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terça-feira, 12 de junho de 2012

SE A HIPOCRISIA GERASSE EMPREGOS…

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Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Os chefes de Estado de Portugal e Cabo Verde mostraram-se hoje preocupados com a degradação da situação económica e social na Guiné-Bissau, reafirmando a sua oposição a qualquer solução que legitime golpes de Estado.

Que Jorge Carlos Fonseca, que apenas está no cargo há nove meses, só agora tenha acordado, ainda vá que não vá. Mas Cavaco Silva, que foi primeiro-ministro de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, que venceu as eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006 e foi reeleito a 23 de Janeiro de 2011, manifesta assim um colossal acto de hipocrisia.

Pelos vistos, tanto Jorge Carlos Fonseca como Cavaco Silva só agora terão reparado que na Guiné-Bissau nenhum candidato, nenhum presidente, acabou o seu mandato e que em 17 anos o país já teve sete presidentes.

Embora não tenham sido originais, os autores do mais recente (outros haverá, infelizmente) golpe de Estado parecem ser os bodes expiatórios ideais para a ONU, CPLP, Cabo Verde, Angola e Portugal. “Nino” Vieira e tantos outros dirigentes não foram assassinados agora, mas só agora é que a comunidade internacional deu fé de que isso tinha acontecido.

Dir-se-á que mais vale tarde do que nunca. Talvez. Pois é. Foi necessário os militares guineenses dizerem que não estão para ser protectorado de Angola para que, humilhada no seu sentimento de potência regional e dona de Portugal, Luanda puxasse dos galões e desse ordens ao reino português para papaguear uma série de asneiras.

Enquanto os militares guineenses foram fazendo o jogo do regime angolano, mesmo matando presidentes, candidatos, e chefes militares, tudo esteve bem. Quando resolveram pôr em questão o poder de Angola… estragaram tudo.

Luanda mandou, Portugal pôs-se de cócoras (posição também ela nada original) e a CPLP disse que sim ao dono do reino angolano. Juntaram-se e lá foram para Nova Iorque dizer que só agora é que descobriram que os direitos civis, políticos e humanitários estavam a ser violados.

A declaração da ONU, que vem ao encontro do que tem vindo a ser pedido por várias organizações internacionais e Estados que condenaram o golpe, entre as quais a CPLP e o Governo português por ordem de Angola, refere os compromissos que exigem a reposição da ordem no país.

Reposição da ordem no país? Pois é. Agora é preciso repor a ordem. Quando o primeiro-presidente da Guiné-Bissau, Luís Cabral, foi deposto por um golpe de Estado liderado por “Nino” Vieira, em 1980, onde andavam todos estes arautos da legalidade e da reposição da ordem?

Um ano antes de morrer, em 9 de Julho de 2008, Luís de Almeida Cabral considerou que a existência de tráfico de droga no seu país natal constitui uma "vergonha", apelando às autoridades de Bissau para combaterem o fenómeno: "É uma situação muito má. Desejo que as autoridades e o povo guineenses possam combater esta vergonha que não traz nada de bom".

Pois é. Mas nessa altura, também nessa altura, tudo ficou na mesma. E ficou assim, calculo, porque ainda não existiam a ONU, a CPLP, Portugal, Angola ou Cavaco Silva.

Alguém ainda se lembra que, em 18 de Maio de 2009, o Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Luís Manuel Cabral, disse que a instituição estava sem dinheiro para continuar o processo de investigação aos assassínios do Presidente 'Nino' Vieira e do general Tagmé Na Waié?

Será que Kumba Ialá tinha razão quando, em 17 de Junho de 2009, acusou o PAIGC de ser responsável pela morte de Amílcar Cabral, "Nino" Vieira, Tagmé Na Waié, Hélder Proença e Baciro Dabó?

"Carlos Gomes Júnior tem que responder no Tribunal Penal Internacional pelas atrocidades que está a cometer", no país, defendeu nesse dia Kumba Ialá, acrescentando que "há pessoas a quererem vender a Guiné-Bissau", mas esclarecendo que "serão responsáveis pelas turbulências que terão lugar no futuro".

