem qualquer plano ou garantia.

Embora assuma a responsabilidade pela decisão, Biden lembrou que “foi a recomendação unânime dos chefes militares e de todos os nossos comandantes em solo encerrar nossa missão de transporte aéreo conforme planeado”.

“Partir em 31 de Agosto não foi um prazo arbitrário”, sublinhou, mas “foi planeaado para salvar vidas americanas”.

O Presidente recordou que durante a campanha prometeu acabar com a mais longa guerra do país, que ele reafirmou depois de assumir a Casa Branca.

“Eu não estenderia essa guerra para sempre e não estenderia uma saída para sempre”, repetiu o Presidente que, por isso, considerou que “era hora de encerrar esta guerra".

"Em Abril, tomei a decisão de encerrar esta guerra. Na época, acreditamos que as forças afegãs teriam a capacidade de controlar o país, mas isso não se confirmou", lembrou Biden.

Embora diga não acreditar nas “palavras deles (Talibã), mas nas suas acções”, ele prometeu ajudar os menos de 200 americanos que se encontram no país, caso queiram sair.

"Continuamos empenhados em tirá-los, se quiserem sair", garantiu.

No seu discurso, Biden referiu-se aos gastos feitos no país, disse que os Estados Unidos não devem seguir com a estratégia de homens no terreno mas usar a tecnologia e que o país não deve olhar agora para 2001, quando os terroristas liderados por Osama bin Laden atacaram os Estados Unidos, mas em frente.

Ele destacou ainda a competição da China e os novos desafios que os Estados Unidos enfrentam.


fonte: VOA

ANGOLA: Duas doses de vacina dão direito a entrar no sorteio de uma viatura.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


O Governo angolano aprovou hoje a realização de um sorteio nacional para incentivar a população a aderir à vacinação contra a Covid-19, que está aquém das expectativas das autoridades sanitárias do país, e vai sortear uma viatura entre os cidadãos com as duas doses da vacina.

A informação foi avançada pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado, no final da oitava reunião do Conselho de Ministros, realizada sob orientação do Presidente do MPLA, Presidente da República e Titular do Poder Executivo, João Lourenço.

Francisco Furtado disse que foi constatado que, apesar de se notar uma evolução positiva da eficácia das medidas, aliado ao facto de o país estar com níveis bastante satisfatórios de recepção de vacinas das diferentes variantes que estão a ser utilizadas, “a adesão da população não está a ser positiva”.

O dirigente frisou que os novos postos de alto rendimento instalados nos sete municípios da província de Luanda deviam cada um, em média, vacinar cerca de 3.000 pessoas, havendo em todo o país condições para uma média de 90.000 pessoas vacinadas por dia.

“No entanto, esta afluência está a ser bastante reduzida, foi recomendada nesta sessão que a Comissão Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid-19, as comissões provinciais e os órgãos de comunicação social, particularmente, desempenhem um papel mobilizador no sentido de sensibilizar as pessoas a vacinarem-se”, salientou.

“A vacina vai contribuir para a redução das probabilidades de contágio e dos efeitos que a doença tem causado, se assim for nós teremos de facto condições de melhor manter a estabilidade, não estarmos preocupados com a cerca sanitária nem com outras medidas”, sublinhou.

Como forma de estimular a população a aderir à vacinação, prosseguiu Francisco Furtado, o Conselho de Ministros aprovou uma proposta de realização de um sorteio, no dia 31 de Dezembro deste ano, “para, aleatoriamente, premiar um cidadão que tenha tomado as doses de qualquer uma das variantes de vacinas [existente no país]”.

De acordo com o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, será um sorteio nacional, a ser feito a nível de todas as províncias, “como forma de estimular os cidadãos”.

“Porque não é obrigatório exigirmos às pessoas a vacinarem-se, mas deve ser um ato de consciência de cada um, como estímulo estabeleceu-se esta premiação que será feita no dia 31 de Dezembro de 2021”, vincou.

Angola já administrou, desde o dia 2 de Março deste ano, 2.021.999 doses de vacinas, havendo 901.861 pessoas com a vacinação completa, anunciou, na segunda-feira, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.

“Estamos a caminhar, mas ainda falta muito e há toda uma necessidade de apelar uma vez mais a toda população na adesão aos postos de vacinação”, referiu Franco Mufinda durante a apresentação da situação epidemiológica do país sobre a covid-19.

