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O genocídio de Gaza, a questão palestina e o começo do fim do sionismo.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... A invasão e o massacre de Gaza, uma espécie de campo de concentração...

domingo, 10 de julho de 2022

Governo angolano quer que funeral de José Eduardo dos Santos seja em Angola.

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O Governo angolano está a negociar com a família de José Eduardo dos Santos para que o funeral seja feito no seu país, com direito a honras de Estado, “como merece por tudo o que fez por Angola”. Governo angolano quer que o “seu Presidente” seja sepultado na terra que, durante 38 anos, governou e lutou para que houvesse paz e desenvolvimento, afirma José João Manuel, embaixador de Angola em Moçambique. “Para nós, ele é angolano e pai da nação, pelo que é mais justo que tenha todas as honras no seu funeral. Não faz sentido que seja enterrado longe da sua terra. Vamos continuar a sensibilizar a família a deixar que seu pai tenha um enterro condigno e de Estado, e isso só pode ser feito em Angola”, sublinhou. José Manuel disse, ainda, que o tempo de luto foi estendido de cinco para sete dias, para dar tempo às negociações e todos os preparativos. O embaixador disse que o Governo e o povo angolano perderam um símbolo da unidade nacional, alguém que dedicou toda a sua vida àquela nação, um homem de bem, de paz, muito sereno e que deixou o seu povo órfão. “Muito cedo, ele assumiu o poder em condições muito difíceis e, desde aquela altura até à sua saída do poder, dedicou-se a construir um país próspero e de bem-estar para os angolanos. Ele foi o timoneiro de todos os sucessos que Angola conseguiu alcançar até aos dias de hoje”, homenageou o embaixador. A perda não é só de Angola, mas de toda a África, pois, segundo considera, sempre pensou em resolver os problemas de outros povos. Ajudou, por exemplo a África do Sul, a Namíbia e o Zimbabwe na luta conta o apartheid, mobilizando os angolanos para apoiarem a luta dos povos irmãos. “Enquanto estes países ainda estavam sob o domínio colonial, ele não mediu esforços. Em Angola, os principais objectivos a que se propôs foram, quase todos, cumpridos. Conseguiu reconciliar os angolanos, num processo difícil e, hoje, os angolanos estão reconciliados e unidos, o que é um grande feito”, referiu o diplomata. Manuel falou também do início da reconstrução do país, que foi destruído pela guerra civil. Disse que, apesar de nem tudo ter corrido bem, Dos Santos conseguiu tornar Angola num estado que reúne condições para se desenvolver económica, social e politicamente, e morre tendo criado bases para o desenvolvimento do país. fonte> https://www.opais.co.mz/

No Senegal, a um mês antes das eleições legislativas, flexibilização em processo eleitoral elétrico.

