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O genocídio de Gaza, a questão palestina e o começo do fim do sionismo.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... A invasão e o massacre de Gaza, uma espécie de campo de concentração...

terça-feira, 17 de abril de 2018

Autoridades do Níger podem ter detido um dos responsáveis da emboscada que matou quatro soldados americanos.

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Soldados que morreram na esboscada

Seis meses depois embaixador americano aguarda confirmação da notícia
As autoridadas do Níger acreditam ter detido um dos autores da emboscada que levou à morte quatro soldados americanos naquele país a 3 de Outubro de 2017.
O jornal New York Times diz que as autoridades de inteligência no Niger admitem que um homem detido recentemente corresponde à descrição de Doundoun Cheffou, apontado como um dos líderes do grupo que terá emboscado os americanos.
Doundoun Cheffou foi militante durante anos da Al-Qaeda e jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico.
"Estamos a seguir esse grupo há um bom tempo", disse o major-general Moussa Salaou Barmou, chefe das Forças Especiais do Níger, acrescentando que uma fonte indicou onde poderia estar Doundoun Cheffou
O embaixador dos Estados Unidos em Niamey, Eric P. Whitaker, disse em uma entrevista nesta segunda-feira, 16, que as autoridades nigerianas lhe informaram sobre a captura e que os Estados Unidos aguardam mais informações.

fonte: VOA

"Estão tentando apagar e desfazer os avanços que Lula conseguiu".