Angola registou até à data um total de 47.331 casos positivos, 1.210 óbitos, 43.322 recuperados e 2.792 activos.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.507.823 mortes em todo o mundo, entre mais de 216,98 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Segundo o jorna português ECO, em artigo de Joana Abrantes Gomes, publicado em 27 de Julho, com vista a atingir a imunidade de grupo, vários países desdobram-se em incentivos para vacinarem a população contra a Covid-19. Há ofertas para tudo, das mais excêntricas às mais peculiares:

«Dos EUA à Europa, chegando à Ásia, a campanha de vacinação contra a Covid-19 tem decorrido a ritmo acelerado, até agora. Inoculados os mais idosos, que são também os mais vulneráveis ao vírus, os país começam a sentir maior resistência da população com menos idade para receberem uma das várias vacinas desenvolvidas para os proteger.

Confrontados preocupações com os efeitos secundários a longo prazo, mas principalmente com a crença entre os mais jovens de que o seu sistema imunitário é suficientemente forte para vencer facilmente a Covid-19, e receando não conseguirem alcançar a imunidade de grupo até ao próximo inverno, muitas regiões ou mesmo países começaram a oferecer incentivos para convencer os seus cidadãos a tomarem a vacina.

Há dezenas e dezenas de iniciativas um pouco por todo o mundo. O ECO reuniu algumas neste artigo, desde as mais tradicionais, em que quem recebe a vacina obtém também um “cheque”, até às mais excêntricas, onde se pode conseguir um Tesla ou mesmo um apartamento de luxo. Mas há também outras campanhas mais peculiares, em que a vacina vem com um prato de almôndegas ou mesmo com a vaca inteira.

Nos EUA, depois do entretanto famoso “Joints for Jabs”, ou seja, charros por vacinas, no Estado de Washington, têm aumentado os programas de incentivo à vacinação que “pagam” a quem aceitar ser inoculado contra a Covid-19,

Na Califórnia, foi concebido um plano de 116,5 milhões de dólares (quase 100 milhões de euros) para encorajar mais pessoas a obter a vacina até 15 de Junho, data em que muitas restrições foram levantadas.

No Estado da Carolina do Norte, qualquer pessoa com mais de 18 anos que receba a sua primeira dose de uma vacina contra a Covid-19 ou que leve alguém a receber a sua primeira dose receberá um cartão pré-pago no valor de 25 dólares (cerca de 21 euros). Porém, quem já foi vacinado poderá receber um prémio bem maior: 1 milhão de dólares (perto de 850 mil euros) ou uma bolsa de estudos para ensino pós-secundário de 125 mil dólares (cerca de 106 mil euros).

Também o Colorado vai começar a oferecer cartões do Walmart de 100 dólares (cerca de 85 euros) aos residentes que receberem a sua primeira ou segunda dose em determinados locais de vacinação operados pelo estado. Além disso, o sistema de faculdades comunitárias do Colorado, em parceria com a Amazon, vai dar até 67 bolsas de estudo.

A antiga colónia britânica está oferecer os “prémios” mais vistosos, como barras de ouro, um Tesla ou um apartamento completamente novo avaliado em 1,4 milhões de dólares. Só na primeira semana, mais de um milhão de residentes totalmente vacinados contra a Covid-19 inscreveram-se no sorteio para receberem o apartamento de 449 metros quadrados, oferecido pelo Sino Group e pela ChineseEstates.

Em França, tal como em muitos outros países europeus, a regra tem sido a de incentivar a vacinação sem qualquer borla associada. Perante as maiores dificuldades em conseguir que as pessoas recebam a dose da vacina, a lógica tem sido a de aumentar as restrições.

O presidente Emmanuel Macron tornou a vacinação obrigatória para os profissionais de saúde e estabeleceu restrições mais rigorosas para onde os não vacinados poderiam ir e o que poderiam fazer. Assim, desde 21 de Julho, a vacinação passou a ser exigida para poder entrar em estabelecimentos de lazer e cultura; até agosto, a vacinação será exigida à entrada para qualquer lugar, desde restaurantes a hospitais e a apanhar comboios de longa distância.

