Agora, quase único mestre a bordo, o presidente Pierre Nkuzunziza está firme com o poder. Ele quer ser desejado à sua maneira por seus vassalos, seus militantes zelosos e jornalistas também curiosos e incrédulos, que queriam lhe ver e realmente acreditar em seu retorno ao país. Levou mais de 72 horas depois da tentativa de golpe de Estado para que o presidente consinta, enfim, a fazer uma aparição pública oficial. Para enfim, pôr fim a uma parte das interrogações concernentes a essa sequência de sua vida no poder.

Diante de meios de comunicação nacionais e internacionais que queriam vê-lo e entender que, para uma escolha, que simplesmente por curiosidade profissional, o presidente Pierre Nkurunziza tem feito um jogo político. Ele deliberadamente ignora a tentativa do golpe fracassado do ex-general Godefroid Niyombare, para se focar no Shebab somalianos, que, segundo ele, são a verdadeira ameaça para o país, e que os soldados do Burundi estão incorporados por conta das forças da UA e da ONU na luta contra estes terroristas.
O Presidente burundiense, escolheu no entanto, conscientemente por ignorar atualidade nacional para se mostrar mais preocupado com as possíveis ameaças externas. Ele dedica menos de um minuto para a mídia sobre esse assunto, e que somente a rádio e televisão nacional, conseguem fazê-lo voltar, quando ele rapidamente quer por fim o encontro. Ele se expressara em Kirundi, na língua nacional, para tentar desdramatizar por um lado, apelando a vigilância, por outro, para sair da actual situação.
Como em um cenário bem oleado, Nkurunziza se afastará para deixar a suite a seu conselheiro, Willy Nyamitwe, para que ele analise a possibilidade "de um ligeiro adiamento das eleições legislativas e presidenciais '', normalmente previstas para 26 de junho próximo. Mas com estes 18 supostos golpistas levados à justiça, no dia anterior, ou seja, em 16 de Maio, devemos dizer que as coisas poderão ficar mais difíceis.
Para evitar no Burundi a justiça dos vencedores, as Nações Unidas e os Estados Unidos estão na linha de frente para denunciar as violações flagrantes dos direitos humanos e, novamente, aconselham ao abandono da terceira candidatura presidencial de Pierre Nkurunziza para salvar a paz e defender a Constituição.
Mais uma vez, Pierre entenderá esse apelo à razão? Aquele que vem a frustrar a lealdade de seus acólitos militares, numa poderosa tentativa de golpe, ele, o Presidente triunfante, saberá entender as crises e os apelos das populações torturadas ou enlutadas?
Apenas ser mestre de bordo, até quando?
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