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Em entrevista, Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel fala sobre campanha para que Lula receba o prêmio, que conta com mais de 200 mil assinaturas. É preciso mostrar como o Brasil melhorou no governo do ex-presidente, diz.
fonte: DW África
Lula
"Lula merece o Prêmio Nobel da Paz", diz Adolfo Pérez Esquivel
Agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1980 por lutar pelos Direitos Humanos na América Latina, o argentino Adolfo Pérez Esquivel lançou, no início deste mês, uma campanha para recolher assinaturas e apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Nobel da Paz em 2019.
O texto, endereçado à comissão julgadora do prêmio, lista ações do petista enquanto presidente. A campanha, hospedada no site change.org, já conseguiu juntar mais de 220 mil assinaturas.
"Lula merece o Prêmio Nobel da Paz, e tendo em conta a diminuição de direitos em voga, é necessário mostrar como as coisas melhoraram com ele, e a falta de democracia que existe hoje no Brasil", argumenta Esquivel em entrevista à DW Brasil. O argentino estará no Brasil a partir desta quarta-feira (18/04) e tentará se reunir com Lula na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Leia também: 
DW Brasil: Como surgiu a proposta de campanha para o ex-presidente Lula ao Prêmio Nobel?
Adolfo Pérez Esquivel: Há alguns anos, solicitei o Prêmio Nobel da Paz para Evo Morales, presidente da Bolívia, por todo o progresso que ele havia feito no campo social e pelo reconhecimento dos direitos indígenas, que historicamente sempre foram a maioria da população excluída naquele país. Ambos, Evo e Lula, trabalharam para proteger a maioria da população e os grupos minoritários excluídos pelas políticas de exclusão neoliberal. Ambos os governos tiveram um imenso progresso na luta contra a fome, a educação, a saúde e a dignidade de seus cidadãos.
Lula merece o Prêmio Nobel da Paz, e tendo em conta a diminuição de direitos em voga, é necessário mostrar como as coisas melhoraram com ele e a falta de democracia que existe hoje no Brasil. Estão tentando apagar e desfazer os avanços que Lula conseguiu para tornar a humanidade menos desigual.
DW Brasil: Mesmo com as condenações em duas instâncias da justiça brasileira, você acredita na inocência do ex-presidente?
Adolfo Pérez Esquivel: Sim. O caso do tríplex é armado. Ele não possuiu aquela propriedade, não a alugou, nunca viveu lá, seus verdadeiros donos já estão identificados, mas ainda o acusam de ter recebido isso como suborno.
DW Brasil: Existe um movimento para que o papa Francisco apoie a campanha de Lula ao Nobel?
Adolfo Pérez Esquivel: O papa Francisco está preocupado com a situação no Brasil, e ele me disse isso depois do golpe contra Dilma Rousseff, em 2016. Eu o encontro com frequência e posso assegurar-lhe que o que acontece no Brasil não é estranho para ele.
DW Brasil: Qual é a sua expectativa em relação à comissão de julgamento do Nobel na Suécia? Quais são os próximos passos, depois de reunir as assinaturas?
Adolfo Pérez Esquivel: Infelizmente, poucas pessoas no mundo podem postular candidatos ou instituições ao Nobel. Vencedores do prêmio, como eu, têm essa prerrogativa. Eu quis compartilhar a carta com a comunidade internacional para mostrar que não é o Adolfo Pérez Esquivel quem está apresentando esse pedido, mas milhares de pessoas no mundo que também concordam com isso. Já recebemos a notícia de que o egípcio Mohamed El Baradei, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2005, se juntou à campanha. Esses avanços podem ajudar a convencer pessoas hesitantes a fazer o mesmo e a apoiar o ex-presidente Lula.
DW Brasil: Com a possibilidade real de Lula não se candidatar, você acredita que a esquerda brasileira deva se unificar em um único projeto ou candidato?
Adolfo Pérez Esquivel: As forças democráticas devem se unir no Brasil e na América Latina. É importante. Os detalhes serão decididos pelas forças políticas de cada país.
DW Brasil: Você virá ao Brasil nos próximos dias? Há o desejo de visitar o ex-presidente Lula?
Adolfo Pérez Esquivel: Estarei no Rio de Janeiro, devido à grave situação da cidade, em relação à intervenção militar, e depois viajarei para Curitiba para tentar visitá-lo junto com outros parlamentares do Mercosul.
DW Brasil: Você costuma dizer que a América Latina sofreu "golpes blandos (suaves)" nos últimos anos. Como eles são caracterizados?
Adolfo Pérez Esquivel: Estamos vivendo um plano de golpes na América Latina que deixou de ser militar e se tornou muito mais sofisticado, desde a tentativa fracassada de 2002, na Venezuela. Existem as características conjunturais de cada país, mas, em geral, o golpe envolve alianças entre os poderes Legislativo e Judicial, a mídia hegemônica e algumas ONG's financiadas por grupos estrangeiros. Eles fazem lobby na opinião pública para que certos atores com o poder do Estado possam agir arbitrariamente e violar o estado de direito. Dessa forma, eles derrubaram governos com golpes parlamentares em Honduras, Paraguai, Brasil. Utilizaram rebeliões policiais para desestabilizar os governos da Bolívia, Equador e Argentina. Nesse momento, principalmente na Argentina e no Brasil, há um processo de criminalização dos partidos progressistas, para que eles não possam disputar as eleições em seus respectivos países. Não é apenas a situação crítica de Lula. Na Argentina, intervieram judicialmente o Partido Justicialista, principal sigla de oposição. Em outras palavras, agora o governo Macri controla o partido da oposição com a ajuda do Judiciário. Essas coisas não são coincidências.
DW Brasil: Você recebeu o Prêmio Nobel pela defesa dos direitos humanos na América Latina. Tivemos recentemente no Brasil o assassinato da vereadora Marielle Franco, que lutava por causas semelhantes à sua. Qual é a situação dos direitos humanos na América Latina atualmente?
Adolfo Pérez Esquivel: A América Latina tem muitos mártires que lutaram pela vida, e Marielle é um deles. A situação é séria, estamos enfrentando fortes reveses, mas sempre há esperança e resistência que nos dão força para continuar a luta.
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RÚSSIA - PRAVDA: Os homens de bem, os puteiros e a prisão de Lula.

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16.04.2018 | Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
Os homens de bem, os puteiros e a prisão de Lula. 28595.jpeg


Os homens de bem comemoram a prisão de Lula em um puteiro. No ritual macabro, o dono do bordel amarra uma funcionária, arranca sua calcinha e torce seu pescoço na frente de outros homens de bem que bebem a cerveja servida de graça pelo cafetão.


