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domingo, 15 de abril de 2012

Comunidade internacional condena os recentes acontecimentos político-militares na Guiné-Bissau.

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Guiné-Bissau

Na quinta-feira, um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial e ocupou vários pontos estratégicos da capital. Ação que já suscitou diversas reações internacionais.
A ação foi justificada, em comunicado, por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como um ato de defesa das Forças Armadas perante uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada por Carlos Gomes Júnior e pelo chefes de Estado interino, Raimundo Pereira.
União Africana
A União Africana (UA) condenou "veementemente" os recentes acontecimentos político-militares na Guiné-Bissau e avisou que não tolerará tomadas de poder pela força.

 
 Jean Ping, presidente da comissão da UA, lamentou os últimos acontecimentos na Guiné-Bissau
Em comunicado emitido a partir da sede da organização, em Addis Abeba, o presidente da comissão da UA, Jean Ping, afirmou que o bloco continental "não aceitará nenhuma tomada de poder anticonstitucional e nenhuma intenção de prejudicar o processo democrático na Guiné-Bissau”.

Apelando aos militares guineenses que honrem "o seu compromisso de prestar serviço sob a autoridade das instituições constitucionalmente estabelecidas", a UA lamenta ainda que "estes acontecimentos ocorram mesmo antes do início da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais", marcada para 29 de abril.
CEDEAO
Antes, uma outra organização africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), tinha condenado o que classificou como "tentativa de golpe de Estado" na Guiné-Bissau.
“A CEDEAO condena com toda força uma tal tentativa”, declarou em Abidjan, capital da Costa do Marfim (país que preside atualmente a CEDEAO) Daniel Duncan, ministro marfinense dos Negócios Estrangeiros.
Cabo Verde
O governo da Cidade da Praia apelou para o "bom senso" dos "intervenientes" na Guiné Bissau e expressou "preocupação" face aos acontecimentos de quinta-feira à noite em Bissau.


 
 O governo cabo-verdiano, liderado por José Maria Neves, está a acompanhar a situação na Guiné-Bissau com preocupação
Num comunicado, o executivo de José Maria Neves reitera que tem "acompanhado com preocupação" as informações e apela ao bom senso para que vidas humanas sejam preservadas.
Cabo Verde apelou ainda para o "retorno ao normal funcionamento das instituições legalmente constituídas, como garantia da estabilidade política nacional".
Portugal
Também o que se passa na Guiné-Bissau foi descrito como um "golpe de Estado" pelo Presidente da República português. Cavaco Silva e o governo já exortaram os autores do "golpe militar" no sentido da libertação dos políticos detidos.

O Presidente Cavaco Silva, ao condenar “o golpe de Estado na Guiné-Bissau na noite passada", apelou a uma posição "firme e determinada" da comunidade internacional.
O Presidente português disse ainda que cabe à comunidade internacional, ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), à União Africana (UA), à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tomarem as "medidas necessárias para o restabelecimento da ordem constitucional e para a criação das condições necessárias para que a segunda volta das eleições presidenciais tenha lugar, como está marcado, no próximo dia 29".

 
 Cavaco Silva, Presidente de Portugal, apelou à lidertação dos detidos no golpe militar guineense
Por seu turno, num comunicado, o ministério português dos Negócios Estrangeiros "rejeita todo e qualquer ato de violência e insta os autores do golpe militar a respeitar a integridade física das autoridades democráticas guineenses e a proceder à libertação dos que estão detidos", refere o documento, sublinhado que "qualquer sinal contrário a estes princípios, que integram também o direito humanitário internacional, será totalmente inaceitável para a comunidade internacional".
De acordo com o mesmo comunicado, Portugal vai defender uma posição firme junto da CPLP e vai promover a "atenção" do Conselho de Segurança da ONU sobre os acontecimentos que se registam na Guiné Bissau.
A Assembleia da República Portuguesa aprovou, esta sexta feira (13.04), por unanimidade um voto de condenação de "um novo golpe militar" na Guiné-Bissau, apelando a que seja "preservada a integridade física" dos responsáveis políticos guineenses e à reposição da "normalidade constitucional".

O Parlamento português sublinha ainda que espera "que a CPLP tome também uma posição rápida para contribuir para a reposição da normalidade constitucional", lembrando que a CEDEAO e o governo português já condenaram o ocorrido na Guiné-Bissau.
Joaquim Chissano
O ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano exortou, esta sexta feira, a comunidade internacional para prestar uma assistência permanente de longo prazo à Guiné-Bissau visando ajudar o país a "autoeducar-se na cultura da paz e da democracia".