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Um mês antes das eleições legislativas, e após várias semanas de forte tensão política, a coalizão da oposição, Yewwi Askan Wi, está mudando de estratégia. Se mantiver um concerto de panelas nesta quinta-feira à noite, 30 de junho, seu líder Ousmane Sonko anuncia que Yewwi Askan Wi estará bem nas eleições e interrompe as manifestações. Uma retrospectiva de várias semanas de crise pré-eleitoral. num "beco sem saída político". A expressão - utilizada há poucos dias pela Agence France-Presse - resumia muito claramente a situação em que o Senegal se encontrava um mês antes das eleições legislativas. Mas hoje há um vislumbre de esperança: o grau de tensão diminuiu esta semana com sinais que Alioune Tine qualifica de "bom", o fundador do centro Afrikajom e uma figura da sociedade civil senegalesa que considera que "as condições são agora favorável a um diálogo político antes das eleições" marcadas para 31 de julho. Em 17 de junho, o mesmo Alioune Tine mencionou, no entanto, um risco de "degeneração democrática". Leia: Senegal corre o risco de um período de "degeneração democrática", segundo Alioune Tine. Aquecendo, então. Do lado da oposição, os apelos à manifestação terminaram. Oficialmente, Ousmane Sonko, o principal adversário, explica esta mudança de estratégia pela aproximação do Tabaski (Eid, o feriado muçulmano mais importante e perfeitamente inevitável) que terá lugar este ano a 10 de julho, data da abertura da campanha eleitoral . Sonko também menciona o período de exames nas escolas. (Re)ver - Senegal: quem é Ousmane Sonko? (março de 2021) Na segunda-feira, a justiça (muitas vezes acusada pela oposição de servir à agenda política do poder) por sua vez libertou um deputado preso em 17 de junho durante uma manifestação proibida. Outro foi condenado a pena de prisão suspensa. O descontentamento da oposição deverá, portanto, manifestar-se num novo concerto de panelas esta quinta-feira à noite "desta vez não por dez minutos, mas por trinta minutos", explicou Ousmane Sonko na quarta-feira, embora reconhecendo: "Temos que avançar resolutamente para o preparação das eleições legislativas de 31 de julho. Yewwi Askan Wi (a principal coalizão da oposição, nota do editor) irá a essas eleições!" (Re)ver - Senegal: oposição adia manifestação e vai participar nas eleições legislativas Vários episódios marcaram este início do processo eleitoral e alimentaram a deterioração de um clima político que já vinha pesado há meses. Passou relativamente despercebido, o soluço da reforma eleitoral em abril. É relatado pela revista mensal Jeune Afrique em um artigo intitulado "Legislativo no Senegal: por que o número de deputados não aumentará" que ecoa outro artigo publicado alguns dias antes e intitulado "Legislativo no Senegal: por que o número de deputados aumentará" ... No final de abril, de fato, apesar de um consenso entre as várias correntes políticas senegalesas, uma reforma da Assembleia Nacional fracassou. Muito técnico, previa passar de 165 para 172 deputados para, em tese, representar melhor toda a população. Mas a oposição acaba por recusar a apor a sua assinatura porque já não quer ser associada a um aumento do número de deputados numa câmara já considerada inchada e ineficiente por boa parte da opinião senegalesa. Desqualificado Em 31 de julho, os eleitores senegaleses vão, portanto, nomear seus 165 representantes no Parlamento de acordo com um sistema de votação misto. Dos 150 deputados eleitos em território senegalês (os outros 15 representam a diáspora desde uma reforma de 2017), 97 virão de listas departamentais maioritárias. Os outros 53 serão eleitos por representação proporcional em listas nacionais. E é uma das listas nacionais que esteve na origem da grave crise que terá esmaltado nestas últimas semanas. Com efeito, para o voto proporcional, as organizações apresentam uma lista de titulares e uma lista de suplentes. Em 30 de maio, o Ministério do Interior validou oito listas nacionais. Mas ele declarou "inadmissível" a lista de titulares de Yewwi Askan Wi. As autoridades censuram a inelegibilidade de um de seus candidatos, aparecendo inadvertidamente tanto entre os titulares quanto entre os suplentes. O Tribunal Constitucional validou esta decisão no início de junho. Para a coalizão Yewwi Askan Wi, é uma eliminação sob a cobertura de meios legais. A outra grande coligação da oposição, a AAR, viu validadas as suas listas nacionais. A acusação foi rejeitada pelo movimento presidencial, que não deixou de apontar que sua própria lista nacional de substitutos de Benno Bokk Yaakkar também havia sido desqualificada por falta de paridade de gênero. A rejeição da lista Yewwi Askan Wi e, a propósito, da candidatura de seu líder Ousmane Sonko foi a causa de duas manifestações. Um deles, em 17 de julho. fonte: seneweb.com

Senegal: Função pública - Macky Sall toma uma ação forte para a integração de graduados com deficiência.

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Das muitas saídas mediaticas de graduados com deficiência, para denunciar a discriminação que enfrentam, mudaram as linhas. Pelo menos, se acreditarmos nas informações do diário L'AS. Ontem, em Conselho de Ministros, levantando a questão da integração dos licenciados com deficiência na Função Pública, o Presidente Macky Sall entregou uma missão ao Ministro da Função Pública e ao seu colega das Finanças e Orçamento. Em linguagem simples, Mariama Sarr e Abdoulaye Daouda Diallo são convidados “a agilizar os trâmites necessários à rápida execução de um plano especial de recrutamento de licenciados com deficiência, na Função Pública, de acordo com uma determinada quota”. fonte: seneweb.com

Senegal: Terceira candidatura - Mary Teuw Niane adverte Macky Sall contra "laudadores" e o risco de "jeppi"...