no Extra
por Felipe Pena
No alto da cena, como a ungir aquela entidade satânica, lá estão as fotos emolduras da presidente do STF e do juiz Sergio Moro. Duas fotos para um mesmo retrato. O retrato do país onde os homens de bem que aplaudem a tortura de prostitutas nuas em praça pública são os mesmos homens de bem que condenam a nudez de uma exposição de arte nas galerias de um museu.
Os homens de bem estão no puteiro da sala de casa, em frente à TV, berrando contra o personagem gay da novela e relativizando o assassinato da vereadora negra e favelada. Os homens de bem não querem a lei. Os homens de bem querem o cassetete, o tiro, a porrada, a bomba.
Os homens de bem não querem saber de provas. Querem condenar. Para os homens de bem, não importa se Lula é culpado ou inocente, não importa se o processo foi acelerado, não importa se a constituição foi rasgada.
Para os homens de bem, primeiro a gente tira a Dilma, depois...
Depois a gente tira o Temer, mas o congresso não deixou.
Depois a gente tira o Aécio, mas a Carmen Lúcia não deixou.
Depois a gente tira o Renan, mas o Gilmar não deixou.
Depois a gente tira o Alckimin, mas ele tem foro privilegiado, é outra história.
Pois é. O foro acabou, mas a procuradora não deixou. Mandou tudo para o TRE e retirou o processo da lava-jato.
Os homens de bem não se importam em ter uma justiça seletiva. Os homens de bem ignoram as malas do Rodrigo Temer Loures, as contas na Suíça do José Serra, os esquemas do João Dória, todos livres, leves e soltos. Os homens de bem são bem simples: eles só querem jogar Lula do avião.
E, se possível, jogam também a Gleise, a Manuela, o Boulos e todo aquele povo do nordeste que mama nas tetas do bolsa-família, com 85 reais por mês. São vagabundos, não são homens de bem para os homens de bem.
Para os homens de bem, a justiça é um puteiro. Mas não é um puteiro comum. É um puteiro supremo, com direito a suingue e chicotada, com tudo. E o que eles gostam não é de um simples ménage à trois, mas de um 6 a 5, bem gostoso, como nas melhores putarias.
Putarias do bem, é claro.
* Felipe Pena é jornalista, psicólogo e escritor. Autor de 16 livros, trabalha como roteirista e dá aulas de jornalismo na Universidade Federal Fluminense.
Jornal GGN
http://www.patrialatina.com.br/os-homens-de-bem-os-puteiros-e-a-prisao-de-lula/

Guiné-Bissau: Aristides Gomes novo primeiro-ministro.

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Dando sequência aos compromissos assumidos na cimeira de líderes da CEDEAO, em Lomé, no Togo, o Presidente José Mário Vaz nomeou para primeiro-ministro Aristides Gomes, que na tomada de posse garantiu eleições legislativas a 18 de Novembro deste ano.
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Dia intenso em termos de desenvolvimentos políticos em Bissau, com o Presidente José Mario Vaz no epicentro das decisões.
Artur Silva que tomou posse a 31 de Janeiro já não é primeiro-ministro da Guiné-Bissau. O próprio disse ter pedido a sua demissão do cargo, mas um decreto presidencial datado de 16 de Abril 2018 e com entrada imediata em vigor anunciava a exoneração de Artur Silva.
Outro decreto com a mesma data nomeia o sociólogo Aristides Gomes, de 63 anos, para primeiro-ministro, cargo no qual foi investido esta segunda-feira (17/04) com a missão de formar um governo inclusivo, cujo objectivo principal é organizar eleições legislativas ainda este ano, sendo que 18 de Novembro é a data indicada no decreto presidencial, cujo anúcio foi feito pelo novo primeiro-ministro.
"data das eleições legislativas já foi fixada para o dia 18 de Novembro deste ano...e nós vamos partir dessa realidade, para orientar o nosso trabalho no sentido de fazer aquilo que é o objectivo deste governo - essencial - que é fazer as eleições legislativas".
Aristides Gomes, antigo primeiro-ministro - entre Novembro de 2005 e até Abril 2007 - é político e quadro sénior do PAIGC de que já foi vice-presidente, antes de se afastar para criar o PRID - Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento, mas em 2013 regressou ao PAIGC.
A dúvida que paira nos círculos políticos é saber se a crise vai mesmo terminar com a indicação do sétimo primeiro-ministro durante os três anos do consulado do Presidente José Mário Vaz, que em Agosto de 2015 demitiu do cargo Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC vencedor das eleições legislativas em 2014.
É que o mote de todas as desavenças tem sido a divisão de pastas entre os actores políticos nos sucessivos governos.
Os cinco partidos representados no Parlamento, PAIGC, PRS, PCD, PND e União para Mudança, sublinharam que o Governo tem de ser formado com base nos consensos do Acordo de Conacri, isto é, depois do pàrimeiro-ministro de consenso, o governo deverá representar os resultados nas eleições legislativas de 2014.
Em Fevereiro de 2018 a CEDEAO decretou sanções contra 19 personalidades guineenses, entre as quais figuram membro do sector político, judicial e empresarial caso do filho do Presidente JOMAV.
De salientar que a cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO em Lomé prolongou até 30 de Junho de 2018 o mandato da ECOMIB - Força de manutenção da paz de países da África Ocidental estacionada na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado militar de 2012.
fonte: RFI

