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quarta-feira, 10 de março de 2021

Liberdade de imprensa: Angola supreende, outros PALOP desapontam (E Guiné-Bissau - um martírio para a classe jornalística!)

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Repórteres Sem Fronteiras lança relatório anual sobre a liberdade de imprensa no mundo. Entre os PALOP, Angola subiu pontos. Já Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique têm desempenhos piores.

Repórteres Sem Fronteiras lança relatório anual sobre a liberdade de imprensa no mundo

Para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) o Índice Mundial da Liberdade de Imprensa 2013 da organização não-governamental francesa Repórteres Sem Fronteiras (RSF), traz boas e más notiícias.

Segundo o documento, a Guiné-Bissau foi o país que registrou o pior desempenho entre os PALOP.

O país caiu 17 posições no ranking de liberdade de imprensa da organização, passando da 75o para a 92o lugar. Segundo a RSF, na origem desta queda está a censura militar sobre a imprensa, na sequência do golpe de Estado de abril de 2012.

Já Cabo Verde continua bem posicionado no ranking, apesar da queda do 9º para o 25º lugar. Outro país que registrou queda foi Moçambique, que desceu sete pontos, indo para a 73ª posição.

Em Moçambique, episódios repressivos marcaram o ano de 2012

Analista aponta longa lista de episódios de repressão liderados pelo governo de Guebuza (foto) teria desencadeado a queda de Moçambique no ranking da RSF

Analista aponta longa lista de episódios de repressão liderados pelo governo de Guebuza (foto) teria desencadeado a queda de Moçambique no ranking da RSF

Para o jornalista e jurista moçambicano Ericino de Salema, uma longa lista de episódios, ocorridos no ano passado, teria desencadeado a queda de seu país no ranking da RSF.

Salema enumera "o ataque da polícia aos repórteres da [emissora norte-americana] CNN, os persistentes ataques do presidente da República aos seus críticos que veiculam seus pontos de vista por meio da imprensa e incidentes que se verificaram outra vez entre a polícia e jornalistas da STV em Maputo e Nampula, por exemplo, além daquilo que aconteceu com algumas rádios comunitárias que foram encerradas ilegalmente”.

Ericino de Salema, entretanto, não considera as atitudes uma tentativa de silenciar a mídia em si, por parte do partido no poder, a FRELIMO, mas sim tentativas de manipulação das agendas dos órgãos de comunicação por parte de alguns dos seus membros.

No caso dos órgãos públicos, a situação é mais gritante. "Esses oficiais partidários têm servido, não poucas vezes, como os verdadeiros directores de informação de órgãos de comunicação como a TVM, Rádio Moçambique, Jornal Notícias, Jornal Domingo, que é pertença da Sociedade de Notícias que tem como acionista majoritário o Banco de Moçambique", explica Salema.

Vendedor de jornal nas ruas de Luanda. Em Angola, são frequentes os relatos de espancamento, intimidação e detenção de jornalistas

Vendedor de jornal nas ruas de Luanda. Em Angola, são frequentes os relatos de espancamento, intimidação e detenção de jornalistas

Angola, melhorias só no papel

Angola subiu dois lugares no ranking da Repórteres Sem Fronteiras, passando da posição 132 para a 130. Ainda assim, este é o país lusófono pior colocado no índice da RSF.

Na opinião do jornalista da Rádio Despertar e membro do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Adalberto José, essa melhoria se deve a “uma certa ligeiração por parte do executivo em relação à liberdade de imprensa, isso pode-se constatar nos meios de comunicação públicos, que são o calcanhar de Aquiles”.

Adalberto José considera o resultado também como “fruto do esforço feito, sobretudo pela mídia privada e pela sociedade civil, ao pressionar o governo no sentido de garantir os princípios consagrados na Constituição".

Recorde-se que no país há relatos frequentes de espancamento, intimidação e detenção de jornalistas. Além disso, as licenças para as transmissões radiofónicas dificilmente são concedidas pelo governo.

Por exemplo, em finais do ano passado, a Rádio Eclésia da Igreja Católica exigiu que o governo angolano lhe autorizasse a transmitir em ondas curtas para outros lugares do país, mas entretanto sem resposta satisfatória até agora.

Para Adalberto José, melhorias em Angola ainda precisam avançar e sociedade civil tem papel importante nas conquistas de liberdade

Para Adalberto José, melhorias em Angola ainda precisam avançar e sociedade civil tem papel importante nas conquistas de liberdade

Sonho de liberdade permanece

Apesar dos progressos feitos, segundo o relatório da Repórteres Sem Fronteiras, o jornalista Adalberto José, quer ainda muito mais. “Gostaríamos que esses avanços fossem feitos de forma mais significativa, que fossem consolidados”, diz.

Para Adalberto José, a situação local não corresponde à liberdade de imprensa que deseja para seu país.

“Aqui no terreno, as coisas não são bem assim. Ainda há algumas questões que têm que ser acauteladas e revistas para que os jornalistas e os meios de comunicação social exerçam a profissão de acordo com o que está plasmado nas leis angolanas”, finaliza.

