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sexta-feira, 20 de julho de 2012

CPLP reafirma condenação do golpe de Estado na Guiné-Bissau.

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CPLP reafirma condenação do golpe de Estado na Guiné-Bissau

Na 9ª cimeira, esta sexta-feira (20.07), em Maputo, a CPLP reiterou o apoio ao governo deposto da Guiné-Bissau, adiou a adesão da Guiné Equatorial e decidiu criar um Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional.
O encontro dos chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) era aguardado com bastante expetativa. Em cima da mesa estavam dossiers quentes, como a situação interna da Guiné-Bissau, após o golpe de Estado de 12 de abril, a possível adesão da Guiné-Equatorial à comunidade lusófona e ainda as eleições em Angola, que se realizam a 31 de agosto.
O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, representou o país na 9ª cimeira da CPLP
O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, representou o país na 9ª cimeira da CPLP
Em relação à Guiné-Bissau, a CPLP reafirmou o seu apoio ao governo deposto e comprometeu-se a fazer um "acompanhamento regular da situação interna” do país, “com vista à normalização política, institucional e social", segundo consta na declaração final da conferência, divulgada pela agência de notícias Lusa. A comunidade lusófona defendeu ainda a realização de uma reunião nas Nações Unidas para elaborar uma estratégia que permita restaurar a ordem constitucional no país.

Na cimeira, na capital de Moçambique, a Guiné-Bissau foi representada por membros da autoridade deposta no golpe de Estado, nomeadamente por Raimundo Pereira, Presidente interino, e por Mamdou Djaló Pires, que ocupava o cargo de chefe da diplomacia guineense.

Angola foi também tema de discussão, em particular em relação às eleições gerais agendadas para 31 de agosto. Na declaração final do encontro, a CPLP manifestou "disponibilidade" para enviar "uma missão de observação”.

Ainda não
Teodoro Obiang Nguema, Presidente da Guiné Equatorial, vê adiada a adesão do país à comunidade lusófona
Teodoro Obiang Nguema, Presidente da Guiné Equatorial, vê adiada a adesão do país à comunidade lusófona
O pedido de admissão da Guiné-Equatorial como membro de pleno direito da organização voltou, novamente, a não ser aceite. A CPLP elogiou os esforços desenvolvidos pelas autoridades do país, com vista ao cumprimento do programa de adesão.

Mas ainda assim, os líderes das nações lusófonas consideraram que a Guiné-Equatorial, presidida por Teodoro Obiang, deve continuar a trabalhar com vista à implementação do roteiro acordado para a sua admissão. E, ao contrário do que aconteceu há dois anos na reunião de Luanda, não foi estipulado um prazo para voltar a debater o assunto.

Vai haver um Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da lusofonia

O tema central da 9ª cimeira de chefes de Estado e de governo da CPLP era a segurança alimentar e nutricional. Nesse sentido, a organização aprovou a criação de um Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional.

O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, que assumiu a presidência rotativa da CPLP, para os próximos dois anos, afirmou que “a aprovação deste importante mecanismo simboliza a reafirmação clara e inequívoca do nosso compromisso com a erradicação da fome e da pobreza”.
Armando Guebuza, chefe de Estado de Moçambique, país que assume a liderança rotativa da CPLP
Armando Guebuza, chefe de Estado de Moçambique, país que assume a liderança rotativa da CPLP
Uma outra decisão da cimeira tem que ver com a revisão dos estatutos da organização. Segundo Guebuza, “as inovações introduzidas permitirão a adequação funcional, institucional da nossa comunidade aos desafios contemporâneos, particularmente no domínio da paz, estabilidade no seio da CPLP. Um dos desafios está ligado à situação que se vive na Guiné-Bissau”.

Sob a presidência de Moçambique, até 2014, Armando Guebuza anunciou que “iremos centrar a nossa ação na promoção, no reforço da cooperação em busca de sinergias para assegurar a implementação da estratégia da segurança alimentar e nutricional da CPLP, sempre em articulação com os Estados membros. Iremos, igualmente, continuar a promover uma maior aproximação da CPLP aos diversos parceiros, tais como a sociedade civil, as instituições académicas, o sector privado e as organizações especializadas da família das Nações Unidas”.

