As trapalhadas na condução do processo eleitoral estão a abrir brechas e feridas profundas no interior do partido, deixando claro que as dissensões verificadas nas eleições presidenciais não só persistem como se ampliaram
Moreira considera mesmo que “a forma escandalosa” como o PAICV “perdeu as eleições presidenciais, fruto de egoísmos e vaidades internas, apesar de tudo, parece não ter servido de lição” e destaca ter havido “manipulação do processo autárquico em Santa Catarina”, colocando extenso role de interrogações dirigido aos responsáveis máximos do seu partido e aos militantes: “Onde ficaram os Estatutos do PAICV? Onde estão os líderes do PAICV? Onde está a Comissão Política Nacional? Existe a Comissão Política Regional de Santiago Norte? Existe o Presidente da Comissão Política Regional? As candidaturas apresentadas nos Concelhos da Região Norte foram aprovadas? Quando? Por quem? Quais eram as regras para a escolha dos candidatos? Porquê bloquear a concorrência se o candidato lançado a partir da Praia era assim tão forte? Então ninguém tem a coragem de dizer um ai?”, chegando mesmo a admitir se “será este silêncio cúmplice e generalizado dentro do PAICV condição para se manter no emprego”…
UM PROBLEMA CHAMADO JOSÉ MARIA VEIGA…
Fernando Moreira – que assume ser “difícil continuar calado” - termina o seu texto denunciando a formação de “quadrilhas para assaltar trabalhos sérios realizados, usando, claramente, expedientes manipuladores, mentindo, fofocando, jogando os Estatutos no lixo e pondo em risco investimentos políticos sinceros de muitos homens e mulheres que continuam, apesar de tudo, a acreditar”.
Tempos difíceis vivem-se no interior do maior partido cabo-verdiano que, apesar de tudo, pela voz de José Maria Neves, colocou a fasquia demasiado alta: vencer, pelo menos, em 12 municípios… um objectivo que, a fazer fé nos próprios militantes, está cada vez mais difícil e que, a não se confirmar, colocará mesmo em risco a liderança de JMN.
fonte: Liberal Online