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"Plaudadores" é como a professora Mary Teuw Niane qualifica essas vozes subindo para uma terceira candidatura do presidente Macky Sall, em um post no Facebook intitulado "o tempo dos louvadores". “Tal como em 2010-2011, os laudadores falaram muito alto para convencer o então Presidente da República, Abdoulaye Wade, a candidatar-se a um terceiro mandato”, recorda o ex-ministro do Ensino Superior. Continuando, explica que "o Presidente Wade teve resultados importantes mas os senegaleses não queriam um terceiro mandato. Além disso, suspeitavam de um estratagema para a transmissão do poder ao filho". De acordo com Mary Teuw Niane, aqueles que ele descreve como "laudadores", "estavam apenas trabalhando para si mesmos, para sua sobrevivência". O mesmo cenário parece estar se desenrolando se confiarmos nas palavras da professora Niane. "Ainda hoje, vinte meses antes das eleições presidenciais de fevereiro de 2024, os laudadores ressurgem com novos reforços. Pedem modestamente uma terceira candidatura a Presidente da República, para um segundo mandato de cinco anos. Têm um novo léxico que abole o terceiro termo de seu vocabulário." Mary Teuw Niane adverte contra "uma violação da palavra dada que é o cimento da nossa confiança mútua, que é mais forte do que os contratos assinados pelos europeus". O candidato malsucedido em Saint-Louis, durante as últimas eleições locais, observa que esses "laudadores" podem exacerbar esse sentimento fatal para todos os regimes no Senegal: jeppi". "Porque se a população internalizar esse sentimento, su nu la jeppèe, loo mën def du ñu ko gis, tudo o que o regime conseguir não será visível aos seus olhos e, portanto, não terá impacto no voto dos cidadãos", analisa. A professora Mary Teuw Niane convida, sem citá-lo, o Presidente da República à "elegância cavalheiresca de devolver o poder ao povo que o investiu e à nobreza do sinal de respeito pela palavra dada". Finalmente, Mary Teuw Niane espera que "as palavras dos laudadores se esvaiam e que as vozes dos genealogistas, campeões da ética da palavra dada, se levantem com força". fonte: seneweb.com

Benin: Retorno de Blaise - Entre justiça e segurança, Damiba fez sua escolha.

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O ex-presidente de Burkina-Faso, Blaise Compaoré, chegou ontem a Ouagadougou, capital do país, quinta-feira 07 de julho. Exilado há oito anos na Costa do Marfim, esta é a primeira vez que pisa no seu país. Um regresso que levanta questões a nível nacional e internacional. Este retorno faz parte de uma reunião de ex-chefes de Estado de Burkinabè e visa acelerar a reconciliação nacional. Com efeito, como antigo Chefe de Estado, Blaise Compaoré foi chamado a participar numa reunião com os outros presidentes do Faso. São eles Jean Baptiste Ouédraogo, Yacouba Isaac Zida, Michel Kafando e Roch Kaboré. Todos são convidados pelo atual presidente da transição, tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, no poder desde 24 de janeiro de 2022, após um golpe. Como lembrete, Blaise Compaoré foi derrubado por manifestações populares em 31 de outubro de 2014. Ele foi então forçado ao exílio na Costa do Marfim, onde vive desde então. Além disso, sua experiência o torna uma pessoa de recurso na luta contra o terrorismo, porque em 27 anos de reinado, Blaise Compaoré conseguiu preservar seu país dos ataques jihadistas. O que justificaria seu convite. Esse retorno parece trazer bons dias para Faso, já que o atual homem forte do país, chefe da junta militar no poder, busca criar uma "união sagrada" ao seu redor para ajudá-lo na luta contra os grupos jihadistas que semear o terror em Burkina Faso desde 2015 e cujos ataques têm sido cada vez mais numerosos e mortais nos últimos tempos. Cabe destacar que, apesar de sua longa permanência no exterior, os apoiadores de Blaise Compaoré estão lá para recebê-lo como rei. Mesmo que esse retorno seja o orgulho de alguns, ele cria revolta nas fileiras de muitos outros cidadãos de Burkinabè. É o caso da Unidade de Ação Sindical (UAS) que é surpreendida pela convocação de Blaise Compaoré pelo presidente Damiba. Com base no fato de Blaise Compaoré ter sido julgado à revelia e condenado à prisão perpétua no caso do assassinato de Thomas Sankara, a UAS convidou o governo a permanecer ligado ao tríptico "Verdade-Justiça-Reconciliação". fonte: https://lanouvelletribune.info/

