
É fundamental neste
momento uma roupagem nova, por medida, aos seus militantes, definir nova visão
e cultura organizacional para dentro do Partido, comprometer-se a arrumar a
Casa, como prioridade num compromisso formal assumido com o Partido. Porque
hoje, nem toda a gente é do PAIGC, acredite se quiser há “grupos”, mas,
passeiam dentro da mesma Casa na hora do “lobo” (bókassynhúz), para não se
confrontarem com os demais militantes em igualdade de circunstâncias e de
condições, para um debate aberto (critica e auto-crítica), mas juntam-se em
grupos para “pactuar”, retirando proveito da sua atitude reaccionária, acabando
por manchar a imagem global do Partido, junto do Povo.
Estamos a falar do
maior partido político na Guiné-Bissau, aquele de onde tem saído a liderança do
governo e do Estado do País na sua maioria até hoje, aquele que quer queiramos
quer não, acaba por influenciar este País no seu todo ou em grande escala
governativa, que mais uma vez, e sem menosprezar a participação dos demais partidos
com assento parlamentar, alerto para uma realidade nua e crua, esta preocupação
política nossa de momento em que vem aí, mais uma vez, o PAIGC, mas o que
queremos mesmo (o Povo em geral), é melhor politica nacional nestas
organizações de massas, que consigam levantar o País do “chão” e pô-lo a
marchar no meio da modernidade e de avanços tecnológicos precisos de há muito a
esta parte. Todo este desejo nosso, é independente deste ou daquele Partido
(que fique claro), com ou sem assento Parlamentar, somos (Eu sou), pela causa
da República da Guiné-Bissau, ponto final paragrafo, só.
É preciso
reconhecer por dentro e por fora, o estado físico, intelectual e humano duma
organização política seja ela qual for. Fazer o diagnóstico da situação em que
se encontra todo o seu património humano (corpo ideológico).
Ficar a saber com o
que podemos contar dentro de uma organização como esta, com mais de cinquenta
anos de existência e consequente desgaste social, tanto na sua cultura política,
como no comportamento dos seus militantes actuais.
Assumir os erros
cometidos ou falhas dos seus líderes durante décadas de governação do nosso
País. Reconhecer no terreno os desvios à norma estatutária e da ideologia do
Partido, que levaram a alienação de militantes, gerando líderes impotentes,
desmotivados, sem identificação revolucionária e cultural para com o seu
fundador Amílcar Cabral.
Qualquer partido
deve evitar manter no lugar “chefes” com sinais de atraso político na sua visão
do Partido, como moderna organização de massas, “chefes” sem percepção do
défice democrático na gestão política do partido, mas que fixaram a fasquia a nivelar
por baixo, dormindo um sono profundo do qual é preciso acordar e “arrastar” a
organização para junto do Povo.
Qualquer Partido,
vivo e a mexer, deve promover desenvolvimento sociopolítico, científico e
tecnológico dentro da sua formação partidária, forjando outras mentalidades,
mais justas e capazes nos seus militantes e simpatizantes ao nível nacional e
na visão internacional, uma cultura necessária a manter actualizada.
Temos, neste
momento, uma classe política desnorteada e desgovernada no PAIGC por exemplo,
há décadas desvirtuada dos valores de uma cultura politica assente em
princípios de lealdade politica, mas que outrora nortearam objectivos
alcançados, como por exemplo a gloriosa Luta de Libertação Nacional, hoje
(pós-independência) com resultados de há quarenta anos a esta parte, deixam
muito pouco a desejar, temos poucas vitórias nos arquivos que orgulhem.
Esta ausência de
história positiva marca o nosso nível de desenvolvimento hoje, demonstrou que
temos o Barco encalhado na lama, o que também é uma sorte, como um paradoxo, i.
é, o que a natureza não faz para ou pelo Povo Guineense, “encalhou este Partido
na lama” para não avançar ainda mais nas soluções erradas com que governou este
País quarenta anos, atolou-o na lama com o beneficio para o Povo (é bem feito),
uma vez que com ritmo lento, também a corrupção não pode roubar e destruir
muito mais do que até aqui. Deus é grande e sabe o que faz, Aleluia!