O Governo grego incentiva que os jovens com idades entre os 18 e 25 anos se vacinem até ao final deste ano atribuindo 150 euros num cartão pré-pago e ainda uma certa quantia em planos de comunicação de telemóveis mensais. O dinheiro do cartão poderá ser gasto em viagens e eventos culturais.

Em Moscovo, o Kremlin advertiu que pelo menos uma vacina será obrigatória para aqueles que ocupam posições de serviço, desde os transportes até aos restaurantes, até meio de Julho. No entanto, o ditado de “vacina-te ou perdes o teu emprego” tem sido acompanhado por uma série de incentivos utilizados por funcionários e empresas russas com o propósito de aumentar as baixas taxas de vacinação no país, o que inclui rifas para carros gratuitos, motos de neve e viagens com todas as despesas pagas.

O executivo búlgaro adoptou a abordagem de deixar cada cidadão escolher a marca de vacina que gostariam de receber.

Para incentivar os mais cépticos a vacinarem-se contra a Covid-19, o país dos Balcãs oferece, desde Maio, um pagamento directo em dinheiro no valor de 3.000 dinares (cerca de 25,50 euros).

A medida sérvia gerou controvérsia, com alguns éticos a dizerem que a oferta podia ser vista como coerciva quando se tratava de pessoas mais pobres que precisavam desesperadamente do dinheiro, e outros a dizerem que a medida não podia ser possível enquanto ainda fosse permitido às pessoas recusar a vacinação. Como se veio a verificar, o número de casos na Sérvia continuou a diminuir após a oferta em dinheiro, mas é difícil dizer quanto resultou do incentivo.

A Eslováquia iniciou uma lotaria semanal para quem foi vacinado com um prémio de 2 milhões de euros. A Eslováquia anunciou ainda um bónus entre 30 e 90 euros para quem convencer outra pessoa a ser vacinada.

Numa cidade filipina, o presidente da Câmara está a planear sortear vacas como forma de incentivo à vacinação, enquanto outra comunidade tem estado a sortear enormes sacos de arroz após ter tido dificuldade em persuadir a população a vacinar-se.

Na Roménia, onde a desconfiança em relação às autoridades governamentais terá interrompido a vacinação, as autoridades locais ofereceram almôndegas grátis em troca da tomada da vacina.»

fonte: folha8

ANGOLA: Implodir ou decapitar, eis a questão.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...




A UNITA, o maior partido na oposição que o MPLA ainda (não se sabe por quanto tempo) permite, denunciou hoje um “plano macabro de implosão do partido, orquestrado pelo regime” e considerou que a proposta de alteração à Lei Orgânica das Eleições Gerais, iniciativa do MPLA (poder há quase 46 anos), “retira credibilidade” ao processo eleitoral.

Num comunicado hoje divulgado, o comité permanente da Comissão Política da UNITA, denunciou um alegado “plano macabro de implosão da UNITA, orquestrado pelo regime, através do aliciamento dos seus quadros”. É claro que, se não resultar, o plano de implosão será substituído pelo plano da decapitação.

Na nota, a UNITA diz que o “plano macabro” também está a ser materializado através da “propaganda partidária difundida nos órgãos estatais de informação, da instrumentalização dos órgãos de apoio do Presidente da República e dos Serviços de Inteligência do país tendo como alvo o presidente da UNITA”, Adalberto da Costa Júnior, que o MPLA considera uma encarnação do mais temido “terrorista” (segundo o MPLA) que Angola conheceu – Jonas Malheiro Savimbi.

O partido apela também à sociedade civil organizada, às forças vivas da sociedade em geral, à juventude e a todos os patriotas angolanos a unirem-se numa “ampla frente patriótica e democrática para a materialização das transformações que o país exige”.

O maior partido na oposição que, repita-se, o MPLA ainda (não se sabe por quanto tempo) permite, exorta, no seu comunicado saído da quinta reunião ordinária do seu comité permanente, realizada na segunda-feira, “todos os cidadãos a exigir um processo eleitoral credível”.

Para a UNITA, um processo eleitoral credível deve compreender “uma administração eleitoral independente e integrada por membros de idoneidade moral e ética inquestionável, onde a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) deve reflectir, na sua liderança, este imperativo moral”.

