África: AFRICOM combate ao terrorismo


Grupos terroristas na Somália, no Norte de África e na Nigéria estão a considerar as possibilidades para a coordenação conjunta dos treinos, financiamento e de ataques terroristas, o que agudiza as preocupações dos Estados Unidos em matéria de segurança, disse ontem o comandante da AFRICOM perante o Congresso americano.
O General Carter Harm sublinhou que os líderes da al-Shabab na Somália, da AQMI - al-Qaida no Magreb e da Boko Haram na Nigéria pretendem reforçar e sincronizar as suas acções.
O General Carter Ham disse perante o Comité de Segurança da Câmara dos Representantes que se esses três grupos terroristas conseguirem uma melhor partilha de fundos e cooperarem mais ao nível dos treinos dos seus membros, “representaria um desafio real para os Estados Unidos.”
A al-Shabab, a AQMI e a Boko Haram são descritas como as três maiores ameaças da segurança em África, e todas elas têm um forte vínculo com a al-Qaida.
“No Corno de África, al-Shabab e al-Qaida formalizaram publicamente o seu último anúncio de fusão. Em África a segurança continua de facto a ser influenciada por actores externos, pelo rápido desenvolvimento económico, crescimento populacional e a todos níveis de diversidade do continente.”
O comandante da AFRICOM detalhou os esforços consentidos pelos Estados Unidos com vista a treinar, equipar e apoiar os países do norte e leste de África onde as milícias levaram a cabo uma série de ataques dramáticos no ano passado.
O reforço do apoio americano as operações em torno da cidade de Mogadíscio na Somália, por parte de tropas ugandesas e burundesas integradas na força de União Africana, enfraqueceu a al-Shabab. O general Carter Ham sublinhou que o recente anúncio de uma aliança formal entre a al-Qaida e a al-Shabab sugere que o grupo de insurrectos na Somália está em decadência e que anda a procura de apoio internacional.
“De facto há muito que se suspeitava da existência de uma forte relação de amizade entre a al-Qaida e al-Shabab na Somália assim como da al-Qaida na península arábica através do Golfo de Aden com operações no Iémen.”
O general Carter adiantou que a unificação formal da al-Shabab e da al-Qaida anunciada a 9 de Fevereiro pela líder da al-Qaida, Ayman al-Zawahri poderá permitir a esses grupos concentrar-se em acções de ameaça contra os interesses americanos. O comandante da AFRICOM adiantou ainda que existem algumas bolsas de combatentes estrangeiros envolvidos na resistência na Líbia e outrora lutaram contra as forças americanas e da coligação internacional no Iraque. O general Ham sublinhou que a al-Qaida deve estar a tentar recuperar essa rede de combatentes.
Respondendo a questões dos membros do comité do Congresso sobre as razões da AFRICOM ter o seu quartel-general na Alemanha, o general Carter Ham disse que os governos africanos necessariamente não desejam uma grande presença militar americana nos seus países.
O comandante da AFRICOM concluiu adiantando que as forças americanas na Europa podem mais facilmente chegar aos pontos de tensões na região, incluindo o Médio Oriente, Europa do Leste ou África, e apontou como um dos exemplos a intervenção no ano passado na Líbia.