Benin: Nomeação do mediador para a Guiné-Conacri - Estratégia inteligente para afastar o ex-presidente da República do Benin, Boni Yayi.

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O ex-presidente da República do Benin Boni Yayi é nomeado mediador da crise guineense. Para além do alívio observado na classe política guineense e das felicitações à diplomacia beninense, alguns observadores vêem nela um desejo sibilino: o de afastar-se e ocupar um "adversário" político. Desde domingo, 3 de julho, Boni Yayi é o mediador da crise guineense. Nomeado pelos atuais presidentes da CEDEAO durante sua 61ª cúpula, Boni Yayi tem a delicada missão de trazer as autoridades da junta militar de volta às propostas razoáveis ​​de transição e trabalhar pelo retorno da paz na Guiné. Para os chefes de Estado, é uma boa operação já que a sua escolha é apelidada pela classe política guineense. Mas é para a diplomacia beninense e seu chefe de Estado Patrice Talon que vai a palma de ouro. O Benin desferiu um verdadeiro golpe diplomático ao conseguir que Boni Yayi fosse nomeado para um cargo de tão alta visibilidade. O ex-chefe de Estado beninense que se adapta tão bem a essas responsabilidades internacionais tem o que é preciso para provar seu talento como homem de paz e negociador que o conhecemos tão bem. No entanto, esta nomeação tem para o Presidente da República uma vantagem política que vai além do mero prestígio que pode derivar da nomeação do seu antecessor. E com razão, a posição de mediador na crise guineense afastará um pouco Boni Yayi das nossas preocupações beninenses e das nossas intrigas políticas internas. Ele será um pouco mais móvel, um pouco mais ocupado. Ele deve não só fazer visitas frequentes a Conacri, mas também a outras capitais da África Ocidental para se reportar aos presidentes e até para trocar com o Secretário-Geral da CEDEAO. Sabendo como é difícil negociar e mudar a mentalidade dos militares no poder, é seguro dizer que essa missão provavelmente durará vários meses. Entre ônibus, reuniões, entrevistas em palácios e hotéis, Boni Yayi não terá mais tempo para se dedicar às preocupações internas de seu país. Enquanto ele continua a restaurar a ordem constitucional na Guiné, o atual calendário eleitoral no Benin seria implementado gradualmente fonte: https://lanouvelletribune.info/

ANGOLA: EDUARDO DOS SANTOS SERÁ AUTOPSIADO.