PARA DISTRAIR OS MATUMBOS, MPLA BRINCA ÀS AUTARQUIAS.

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A UNITA, o maior partido da oposição angolana, acusou hoje o Governo de pretender realizar eleições autárquicas em menos de um terço dos municípios do país, voltando a exigir que o processo decorra em simultâneo em todo o país.

Aposição foi assumida em Luanda, pelo líder da bancada parlamentar da UNITA, durante a abertura do seminário metodológico sobre autarquias, promovido pelo partido e que decorre até amanhã.
“Pretender legislar para realizar eleições locais em menos de um terço dos municípios do país representa a confissão de que não há obra para mostrar ao cidadão, não há benefício de serviços básicos para a maioria das populações, não existem infra-estruturas sanitárias na maioria dos municípios do país, apesar da aprovação de verbas milionárias nos orçamentos”, acusou Adalberto da Costa Júnior.
Em cima da mesa está a possibilidade de Angola realizar as primeiras eleições autárquicas no país em 2020, mas num modelo gradual, sem abranger, numa primeira fase, todos os mais de 170 municípios do país, como defende o Governo, apoiado pela maioria parlamentar do MPLA.
“Por isso a necessidade de transferir, agora e à pressa, algumas verbas, para depois escolherem menos de 50 municípios, onde se concentrarão meios e aí tentarem mostrar que se fez alguma coisa. Entretanto, abandonar o grosso dos municípios em áreas rurais do país, deixar a maior superfície geográfica do país fora da administração local e, portanto, sob exclusiva administração central”, acusou o líder parlamentar da UNITA.
Para o deputado, com este modelo, “os desvios e os assaltos ao património e ao erário públicos vão continuar, porque ficarão fora do alcance do controlo dos cidadãos”.
Acrescenta que o Conselho da República, reunido em Março, no seu debate e interpretação do “gradualismo”, expressão constante da Constituição angolana sobre a implementação das autarquias “foi concordante” de que essa referência é sobre o “gradualismo de competências”.
“Portanto, gradualismo na transferência de competências do poder central para o poder autónomo. E o poder autónomo é aquele representativo das comunidades de cidadãos e não os órgãos locais representantes do poder central. Não haja confusão”, afirmou Adalberto da Costa Júnior.
Acrescenta, por isso, que “em momento algum, a interpretação da Constituição aponta para o gradualismo geográfico”, pretensão que classifica como “deturpada e intencional” visão que “está a ser vendida pelo executivo”.
“É o modo que alguns ideólogos encontraram para continuarem a manter o controlo total da governação, o poder vertical na mão de um só senhor, que continuará a mandar em tudo e a retardar, por consequência, o desenvolvimento do país e os direitos dos cidadãos”, apontou ainda.
O Presidente angolano propôs a 22 de Março o ano de 2020 para a realização das primeiras eleições autárquicas em Angola, que deverão ser implementadas faseadamente, ao discursar na abertura da primeira reunião do Conselho da República de Angola.
Na intervenção, João Lourenço referiu que, sendo estas as primeiras eleições autárquicas, devido à extensão territorial de Angola e à inúmera quantidade de municípios, é necessário tempo para a sua conveniente preparação.
Segundo o Presidente, esta preparação visa que “o poder eleito saído delas sirva o propósito para as quais as autarquias serão criadas, a servirem melhor as comunidades e o cidadão”.
Acrescentou que será importante fazer uma reflexão sobre o melhor momento para a realização das eleições autárquicas, designadamente em que ano e a forma da sua implantação gradual, propondo que comece “por um certo número de municípios a definir, após debate entre partidos políticos com assento parlamentar, na base de uma proposta a ser apresentada pelo executivo”.