Uma organização que conduza às eleições “livres, justas e transparentes aceite por todos sem azedumes”, um registo eleitoral universal, “igualdade absoluta” dos partidos competidores e os eleitores são, para o partido político, outros requisitos para eleições credíveis.

O Parlamento do MPLA deverá apreciar, em votação final esta quarta-feira, iniciativas legislativas da maioria e da oposição de alteração à Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais e Lei do Registo Eleitoral Oficioso.

A discussão dos referidos diplomas tem merecido acesos debates entre os deputados, que almejam consensos visando as eleições gerais previstas (nada mais do que isso) para 2022.

Hoje, neste comunicado, a UNITA considera que a proposta de alteração à Lei Orgânica das Eleições Gerais, de iniciativa do MPLA, “retira a credibilidade do processo eleitoral ao suprir a contagem dos votos nos municípios e nas províncias, bem como a redução de prazos para a entrega dos ficheiros do registo eleitoral à CNE”.

Um grupo de jovens activistas, que na segunda-feira pretendia protestar defronte à Assembleia Nacional, por “lisura e transparência” na discussão das leis eleitorais, foi impedido por efectivos da polícia do MPLA, e inclusive alguns foram detidos. A Polícia do MPLA tê-los-á confundido com os perigosos operacionais do ISIS-K, do Estado Islâmico do Curdistão, ou do Daesh-K.

A UNITA enaltece a coragem de “todos quantos se têm manifestado em defesa dos seus direitos constitucionalmente consagrados e diz-se solidária com os jovens que na segunda-feira se manifestaram nas cercanias da Assembleia Nacional ao exigirem lisura” das leis eleitorais.

A primeira fase do registo eleitoral, em todo o território angolano e no exterior, tem início em Setembro e decorre até Dezembro próximo e a segunda fase está agendada entre 5 de Janeiro e 31 de Março de 2022.

O “agravamento da situação social e económica do país, com o aumento da pobreza, a generalização de focos de fome e malnutrição nas crianças, a falência das empresas, o aumento do desemprego” e outros foram igualmente deplorados pela UNITA.

O comité permanente da UNITA manifesta também “grande preocupação pela crise que prevalece nos sistemas de saúde e ensino”, referindo que mais de cinco milhões de crianças não poderão estudar neste ano lectivo (2021/2022), que arranca oficialmente na quarta-feira, devido à “falta de professores e de estabelecimentos de ensino”.

Segundo ainda o partido liderado por Adalberto da Costa Júnior, a luta contra a corrupção, um dos eixos de governação do Presidente angolano, João Lourenço, “continua selectiva, punindo uns poucos e protegendo outros pelo uso abusivo da contratação simplificada”.

Falta acabar 1992. É isso, não é?

A UNITA considera de baixaria os ataques à figura do seu presidente e lembra que, devido ao conflito armado, muitos dirigentes, incluindo personalidades do partido governante, viram-se forçados a obter duas ou mais nacionalidades, como aconteceu com Adalberto da Costa Júnior, que, prontamente, renunciou à sua segunda cidadania.

“O comunicado do Bureau Político do partido que governa não fez senão destilar ódio, semear discórdias, desviando as atenções da opinião pública nacional e internacional. O Comité Permanente da Comissão Política conclui que o mesmo reflecte algum nervosismo resultante da extrema exposição causada pela incapacidade de atender às aspirações dos cidadãos e pelo massacre de Cafunfo levado a cabo pelas forças de defesa e segurança, cujas ordens partiram de membros com assento nesse Bureau Político”, lê-se num comunicado da UNITA, que “entende que não é insinuando racismo e xenofobia, nem destilando raiva contra o líder do maior partido na oposição que se resolvem os problemas de Angola”.

Pelos vistos, mau grado o MPLA estar determinado a decapitar (cortar a cabeça) a UNITA, já que as sucessivas tentativas políticas para a transformar num bode expiatório estão a ser um monumental fracasso, parece que ninguém no Galo Negro leva a sério o premonitório aviso de Jonas Savimbi: “Vocês estão a dormir e o MPLA está a enganar-vos”.

O partido fundado por Jonas Savimbi, apela há vários meses, por isso, “às famílias angolanas, às Igrejas e à sociedade em geral, a não se deixarem levar por essa onda que procura distrair os angolanos e impedi-los de buscar os caminhos para o progresso e bem-estar de todos”.

