O Povo da Guiné-Bissau, de tão civilizado do ponto de vista da sua
tolerância, à má liderança dos seus líderes, tem mantido um comportamento
cívico exemplar, de um lutador que nunca lança a toalha ao chão. Sempre que é
chamado às urnas, interrompe a vida para respirar a “liberdade” e sua justiça
nas escolhas, exercendo humildemente o poder do voto, como um povo maduro, resistente,
forte, capaz, independente, revolucionário, livre, corajoso, respeitador,
ordeiro, tolerante e de brandos costumes, para mais uma vez, ver frustradas as
suas expectativas, adiadas as suas escolhas, sempre pelos mesmos fracos da
política nacional, que provaram não ter capacidades para levantar o País do
estado em que se encontra física, cultural e socialmente. Um Povo que
normalmente tem participado nas eleições livres, mas que logo a seguir vê frustradas
e a morrer, toda uma esperança de mudança para uma vida melhor e mais digna,
uma realidade muito triste, que persiste colada aos destinos dos Guineenses,
desde a independência política do País.
Um povo sóbrio que sabe bem o que quer, sabe também até onde pode
confiar ou desconfiar dos seus lideres, mas estando nas mãos de fracos
cuidadores dos destinos da Nação, e por isso já espera quase nada destes homens,
que apenas sabem tratar de si próprios, crescerem à custa do Povo. Há décadas à
frente dos destinos do País, estes líderes mostraram muito pouco sucesso nas
governações até hoje, com poucos resultados práticos. Temos um Povo cansado, frustrado,
que se foi distanciando e procurando tomar conta de si, no quotidiano do
trabalho duro. Um Povo que vive com desprezo quase total pelos líderes, que não
se orgulha dos políticos que tem, mas que labuta de sol a sol para matar a fome
com a dignidade possível, num País transformado num fracasso, pelas más
políticas, corrupção, impunidade e desconfiança acentuada nas Instituições.
Guiné-Bissau, Terra de Sabura (boa), hoje transformada num território afectivo
onde encontramos algumas tristezas e lutos de difícil resolução, mas que com
esperança, acreditamos ainda, que não há mal que não acabe, haverá sempre
caminho novo, uma esperança nova, como também pessoas novas e renovadas para
continuar este País dos antigos (dos nossos avós) sem pestanejar e com fé no
progresso e nas vitórias.
Tantas vezes que o País esperou, desesperou, tem tantas frustrações
acumuladas, que hoje não sabe em quem confiar, olha com indiferença para alguns
líderes políticos e militares. Compreende, mas não aceita, de tanta desgraça
derivada da má política e dos sucessivos conflitos entre a classe militar e a
política, adoptou uma postura curiosa, como quem olha para uma montra e, com
dinheiro no bolso, não quer comprar. Assim olha para alguns políticos e
militares, sem os apreciar positivamente no que fazem ou projectam para o País.
Não se importava de meter alguns no mesmo barco e mandá-los para “Angola” ou
para outro sito qualquer. Está cansadíssimo de enganos propositados, corrupção
e mentiras, por isso hoje já vive como se não prestasse atenção ao que se passa
no País e sua política. O que é sinceramente uma pena, esta falta de qualidade
humana e intelectual constatada na classe política, uma falta de carisma e
competência dos escolhidos por influência tendenciosa para liderar, que se
repetem na elite do poder, sendo constantemente preteridos
os melhores, por culpa desta realidade mafiosa desgastante, persistente obstáculo
que veio para durar, mas que pelos vistos parece já tem os dias contados, para
o bem de todos nós.