 
 Segundo o ex-Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, a Guiné-Bissau precisa de "autoeducar-se na cultura da paz"
Chissano lamentou, por outro lado, o recurso sistemático à violência para a resolução de diferendos, advogando a articulação da comunidade internacional na pacificação do país. Segundo Joaquim Chissano, “é preciso muito bom trabalho de mobilização para a promoção do relacionamento entre as forças armadas e o poder civil e isso vai pedir uma assistência internacional mais permanente, de longo termo, para que os guineenses se possam educar na cultura da paz e da democracia", enfatizou o ex-estadista moçambicano.
Joaquim Chissano apontou a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEA) e as Nações Unidas como entidades cruciais na estabilização da Guiné-Bissau.
EUA
Os Estados Unidos da América, através da embaixada em Dacar, no Senegal, reclamaram esta sexta-feira a reposição da "liderança legítima do poder civil" na Guiné-Bissau na sequência da intervenção militar de quinta-feira à noite. "Exortamos todas as partes a depôr as armas e a restaurar a liderança legítima do poder civil", apelou, em comunicado, a embaixada norte-americana no Senegal, que cobre também a Guiné-Bissau.
“É lamentável que os elementos do exército guineense tenham escolhido comprometer o processo democrático na Guiné-Bissau", criticou a embaixada, em texto citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Autor: António Rocha (com a LUSA / AFP / EFE )
Edição: Glória Sousa
fonte: DW

Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira estão bem, dizem militares.

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Guiné-Bissau

A história repete-se. As movimentações militares da noite de quinta-feira (12.04) não foram inesperadas. O Presidente interino e o primeiro-ministro cessante estão detidos mas encontram-se bem.
O corresponde da Lusa em Bissau, Fernando Peixeiro, faz um pequeno filme dos acontecimentos: „A noite foi um pouco confusa, ao início da noite os militares saíram para as ruas, fecharam algumas ruas. Entre as 20 e as 21 horas ouviram-se tiros de metralhadora e de armas pesada. A zona onde residia o primeiro-ministro e o Presidente da República interino  esteve interditada. Havia pessoas em fuga, muita gente a tentar fugir do centro de Bissau”.
Ao início da noite de quinta-feira, em Bissau, as Forças Armadas ocuparam as instalações da Rádio Nacional e a sede do partido no poder, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).
Várias rádios foram silenciadas e também a TGB, Televisão da Guiné-Bissau.  Em simultâneo  os militares guineenses detiveram o Presidente interino, Raimundo Pereira, e atacaram com armamento pesado a casa do primeiro-ministro cessante Carlos Gomes Júnior.

 
 Raimundo Pereira, presidente interino da Guiné-Bissau, encontra-se detido pelos militares
Segundo a agência Lusa, o porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau garantiu, ao final do dia desta sexta-feira, aos jornalistas na capital guineense que os dois políticos “estão bem”.
Motivações étnicas?
Há muito que os analistas previam um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau, ou pelo menos o afastamento pelos militares de Carlos Gomes Júnior.
Embora se desconheça quem esteja por detrás dos militares em rebelião há contudo duas figuras possíveis que se cruzam na análise: uma é o ex-presidente Kumba Ialá outra o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai.

 
 Golpe militar na Guiné-Bissau era esperado
Alix Pierre professor de jornalismo em Bissau pensa que “por detrás de tudo isto poderá estar um laço étnico entre os militares e Kumba Ialá. A etnia Balanta é maioritária e tudo o que se passa está relacionado com a etnia Balanta no poder. Mas eu não posso confirmar que Kumba Ialá esteja por detrás de tudo isto porque os militares  no comunicado não disseram nada de concreto”, afirma.
Recorde-se que horas antes das movimentações militares, Kumba Ialá disse recusar-se disputar a segunda volta por considerar que a primeira foi fraudulenta. Em conferência de imprensa o líder do PRS disse que nos próximos 15 dias iria "formar e reforçar" as estruturas de base do seu partido que "vai estar no terreno para ver quem avança para a campanha".
Questionado sobre se essa posição era uma ameaça afirmou: "nós já dissemos que não haverá campanha para ninguém, já afirmamos e repetimos várias vezes que não haverá campanha a nível nacional. Caso vier alguém a fazer campanha a responsabilidade será desse alguém e as consequências serão dessa pessoa, porque eles sabem que não há condições para que alguém faça campanha".

Uma paz há muito podre
Também o general Indjai, crítico da presença  da missão angolana na Guiné-Bissau, Missang, apoiada pelo primeiro-ministro, poderá estar por detrás deste golpe.


 
 É desconhecido ainda o paradeiro de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro cessante guineense e candidato presidencial
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, o autointitulado Comando Militar diz que “não ambiciona o poder”, mas alega ter sido forçado a agir para defender as Forças Armadas guineenses de uma suposta agressão que seria conduzida pelas Forças Armadas de Angola no âmbito da União Africana.
“Cadogo”, como é conhecido o primeiro-ministro cessante e candidato presidencial e o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai, viviam uma “paz podre” desde o golpe militar de abril de 2010.
Nesta altura o general Indjai ameaçou de morte Gomes Júnior. Também não agradaria a Indjai a influência e o prestígio que Carlos Gomes Júnior goza junto de Angola e da comunidade internacional e o empenho deste em travar o poder dos militares que, há décadas, mantém o Estado guineense como refém. Para já instalou um vácuo de poder na Guiné-Bissau e o país faz jus a sua triste fama de ser um Estado muito perto de falhado.

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: Glória Sousa / António Rocha

fonte: DW

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