Cavaco Silva e companhia estão preocupados com Carlos Gomes Júnior, exigindo o regresso à normalidade institucional. Quando os EUA, por exemplo, avisaram as autoridades da Guiné-Bissau que o novo chefe das Forças Armadas não poderia estar implicado nos acontecimentos de 1 de Abril (2010), como era o caso do major-general António Indjai, o que fez Gomes Júnior?

Escolheu (e o presidente Balam Bacai Sanhá aceitou) para chefiar as Forças Armadas, nem mais nem menos do que... António Indjai.

Recorde-se que Indjai foi o protagonista dos acontecimentos militares de 1 de Abril e que chegou (embora depois tenha pedido desculpa) a ameaçar de morte o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Cavaco Silva já condenara (13 de Abril) "veementemente o golpe de Estado na Guiné-Bissau”, apelando a uma posição "firme e determinada" da comunidade internacional. Depois passou a dormir descansado e a fazer as contas para saber se a sua reforma dá para pagar as despesas.

O discurso de Cavaco Silva para felicitar Carlos Gomes Júnior como novo presidente da Guiné-Bissau já estava escrito. Se calhar teria apenas alterar o nome. Aliás o texto é sempre o mesmo. Primeiro foi o de “Nino” Vieira, depois o de Malam Bacai Sanhá.

"Tendo tomado conhecimento das suas novas funções como presidente da República da Guiné-Bissau, é com satisfação que endereço a Vossa Excelência, em nome do Povo português e em meu próprio, as mais sinceras felicitações e votos de sucesso no desempenho das altas funções que, de forma tão expressiva, foi chamado a desempenhar, pelo Povo irmão da Guiné-Bissau", dirá certamente a mensagem enviada de Belém a quem vier a ser o dono da Guiné-Bissau.

Neste parágrafo até não foi necessário acrescentar nada. O Vossa Excelência que serviu para "Nino" dá para qualquer um, seja Carlos Gomes Júnior, Kumba Ialá ou António Indjai.

Cavaco Silva sabe (ou não fosse ele um pobre reformado) que civismo e democracia não se conjugam com a barriga vazia, mas esse é um problema dos outros...

"Estou seguro de que o mandato de Vossa Excelência será pautado pela defesa do processo de reforma e consolidação das instituições da Guiné-Bissau, que conta com o firme apoio de Portugal e que constitui uma condição indispensável para assegurar o futuro de paz e de desenvolvimento económico e social a que o Povo da Guiné-Bissau tem direito", escreveu, escreve e escreverá o Presidente português, seja qual for o dono do país.

O Chefe de Estado português irá de novo, sem pinta de originalidade, sublinhar a importância que atribui "aos laços históricos de profunda amizade que unem os dois países e ao reforço continuado da cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau, quer no plano bilateral, quer no quadro multilateral, muito em particular no âmbito da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)".

Pois. Portugal não está (ou pelo menos não parece estar) interessado em ensinar os guineenses a pescar. Vai, no entanto, mandando para lá umas sardinhas. E mesmo estas começam a fazer falta em Portugal, país onde os cidadãos de segunda – a esmagadora maioria – já incluem o farelo na sua dieta alimentar.

"Reiterando-lhe as minhas felicitações, peço-lhe que aceite os votos que formulo pelo bem-estar pessoal de Vossa Excelência assim como pela prosperidade e progresso do Povo irmão da Guiné-Bissau", finalizará o Presidente português.

É isso aí. Votos de prosperidade e progresso de um Povo irmão que continua a ser gerado com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois... com fome (dois em cada três guineenses vivem na pobreza absoluta e uma em cada quatro crianças morre antes dos cinco anos de idade).

Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

fonte: paginaglobal


Parlamento Europeu condena papel da CEDEAO na crise da Guiné-Bissau.

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Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu irá, esta quarta-feira (13.06) aprovar uma resolução sobre a situação política na Guiné-Bissau. O Eurodeputado português Paulo Rangel, um dos autores do documento, mostrou-se crítico da CEDEAO.
A resolução vai pedir a reposição imediata da ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral guineense, interrompido com o golpe de Estado de 12 de abril. Os eurodeputados apelam ao respeito pela integridade física de todos os funcionários públicos e cidadãos sob alçada dos militares autores do golpe.
O eurodeputado Paulo Rangel, um dos autores do documento, reconhece que a resolução do Parlamento Europeu não chega para solucionar o problema, mas constitui um passo porque legitima um mandato para outras ações.