Por estas e por outras razões se instalou a desconfiança em relação aos
líderes, vamos reconhecendo um Povo que faz a sua vida sem olhar para o lado ou
à espera de ajuda que seria bem-vinda, porque perdeu a esperança e não acredita
mais em promessas dos políticos. Hoje, mais do que nunca, habituado a “desenrascar”
pela vida, como se os líderes e suas “ordens” não existissem mais, pois este
Povo está farto de ver repetirem-se os mesmo erros de palmatória, por isso, como
última alternativa segue o seu destino trazido na ponta da língua ou na da
palma da mão, confia nas suas pernas e braços, não confia mais em fantasmas
vindo da boca de políticos, que mais parecem perder o juízo cada vez que abrem
a boca com promessas. Muitas vezes foram enganados, já não esperam mais e sabem
de cor o destino natural dos percursos de vida a tomar, para não morrer à fome,
pensamos ser este um dos motivos na luta da sobrevivência deste Povo, que
conduziu ao descrédito vivido hoje em relação aos líderes Guineenses.
No dia a dia segue um trajecto como programa para matar a fome, cada
dia que passa acredita menos nos políticos e militares Guineenses. Nas suas
cabeças a revolução morreu ontem, só os “reaccionários” estão no velório a
fingir que choram pelos símbolos de outrora com significados vitais da luta, como
um Povo habituado a vencer sempre, hoje quase pedinte de tudo, tudo esperam que
venha de fora para dentro, mas porquê, perguntámos.
Quem somos afinal, porque querem transformar o Povo numa massa de gente
desacreditada no mundo. Não pode ser e é preciso um
corte radical com os maus, estarmos ligados à esperança, com projectos
credíveis, com resultados objectivos diante dos olhos. Vamos tratar de vida
porque ninguém vive duzentos anos, vamos acreditar que vencemos toda
esta crise com raízes profundas no tempo, passou da infância para um estado
adulto de fracassos acumulados e frustrações, são mais de trinta anos de pára
arranca, na casa das “máquinas” não se vê uma viva alma para explicar porque
falhamos sempre, e porquê, se fomos sempre um Povo lutador e senhor do seu
nariz, alguém acredita nisto como sendo nosso destino, penso que ninguém de bom
senso acredita nesta morte anunciada, havemos de provar com persistência e
firmeza que somos capazes.·
Somos um Povo em vias de desenvolvimento tecnológico, sabemos bem deste nosso “rótulo”, porque os políticos, de tantas vezes que falharam não inspiram confiança, e este povo convenceu-se que consegue viver sem maus lideres, porque estes não fazem falta, dizendo de boca cheia que para chatear, já basta uma vida difícil de suportar, o que quer é viver, trabalhar em paz, porque sabe que são como crianças abandonadas, manipulados por oportunistas nacionais e estrangeiros, entregues à sua sorte.
Somos um Povo que quase dispensa grande parte dos seus líderes, acredito que se pudesse, hoje metia-os quase todos no mesmo barco e exportava-os para um “curso” de formação intensivo numa "tribo” de verdadeiros nativos da terra, quem sabe num lugar com função terapêutica a partir de regras para estimular amor e respeito à Mãe-Terra. Um curso com um programa especial a começar pelo celibato, ausência de dinheiro vivo e de cartões de crédito, proibição de roupas de marca, manutenção da vida feita pelos próprios, sem ar condicionado nas “casotas”, sem nada de topo de gama, onde fosse proibido falar qualquer língua viva, somente permitido o uso de mímica e expressão gestual, e assim, talvez aprendessem a parar para pensar e aprendam a pôr-se na pele do Povo, daqueles que dizem saber representar e, só os “lixam”, talvez os "recuperados" da obsessão pelo poder ou dos vícios de vida e dinheiro fácil, fosse visível depois num bom resultado final esperado. Um resultado que traduzisse a consciência do profundo respeito pela vida humana, seus valores universais que se deve ter consciente quando se é líder e não só, o que parece não distinguirem alguns trapalhões desta elite de governantes desde a independência.
Somos um Povo em vias de desenvolvimento tecnológico, sabemos bem deste nosso “rótulo”, porque os políticos, de tantas vezes que falharam não inspiram confiança, e este povo convenceu-se que consegue viver sem maus lideres, porque estes não fazem falta, dizendo de boca cheia que para chatear, já basta uma vida difícil de suportar, o que quer é viver, trabalhar em paz, porque sabe que são como crianças abandonadas, manipulados por oportunistas nacionais e estrangeiros, entregues à sua sorte.