A Declaração de Maputo, divulgada no final do encontro, recomendou “o desenvolvimento de esforços para a implementação do Acordo Ortográfico, instando à sua ratificação". 
Domingos Simões Pereira termina as funções de secretário executivo da CPLP, cargo que passa para Isak Murargy
Domingos Simões Pereira termina as funções de secretário executivo da CPLP, cargo que passa para Isak Murargy
A cimeira da CPLP elegeu o diplomata moçambicano de carreira Isak Murargy para ocupar o cargo de secretário executivo da organização. Um dos convidados da cimeira foi o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que na sua intervenção reiterou o empenho da União Europeia em contribuir para o desenvolvimento e consolidação da CPLP, organização com a qual, segundo disse, partilha valores e princípios.

Durante a sessão de encerramento foi atribuído, pela primeira vez, o Prémio José Aparecido de Oliveira ao antigo Presidente do Brasil, Lula da Silva. Foram igualmente homenageados a título póstumo os antigos Presidentes Aristides Pereira, de Cabo verde, Francisco Xavier do Amaral, de Timor-Leste, e Malan Bacai Sanhá, da Guiné-Bissau.

A próxima cimeira da CPLP terá lugar em Díli, a capital timorense, em 2014.

Autor: Leonel Matias (Maputo)
Edição: Glória Sousa / Cristina Krippahl
fonte: DW

Angola: As maravilhas da medicina tradicional.

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Medicamentos tradicionais como cola e gengibre são vendidos nos mercados dos Congolenses e São Paulo e procurados por muitos cidadãos que acreditam na medicina natural
Fotografia: M. Machangongo
A medicina tradicional é eficaz na cura de muitas doenças físicas e mentais. Resulta da combinação de conhecimentos, habilidades e práticas baseadas em teorias, crenças e experiências usadas para prevenção, diagnóstico e tratamento. 
O terapeuta tradicional é reconhecido pela sua comunidade por ser competente para prestar cuidados de saúde, baseados nos conhecimentos tradicionais, sejam eles religiosos culturais ou sociais, e que visam o bem-estar mental, físico e social. Maria dos Santos, 59 anos, vende medicamentos naturais no mercado dos Congoleses, antigo Caputo, desde 2007. Fornece aos clientes desde cola, gengibre, pele de jacaré, diala miango, raiz de coqueiro e outros remédios usados na medicina tradicional. 
A vendedora diz que a pele de jacaré serve para curar doenças dos brônquios: “a pele é assada no carvão, depois pisa-se no pilão. O pó resultante põe-se num copo com água e dá-se a mistura a beber aos bebés e adultos que tenham problemas dos brônquios. O medicamento deve ser tomado duas vezes por dia, de manhã e à noite”.
Mas Maria dos Santos sabe mais: “a junção da raiz do coqueiro com dicaxi cura o paludismo. Juntam-se as duas raízes numa cafeteira, deixa-se ferver e depois os doentes bebem o chá até ficarem bons”.  
O brututu cura a biliose. O chá é feito com dicaxi e raiz de coqueiro. A mandioca macho também é usada numa mistura com “diala miango” para dar potência sexual aos homens. Colocam-se as raízes na água. O “doente” depois bebe a infusão e mastiga a mandioca. Maria dos Santos diz que é infalível.
A raiz “ngadiola” (parece um feijão grande) serve para curar a febre tifóide: “tem de se mastigar um por dia, até passar a doença”. A vendedora disse ainda que estes medicamentos são bons e se forem bem usados dão excelentes resultados. Atenção! Alguns medicamentos naturais não podem ser misturados com remédios químicos ou bebidas alcoólicas. 
Jorgina Afonso, 25 anos, trabalha com a avó no mercado dos Congoleses há dois e colhe a sua experiência todos os dias. Desde que tomou contacto com os remédios tradicionais já consegue receitar as doses aos doentes.
Lamparina mágica

“Esta lamparina serve para fazer fumaça e expulsa os maus espíritos de casa. Esta pedra brilhante ou dilingonde, combate o mau-olhado e anula o veneno”, explicou Jorgina Afonso. No mercado de São Paulo, antigo Chamavo, o cenário é idêntico. A venda de plantas medicinais dá o sustento a muitas famílias. 
Os doentes não se queixam e muitos comprovaram que os “milongos” curam mesmo. Teresa Teixeira, 52 anos, há 25 que trabalha no mercado de São Paulo: “trabalho desde muito jovem com plantas medicinais, foram os meus avós que me ensinaram e sempre resultou. O nosso desejo é mesmo fazer uma parceria com o Executivo, para adquirirmos mais conhecimentos e aprendermos a dosear a medicação” disse.
A vendedora reforçou: “os nossos pais sempre que ficávamos doentes tratavam-nos com plantas”. Teresa Teixeira diz que se alguém parte a perna ou um braço “não é necessário ir ao hospital, põe-se a casca de mucumbi no local da fractura e passados alguns dias a pessoa fica boa”, reforçou.