DW África: O que é que se pode esperar desta tomada de posição formal do Parlamento Europeu?

Paulo Rangel (PR): 
O que se pode esperar, no fundo, é uma coerência total entre as instituições internacionais quanto à atual situação de ilegitimidade política que se vive na Guiné-Bissau.
Eurodeputados exigem o restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-Bissau
Eurodeputados exigem o restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-Bissau
Nós já sabíamos que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a própria União Europeia (UE), através da Comissão, tinham tido um papel muito importante na definição de uma situação de ilegalidade, uma espécie de golpe de Estado constitucional que interrompeu um processo eleitoral e interrompeu uma trajetória, que foi uma trajetória extraordinária de recuperação a que assistimos, no último ano e meio, na Guiné-Bissau. Quer o trabalho político quer o trabalho de desenvolvimento económico e social foram interrompidos. E portanto, há que denunciar isto.
Por outro lado, há aqui um aspecto que também é muito importante, que é o de condenar, criticar o papel que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem tido aqui. Para além deste convite a que a CEDEAO possa, ela própria, ter um papel de restauração da legalidade democrática, porque tem sido, apesar de tudo, um pouco complacente com a situação), é  fundamental  restaurar do apoio humanitário e do apoio ao desenvolvimento à Guiné-Bissau.
Devemos fazer uma grande pressão internacional para repor a legilimidade, para que este golpe de Estado seja, no fundo, afastado e para que os candidatos que estavam a concorrer à presidência e o primeiro-ministro e Presidente interinos voltem, de novo, ao território da Guiné e à governação. Mas isso não deve interferir com a capacidade de ajuda e de apoio à população porque a população está a sofrer imenso.
O eurodeputado Paulo Rangel, no apoio do Partido Social Democrata durante a campanha eleitoral das eleições legislativas de 2009
O eurodeputado Paulo Rangel, no apoio do Partido Social Democrata durante a campanha eleitoral das eleições legislativas de 2009
DW África: Referiu a uma coerência total, mas há uma disparidade de avaliações nomeadamente entre a CEDEAO e outros parceiros como a CPLP, a ONU ou a União Africana (UA). Será suficiente fazer-se o convite à CEDEAO para que não legitime um governo e as autoridades que sairam de um golpe de Estado ou será preciso fazer mais?
PR: A adoção pura e simples de resoluções internacionais é sempre essencial para dar um quadro legal de atuação às instituições. Ou seja, é importante que o Conselho de Segurança da ONU, que a UA, que a CPLP, que a UE tomem decisões e que as tomem por escrito sob a forma de resolução para terem, no fundo, um mandato para atuar. Mas depois não podem as consciências ficar descansadas com a aprovação da resolução. O que vamos fazer a 13 de junho, é apenas um primeiro passo. É fundamental que os países da CPLP, nomeadamente Portugal, Angola e o Brasil tenham um papel de pressão sobre os países da África Ocidental. Assim como a UE e o próprio Conselho de Segurança da ONU, designadamente através de alguns dos seus membros mais relevantes (como os Estados Unidos e a China que tem hoje um papel relativamente importante em alguns países africanos) possam usar os seus bons ofícios e a sua capacidade de pressão e de influência internacional para levar a CEDEAO a mudar o seu caminho. Isso é essencial.