Somos um Povo que quase dispensa grande parte dos seus líderes, acredito que se pudesse, hoje metia-os quase todos no mesmo barco e exportava-os para um “curso” de formação intensivo numa "tribo” de verdadeiros nativos da terra, quem sabe num lugar com função terapêutica a partir de regras para estimular amor e respeito à Mãe-Terra. Um curso com um programa especial a começar pelo celibato, ausência de dinheiro vivo e de cartões de crédito, proibição de roupas de marca, manutenção da vida feita pelos próprios, sem ar condicionado nas “casotas”, sem nada de topo de gama, onde fosse proibido falar qualquer língua viva, somente permitido o uso de mímica e expressão gestual, e assim, talvez aprendessem a parar para pensar e aprendam a pôr-se na pele do Povo, daqueles que dizem saber representar e, só os “lixam”, talvez os "recuperados" da obsessão pelo poder ou dos vícios de vida e dinheiro fácil, fosse visível depois num bom resultado final esperado. Um resultado que traduzisse a consciência do profundo respeito pela vida humana, seus valores universais que se deve ter consciente quando se é líder e não só, o que parece não distinguirem alguns trapalhões desta elite de governantes desde a independência.
Neste “estágio” fantástico, os que conseguissem chegar ao fim do “curso”,
eram os renovados filhos da terra, estariam de regresso à casa, depois de um
juramento em que se comprometem de facto a permanecer "alérgicos" às
riquezas do Povo e nunca mais ser líder diante dos nossos destinos. Só depois
seguiam viagem, penso e sem me rir tanto, que era capaz de valer a pena este
esforço para ajudar alguns maus lideres no País, e sem comentários, há, há, há,
e esta hem!
Mas temos um Povo grandioso que se habituou a golpes e contra-golpes de
Estado, vai fazendo a sua vida pensando na família, no seu sustento do dia a
dia. Esta gente rija que se levanta com o sol e trabalha o dia inteiro ganha a
vida com suor e trabalho. Merecia maior respeito e protecção, porque tudo que
tem é honesto e digno, fruto do suor que lhe sai do corpo, enquanto alguns, do
poder, roubam, esbanjam, transferem para suas contas pessoais no estrangeiro, e
se vendem aos senhores mais ricos, com preços de saldo em quase tudo, sem olhar
o rosto da Mãe-Terra que é constantemente prejudicada.
Hoje e infelizmente, bateu-nos à porta mais uma desgraça, o País em situação
de conflito político/militar. Uma teimosia compulsiva que assume o pior
diagnóstico de situação vivida no País e no estrangeiro, mais uma vez uma
repetição que afasta a nossa imagem do modelo progressista das sociedades
modernas, independentemente dos motivos ou razões apresentadas, uma vez que
presume-se num diálogo racional que nada pode levar a um desfecho desta
natureza Institucional (golpe de estado).
Devemos acreditar em nós, melhorar a auto-estima a partir dos melhores
exemplos na nossa sociedade, porque temos mulheres e homens com carisma e bom
comportamento, pessoas de bem e capazes de fazer melhor, temos alguns exemplos
espalhados no mundo e dentro do território nacional. Aqui deixo um belo exemplo
de um Homem bom, que nos deixou há bem pouco tempo, subindo um degrau acima de
nós todos.
O nosso falecido Presidente Malam Bacai Sanha, distinguido com o Prémio
da Fundação Chrans Montana, atribuído em Março deste ano. O seu nome figurando
entre personalidades como Yasér Araffat, Nelson Mandela, e outros, é uma prova
provada e mais do que evidente, óbvia, perante qualquer sentido de
interpretação humana possível, reconhecemos sempre um Homem de Paz.