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As autoridades judiciais espanholas concordaram com a realização de uma autópsia ao corpo do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, falecido na sexta-feira, em Barcelona, que tinha sido pedida pela filha Tchizé dos Santos. A decisão judicial foi divulgada pela advogada Cármen Varela. A equipa de advogados de Cármen Varela e Molins Defensa Penal denunciou igualmente a “pressão” do Governo de Angola, que fez viajar para Barcelona vários dos seus membros, juntamente com o Procurador-Geral da Republica, para levar o corpo para Angola e celebrar um funeral de Estado contra a vontade do Presidente de ser sepultado em Barcelona. Tchizé dos Santos tem-se manifestado publicamente contra a realização de um funeral em Luanda, devido às desavenças entre alguns membros da família dos Santos e o governo angolano, liderado por João Lourenço que, depois de ter sido imposto pelo próprio José Eduardo dos Santos, o apunhalou pelas costas. Tchizé, bem como a filha mais velha do ex-Presidente, Isabel dos Santos, que enfrenta processos judiciais em vários países, não vão a Angola há vários anos, alegando perseguições políticas e temerem pela própria vida. José Eduardo dos Santos tem oito filhos, de cinco mulheres, não tendo sido divulgada publicamente a opinião dos restantes familiares. Na sexta-feira, o Presidente João Lourenço, disse que o governo angolano vai organizar as exéquias fúnebres do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos, para as quais conta com a presença de todos, incluindo a família “que está lá fora”. “Se tivermos em conta as actuais circunstâncias não vemos por que razão a família que está lá fora não [possa] acompanhar o seu ente querido, estamos a contar com a presença de todos sem excepção de ninguém”, disse João Lourenço, à saída de uma reunião de emergência do MPLA, partido no poder há 46 anos e do qual José Eduardo dos Santos era presidente emérito. Os filhos mais conhecidos do antigo chefe de Estado, Isabel dos Santos, Tchizé e o irmão desta, José Paulino dos Santos, mais conhecido pelo nome artístico Coréon Du, e habitualmente mais discreto, partilharam, nas suas páginas das redes sociais, palavras de homenagem e fotos recordando o pai. Se os dirigentes de Angola (todos do MPLA) têm memória curta, não admira que o Povo ainda a tenha mais curta. Aliás, na maioria dos casos, não tem memória mas apenas e só uma vaga ideia. Tão vaga que, hoje, são poucos os que se recordam que João Lourenço foi colocado por José Eduardo dos Santos na “pole position” do Grande Prémio do MPLA em que, como sempre, os opositores, se limitaram a ser figurantes. Na linha de partida, ou nas boxes, estiveram para efeitos de marketing outros supostos concorrentes. A Bornito de Sousa, depois dos treinos “à porta fechada”, foi dada a segunda posição da grelha. Mais atrás, para simular que não há vencedores antecipados… nem impostos, surgiram mais alguns figurantes, “pilotos” como Fernando da Piedade Dias dos Santos, Lopo do Nascimento, Kopelipa e Manuel Vicente. Por serem mais “low profile”, admitiu-se na altura que a equipa das Forças Armadas também estivesse a equacionar a sua simbólica participação, podendo fazer alinhar França Ndalu e, ou, João de Matos. Noutra frente, se bem que mais vocacionada para provas de “endurance”, admitiu-se também a participação de uma equipa de figurantes do Sul, patrocinada por Kundi Pahiama, em que os “pilotos” poderiam ser Isaac dos Anjos, Marcolino Moco ou Baptista Kussumua. Constou, inclusive, que Eduardo dos Santos terá dito a uma comissão encabeçada por Kundi Pahiama: “‘Estou doente, já tenho o meu candidato e agora vocês que apresentem outros candidatos”. Na altura, o presidente do MPLA, chefe de Estado e Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, afirmou na reunião ordinária do Comité Central do MPLA que o objectivo do partido era dar um ar de democracia às eleições gerais de 2017, embora já estivesse definido que o MPLA ganharia (como sempre) com maioria absoluta. “O nosso objectivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação”, afirmou José Eduardo dos Santos, durante o discurso de abertura da segunda reunião ordinária do Comité Central do MPLA. Ninguém do MPLA oficializou ou comentou, na altura, qualquer nome da lista aprovada, sabendo-se apenas que, em simultâneo, o Comité Central aprovou uma moção de “incondicional apoio” a José Eduardo dos Santos, “na defesa dos ideais do MPLA e dos destinos do país”. Fingir é fácil e tem resultado José Eduardo dos