Então Camaradas, há
que mudar, há motivos para uma viragem política, de limpeza. Um próximo Homem a
tomar os destinos do Partido, não vai ter tempo para se divertir nos próximos
anos, terá muito trabalho no sentido de corrigir e reformular os princípios e
objectivos programáticos à imagem dum Partido histórico coeso e forte, junto
dos seus militantes e simpatizantes no terreno. O seu empenho como prova de
amor à causa histórica da Luta de Libertação Nacional, e refundar o
comportamento político dos seus militantes, baseado na verdadeira política,
filosofia de base de Amílcar Cabral como inspiração, adaptada às exigências
actuais, como modelo exemplar num partido moderno, acolhedor/libertador, livre,
reformador e formador de uma nova concepção dinâmica de acção política e de
militância dentro e fora do Partido, uma acção abrangente ao nível nacional.
Tudo
isto pressupõe um trabalho sistematizado a fazer no tempo, no espaço e no
terreno, uma acção concertada junto das bases do Partido e em todo o território
nacional, o que exige tecnologia moderna dentro da administração dentro de
qualquer Partido.
Um
trabalho colectivo de informação/formação dentro e fora do partido, levado a
cabo por orientadores experimentados (com formação política partidária),
aqueles que conhecem e bem a ideologia de Amílcar Cabral, a história visceral neste
caso do PAIGC, a sua natureza ideológica, cultural e politica na sociedade
Guineense, até hoje.
É
oportuno adequar todo este conhecimento teórico interligado aos factores de
desenvolvimento sustentado para o País, sem perdermos o estado de espírito
nacionalista e patriótico, é necessário em defesa dos valores territoriais do
Estado da Guiné-Bissau.
Penso
que qualquer partido político tem necessidade teórica e prática de se renovar
nesta linha de orientação, de ser realista, a partir da sua própria realidade
social, cultural e política do País.
A
ideia do candidato à Presidente do Partido, NÃO se candidatar logo a seguir à
Presidência da Republica da Guiné-Bissau, ainda assim, podendo (talvez)
candidatar-se a Primeiro-ministro, é para evitar que este “trampolim” possa ser
aproveitado de modo oportunista, num momento frágil do País, que venha
“fabricar” apressadamente um “Jovem” ingénuo politico, para Presidente da
República, como candidato “natural”, passar a caminho de vir a ser o próximo
Chefe de Estado, neste momento é o que pode acontecer, caso aconteça, é porque queremos,
só.
Desde
logo a razão desta proposta é muito simples, apresento aqui dois motivos
fulcrais num mesmo assunto, o PAIGC na sua acção política para escolha de um
candidato (dentro ou fora do partido) a apoiar nas Eleições Presidenciais, e
porquê:
Primeiro,
porque sendo um Partido maioritário, com probabilidades de eleger um próximo
Presidente da República, numa situação real de crise política, social, cultural
e económica vivida há vários anos no País, e mais, tendo este Partido uma
grande responsabilidade material e moral, associada a esta triste realidade social
em que estamos, e o estado em que se encontra o País, logo, este Partido é o
centro da questão nos julgamentos pouco abonatórios a recaírem sobre si. Revendo
toda a sua imagem como rosto de uma Nação fragilizada pela sua má gestão política
e sem desenvolvimento sustentável até hoje.
Uma
realidade menos mobilizadora seria este facto, mas este Partido é
constantemente “perdoado” e votado nas urnas, daí o Povo ser cúmplice deste
atraso global, mesmo que vendo tudo isto como uma “ilusão”, certo é que, um
grupo se tem aproveitado dos votos da ingenuidade neste contexto, para a seguir
avançar na exploração pessoal, tirando partido do Partido, descaradamente, como
mau politico, é o que temos assistido, por isso vale a pena abrir as margens
para uma escolha mais alargada do melhor perfil para este alto cargo da Nação.
