
A existência de um ESQUIZO-ESTADO,
como se conclui em reflexão num dos meus artigos de opinião (De Narco-Estado a
esquizo-Estado, dois passos e um País), actualizado mais do que nunca por esta
estagnação evidente vivida como impasse perante todos, obviamente que uma
situação política desgastante, ganhou destaque no meio Guineense e não só,
todos perguntamos qual vai ser o fim, já que o País perde a sua reputação dia
após dia, é a pergunta que deixamos no ar, até quando?
Temos como prova disto o facto ocorrido recentemente, quando vimos uma Guiné-Bissau sem voz nas Nações Unidas, sendo inacreditável, triste, este desfecho político diplomático para um Povo lutador, reconhecido há décadas neste mesmo palco da ONU, mas na voz do seu intelectual revolucionário, AMÍLCAR CABRAL que arrancou das profundezas das vísceras das várias Nações representadas nos anos sessenta, um retumbante “Sim Senhor” ao Combatente da Liberdade das Pátrias, na época colonizadas, “ouviram-se discursos em apoio à liberdade e independência para as colónias” (…)
Outros tempos!
Hoje a Guiné-Bissau
aparece a "duas" vozes, duas velocidades, num puxa-puxa que terminou
com o cartão vermelho da ONU, mostrado ao POVO, sentados na rua ficamos,
desconsolados, desesperançados, revoltados, lamentando em tom de desespero tudo
o que tem acontecido (o estado da Nação Guineense) até hoje, ao País.
Que mais nos irá acontecer neste cenário de indefinições e por nossa culpa? Nenhum dos filhos tem conseguido levar a água ao moinho, por ausência de profundidade e amplitude das análises retiradas em cima do joelho. Neste último faltou trabalho de casa sério e a tempo e horas nos corredores da diplomacia, porque então seria preferível evitar uma situação difícil destas.
Que mais nos irá acontecer neste cenário de indefinições e por nossa culpa? Nenhum dos filhos tem conseguido levar a água ao moinho, por ausência de profundidade e amplitude das análises retiradas em cima do joelho. Neste último faltou trabalho de casa sério e a tempo e horas nos corredores da diplomacia, porque então seria preferível evitar uma situação difícil destas.
Mas, caros compatriotas
o momento continua a ser de profunda reflexão, políticos passam, a Guiné-Bissau
fica, é eterno o seu Povo.
À Guiné-Bissau não
a ofende quem quer (kanô sêta lê’bssymenty). Ela não se assusta com o troar das
falácias à volta da sua realidade política e territorial, mantém erguidos os
seus valores culturais, usos e costumes, tem um só rosto e está serena,
levantai-vos Povo, Guineenses uni-vos, esta luta continua e a vitória há-de
poisar na Mãe se Deus quiser.
Desentendimento constante dentro e fora da "cabeça/Estado" chegamos ao extremo, porque infelizmente numa cabeça com duas bocas, duas falas, quatro olhos e milhares de ouvidos, separados no essencial da audição afinada, provocaram mais uma vez o descarrilamento deste comboio gigante que, num pára arranca desconfiado, já sem auto-estima, deixa adivinhar este desfecho, por falta de confiança num traçado com objectivos pré-definidos que sirvam os interesses do Povo da Guiné-Bissau, sendo que desta vez ainda não foi o que vimos e, não será possível, com este estado de espírito, só uma mudança positiva trará resultados animadores.
Uma teimosia tem funcionado como empurrão nas costas, dado por mãos estranhas ou invisíveis, em tom de ajudas prometidas, de tanta manipulação e chantagem, os autores nacionais estão perdidos ou achados num palco estranho à sua convivência, sobretudo se fora do País, onde moram os "patrões" desta influência negativa.
O que constitui
bloqueio do imaginário este estado de espírito comprometido, porque não permite
pensar livremente, sabendo e bem o que o Povo precisa e quer urgentemente, mas,
não sabe como despir esta dependência pessoal ligada à corrupção estabelecida
com alguns "patrões" de negócios no exterior, que movem influências
mafiosas, para pressionar os seus colaboradores a fazerem o que eles querem no
nosso País.
Com um pé fora e
outro dentro, no meio também não está a virtude, estes maus filhos da terra,
devem saber que uma certeza o Povo tem, no primeiro de qualquer categoria “inventada”
estará a Guiné-Bissau, mesmo que enterrando-se uns aos outros, mas, o Povo
continuará esta luta por um futuro saudável e sustentado, acreditem.
Uma chamada de atenção deve ser levada em conta, analisada e ponderada o suficiente, até produzir no mesmo contexto, outra "atenção" nova, diferente e mais capaz, de uma percepção realista e praticável e, por fim, a conquista de uma nova estrada com rumo diferente, mas numa voz unida, falando em nome do Povo e para o Povo.
Uma chamada de atenção deve ser levada em conta, analisada e ponderada o suficiente, até produzir no mesmo contexto, outra "atenção" nova, diferente e mais capaz, de uma percepção realista e praticável e, por fim, a conquista de uma nova estrada com rumo diferente, mas numa voz unida, falando em nome do Povo e para o Povo.