Santos, ex-líder do MPLA, partido no poder em Angola desde 1975 e ex-Presidente da República durante 38 anos, dizia querer o seu partido a defender, tal como quer o actual Presidente da República, João Lourenço, a luta contra aquilo que existe no partido há mais de 46 anos e que ambos incentivaram e de que beneficiaram: a corrupção. Dito isto, logo se ouviram os potentes decibéis das gargalhadas dos angolanos, mau grado serem as principais vítimas da corrupção, essa instituição nacional do MPLA. Vítimas que na sua esmagadora maioria o MPLA colocou na miséria (existem 20 milhões de pobres) e a quem é passado um atestado de menoridade intelectual e de matumbez crónica. Gozando à brava com a nossa chipala, José Eduardo dos Santos primeiro e depois João Lourenço, defendem que o MPLA deve liderar o combate à corrupção e ao nepotismo no país, males susceptíveis de – dizem – manchar a imagem do Estado e do Governo angolano. Legitimidade para falar de corrupção não falta ao MPLA e muitos menos aos seus principais dirigentes, José Eduardo dos Santos ontem e João Lourenço hoje. Os principais corruptos e ladrões estão todos no MPLA. Num seminário subordinado ao tema “MPLA e os desafios à corrupção”, promovido pelo grupo parlamentar daquela força política que está no poder, recorde-se, há 46 anos, Dos Santos disse que o MPLA deve posicionar-se na linha da frente para construir uma sociedade “mais justa, solidária e inclusiva”. José Eduardo dos Santos, que foi Presidente de Angola de 1979 até 2017, substituído pelo seu ministro da Defesa e que foi a sua escolha pessoal (João Lourenço), sublinhou que a corrupção já tem sido definida como o segundo principal mal que afecta a sociedade angolana, depois da guerra, terminada em 2002. Estão na base desse mal, disse o então patrão, patrono e mentor de João Lourenço, os “excessos” praticados por agentes públicos e privados, “que detinham de forma ilícita vantagens patrimoniais para si ou terceiros, em prejuízo do bem comum, transgredindo a lei e a norma de comportamento social”. Por outras palavras, todos membros do MPLA. Para o ex-líder do MPLA, como para o actual, o combate a estes males passa pela prevenção e medidas educativas, judiciais e policiais, com vista a desincentivar este tipo de crime e ultrapassar ou minimizar os efeitos nefastos no quotidiano dos cidadãos e no desenvolvimento da sociedade. Fosse Angola um Estado de Direito, José Eduardo dos Santos e todos os que foram seus acólitos bajuladores, incluindo João Lourenço, teriam sido presos e os seus bens confiscados a favor do país, a favor dos angolanos. A divulgação das leis e medidas existentes ou necessárias para, de modo pedagógico, prevenir crimes atentatórios à probidade pública, cujo combate se encontra na agenda das sociedades modernas, impõe-se para fazer face a este fenómeno, segundo a hilariante tese do MPLA. De acordo com o MPLA, o fenómeno da corrupção é antigo e permaneceu ao longo dos tempos, exigindo na sua abordagem um certo enquadramento histórico, social e político. Claro. A culpa é dos colonizadores em geral e, no nosso caso, dos portugueses. E é mesmo. Não fosse Diogo Cão ser “militante” do MPLA e, talvez, as coisas fossem diferentes… Já como Presidente da República, João Lourenço, afirmou que os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral, desde logo o combate à corrupção, são para concretizar, reconhecendo a existência de “inúmeros obstáculos no caminho”. Onde andou nos últimos anos o general João Lourenço? Só chegou agora? Não. Sempre foi um homem do sistema, do regime. Queira ou não. 1984 – 1987: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial do Moxico; 1987 – 1990: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial de Benguela; 1984 – 1992: Deputado na Assembleia do Povo; 1990 – 1992: Chefe da Direcção Politica Nacional das FAPLA; 1992 – 1997: Secretário da Informação do MPLA; 1993 – 1998: Presidente do Grupo Parlamentar do MPLA; 1998 – 2003: Secretário-geral do MPLA; 1998 – 2003: Presidente da Comissão Constitucional; Membro da Comissão Permanente; Presidente da Bancada Parlamentar; 2003 – 2014: 1º Vice-presidente da Assembleia Nacional. “Precisamos ao mesmo tempo de neutralizar ou reduzir a influência nefasta dos que apenas se preocupam em servir a si mesmos, descurando a necessidade da defesa do bem comum”, disse João Lourenço por ocasião do 42º aniversário da independência de Angola. Tudo leva a crer que terá acrescentado, como o fez durante 38 anos José Eduardo dos Santos, “olhai para o que eu digo e não para o que faço”… FONTE: FOLHA8