Carlos Gomes Júnior foi o candidato mais votado da primeira volta das eleições presidenciais, que foram interrompidas antes do segundo turno pelo golpe de Estado
Não basta haver resoluções. Mas sem resolução também não há mandato para as instituições atuarem. E, portanto, a resolução é extremamente importante no sentido da definição de uma posição da comunidade internacional.
DW África: E ao nível bilateral, o que é que pode um país como Portugal fazer para ajudar a Guiné-Bissau a sair deste impasse?
PR: Eu creio que, particamente, aqui há dois países que têm uma posição ímpar: Portugal e Angola, porque Angola tinha a Missang, que estava com uma missão de assistência técnico-militar [na Guiné-Bissau], com um papel muito relevante. Aliás um papel que se refletia neste progresso, porque o que aqui é verdadeiramente extraordinário é que a Guiné-Bissaau, para além de estar a desenvolver um quadro democrático, pela primeira vez estava, de fato, com índices económicos e sociais em melhoria absolutamente visível. E este processo, com certeza com este golpe, vai ficar parado. E isso é que é trágico neste contexto.
O Parlamento Europeu pretende que o processo eleitoral guineense seja concluido
Penso que Portugal e Angola têm um papel muito importante. Mas é fundamental que estes dois países não apenas atuem sobre os atuais dirigentes da Guiné-Bissau mas os dirigentes que estão, neste momento, de fato, com o poder nas mãos, mas sobre os países da África Ocidental, países que têm um papel relevante, como o Senegal, Gâmbia, Nigéria e outros como a Guiné Conacri ou a Guiné-Equatorial. Nós podíamos, de fato, ter aqui um conjunto de parceiros sobre os quais devíamos atuar diretamente. Portanto, disso não há dúvida.
Julgo que, apesar de tudo, o papel de Portugal, por um lado, pode ser muito facilitado se tiver esta cobertura da UE. E por isso nos empenhamos tanto em que não só a Comissão mas também o Parlamento Europeu tivesse uma posição claríssima sobre este assunto, porque é evidente que um país como Portugal terá uma capacidade de pressão maior sobre os países da África Ocidental, que têm uma palavra a dizer nesta questão, se vier com a cobertura, a legitimidade da União Europeia.
O novo governo interino da Guiné-Bissau colhe o apoio da CEDEAO mas é contestado por outras organizações internacionais como a CPLP e a ONU
E o mesmo vale para Angola, no que diz respeito à União Africana. Então, no fundo, são uma espécie de catalizadores destes esforços.
Mas a situação é extremamente complexa, há que reconhecê-lo, por isso é que existe também este último considerando da resolução que é extremamente importante (e sobre o qual eu tenho insistido a propósito de outros casos de emergência humanitária). Mesmo quando há uma situação política extremamente adversa e que merece ser verdadeiramente censurada e até boicotada, nós não devemos suspender a ajuda humanitária nem a ajuda direta às populações, porque esses cortes não contribuem, de maneira nenhuma, para facilitar a situação, no próprio terreno político. E portanto, não deve ser a população que deve ser refém deste tipo de golpismo e de instabilidade política. E por isso, o trabalho humanitário e de desenvolvimento deve continuar, mesmo neste quadro político irregular.