Trabalhar o íntimo

“A medicina tradicional é diferente do espiritismo, que trabalha mais o íntimo. O psicológico vem dos nossos antepassados. Para saber se alguém está possuído de um espírito maligno tem de passar por rituais. Alguns kalundus só saem por acção de grandes mestres. É difícil acalmar certos espíritos, por que podem ser dos avós, bisavós, tios e outros parentes directos do doente”, afirmou.
A vendedora, 52 anos, disse que quando os espíritos aparecem (sobem) pedem o que for necessário para ser feito o tratamento: “carvão podem ser dois sacos, batuque, esteira e chifre de boi. 
Daí começa-se a tocar o batuque e o chifre de boi. A pessoa possuída pelos espíritos mergulha no fogo feito com dois sacos de carvão até os kalundus subirem e pedirem o necessário para o tratamento. Se o doente sair da fogueira sem queimaduras quer dizer que o espírito é verdadeiro, senão é falso”.
Teresa Teixeira disse também que os santos têm a ver com a kianda: “há alguns que se misturam com os kalundus, mas é raro. Existem os santos da água e da igreja, tudo começa pelos sonhos e termina sempre na água”. Também há crianças doentes com “mondona” e passam mal: “é quando o pai ou a mãe abandonam os filhos e eles só querem o cheiro dos pais. Então damos a roupa às crianças para sentirem o cheiro”. Com medicamentos naturais são tratadas doenças como a meningite: “é tratada com unhas de pássaro (orococo) golpeia-se o dedo do bebé corta-se um pouco a unha do pássaro e faz-se o trabalho”.
Atenção aos doentes com ácido úrico ou gota: “o doente não pode comer feijão, galinha e ovo. O tratamento é fácil, golpeia-se o dedo do doente corta-se a galinha na pata. Une-se o sangue dos dois”. Santa Luzia, 44 anos, disse ao Jornal de Angola que desde criança trabalha com remédios tradicionais. 
“Sou herdeira da minha mãe, é um dom de família. Aqui neste mercado vendo de tudo desde peles de animais, tubérculos, folhas de plantas medicinas, caveiras de macaco, cada um tem o seu fim”, afirmou. A vendedora disse: “se pudermos associar-nos e trabalhar com o Executivo a favor da boa saúde da população vai ser uma alegria porque há doenças que só o ramo da medicina tradicional pode tratar”. A pele de jibóia fervida serve para partos difíceis. A pele de macaco cozida ou moída combate vertigens e tonturas.
Os pelos de coelho curam queimaduras. A terra do morro de salalé serve para fechar a cabeça aberta em bebés recém-nascidos. 
Caveira de macaco cura cabeça aberta. Chifre de boi chama os espíritos na hora do chinguilamento. As tripas da jibóia e a coluna vertebral servem para tratar a mulher que não consegue dar à luz, ajudam a expulsar o feto.
As penas de pássaros, galos, galinhas e patos usam-se para dar banho de chinguilamento. Unha de águia combate o mau-olhado, a gota e os bebés que se assustam de noite “não se assustam mais”. As missangas são boas para rituais espiritistas e as vassouras de mateba servem para tirar o mau-olhado do corpo.