Um limite imaginário
a partir do qual podemos restabelecer graus de confiança nos objectivos
traçados, trajectórias a seguir num percurso mais curto possível. É urgente
trabalharmos neste sentido, para definirmos prioridades para o Povo.
Mas com cuidados
redobrados na escolha e selecção do pessoal que terá nas mãos os destinos do
País. É hora de usar poucos, mas bons, esperamos que na meritocracia selectiva
e rigorosa, saia de uma vez por todas uma equipa de trabalho forte e dura, gente
com calos na “massa cinzenta”, e que vista a camisola com espírito nacionalista
aberto e progressista, Guineenses honestos, sérios e capazes, porque eles
existem.
É preciso um
tratamento político de urgência para acabar com esta face oculta, imagem
distorcida, tendenciosa, tida sobre a Guiné-Bissau no plano global das relações
internacionais.
Terminar este
delírio de duas vozes em duas velocidades, substituir este percurso na areia
movediça, para lançarmos os pés em terra firme, correr mais depressa para
chegarmos à meta com os nossos destinos nas mãos, à frente do nariz mas com
respiração própria, olhos nos olhos, Guineenses na mudança necessária, só.
Os riscos deste
projecto de libertação do País do caos em que se encontra, são muitos, do ponto
de vista político, cultural, social e físico. Quem não souber que para se
avançar neste terreno há que “ignorar” o enfoque dos obstáculos subterrâneos,
sua expressão dramática à primeira vista, e não perder demasiado tempo com
tradições negativas, costumes e hábitos que sublinham os mesmos erros de sempre,
racionalizar constante deve ser o modelo na mudança desejada.
Vamos controlar os
riscos com a coragem que todos precisamos, porque nem tudo que receamos é uma
ameaça (um’hulydura dy lagartu, nunca n’bórka kanua), acredita, avançarmos fazendo
de conta que estas variáveis de risco, constante neste processo político não
existem com tanta objectividade como as pintam, mas estando atentos, para o denunciar,
combatendo sem o medo ou complexos de natureza intelectual, todos os seus
sinais, devemos estar prontos porque só assim venceremos o “medo”.
Não há outro
caminho, unidos para combatermos o medo objectivo e subjectivo, material e
psicológico, concreto ou simbólico, combater este fenómeno com isenção
ideológica de qualquer inspiração política partidária, combater por ser inimigo
comum.
Este
MEDO é um inimigo sem filiação de grupo, estando infiltrado
em todos os cantos do território nacional, usando de forma electiva alguns
“apelidos” conhecidos ou pré-conceitos para se fixar, com oportunismo político
de grupos mafiosos, movendo influências através do aparelho da corrupção
instalada dentro e fora do País, ajustado à elite que faz e desfaz, em todas as
áreas de actividade estatal e privada do País.
Que ninguém tenha
dúvidas deste medo esquisito que paira no ar, que obriga ao recolhimento
intelectual e psicológico dos indivíduos, coagidos, chantageados e manipulados
por estas força ocultas do mal, que embora protegidos pelo aparelho do poder,
também não fizeram e nem deixam fazer nada de novo e bem feito, só olham para o
umbigo, ainda crescem bastante, o Estado é que fica cada vez mais pobre e
abandonado, longe de poder vir a ombrear com países igualmente jovens e no bom
caminho. Este medo actua psicologicamente, não tendo hora marcada para andar à “solta”,
apalpa terrenos antes de entrar para praticar o mal, com a reincidência fatal a
que nos habituou. Hoje é este ou aquele a vítima, amanhã pode ser outro, ou Tu.
Acontece quase
espontaneamente, quando chegamos a conhecer a vítima, normalmente já é tarde,
com pouco a fazer para mudarmos alguma coisa positivamente. O melhor é lançarmo-nos
na luta pela dignidade, sem “medos”, a permitir substituirmo-nos pela cobardia,
pactuando com a corrupção, para podermos ganhar um lugar ao sol.
Torna-se urgente esta
mudança de comportamento social para um combate global sem tréguas, até
erradicar o medo da sociedade Guineense, sermos verdadeiramente um Povo livre e
com voz própria. Só é possível sê-lo através da responsabilização dos actos
praticados e a liberdade de expressão para o cidadão comum no exercício da sua
cidadania participativa. Uma igualdade de condições e de circunstâncias,
asseguradas pelo aparelho do Estado de Direito Democrático, onde as pessoas e
as ideias devem fluir livremente, sem obstáculos “selvagens” que ofendem a
dignidade humana, tudo isto independentemente da naturalidade, nacionalidade ou
outra diferença qualquer que seja, na sociedade em causa.
Há que haver um
denominador comum de justiça que reponha a igualdade de direito perante as
diferenças encontradas no plano social, cultural e político, sempre que
necessário for, sem complexos de natureza racista ou xenófoba. Uma Guiné-Bissau
livre e progressista, queremos sem dúvida.
Entendam-se!
É uma ordem sem
aspas, do nosso Povo.
Djarama. Filomeno
Pina.