Estamos perante um símbolo gigante, de que poucos deram conta aquando
da sua passagem terrena, apenas alguns o sabiam, sentiram, o quanto o nosso falecido Presidente Malam Bacai Sanha,
que Deus tem, afinal lutou com todos os "fantasmas" da mentalidade
malvada do guineense, para evitar confrontos desnecessários,
"guerrinhas" pelo poder e outras manobras menos dignas para a nossa
imagem de Estado de Direito.
Enquanto que com o seu "peso" e estatura de grande Combatente da Liberdade da Pátria, honrando princípios de carácter, que dignificaram o nosso bom-nome. E logo que tombou toda a gente reparou, que rapidamente emergiu o que afinal sempre “calcou” debaixo dos pés.
Enquanto que com o seu "peso" e estatura de grande Combatente da Liberdade da Pátria, honrando princípios de carácter, que dignificaram o nosso bom-nome. E logo que tombou toda a gente reparou, que rapidamente emergiu o que afinal sempre “calcou” debaixo dos pés.
Afinal, tudo o que era tão mau, lhe coube
debaixo dos pés. Este homem conseguiu em silêncio quase absoluto, travar,
desviar a podridão de algumas mentes, enquanto assumiu como prioridade o avanço
do desenvolvimento do País, para posteriormente passarmos a cobranças difíceis
em cede própria, mas com o grande comboio sempre em andamento.
Ninguém tem dúvidas desta grandeza de alma e coração de um estadista, que em plena "rua" envergava sempre que preciso, palavras de reconciliação, no meio da discórdia e com um único objectivo, Paz para a Guiné-Bissau.
Ninguém tem dúvidas desta grandeza de alma e coração de um estadista, que em plena "rua" envergava sempre que preciso, palavras de reconciliação, no meio da discórdia e com um único objectivo, Paz para a Guiné-Bissau.
Somente um homem com conhecimento dos
verdadeiros princípios de orientação de Amílcar Cabral, permanecem firmes e
fiéis aos seus objectivos traçados desde a luta de libertação e, Malam Bacai
Sanha foi um deles, lutou até ao último segundo de combate pela
Vida/Guiné-Bissau (somos todos testemunhas disso).
Este prémio não é mais do que uma certeza
de que temos valores que ecoam além fronteira, apreciados pelos vizinhos e
internacionalmente. Temos aqui uma referência que fez história, é verdade que somos
capazes e quem não pensa assim, não sabe sequer o que sabe acerca da
Guiné-Bissau.
Chegou a hora de pararmos com inveja
mesquinha, chegou a hora de pararmos com o culto da mediocridade, e de nivelar
por baixo, chegou a hora de pararmos este ciclo de escolhas e preferência
alienadas e reaccionárias. Devemos pautar por uma nova conduta, optar pela
Meritocracia na Sociedade Guineense, implementar no terreno um desenvolvimento
sustentado, assumir de uma vez por todas pelo uso de liberdade de expressão sem
represálias, mas com responsabilidade dos seus actores, justiça e reconciliação
entre os Guineenses, Justiça e prática do perdão entre nós, objectivamente cultivarmos
a unidade como padrão positivo na luta pelo progresso social, acabando com os
complexos e alienação cultural ou outros pré-conceitos igualmente maus.
Todos juntos devemos cultivar uma postura
flexível no meio de nós. Uma solidariedade positiva e capaz de isolar uma
inter-dependência que leva normalmente a que não haja progressos colectivos ou
a que não se cultive uma capacidade de escolher com isenção o melhor para nós.
Há um mês atrás publiquei neste site – www.didinho.com
– um artigo de opinião com o título: “Uma reposição obsessiva, é simplesmente
impossível”, hoje devo acrescentar que em Dialéctica nada permanece
inalterável, estático, eterno ou permanente no seu
estado (mental ou físico) de origem. A natureza humana é na sua essência uma
estrutura permanente e dinâmica, que mantém um movimento dialéctico e vital.
Presume-se não fazer sentido pormos a hipótese de voltar à "estaca"
zero, neste processo que levou ao golpe de Estado na Guiné-Bissau. Um "filme"
que não sendo possível mais fazê-lo retroceder na sua fita de origem, a única
possibilidade inteligente é tentarmos saltar para o comboio em andamento e, não
tentar travar ou empurrar no sentido contrário em que se encontra posicionado a
cabeça em relação à sua cauda...