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: Glória Sousa / António Rocha
fonte: DW


A Missang e a vitória da inteligência.

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A Palavra do Director
Filomeno Manaças
A Missang e a vitória da inteligência

 1.O regresso dos efectivos da missão militar angolana na Guiné-Bissau é agora um facto consumado. Todas as tropas e equipamento que estavam em território guineense, no âmbito do acordo firmado com as autoridades daquele país antes do golpe de Estado, estão em solo pátrio.
Muito antes mesmo do golpe de Estado militar na Guiné-Bissau as autoridades angolanas já haviam decidido a retirada unilateral dos efectivos da MISSANG, face ao clima de animosidade que se instalou, fomentada por sectores políticos e militares guineenses. A declaração nesse sentido produzida pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoti, corroborada por um comunicado do Executivo sobre a questão não deixava dúvidas em relação à decisão de Angola se manter distante das convulsões políticas que se adivinhavam na Guiné-Bissau e que punham em causa a continuidade da cooperação entretanto encetada ao nível dos sectores da defesa e da segurança.
O golpe de Estado de 12 de Abril na Guiné-Bissau veio criar uma situação de impedimento à saída de facto da MISSANG, entretanto formalmente já anunciada, e passou a constituir um novo desafio para os efectivos da missão, já que as forças golpistas utilizaram como um dos pretextos para a tomada do poder a presença dos militares angolanos, distorcendo intencionalmente os objectivos do protocolo assinado entre os ministros da Defesa dos dois países, complementar ao acordo firmado pelos dois Governos e ratificado pelos respectivos Parlamentos.
O novo desafio para a MISSANG e para Angola passou a ser a gestão do clima de animosidade e de provocações que se instalou, com o claro propósito de criar uma situação de insustentabilidade que levasse os efectivos angolanos a terem de reagir. A série de peripécias que se seguiu ao golpe de Estado protagonizado pelos militares guineenses em 12 de Abril, em que não faltaram tentativas para criar pretextos para incidentes com o efectivo angolano, de modo a justificar a intenção mal disfarçada dos golpistas em quererem apoderar-se do seu equipamento, permite afirmar que as autoridades angolanas souberam conduzir com elevada maturidade a situação de crise criada pelas forças golpistas e abortar os desenvolvimentos que as mesmas tinham projectado.
O regresso incólume dos militares é, pois, mais uma vitória da diplomacia angolana que, com paciência, inteligência e determinação, soube evitar as tentativas de envolvimento da MISSANG em escaramuças inúteis na Guiné-Bissau, ela que foi para o território guineense com o propósito nobre de ajudar na reestruturação das forças armadas, com o objectivo desta melhor servir o desenvolvimento económico e da democracia naquele país irmão.
Em todo este processo a intervenção do Presidente José Eduardo dos Santos não pode ser ignorada, pela forma determinada como Angola soube defender e reafirmar as suas posições junto dos países membros da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO), pelo apoio incondicional que granjeou de imediato no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e pelas tomadas de posição de condenação inequívoca do golpe de Estado por parte da União Africana, da União Europeia e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
2. A Cimeira Extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que Luanda acolheu nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, trouxe a público uma nova proposta de reflexão sobre o futuro a longo prazo da organização, mais concretamente sobre a evolução que deve seguir. “Nota Conceptual” é a designação do documento sobre o assunto, na qual o Presidente José Eduardo dos Santos propõe uma reflexão alargada ao mais alto nível sobre a visão e os objectivos estratégicos da SADC num horizonte de 50 anos. O conceito sobre a elaboração da “Visão 2050” da SADC traduz a preocupação em alicerçar melhor os pressupostos para o desenvolvimento da comunidade, numa perspectiva comparativa com os principais acontecimentos políticos, económicos e sociais que marcam actualmente o continente africano e o mundo em geral. Sem dúvida uma proposta que visa tornar mais sólidas as bases de desenvolvimento da Comunidade assente sobretudo na estabilidade da África Austral e particularmente de cada um dos países que integram a organização. 

fonte: Jornal de Angola

CPLP estuda em Luanda equivalência de diplomas.

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Ministros reflectem sobre o desenvolvimento de parcerias para troca de informações de políticas sobre tecnologias
Fotografia: Kindala Manuel
A ministra angolana do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia defendeu ontem, em Luanda, o aumento da cooperação entre instituições responsáveis pelo reconhecimento de graus académicos no espaço dos oito países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Cândida Teixeira, que falava na abertura de uma reunião de peritos da CPLP, sugeriu maior interacção entre as instituições de Ensino Superior, institutos, centros de investigação científica dos países-membros e a participação em financiamento de projectos conjuntos sob orientação do secretariado do centro para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Os ministros do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da CPLP concertam hoje, em Luanda, posições para a definição de instrumentos específicos para o desenvolvimento desses sectores nos países-membros. 
Os representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste vão ainda debater assuntos relacionados com o reforço da cooperação dos sectores que dirigem e avaliar o grau de cumprimento das políticas de Ciência e Tecnologia dos países-membros. Cândida Teixeira pediu ainda aos peritos para avaliarem o nível de participação dos países-membros no Centro de Excelência em Ciências Básicas de Nível II para a formação avançada de cientistas de países de língua portuguesa recentemente criado sob a égide da UNESCO. 
A ministra angolana do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia sugeriu uma reflexão sobre o desenvolvimento de parcerias que visam o estreitamento de relações para o conhecimento e troca de informações relativas às políticas de Ensino Superior e de Ciência e Tecnologia e Inovação na comunidade.