Num comunicado do início deste ano, afirmava observar “a utilização abusiva dos órgãos de comunicação social sob controlo do Executivo, que assumiram invariavelmente o papel de juízes, condenando os manifestantes de Cafunfo, com base única nas declarações parciais do ministro do Interior e do comandante geral da Polícia, bem como a propaganda baixa e os ataques despropositados e mentirosos que são levados a cabo contra a UNITA e a sua direcção, muito particularmente o seu presidente, Adalberto da Costa Júnior, esquecendo o princípio do contraditório, regra basilar de um verdadeiro jornalismo sério, isento e comprometido com a verdade dos factos”.

A UNITA diz não aceitar “ser transformada em bode expiatório dos problemas de desgovernação do regime, nem da incapacidade congregadora do Presidente da República, João Lourenço” e reitera “o seu compromisso com a liberdade do povo angolano e reafirma a sua pré-disposição para o diálogo com as instituições do Estado para se reverter o actual quadro e abrir caminho para um futuro airoso para os angolanos na sua pátria comum e apela a todos angolanos a manterem-se calmos e serenos”.

No mesmo comunicado a UNITA congratulou-se com as igrejas que prontamente denunciaram os massacres no Cafunfo, “assumindo uma postura de elevação moral e ética, sem quaisquer reservas”.

Esta reacção deve-se ao criminoso comunicado em que o Bureau Político do MPLA assestou as suas baterias para “líderes políticos sem escrúpulos, que afinal são cidadãos estrangeiros e por isso executam uma agenda política contrária aos interesses de Angola e dos angolanos”.

“Os que querem a instabilidade de Angola deviam saber que quando um grupo de cidadãos nacionais e estrangeiros munidos com armas de fogo, armas brancas e objectos contundentes ataca de madrugada uma esquadra policial, um quartel militar ou algum órgão da Administração do Estado ou algum órgão de soberania, não está a fazer uma manifestação, mas sim uma rebelião armada que merece da parte de qualquer Estado uma vigorosa reacção”, afirmou aquela caixa de ressonância do MPLA num comunicado que acrescenta estar a assistir-se a ”uma tentativa de divisão dos angolanos, de incitação ao tribalismo, ao regionalismo, para quebrar a unidade nacional tão bem preservada até aqui”.

Desde que, em 2002, assinou a capitulação, para a UNITA o “diálogo franco e abrangente foi, é e continuará a ser o melhor caminho para a solução dos problemas que afligem a sociedade angolana, consubstanciados na falta de emprego, elevado custo de vida e o adiamento das autarquias locais vistas como uma ponte para o desenvolvimento das comunidades”.

José Eduardo dos Santos até vislumbra na sua sombra um golpe de Estado. João Lourenço vive sob o efeito do mesmo fantasma. É típico dos ditadores que estão a ver o seu regime a chegar ao fim da picada. E há 46 anos que Angola tem o mesmo regime. Talvez por isso Eduardo dos Santos tenha tido ao seu lado gente como os generais Zé Maria (chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar – SISM), Kopelipa (chefe da Casa de Segurança do presidente da República), Eduardo Octávio (chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado – SINSE) e João Lourenço como ministro da Defesa.

E talvez por isso, como em Maio de 1977, mandou decapitar, fuzilar, ou entrar na cadeia alimentar dos jacarés todos os que sonhavam com um futuro melhor, mais igualitário e mais fraterno para os angolanos. Os seus generais até mataram um miúdo, um menino, que só queria saber porque é que deitaram abaixo a cubata dos seus pais.

É este o regime que João Lourenço mantém incólume no essencial, tendo apenas alterado algumas partes acessórias.

A guerra legitimou tudo o que se consegue imaginar de mau no carácter de alguém, no modus operandi de um partido que domina o país há 46 anos. Permitiu ao MPLA perpetuar-se no poder, tal como como permitiu que a UNITA dissesse que a guerra era (e pelo que se vai vendo até parece que teve razão) a única via para mudar de dono do país.

É claro que, é sempre assim nas ditaduras, o povo foi sempre e continua a ser (as eleições não alteraram a génese da ditadura, apenas a maquilharam) carne para canhão.