MORREU JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.

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Morreu esta sexta-feira José Eduardo dos Santos, antigo Presidente de Angola, a poucos meses de completar 80 anos. Recorde-se o ex-governante encontrava-se internado nos cuidados intensivos numa clínica de Barcelona. Até 2017, o Presidente da República, líder absoluto do MPLA, Titular do Poder Executivo, Comandante em Chefe das Forças Armadas, José Eduardo dos Santos tinha tudo para, ao fim de 38 anos de poder absoluto e absolutista (despotismo, tirania, autocracia) sair menos beliscado ou até, com alguma ousadia e mestria, ganhar na recta final o que não conseguiu ao longo de décadas: o epíteto de estadista patriota. Mas não. Se o poder corrompe, o poder selvático corrompe selvaticamente. E foi esta a opção de José Eduardo dos Santos. Embevecido pela megalomania de um poder que julgou divino e que, por isso, legitimava a sua tese de que não era Presidente para servir os seus cidadãos mas, antes, para deles se servir, esqueceu-se que era um simples mortal e que, no fim da linha, o seu epitáfio reflectiria o que de facto foi: um reles e déspota ditador. José Eduardo dos Santos deixou o país, que ajudou determinantemente a ser um reino de características antropófagas em que os mais poderosos se alimentam dos mais fracos, na mais profunda crise da sua história. Um país abençoado por Deus em matéria de riquezas naturais e mosaico humano, mas também por Ele amaldiçoado nestes 46 anos de independência quanto ao nível dos seus dirigentes. José Eduardo dos Santos esvaziou, deixou que esvaziassem, determinou que esvaziassem e viveu a esvaziar os cofres do Estado, para encher os dos filhos e dos seus amigos de partido, criminosos bajuladores formatados na tese de que o importante não é o que se é mas, apenas, o que se tem. Esqueceu-se, como acontece a todos os ditadores, que o que se tem é efémero e que eterno só é o que se é. José Eduardo dos Santos promoveu a acumulação política do capital, para criar corruptos de colarinho branco, anafados demagogos e apologistas de que só trabalha quem não sabe fazer outra coisa. E esses, como o seu “querido líder”, limitaram-se a retirar chorudos dividendos do trabalho escravo de milhões de angolanos. Institucionalizou a política do roubo no Estado, com a expressão “o cabrito come onde está amarrado”, em Malanje, para justificar os roubos de um seu amigo de situação, Flávio Fernandes. Mesmo não sendo julgado pelos homens, o seu mais implacável juiz foi a tormenta que sempre se abate, qual tsunami, sobre os ditadores: não há forma de comprar, ou alterar, o fim da história terrena. E o fim do “filme” aconteceu hoje. Nem mesmo um ou outro ténue exemplo de realismo altera a sua criminosa hibernação de 38 anos dos 46 que a parte mais radical da sua seita leva de poder. Vir agora falar de diversificação da economia é como querar aliviar a dor de um pai dizendo que o filho foi assassinado mas que dos sete tiros que levou só um foi… mortal. Eduardo dos Santos assumiu a falência dos bancos comerciais; CAP; BESA; BPC; BCA; BCI. Não pagou a reforma dos desmobilizados e reformados das Forças Armadas. Fez uma Constituição à sua medida. Privatizou o sistema judicial, que vive a maioria na ilegalidade, violando a sua própria Constituição. Os corruptos, criminosos e gatunos estiveram (e continuam a estar) sob a sua bênção alojados no poder, privatizou o Estado, transformando-o numa sociedade unipessoal. Não conseguiu na hora da mudança institucionalizar a democracia interna no MPLA. Indicou um sucessor, que a sua máquina levou às costas, sem carisma e capacidade de alterar o quadro dantesco em que o país definha. O país, não os seus dirigentes. Eduardo dos Santos não conseguiu, por exemplo, resolver ou apontar um caminho, por esburacado e estreito que fosse, para resolver a questão dos massacres de 27 de Maio de 1977, liderados por Agostinho Neto. Não conseguiu instituir um dia dos pais da independência. Mau grado o espelho de aumento que todos os seus acólitos colocam na sua frente, procurando que dessa forma se julgue um gigante, Dos Santos sabia que afinal não passava