NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Mais de 50 empresários alemães reúnem-se, a 4 e 5 de junho, em Luanda, com cerca de 200 interlocutores angolanos, no V Fórum Económico Alemão-Angolano. Pretendem aumentar o volume de negócios com Angola.
O V Fórum Económico Alemão-Angolano, que terá lugar num hotel na baixa de Luanda, é uma iniciativa conjunta da “Afrika-Verein”, a Associação Africana da Economia Alemã, assim como da Câmara Alemã de Comércio Externo em Angola. O objetivo é aproximar os empresários alemães do mercado angolano.
Ainda antes do encontro, Andreas Wenzel, o secretário geral da SAFRI, sigla em alemão da Iniciativa para a África Austral da Economia Alemã, mostrava-se otimista quanto ao êxito da reunião, pois “Angola oferece uma vasta gama de oportunidades comerciais”, explica.
A economia angolana depende, em grande parte, das receitas do petróleo
Andreas Wenzel constata que, “mais de dez anos depois do fim de uma sangrenta guerra civil, o país atravessa uma fase de crescimento económico, baseado nas enormes receitas petrolíferas. As infra-estruturas estão a ser recuperadas”.
Face ao atual cenário da economia angolana, “as empresas alemãs poderão aproveitar as oportunidades inerentes, em sectores como os transportes, as telecomunicações, mas também a saúde e a agricultura”, sem esquecer a “energia, um setor vital para o país“, diz Andreas Wenzel.
Personalidades da política angolana no Fórum
A Iniciativa para a África Austral da Economia Alemã (SAFRI) foi fundada em 1996 pela Associação da Indústria Alemã (BDI) e pela Confederação das Câmaras alemãs do Comércio e Indústria.
Andreas Wenzel, o secretário-geral da SAFRI, sabe que em países como Angola, com uma economia controlada pelo Estado e por agentes ligados ao poder, os contactos têm que ser feitos sobretudo a nível político.
Andreas Wenzel, secretário geral da Iniciativa para África Austral da Economia Alemã (SAFRI)
Por isso, algumas personalidades da vida política deverão participar no encontro: “esperamos a participação de diversos ministros, entre eles o ministro angolano da Economia, assim como a ministra da Saúde e o ministro dos Recursos Energéticos”, detalha Wenzel.
Da parte alemã, continua Wenzel, o “fórum conta com o patrocínio do ministério alemão da Economia, que é representando pelo ex-ministro Michael Glos, atualmente deputado no parlamento federal alemão”.
Angola é muito mais que Luanda
Após o encontro de dois dias, os empresários alemães terão a oportunidade de conhecer algumas das províncias de Angola. O país é vasto e as oportunidades de negócios estendem-se além da capital, Luanda.
“Muitas vezes, os empresários estrangeiros cometem o erro de se concentrarem demasiado na capital e na província de Luanda”, aponta Andreas Wenzel, esquecendo “as grandes oportunidades que as províncias angolanas oferecem. É por isso que vamos visitar o sul do país. Vamos, nomeadamente, às cidades do Lobito e do Lubango”, concretiza o secretário-geral da SAFRI.
Dificuldades do mercado angolano
Andreas Wenzel salienta as oportunidades que o mercado angolano oferece mas alerta também que é “um mercado difícil e complicado”.
A visita de Angela Merkel a Luanda, em 2011, impulsionou as relações com Angola
As dificuldades sentem-se, por exemplo, a nível da administração angolana que ainda “não demonstra a eficácia e a transparência que os empresários alemães desejariam”, diz. Segundo o responsável da SAFRI “a transparência é cada vez mais importante pois, entretanto, também na Alemanha se exige cada vez mais transparência nas empresas, o que internacionalmente se designa de 'compliance'“.
Além disso, Andreas Wenzel reconhece que os empresários alemães sentem muitas vezes dificuldades em dominar a cultura comercial assim como a língua portuguesa.
Visita de Merkel impulsionou relações bilaterias
Uma coisa é certa: Angola deverá ocupar uma posição de destaque para as empresas alemãs. Um marco importante para as relações bilaterais foi a visita da chanceler Angela Merkel, a Luanda, em 2011.
A visita “traduziu-se num incremento das trocas comerciais entre os dois países. Os próprios angolanos também manifestam cada vez mais interesse em cooperar com empresas alemãs”, nota Andreas Wenzel.
O volume de negócios entre Angola e a Alemanha é já superior a 615 milhões de euros
Após a viagem de Angela Merkel, a Luanda, ficou acordado que deveria ser constituída uma parceria especial entre Angola e a Alemanha. E para estreitar os laços entre os dois países, a SAFRI redigiu a Folha de Estratégia para Angola, com várias sugestões que serão apresentadas e discutidas no 5º Fórum Económico Alemão-angolano.
Um dos pontos fulcrais da visita, em 2011, foi a planeada venda a Angola de fragatas de guerra, fabricadas num estaleiro alemão. Oficialmente, o material deverá ser utilizado para a patrulha das águas territoriais de Angola.
No entanto, Andreas Wenzel assegura que o tema da venda de material de guerra não deveria dominar as discussões do fórum.
Na opinião do secretário-geral da SAFRI: “foi muito infeliz o facto dos meios de comunicação terem falado sobretudo desse negócio, por ocasião da visita de Angela Merkel a Angola. É certo que Angola tem interesse em cooperar com a Alemanha na área da segurança militar, mas não nos devemos esquecer que uma grande parte das trocas comerciais entre os dois países nada tem a ver com material militar.
Angola, o 3º principal mercado da Alemanha em África
O volume das trocas comerciais entre a Alemanha e Angola ainda não é muito expressivo. Apesar de estar longe das trocas com países como Portugal, a China ou os Estados Unidos, o comércio germano-angolano aumenta de ano para ano.
O 5º Fórum Económico Alemão-Angolano reúne mais de 50 empresários alemães e representantes angolanos, em Luanda
A Alemanha quer uma fatia maior do bolo angolano: "as trocas comerciais bilaterais, entre Angola e a Alemanha, são atualmente de cerca de 800 milhões de dólares (mais de 615 milhões de euros) por ano. Significa isto que o volume foi multiplicado por 10, nos últimos seis anos”, precisa Andreas Wenzel.
Ainda que, à escala global, esse valor não seja muito significativo, “no contexto africano, Angola está a ganhar importância e já é o terceiro mais importante mercado para as empresas alemãs, depois da África do Sul e da Nigéria”, diz.
Os empresários alemães reconhecem que África é um mercado em que vale a pena investir. África não é apenas um continente para onde se envia ajuda ao desenvolvimento, mas sim um mercado capaz de absorver os produtos industriais e serviços da Alemanha. Por isso, o interesse dos empresários em participar em encontros como este Fórum Económico Angolano-Alemão tem vindo a aumentar a cada ano.
fonte: DW.DE