Repare que é muito mais fácil neste momento
apanharmos este comboio no ponto a que já chegou, na estação nova da presente
conjuntura e situação do País, do que, querer ver o comboio voltar para trás,
para parar no sítio de onde foi "desviado" do seu destino anterior,
acarretando todas as consequências de uma possível resistência militar por
parte das nossas forças armadas, que poderá provocar um banho de sangue sem
vitórias absolutas para nenhuma das partes em conflito, guerra é guerra não é
festa.
Neste xadrez, há quem não tenha nada a perder, porque o próprio está centrado apenas na "recuperação " dos seus bens materiais na Guiné-Bissau. Pouco lhe importa o que pode vir a acontecer de muito mau se houver uma guerra, isto é, só pensam em recuperar tudo o que até aqui juntaram, embora estando alguns desses bens materiais sendo postos em causa neste momento e de viva voz na praça de Bissau.
Neste xadrez, há quem não tenha nada a perder, porque o próprio está centrado apenas na "recuperação " dos seus bens materiais na Guiné-Bissau. Pouco lhe importa o que pode vir a acontecer de muito mau se houver uma guerra, isto é, só pensam em recuperar tudo o que até aqui juntaram, embora estando alguns desses bens materiais sendo postos em causa neste momento e de viva voz na praça de Bissau.
Para alguns é uma situação de vida ou de
morte (político, económico, ou até fisicamente), mas, há que lembrar que nem
todos trazem a corda ao pescoço ou nos pés, para estes inocentes, não é uma
situação de vida ou de morte. Porque não temos todos que assumir um mesmo
destino, ou partilhar este em particular, só.
Daí que volto a repetir-me, "Uma Reposição Obsessiva, é Simplesmente Impossível" e, convido o leitor a reler as palavras gastas deste artigo de opinião, que com muito gosto, deixo um enorme abraço Guineense e de reflexão por minhas palavras.
Daí que volto a repetir-me, "Uma Reposição Obsessiva, é Simplesmente Impossível" e, convido o leitor a reler as palavras gastas deste artigo de opinião, que com muito gosto, deixo um enorme abraço Guineense e de reflexão por minhas palavras.
Penso que a
situação que se vive na Guiné-Bissau, é em si muito perigosa, requer cuidados
redobrados, embora tendo que anotar o valor subjectivo do hábito de reacção
deste Povo, habituado a golpes de Estado, uma realidade que pode influenciar a
percepção de um observador pouco experimentado na sua conclusão. A título de
exemplo, imaginemos um golpe de Estado pela primeira vez num País, o ambiente
que se iria viver era completamente imprevisível, com a variável do medo,
pânico, agitação que seria naturalmente superior (elevado), comparado com um
País como a Guiné-Bissau (com uma experiência elevada nesta matéria) que já
viveu esta realidade mais do que uma vez.
Por isso para
evitarmos um falso diagnóstico desta situação de ansiedade que se vive no meio
ambiente, devemos manter no terreno observadores experimentados do ponto de
vista de conhecimento do meio social e cultural Guineense, evitando assim um
falso diagnóstico da situação concreta vivida pela população, com o objectivo
profiláctico mais adequado a situação e suas diferenças.
Tendo em conta que
certos índices de ansiedade ou de perigo típicos evidenciados numa situação de
golpe de Estado, variam nas suas reacções, tendo em conta o número de vezes que
o País em causa se vê perante este confronto, podendo ser confundida a
descontracção observada no quotidiano das populações, chama atenção esta
variável que deve ser isolada e considerada, numa análise global da reacção da
sociedade guineense numa situação pós Golpe de Estado, uma vez que as
populações já convivem com esta situação como peixe na água, podemos confundir
a sua descontracção com uma ausência de perigo no meio ambiente.