Brincar às autarquias

Oprocesso de preparação para a prometida concretização de autarquias locais em Angola está em curso e poderá estar concluído até 2021, anunciava em 15 de Novembro de 2016, em Luanda, o então vice-Presidente de Angola.
Manuel Vicente discursava na abertura do IV Fórum dos Municípios e Cidades de Angola, uma organização do Ministério da Administração do Território, subordinado ao tema “Finanças Locais como Instrumento de Desenvolvimento Económico”.
Angola ainda não realizou as primeiras eleições autárquicas no país, perante as críticas da oposição, face à demora e ausência datas concretas. É claro que, também nesta matéria, a Oposição em “lato sensu” julga que Angola é aquilo que não é: um Estado de Direito Democrático.
Sobre o assunto, Manuel Vicente afirmou que o executivo aprovou o Plano Nacional Estratégico da Administração do Território (PLANEAT), que previa o apoio à implementação das autarquias locais no país, através da criação de instrumentos técnicos de apoio, que incluem meios técnicos, humanos e financeiros e a institucionalização das autarquias locais.
Segundo Manuel Vicente, esse programa previa ainda o enquadramento das autoridades tradicionais no quadro da governação local.
“Deste modo, penso que o financiamento do poder local é uma pedra angular para o verdadeiro poder local autónomo do Estado ou do Governo central”, disse Manuel Vicente, sublinhando que o futuro do desenvolvimento de Angola passa também por aquilo que for feito em matéria local, nos domínios económico, social e cultural.
“Na realidade, a descentralização e desconcentração administrativas deverão constituir o elemento fundamental da nossa acção política e administrativa, a fim de conseguirmos atingir os patamares do desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional”, afirmou.
O então vice-Presidente angolano sublinhou que desde a independência a administração centralizada e hierarquizada tem vindo paulatinamente a ser alterada para “uma administração descentralizada e heterogenia”.
Paulatinamente, disse muito bem Manuel Vicente. E a esta velocidade paulatina, é provável que daqui a mais uns 30 anos o regime consiga dar aos angolanos o que era esperado ter dado há dezenas de anos. Só por curiosidade recorde-se que, em Setembro de 2016, Cabo Verde realizou as sétimas eleições autárquicas desde 1991.
“Este processo exige que sejam adoptadas medidas de transparência e harmonização de competências, poderes, responsabilidades e recursos do Governo central para as entidades locais, que representam os interesses específicos das populações”, frisou Manuel Vicente como se tivesse descoberto a pólvora.
Acrescentou que o processo de descentralização constitui um aprofundamento da democracia, permitindo que determinadas necessidades colectivas sejam resolvidas de forma mais próxima das populações.
Manuel Vicente admitiu que é necessário os municípios serem dotados “de vida, na verdadeira acepção da palavra”, para a solução dos seus problemas e satisfação das necessidades das populações.
“Nesse sentido, temos de alocar recursos adequados e proporcionais aos mesmos, para que os órgãos locais desempenhem com propriedade as suas competências”, disse Manuel Vicente.

Promessas para matumbos

Retrocedamos a Junho de 2015. A realização das primeiras eleições autárquicas em Angola vai ser antecedida, já este ano (2015), pela elaboração de um diagnóstico sobre os recursos humanos do actual poder local e por uma delimitação territorial.
A informação constava da resolução final da Assembleia Nacional com o plano de tarefas essenciais para realizar as próximas eleições gerais, em 2017, e as primeiras autárquicas, ainda sem data, proposta pelo MPLA, no poder desde 1975, e que incorporou propostas dos partidos da oposição.
No caso das autárquicas, esta resolução – além de passos para o registo eleitoral – previa a realização de um diagnóstico exaustivo sobre o estado actual dos recursos humanos, financeiros e infra-estruturas necessárias às autarquias locais, a concluir “até Agosto de 2015”.
No segundo semestre de 2015 seria realizada a delimitação territorial, “definindo correctamente os limites territoriais de cada circunscrição autárquica e outros elementos necessários”, lê-se na referida resolução, aprovada no Parlamento por unanimidade e publicada a 17 de Junho de 2015.
Neste último processo seriam definidos limites geográficos das circunscrições administrativas e autárquicas, fixados marcos geodésicos e placas identificativas dos limites territoriais, definida e clarificada a toponímia, além de atribuídos números de polícia a cada circunscrição territorial.
Igualmente nesse segundo semestre (2015), o Governo deveria avaliar o potencial de arrecadação de receitas pelos futuros municípios e adaptar a estrutura e funções do Orçamento Geral do Estado e a da Administração Fiscal para o efeito, além de fazer o levantamento do património imobiliário da administração local actual e decidir “sobre o património a transferir para as autarquias locais”.
A última das tarefas definida nesta resolução previa a promoção da discussão e adopção da legislação de suporte à realização das primeiras autárquicas, até Março de 2016, e sem referir datas, concluiu pela necessidade de “promoção de condições efectivas para convocação das Eleições Autárquicas”.
A convocação das primeiras eleições autárquicas em Angola é um assunto que divide o MPLA, que advoga a necessidade de se criarem condições para o acto, e a oposição, que exige a sua rápida realização, em cumprimento da Constituição.