Segunda
razão é, igualmente simples: Numa visão multi-factorial devolvermos a confiança
ao Povo (todos os partidos), para se escolher um candidato se necessário fora dum
determinado Partido, um nome que não tem que ter a camisola do partido a que
pertencer necessariamente, e desde cedo reconhecendo esta democraticidade para
além de qualquer ciclo partidário, é possível escolhermos um perfil que traga
um pouco de tudo e para mobilizar o nacionalismo, o patriotismo, começando por
uma identificação positiva com o candidato independente dos partidos políticos
com assento Parlamentar.
Os
que não pertencem ao PAIGC, os ex-militantes, os simpatizantes e os ”anti”-
PAIGC, um independente, e víamos nisto a quebra de um ciclo viciado nas
passagens de testemunho como até aqui na Guiné-Bissau.
Por
isso, sugiro que se faça o seguinte para obtermos um bom resultado que deveras
seria apaziguador dentro e fora de qualquer Partido ou do País, transferindo
boa imagem internacional para os nossos parceiros política, económico e de
desenvolvimento:
PROPONHO
A ESCOLHA DE UM CANDIDATO PRESIDENCIAL, NUM UNIVERSO ABRANGENTE DO TERRITÓRIO
NACIONAL, MAS, ATÉ À DIÁSPORA GUINEENSE ESPALHADA PELO MUNDO!
PARA
QUEM QUER ABERTURA TOTAL DE FACTO, UMA NECESSIDADE VITAL E PARA TODOS OS
GUINEENSES SEM EXCEPÇÃO, NÃO QUERERÁ UMA PORTA ENTREABERTA HIPOCRITAMENTE, PORQUE
CHEGOU A HORA DA ÚNICA MÃE, VOLTAR A SER - PADYDA DY DÚZ MAMA!
Será
por tudo isto, que penso no próximo candidato, deve esforçar-se por controlar o
desejo ou motivação possível para avançar para candidatura do primeiro
Magistrado da Nação.
Tenho
passado a pente fino todos os ilustres candidatos presentes até agora nesta
“corrida” eleitoral para chefiar o PAIGC. Penso que deviam apenas avançar para
o lugar de Secretário-geral do Partido, e ficar por aí, não ir mais além, sem
cumprir pelo menos alguns anos, para arrumar o Partido por dentro e por fora e,
talvez candidatar-se para primeiro-ministro, mas o mais importante hoje, é
alguém disponível a tempo inteiro para chefiar o Partido deixando provas dadas.
Trata-se
de uma experiência necessária a encarar de frente dentro de um Partido que anda
à deriva, sem trabalhos de casa feitos no terreno desde a independência, uma
degradação progressiva comportamental na vida politica nacional, até hoje e
levada a cabo pelos mesmos de sempre.
Por
isso, quem ganhar estas eleições, deve vestir um “fato-macaco”, munir-se de uma
grande vassoura e água em abundância, para lavar muita sujidade e maus
comportamentos políticos dos seus membros. É preciso implantar uma nova
mentalidade politica, e este é o maior partido, ainda melhor, para aprofundar
conhecimentos políticos à volta da sua história e não só, uma visão de futuro
na politica nacional já seria muitíssimo bom, porque esta história, traz
agarrada a si muito da nossa identidade cultural como GUINEENSES que não deve
ser maltratada nunca, embora não sejamos todos do PAIGC.
Penso
que o perfil do futuro Presidente do Partido, pela história partidária e
identidade revolucionária adquirida nos Anos /60 e 70 deste Partido, forjada na
luta contra o colonialismo Português, num combate político e militar, que a
ferro e fogo retirou e devolveu duas Nacionalidades de uma só vez aos seus respectivos
Povos (República da Guiné-Bissau e República de Cabo Verde), portanto falamos
de um continuador e líder para esta organização, deve transportar cultura
cientifica, conhecimento, sabedoria e maturidade política reconhecidas,
sobretudo no plano nacional e internacional, ter uma postura e um trajecto
sociopolítico transparente, reconhecido, ou com uma imagem suficientemente
abrangente para liderar um movimento de mudança e, simultaneamente, unindo os
militantes dentro do Partido.