Centro de excelência


A reunião que ontem terminou analisou a proposta de criação de um plano estratégico de cooperação para o Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da CPLP, o estado de cooperação entre as entidades responsáveis pela avaliação e acreditação de instituições, cursos de ensino superior e reconhecimento de diplomas em cada país-membro. Os especialistas analisaram ainda a criação em Angola do Centro de Excelência em Ciências Básicas de Nível II, sob a égide da UNESCO, para a formação académica superior na África subsariana. Os peritos analisaram também as áreas de cooperação intra-comunitária, como as alterações climáticas e a observação da Terra, agricultura e segurança alimentar, ciências biológicas e saúde energias renováveis.

fonte; Jornal de Angola

A África vista pelo Ocidente é tema de teatro na Alemanha.

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Cena da peça "Lua Africana"

O teatro alemão Krefeld- Mönchenglabach inicou a série "Teatro além da Europa" há dois anos. Após o Irão, chegou a vez de África. Está representada na peça “African Moon” ou “Lua Africana”, do autor Gabriel Gbadamosi.
Não há negros na peça "Lua Africana". Esta não é uma história sobre África, mas sobre brancos que vão para África. Ela conta quais são os preconceitos que levam na bagagem e como estes mudam, passado algum tempo.

Nem sequer a música é africana, mas da autoria de afro-americanos com uma visão ocidental sobre o continente. É o caso da cantautora Tracy Chapman.

Um dos protagonistas chama-se Martin, um alemão com negócios obscuros em África, que durante a peça retrara a realidade que encontra: “aqui se casas e tens um filho, de repente, tens a resposanbilidade por 20 crianças e as suas famílias. O menino no pátio com moscas nos olhos. Quem precisa de dinheiro, pede-te emprestado. Aqui, o Martin insignificante da província alemã tornou-se num grande homem, muito respeitado!"
Cena da peça "Lua Africana"
Cena da peça "Lua Africana"
Na peça Martin dá a crianças africanas medicamentos falsificados, porque precisa do dinheiro. O homem de negócios queria enriquecer para valer mais aos olhos dos africanos. Por causa dos medicamentos as crianças adoecem. A doença chama-se “African Moon” ou “Lua Africana”. Mas o título da peça também alude aos lugares comuns do imaginário africano na Europa, como o pôr-de-sol e o safari.

Sucedem-se outros europeus como a ingénua Dora e um jornalista apostado em fazer o bem em África.

Uma história real

Gabriel Gbadamosi, autor da peça, é filho de pai nigeriano e mãe irlandesa. Vive em Londre com a família. Como repórter, especializado em economia e corrupção, viajou por toda a África. Esta experiência é incorporada na peça.

O autor explica que "a segurança e a distribuição de medicamentos são problemas sérios em África. Na Nigéria, 80% dos comprimidos são falsificados e agravam as doenças. Em todo o continente, o número correspondente é de 50 a 80%. Os medicamentos falsos são produzidos na China e na Indonésia. É um problema enorme e por isso escolhi-o como tema da minha peça".
Gabriel Gbadamosi é o autor da peça "Lua Africana"
Gabriel Gbadamosi é o autor da peça "Lua Africana"
A série “Teatro além da Europa” em  Krefeld-Mönchengladbach é uma ideia do director Matthias Gehrt. Durante vinte anos o encenador trabalhou em teatros de todo o mundo, em Lagos, na Nigéria, no México e no Sri Lanka.

As pessoas que conheceu na profissão são a base do projeto invulgar que desenvolveu nas cidades de Krefeld e Mönchengladbach. E os temas que assim chegam à província alemã também não são evidentes. "Granizo sobre Zamfara", por exemplo, é uma peça africana de Sefi Atta que fala da lapidação.

Para a concretização deste projeto, Matthias Gehrt explica que “dá muito trabalho organizar a vinda de autores de fora da Europa, que têm uma cultura totalmente diferente da nossa. Mas nós queremos o confronto com a estética e a tradição dos outros. Este choque das culturas, este encontro intercultural para o público dá-se na sala do teatro”.

O diretor de teatro conta que já surgiram inumeros mal-entendidos, “porque não é apenas uma língua diferente, são outras culturas”, explica. No entanto, “o desafio é aliciante: atores alemães interpretam literatura não europeia para um público alemão", conclui Matthias Gehrt.

Autores: Dorothea Marcus / Cristina Krippahl
Edição: Glória Sousa / António Rocha
fonte: DW

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