Por outro lado, a típica hipocrisia das grandes potências ocidentais, nomeadamente EUA e Europa, ajudou a dotar o MPLA com o rótulo de grande partido com lugar cativo na Internacional Socialista. Rótulo que não corresponde minimamente ao produto. Essa opção estratégica de norte-americanos e europeus tem, reconheça-se, razão de ser sobretudo no âmbito económico.

É muito mais fácil negociar com um regime ditatorial do que com um que seja democrático. É muito mais fácil negociar com alguém que, à partida, se sabe que irá estar na cadeira do poder dezenas de anos, do que com alguém que pode ao fim de um par de anos ser substituído pela livre escolha popular.

É, como acontece desde sempre com o MPLA, muito mais fácil negociar com o líder de uma seita que representa quase 100 por cento do Produto Interno Bruto, do que com alguém que não seja dono do país mas apenas, como acontece nas democracias, representante temporário do povo soberano.

Desde 2002, o MPLA tem conseguido fingir que democratiza o país e, mais do que isso, conseguiu (embora não por mérito seu mas, isso sim, por demérito da UNITA) domesticar completamente todos aqueles que lhe poderiam fazer frente.

Angola esteve, está e estará (faz parte do ADN do MPLA) entre os países mais corruptos do mundo. A taxa de mortalidade infantil é das mais altas do mundo. E, é claro, o Povo continua a ser gerado com fome, a nascer com fome, e a morrer pouco depois… com fome.

Recordemos que, por exemplo, o então ministro Georges Chikoti disse não estar preocupado com a campanha internacional para a libertação dos então presos políticos (Revús) em Angola, jurando que eles estavam a preparar um golpe de Estado. Nada mais, nada menos. Um golpe de Estado.

Os activistas, então detidos, não eram presos políticos, afirmou o na altura ministro das Relações Exteriores, mantendo – como lhe foi ordenado pelo “querido líder” e por uma questão de sobrevivência – a tese de que os jovens activistas tinham mísseis escondidos nas lapiseiras, Kalashnikovs camufladas nos telemóveis e outro armamento pesado e letal disfarçado nos blocos de apontamentos. Só assim se compreende que estivessem a preparar um golpe de Estado.

A campanha internacional pela libertação dos activistas mostrou, aliás, que todos se esquecem que o MPLA é o único representante de Deus na Terra e que, por isso, tem poderes adivinhação que o levam até a saber com exactidão milimétrica o que as pessoas pensam.

Foram, aliás, esses poderes que permitiram a prisão dos jovens em flagrante delito: estavam nesse momento a pensar numa solução para derrubar o MPLA. E isso constitui só por si matéria de facto para os mandar matar.

Além disso, não foram necessárias outras provas. Para que serviriam ao regime as armas (as tais que estavam camufladas), ou os milhões de guerrilheiros (os tais que estavam no quintal debaixo da mangueira)? Saber o que os jovens pensavam foi condição sine qua non.

Vejamos a explicação de Georges Chikoti: “Angola é um país democrático, tem partidos políticos que participam no Parlamento. O que não se pode aceitar é que as pessoas queiram utilizar a violência como via de atingir ou alcançar o poder político”.

Quando Georges Chikoti falava, com todo o conhecimento de causa, de violência estava, obviamente, a referir-se à revolta militar que o tal exército dos jovens tinha em mente, caso não estivesse tanto calor debaixo da mangueira.

Vir agora dizer-se que o regime não sabe conviver com o contraditório e revela uma das suas facetas mais marcantes, a intolerância, é não compreender o ADN do MPLA, em que o ponto mais alto foi o massacre de milhares e milhares (talvez 80 mil) de angolanos no dia 27 de Maio de 1977.

É, aliás, não compreender que o regime do MPLA está de tal maneira moribundo que até manda prender e matar a sua própria sombra. Aliás, até mandou assassinar a tiro um “puto” que não gostou de ver os militares deitarem abaixo a “casa” dos seus pais.

De facto, tudo isto mostra que o regime do MPLA está morto, só ainda não sabe. E, convenhamos, como ainda não sabe não terá problemas em completar o que deixou a meio em 1992: o aniquilamento de cidadãos Ovimbundus e Bakongos, onde morreram 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA, Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral, Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili.

fonte: folha8

Total de visualizações de página