Autárquicas quando o MPLA quiser

A15 de Outubro de 2014, no seu habitual discurso anual sobre o estado da nação, o então Presidente de Angola excluiu a realização das primeiras eleições autárquicas no país antes de 2017, advertindo que “é melhor evitar a pressa para não tropeçarmos”.
“Penso que devemos trabalhar de forma mais unida e coerente para a concretização deste grande desejo dos angolanos, ao invés de transformarmos este assunto em tema de controvérsia e de retórica político-partidária”, apontou José Eduardo dos Santos.
Nessa intervenção, o chefe de Estado alertou que “são várias as questões” que os órgãos de soberania “têm que tratar até que sejam reunidas as condições necessárias para a criação das autarquias”.
“Penso que todos queremos dar passos firmes em frente para aprofundarmos o nosso processo democrático, mas é melhor evitar a pressa para não tropeçarmos”, afirmou, desafiando a Assembleia Nacional a clarificar um calendário para “depois passar à acção”.

Oposição queria autárquicas em… 2015

Já em 2014 a Oposição insistia que havia condições para que as eleições autárquicas fossem realizadas antes de 2017 e rejeitava os argumentos do presidente José Eduardo dos Santos que disse que provavelmente só em 2017 haverá condições para tal.
A UNITA, por exemplo, pensava que se houvesse vontade por parte do Presidente da República as autarquias poderiam ser uma realidade em 2015.
Com efeito, o então líder da bancada parlamentar do partido do Galo Negro, Raúl Danda, considerava que as razões avançadas por Eduardo dos Santos, como obstáculos, para a implementação das autarquias no país não faziam qualquer sentido.
“Como é que há dinheiro para se dar ao Banco Espírito Santo de Angola, 5.7 bilhões de dólares, do erário publico para generais que envergonham o país ao irem gastar lá fora, compram casas lá fora, onde encontram milhões de euros dentro de casa, milhões de euros e dólares para irem jogar batota lá fora, para se praticar tráfico de seres humanos e prostituição internacional e não há dinheiro para se realizar as autarquias? Só pode ser brincadeira”, disse.
No seu recente discurso na Assembleia Nacional, o presidente Eduardo dos Santos indicou que mesmo em 2017 poderia ainda não haver condições para as eleições autárquicas.
Raúl Danda dizia ser difícil acreditar nas palavras do presidente angolano: “O presidente José Eduardo dos Santos num momento diz uma coisa, noutro momento depois de ter dormido acordou e pensou bem e diz outra coisa. Isso é sinal que daqui a dois meses pode chegar à conclusão que este país não precisa de autarquias”.
“Com vontade política em 2015 nós podemos ter eleições autárquicas, porque não?”, concluía o então chefe da bancada parlamentar da UNITA.
Outro político que não fazia fé no pronunciamento de José Eduardo dos Santos era Nelson Pestana, para quem “a Constituição é para ser aplicada e não para perguntar se isso é ou não realista e pragmático”.
“As autarquias são um imperativo constitucional, para serem implementadas e não para perguntar se são realistas ou pragmáticos”, acrescentou o político, lembrando que, no ano passado (2013), José Eduardo dos Santos no discurso sobre o estado da nação “disse que não se pode mais pôr em causa a importância e a necessidade da implementação das autarquias”.
“Um ano depois vem dizer-nos que que não tinha pensado bem e que não levou em consideração uma série de pressupostos e que agora é realista e pragmático e acha que não se deve realizar antes de 2017!”, exclamava Nelson Pestana.
Folha 8 com Lusa

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