Num País como o
nosso, podemos esperar uma reacção de pânico muito inferior àquela que
registaríamos numa população que nunca viveu uma experiência do género. Países
que nunca viveram esta realidade, não seriam comparáveis à Guiné-Bissau que já
viveu muitas situações idênticas de golpe de Estado, digamos que já está “calonisado”,
daí que o Povo quase que reage com naturalidade, e normalmente no dia seguinte
já se vêem pessoas a tratar de vida como se nada fosse, vivendo com “descontracção”,
cada um fazendo a sua vida sem receios evidentes ou à “vista” desarmada, mas,
quem conhece a sociedade Guineense, saberá tirar elações fiéis ao seu estado de
espírito íntimo e real. Não basta só dizer que tudo já passou, não há mais o
perigo de voltar a acontecer, há que pensar, investigar e analisar todos os
focos de instabilidade social no País.
Portanto, a
aparente calma no País pode não corresponder a uma ausência de “perigos” no
ambiente social, principalmente em Bissau, um palco inevitável dos confrontos
em todas as vezes que houve golpe de Estado no País.
No mundo actual
assistimos a guerras que nos provam da nossa incapacidade de resolução por via
da palavra (racionalidade), olhamos à volta e registamos cenários tristes com
incontáveis cadáveres de civis inocentes vitimas dos “senhores” da guerra. Há e
com muita evidencia na comunicação social, imagens que provam a crueldade,
agressividade, violência, medos, terrorismo, criminalidade, abuso de direito,
crimes e mau senso, situações descontrolados entre lideres que supostamente
deveriam ter capacidades especiais dum ser humano equilibrado, gente com formação cultural e política suficientes para dirigir
com justiça e isenção os destinos do Povo, mas, que muitas vezes temos alguns psicopatas
no poder, os piores filhos, de mau carácter a mandar em gente boa e são na
maior parte das vezes e, sacrificando o Povo.
Temos acompanhado a situação na Síria, um povo selvaticamente
sacrificado com toda a crueldade que se possa imaginar, velhos, crianças, gente
inocente a morrerem. Vemos estas imagens chocantes na comunicação social e,
como se não bastasse, pouco utilizamos esta realidade actual, para reflectir, evitando
o semelhante no nosso País.
Não podemos continuar a pensar que o que é mau só acontece aos outros,
não, trata-se daquilo que somos capazes de fazer uns aos outros, por isso é
frontal para nós a guerra que se vive em certos pontos do planeta, com seres
humanos barbaramente assassinadas, uma realidade obviamente cruel, fatal e
profundamente injusta como acontecimento social no mundo. Mas nós na
Guiné-Bissau conhecemos uma certa realidade no que concerne aos crimes
cometidos e que continuam impunes no País, e mais, a nossa experiência de
golpes de Estado, devemos saber prevenir e bem, evitando o pior.
Por isso há que evitar uma paz podre, afastar políticos menos bem
preparados ou sem sensibilidade para apreender das necessidades do colectivo
(Povo) os elementos essenciais para uma análise eficaz das suas conclusões
tiradas.
Queremos políticos que não estão centrados só no seu umbigo, no seu
egocentrismo maquiavélico e "barato", os maus políticos à frente dos
nossos destinos, exercendo mal o poder sobre todos nós, queremos os melhores na
linha da frente, com gente capaz e com provas dadas.
Porque havendo um perfil criminoso num líder, os riscos que se correm
são sempre de uma imprevisibilidade muito grande, podendo verificar nos
patamares da vida social, como um crime económico contra o Estado, contra a
vida humana, com corrupção ou tráfico de influência que acaba sempre por
perverter o aparelho de Estado.
Sendo que devemos abrir bem os olhos, estar atentos, fazendo uma
profilaxia e funcionando como um sistema de prevenção primária nos crimes desta
natureza e, outros que neste momento é urgente um controle na Guiné-Bissau, no
sentido de evitarmos mais conflitos (para não avançarmos inconscientemente para
uma guerra), corrupção e tudo que for mau para este Povo.