Medicina natural

A medicina natural ganhou espaço na sociedade angolana e hoje ocupa um lugar de destaque. A ervanária Xandala é antiga no tratamento com plantas medicinais em Angola.  Com 44 mil clientes, a ervanária Xandala está aliada à Associação dos Centros e Ervanárias de Medicina Natural (MENA), que também trabalha no ramo. Morina de Sousa, terapeuta, há dez anos trocou a medicina convencional pela natural por acreditar que desta forma salva mais vidas. 
Os doentes que procuram esta parte da medicina tradicional recebem uma orientação sobre a medicação e a alimentação ou como devem viver em sociedade para evitar determinadas doenças: “o paciente tem de ter consciência do tratamento que está a fazer, porque se não cumprir com a medicação não tem como obter resultados positivos, por isso toda a cura depende da fidelidade do paciente durante o tratamento” disse a terapeuta.
A medicina natural tem a sua parte química e por isso, ao ser feita a medicação, deve-se ter cuidado com o tempo que é dado pelo terapeuta para tomar os chás e xaropes. 
A ervanária Xandala tem uma horta na Funda onde faz a colheita, secagem e embalagem de alguns medicamentos: “os nossos produtos são feitos por nós” afirmou  Morina de Sousa.

Função dos medicamentos

Uma papa de folhas, sementes, ginguba e fuba de milho serve para defender o organismo porque actua como vitamina. O sisal serve para tratar doenças como o paludismo e a febre tifóide. Amoreiras utilizam-se para gargarejos, inflamações nas amígdalas, dor de dentes e de garganta, vermes, feridas, diabetes e dor de bexiga. A folha da bananeira é utilizada para banhos, úlceras, azia, asma e tosse rebelde. O manjericão alivia as dores intestinais e de estômago, é tónico e estanca o sangue. O vinagre de maçã baixa o colesterol, combate a artrite, a azia, o reumatismo, a dor de bexiga. 
Paulo Kapela tem larga experiência no campo da medicina tradicional: “vem dos nossos antepassados, os pais passam testemunho de geração em geração. Eu aprendi tudo o que sei com os meus avós e pelos caminhos que percorri n no Congo Democrático, Congo Brazaville e Maquela do Zombo”, afirmou.

Opinião do público

Joaquina Gomes, funcionária pública, acha importante o Executivo trabalhar com os terapeutas tradicionais e ervanários porque “se serve para salvar vidas então é bem-vindo, muitos ao irem aos hospitais não são curados e vão aos médicos tradicionais ou ervanárias e são curados. Tenho uma irmã que não conseguimos tratá-la no hospital, levámo-la a uma ervanária e ficou curada”.

Sérgio Quintas, vendedor ambulante, disse “há muito preconceito por parte da população, nós no mato nunca tomamos remédios, só ervas que os nossos avós iam buscar na mata e depois de preparar davam-nos a beber e ficávamos curados”, afirmou.

Tânia Silva, funcionária pública, afirmou que é louvável o Executivo trabalhar com pessoas que conhecem a fundo a  medicina tradicional para a­poiar os hospitais quan­do não puderem dar resposta a certas doenças”.


fonte: Jornal de Angola


Cimeira da CPLP hoje em Maputo.

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Fernando da Piedade Dias dos Santos está na cidade de Maputo para apresentar a posição do país sobre segurança alimentar
Fotografia: Mota Ambrósio | Maputo


O Vice-Presidente da República está desde ontem, em Maputo, para em representação do Presidente José Eduardo dos Santos participar, hoje, na IX Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Fernando da Piedade Dias dos Santos recebeu cumprimentos de despedida, no aeroporto 4 de Fevereiro, dos ministros da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, da Família e Promoção da Mulher, Genoveva Lino, e da Educação, Pinda Simão.
Na cimeira, que tem por lema “A CPLP e os desafios da segurança alimentar e nutricional”, Moçambique assume, durante no encontro, a presidência rotativa da organização. O tema da cimeira está relacionado com a estratégia de segurança alimentar e nutricional da CPLP, aprovada em 2011, cujo objectivo é contribuir objectivamente para a erradicação da pobreza nos países-membros, com reforço da coordenação entre os Estados.
O encontro de hoje foi antecedido da XXIV reunião dos Pontos Focais de Cooperação, da reunião do Grupo Técnico de preparação do 155º Comité de Concertação Permanente e do encontro do Comité Permanente.
Ontem decorreu a XVII reunião ordinária do Conselho de Ministros, que preparou os documentos que são submetidos hoje à Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade.