Num
segundo momento e para um próximo candidato, desta à Presidência da Republica
da Guiné-Bissau, não é precoce pensarmos nisto hoje, por isso mesmo, para
permitirmos uma “escolha” de um candidato fora de portas por exemplo, torna-se
necessário que o novo Presidente do PAIGC eleito, não se candidate ao cargo de
Chefe de Estado da Nação, por agora, mais tarde talvez, penso.
Este
momento deve ser despido de preconceitos, oportunismos, e outros complexos
pessoais egocêntricos, a que nos habituaram os nossos Lideres, alguns há mais
de três décadas ocupando várias pastas, desde ministros, conselheiros, etc., na
verdade, o País está como está e a olhos vistos, o Pais no seu todo, por isso a
maior parte já deu o que tinha a dar, isto é, deu nada. Enquanto
individualmente (os mesmos) ou na sua grande maioria estão muito bem na vida,
com condições para viverem na Europa, e ainda melhor do que muitos nacionais
europeus da classe média/alta…, isto já é evidente para muitos de nós e há
muito tempo, basta!
Camaradas,
única e simplesmente quero convidar-vos à reflexão “pura e dura” sobre um
aspecto da luta pelo poder, mas para fazerem pouco logo a seguir ou nada. Vamos
pensar sem fobia política em relação aos nomes ou apelidos, não é necessário e
ninguém há-de morrer por isso. Pois muitos destes políticos (dinossauros) neste
momento, pregam “fintas” aos olhos do Povo, fingindo-se políticos renovados,
mas é mentira, já nem sabem o que é ser-se politico e representante dum Povo,
como Guineense, mas quererem ainda mais um mandato em lugares de destaque, no
Parlamento, na sociedade civil ou noutros espaços de manobra de liderança. Para
quê? perguntamos nós.
OUTRA
VEZ, PARA QUÊ?
Mas,
paradoxalmente o que mais desejam, tudo indica que é uma vida com “saúde”, para
“comerem” o que conseguiram arrecadar ao longo do tempo, deste impasse do País.
O que arrecadaram deve chegar aos tetranetos (alguns) não se preocupem, por
isso, ficar na política é para desviar as atenções, já estão bem na vida, fingindo-se
bem no papel de pobreza envergonhada, só.
Isto
dói, só de imaginar, porque é preciso dizer que infelizmente estes “filhos”
desobedeceram o Pai da revolução, desviaram-se dos interesses do Povo, e como
sempre, egoístas, exibicionistas, complexados e com a mania das grandezas, como
alienados, foram-se distanciando da real pobreza do Povo e exclusão social da sua
esmagadora maioria de guineenses no território nacional e não só.
Posto
isto, Camarada futuro Presidente do Partido, quando vencer as próximas
eleições, seja humilde, revolucionário e arrume a Casa, a sua família política
precisará de si a tempo inteiro, nada de part time.
Este
é meu parecer para qualquer formação politica dentro do território nacional, o
de arrumarem a Casa e preparar os objectivos para o embate do futuro do País.
Por
sinal este novo secretário-geral, tomará conta do maior Partido com assento
parlamentar, e se também for primeiro-ministro trabalhará a dobrar, como
organização politica que é. Então imponha ordem desde já, com isenção, terá
muitos seguidores sérios e homens de boa vontade, sem os vícios da corrupção como
até ao momento, implantados, acredite se quiser.
Este
tempo é de ouro, para uma nova geração de mentalidade progressista, capaz de
provocar uma mudança positiva, a viragem global rumo (como costumo dizer) a bom-porto
e, ainda mais seguro, no futuro.
Penso
Eu, e com o único objectivo de reflectir para partilhar, sou responsável pelo
que deixo aqui escrito e, doutras vezes já publicado. Procuro isenção como
independente que sou, quero o melhor para cada um de nós, apelo à honestidade,
trabalho e justiça social para todos, quero ser responsabilizado sempre pelos
meus erros e análises e, a posteriori, quando lido, sendo ou não citado como o autor,
os meus artigos de opinião, ensaios ou como lhe queiram chamar, sou Eu que os
escrevo, o seu único responsável em qualquer parte do mundo.
Votos
e continuação de um bom trabalho, estamos juntos Camaradas…
Djarama.
Filomeno Pina.