É preciso isolar a loucura e com a "outra" parte de nós, a
melhor parte, pensarmos positivo, ter auto-controle nas nossas decisões,
assumirmos os erros e avançar com menor probabilidade de repetir os mesmos
erros, só.
Sobretudo substituir os lideres quando não dão conta do “recado”, não permitir
a sua continuidade no cargo que ocupam, dar a oportunidade a outros, e assim
sucessivamente até se confirmar um que seja de facto melhor, bom no exercício
da sua liderança e produção profissional. Este Povo sofredor merece melhor
destino, um bom amparo e protecção dos seus líderes e não uma falsa orientação
sem proveito próprio das suas próprias riquezas materiais.
Vamos aprendendo a distinguir as pessoas pela sua competência,
sensibilidade, amor-próprio e conhecimento científico e sabedoria. Ainda temos
um bom exemplo para reavaliação no terreno, desta interacção triangular entre
os nossos militares, a missão Angolana e o Parlamento da G-B. Aguardamos todos
por um final feliz no futuro próximo das relações entre os dois Países. Devemos
continuar em estreita colaboração nas várias áreas do desenvolvimento
científico e tecnológico, torna-se necessário uma ultrapassagem rápida de
certos obstáculos entre Países soberanos, as diplomacias têm muito trabalho a
fazer e, acabar com certos complexos mafiosos em certos líderes ou
pré-conceitos que não servem os interesses superiores dos nossos dois Estados.
O último defeito de alguns líderes angolanos na sua visão ou "Angolanidade" é quererem ser maiores do que a própria Angola do Povo, eventualmente inspirados num sentir megalómano a partir do seu poder económico e financeiro evidente ouem potência. Mas , esquecendo que o dinheiro foi
feito para contar, que não compra tudo, sobretudo o que não está a venda.
O último defeito de alguns líderes angolanos na sua visão ou "Angolanidade" é quererem ser maiores do que a própria Angola do Povo, eventualmente inspirados num sentir megalómano a partir do seu poder económico e financeiro evidente ou
Este enorme País
irmão da Guiné-Bissau, Angola, um imenso território físico com uma riqueza
cultural e material incomensurável, melhor dito, é maior do que o próprio
pensamento, sendo que, os dois Países irmãos merecem cuidados a triplicar,
tanto na ponta dos lápis dos seus lideres, como na capacidade de reflexão e dos
comportamentos políticos com que visam traçar, projectar, administrar os
destinos do Povo enquanto legítimos herdeiros das suas riquezas naturais do
solo e subsolo (os donos da terra).
Contudo, é bom que políticos como o Dr. Jorge Chicoty, não subestimem Países pequenos no “tamanho”, mas de uma grandiosidade como realidade histórica, cultural e política, igualmente gigantes no contexto nacional e internacional, porque à partida não se devem comparar “coisas” diferentes, porque estaremos a praticar uma descriminação, o que naturalmente fica muito mal numa visão global e portanto deve ser evitado, só.
É preciso parar e repensar certas políticas, abandonar imaginação “elástica” que chegou a poisar em terreno alheio (Guiné-Bissau), trazendo nos bolsos "recados" de padrinhos, régua e esquadro para uma nova "medição" em terreno alheio, na casa dos outros, naquilo que é do Povo Guineense. Não pode ser, haja respeito e pudor, estes políticos de ambos os lados, que tomem muito cuidado porque prestam um mau serviço muitas vezes, pensando que só eles sabem dos seus próprios esquemas mafiosos. É preciso usar a experiência com conhecimento de certas condutas intrínsecas a cada País, sem “branquear” na essência uma realidade histórica, dos usos e costumes de um Povo.
Os que preferiram mascarar ajudando padrinhos mal intencionados em relação a nossa Terra, usando “cores” a não condizer com os rostos nativos, mas com cara destapada mais parecem, lobos com pêlo de cordeiro, que fiquem sabendo que o Povo sabe quem é amigo e está atento.
Sabemos distinguir
entre feios, porcos e maus, o bom filho da Guiné, honesto e sério, embora
vítimas desta nova emboscada para tirarem o que é por direito natural, do Povo.