Angola passa a presidência

A cidade de Maputo acolhe hoje a 9ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), no encontro em que Angola passa a presidência da organização a Moçambique.
Na hora do balanço sobre a presidência angolana, o secretário executivo cessante da CPLP, Domingos Simões Pereira, afirmou ontem, em Maputo, que o desempenho de Angola ficou marcado pela mobilização da sociedade civil e associações profissionais em programas em prol da comunidade.
Em declarações aos jornalistas, Domigos Simões Pereira incluiu no leque de sucessos da presidência angolana os progressos registados nos domínios da saúde e educação. “É preciso termos em atenção que a CPLP não é uma estrutura supra-estadual, mas uma emanação dos Estados”, referiu, acrescentando que os oito países membros devem estar satisfeitos com tudo o que a organização conseguiu ao longo destes  anos.
O secretário executivo cessante garantiu que Moçambique está pronto para assumir a presidência da organização, quer do ponto de vista logístico quer de continuidade dos projectos.
Domingos Simões Pereira disse acreditar que a CPLP vai sair desta cimeira com orientações muito claras, que vão permitir com que os diferentes desafios da organizacao conheçam desenvolvimentos  positivos. Os Estados membros, acrescentou, têm em comum uma vocação para a agrícultura, que pode facilitar os desafios da segurança alimentar e nutricional, escolhido como tema da cimeira.

Guiné-Bissau


Sobre a crise na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira lembrou que a CPLP, ao exigir a reposição da ordem constitucional, está a reconhecer a necessidade de assistência e apoio àquele país.
Convidado a comentar sobre o Governo de transição instituído naquele país, depois do golpe de Estado de 12 de Abril, disse apenas que “o princípio democrático é reconhecido pelo povo como a única instância para a escolha dos seus representantes”. Deixou claro, no entanto, que este Governo não vai ser aceite na cimeira de Maputo.
Em relação ao processo de adesão da Guiné-Equatorial à CPLP, Domingos Simões Pereira disse que parte para Maputo com “posições bastante claras”. Lembrou que, a partir da cimeira de Luanda, realizada em 2010, a questão do ingresso da Guiné-Equatorial na organização deixou de ser uma simples decisão, mas um processo.
Segundo Domingos Simões Pereira, o pedido de adesão foi aceite pelos Estados-membros, que instruíram a abertura de um processo. O secretário executivo cessante salientou que a CPLP vai continuar a desenvolver acções de proximidade com aquele país, mas o pedido de adesão deve ser avaliado periodicamente.
O embaixador de Angola na CPLP, Hélder Lucas, que coordena o comité permanente que prepara a agenda da reunião dos chefes de Estado e de Governo, disse que o evento vai adoptar várias resoluções sobre a segurança alimentar e nutricional dos Estados-membros e aprovar a constituição do Conselho Económico e Social da organização lusófona.
Em declarações aos jornalistas, à margem dos encontros preparatórios da cimeira, Hélder Lucas disse que, ao longo dos 16 anos da sua existência, a CPLP ganhou prestigio e os Estados-membros intensificaram a cooperação entre si. “A CPLP, ao longo destes anos, tem ganho prestígio e notoriedade”, declarou o diplomata angolano, apontando a cultura e a língua comum como as principais bases de identidade em que assenta a amizade e a cooperação entre os diferentes Estados-membros.

Situação alimentar estável


O director nacional de segurança alimentar do Ministério angolano da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, David Tunga, que participou nas reuniões técnicas da cimeira dos Chefes de Estado, considetou “estável” a situação alimentar em Angola.
“Apesar dos contratempos devido à escassez de chuvas que afectou o país, sobretudo a  faixa litoral, a situação alimentar em Angola pode ser considerada estável”, afirmou David Tunga, para quem o conjunto de programas que o Executivo está a implementar visa melhorar a segurança alimentar da população.
David Tunga assinalou que decorre no país um programa de reabilitação da rede viária e a criação de perímetros irrigados. O responsável lembrou que Angola, na qualidade de presidente da CPLP, desempenhou um papel fundamental na elaboração e aprovação da estratégia de segurança alimentar e nutricional da organização.
A estratégia de segurança alimentar e nutricional da CPLP visa dar maior dignidade à população, sobretudo no meio rural, para a qual pretende levar um conjunto de  programas no âmbito da agricultura e pescas, com intervenções pontuais do sector privado e da sociedade civil.
Os chefes de Estado e de Governo testemunham na cimeira de Maputo o lançamento do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP, uma instância que vai conduzir as políticas e programas em torno do desenvolvimento na comunidade.

fonte: Jornal de Angola

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