de um anão. E sabia porque o fim da picada traz, regra geral, momentos de extrema lucidez. Dos Santos poderia, antes de sair, apadrinhar um Pacto de regime onde todos os actores políticos fossem discutir o país, com seriedade, procurando soluções para estancar a roubalheira, como melhorar a democracia, como terminar com a promiscuidade governantes empresários, como reconciliar os angolanos. Não o fez. Em vez de ser a solução para o problema, mostrou que era um problema para a solução, ainda até ao ponto de perpetuar o problema ao escolher para seu sucessor, João Lourenço. Por isso é mais do que claro que José Eduardo dos Santos foi um homem que na desmedida ganância de concentrar o poder absoluto, foi forçado a ter de abandonar o seu projecto de governação não de forma voluntária, mas pela doença. Não deixou uma política de emprego com sustentabilidade, pelo contrário saiu como o maior promotor de desemprego dos angolanos e pai da falência das pequenas e médias empresas angolanas. João Lourenço ainda consegue, agora, fazer mais e pior. Dos Santos preferiu dar emprego e minas de dinheiro a empresas estrangeiras como a ODEBRECHT, do que às angolanas, inclusive levou à falência simples empresas de recolha e tratamento de lixo para atribuir a empresas brasileiras cujo objecto era a construção civil e obras públicas Com todo este estado do País, pese o exército de bajuladores, Dos Santos saiu pela porta do cavalo, pela mais pequenina, como um líder falhado, fracassado, incompetente. Eduardo dos Santos partiu sem ter deixado um verdadeiro plano de país, uma plano económico viável, que não a corrupção institucional. E quando assim é, e assim é de facto, só lhe restava uma saída honrosa, mais abjecta politicamente, sair como um ditador. Como se isso não fosse bastante, escondeu uma doença que, dadas as suas relevantes funções, deveria ser pública. Deveria, ainda que em desespero, explicar isso mesmo ao Conselho da República. Mas dado o seu atávico desrespeito pelos órgãos de soberania, Assembleia Nacional, Justiça, etc., actos próprios de um ditador, que a exemplo de Luís XIV considera ser ele o Estado. O legado de Dos Santos foi quase nulo e a ladainha de que salvou os dirigentes da UNITA em 2002 é uma dantesca prova de quem esteve a léguas de ser um Estadista, mesmo que mediano. É, isso sim, a prova de quem elegeu a morte e o assassinato como uma política de Estado, do seu Estado. A isso acresce que condenou miúdos inocentes cujo único “crime” foi estarem a ler livro sobre aquilo que só aceitou simular que implantava por a isso ter sido obrigado – democracia. Prendeu Kalupeteka por ser um dos maiores fenómenos de mobilização cristã, cometendo um dos maiores genocídios para acabar com uma congregação religiosa. Apesar de tudo, paz à sua alma. PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO DECRETA LUTO NACIONAL Considerando o passamento físico do antigo Presidente da República de Angola JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, ocorrido aos 8 de Julho de 2022; Tendo em conta que o Presidente JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS foi uma figura ímpar da Pátria Angolana, à qual se dedicou desde muito cedo, tendo tido relevante participação na luta contra a colonização, na conquista da Independência Nacional, na consolidação da Nação Angolana, na sua afirmação no contexto das Nações, na conquista da Paz e reconstrução e reconciliação nacionais; Convindo homenagear condignamente a sua figura, a sua obra, os seus feitos e o seu legado ao serviço da Nação Angolana; O Presidente da República decreta, nos termos da alínea m) do artigo 120, do nº 4 do artigo 125 e da alíne a) do nº 4 do artigo 5º da Lei nº 5/11, de 21 de Janeiro, o seguinte: 1. É declarado luto nacional a ser observado em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares. 2. O luto nacional referido no número anterior tem a duração de 5 dias e inicia às 00 horas do dia 9 de Julho de 2022. 3. Enquanto vigorar o luto nacional, deve-se colocar a Bandeira Nacional à meia-haste e cancelar todos os espectáculos e manifestações públicas. fonte: folha8

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