Aconselhamos que fiquem longe todos aqueles que não são amigos da Guiné-Bissau. Avisamos os “alienados” que estes dois Povos unidos há séculos por laços culturais e materiais, jamais se separam por políticas tendenciosas dos seus actores, aqueles que servem os interesses capitalistas e neocolonizadoras, levadas a cabo para servirem os seus patrões que sobrevoam como aves de rapina em tudo o que é nosso.
Avisamos os políticos para não saírem para a rua com a lição de casa mal estudada, porque outros nem sequer dão conta quando pisam em terreno alheio, na casa dos outros ou como convidados.
Também nós fazemos
as nossas regras que são igualmente para se cumprirem, regras de boas maneiras,
pedimos que sejam convidados com respeito e de boas maneiras, porque senão, a
porta da rua é serventia da casa meus senhores.
Têm de limpar os
pés antes de entrar, comportar como gente “civilizada” e não tratando os outro
com uma falsa e alienada superioridade.
Nem as super
potências alguma vez nos trataram mal com a sua diplomacia, quanto mais, estes
políticos da última hora e feitos à pressa, digo: “é preciso ter calma, não dar
o corpo pela alma…” (Pedro Abrunhosa)!
Angola é linda, tu como político Angolano deves imitar essa beleza e orgulhar-te do teu povo, não entres na terra dos outros para arranjar confusão, sarilhos, Angola é vossa, a Guiné-Bissau é nossa, e os dois Países são irmãos, cuidado que traz dois enormes corações para cuidar, seja racional e com bons sentimentos, é uma ordem do Povo. Pense nisto Sr. Dr. Jorge Chicoty.
Alguns políticos precisam de estudar melhor a história dos dois Países, porque esta Angola não tem memória curta, é uma relação muito antiga que está em causa, o sangue Guineense derramado no solo Angolano, pode até ter secado, desaparecido por conveniência é que não, e nunca, está na memória dos bons filhos da Guiné e de Angola, os resultados das más políticas não hão-de separar os laços históricos que unem os nossos Povos. A Instituição fica, e os homens passam (infelizmente alguns só muito tarde), é esta uma das esperanças do Povo
Perguntamos, estas
mentes ditos “politizados”, estão a favor de quem ou de que interesses, alguém
sabe? Eu não meus amigos…
Nós desconfiamos
que submersos neste mar salgado, já cheirou a Crude, e também um suor que nos
provoca nojo, reconhecemos alguns que vêm atrás deste fóssil (crude) que de
onde sai deixa sempre um imenso buraco negro, que nunca ninguém pensou nos
prejuízos para a natureza enquanto hipnotizados pelos resultados do grande
capital, e mais, alguns parecem dispostos a matar para roubar este sangue-negro,
será?
Cuidado porque este perfume pode virar “isca”, todo o seu odor, de repente cheirar a sangue é muito mau sinal entre famílias, e não deve acontecer porque irá manchar um relacionamento de irmandade entre Povos, o que devemos evitar com toda a sabedoria e acção consertada entre dois Países soberanos.
Haja maturidade
histórica e cultural na ponta da língua, na ponta do lápis, na cabeça fria, com
sapiência dos seus actores políticos em defesa do Povo, queremos ser liderados
por melhores políticos, e não fracos políticos narcisistas por baixo de
roupagens de “estilos” que não têm que ver com os nossos “trajes” de interesses
da Nação. Não, em primeiro e último lugar defendemos o nosso património, a cada
momento que o País precise, sempre e com toda a competência técnica e humana
possíveis.
Chegou a hora de
não adiarmos mais os destinos da evolução e do desenvolvimento científico e
tecnológico sustentados, chegou a hora de isolar os erros, analisar e evitar
repetir os mesmos fracassos que nos conduziram a este impasse no
desenvolvimento do Estado.
Viva a Guiné-Bissau
livre, democrático e progressista.
Djarama. Filomeno
Pina.