O Índice Mundial da Liberdade de Imprensa 2013 da organização não-governamental francesa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) abrange 179 países.

Autora: Nádia Issufo
Edição: Cristiane Vieira Teixeira / Renate Krieger

fonte: DW África


Jornalistas cabo-verdianos solidarizam-se com colega guineense raptado e agredido.

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António Aly Silva, jornalista e blogueiro guineense, espancado por desconhecidos

António Aly Silva revela detalhes do seu rapto e espancamento

A Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) manifesta a sua solidariedade ao jornalista guineense António Aly Silva, raptado e agredido em Bissau e promete apoiar o editor do blog Ditadura do Consenso.

“A AJOC condena qualquer violência e agressão contra jornalistas onde quer que se encontrem”, lê-se no comunicado publicado pela AJOC na sua página no Facebook, nesta terça-feira, 9, no qual sublinha que “quando um jornalista é espancado como foi o António Aly é a democracia que sangra e fenece”.

“O Sindicato dos Jornalistas de Cabo Verde tem emprestado a sua voz na condenação de todo e qualquer acto de violência contra jornalistas, e exigido, em sintonia com a Federação Internacional dos Jornalistas, da União dos Jornalistas Africanos e da Federação dos Jornalistas de África, assim como da Federação dos Jornalistas da CPLP, que se ponha um fim à impunidade nessa sanha predadora e desenfreada contra os jornalistas”, afirma a organização que estende “toda a solidariedade da direcção da AJOC e de todos os jornalistas cabo-verdianos ao António Aly”.

O órgão diz esparar “um posicionamento célere e destemido” por parte do Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau e da Ordem dos Jornalistas.

O comunicado do sindicato dos profissionais de comunicação de Cabo Verde, que é ilustrado com uma foto de António Aly Silva ensanguentado, conclui que “desempenhará, como sempre fez, o seu papel na defesa intransigente da liberdade de imprensa e da integridade física e moral dos jornalistas, independentemente de serem cidadãos cabo-verdianos ou não, ou de serem ou não membros da AJOC”.

Raptado e espancado

O jornalista conta no seu blog ter sido raptado às "14:08 h em frente à EAGB por quatro homens armados de AK47 e aos gritos".

“Sai do carro, senão disparamos!!! Sai, sai, vamos disparar”. Ver o cano de AK’s 47 apontados ao teu peito, deixa qualquer um desnorteado”, escreve o jornalista acrescentando que foi “levado para o Alto Bandim, depois espancado e deixado desmaiado” até que quatro boas almas, que assistiram a tudo ao longe, o resgataram”.

“Vamos matar-te hoje. A nossa missão é raptar e espancar”. E lá me levaram. Não tenho ódio das pessoas que me deixaram neste estado. Tenho, pelo contrário, pena deste país e do seu povo que nem faz ideia do que aí vem...”, afirma António Aly Silva.

A denúncia

A denúncia do rapto e espancamento do jornalista foi tornada pública pela Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) em comunicado na sua página de Facebook.

“A Guiné-Bissau é um Estado de Direito Democrático onde a liberdade de expressão e de informação constitui a trave mestra, sendo que qualquer delito resultante do exercício desse direito fundamental deve ser processado nos termos das leis vigentes no país”, escreveu a Liga que “condena com firmeza este acto criminoso e exige das autoridades nacionais a abertura de um inquérito urgente com vista à identificação e tradução à justiça dos autores deste acto hediondo”.

A LGDH disse ter contactado as autoridades policiais que afirmaram desconhecer as circunstâncias que rodearam "este acto criminoso".

António Aly Silva é um forte crítico do Presidente Úmaro Sissoco Embaló e do actual regime.

Antes, foi um colaborador próximo do presidente do PAIGC e antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, e trabalhou para jornais estrangeiros, além de manter o seu blog dedicado à actualidade guineense.


fonte: VOA

Bissau: Jornalista Aly Silva sequestrado e espancado.

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Segundo a Liga Guineense dos Direitos Humanos, Aly Silva, jornalista e blogger, está a receber tratamento médico. Fontes do Ministério do Interior disseram desconhecer o caso.

O jornalista e editor do blogue "Ditadura de Consenso", Aly Silva, foi sequestrado, espancado e abandonado, esta tarde, em Bissau. A notícia foi avançada esta terça-feira (09.03) pela Liga Guineense dos Direitos Humanos e confirmada pela DW.

Em comunicado, a organização não-governamental condena este "ato criminoso e exige das autoridades nacionais a abertura de um inquérito com vista à identificação e tradução à justiça dos autores daquele ato hediondo". Apela ainda aos cidadãos do país para se "manterem firmes e vigilantes contra todos os atos que atentam contra os direitos fundamentais". 

"A Guiné-Bissau é um Estado de Direito democrático onde a liberdade de expressão e de informação constitui a trave-mestra, sendo que qualquer delito resultante do exercício desse direito fundamental deve ser processado nos termos das leis vigentes no país", afirma a ONG, que em outubro denunciou também o rapto de um ativista no país.

Contactadas pela agência de notícias Lusa, fontes do Ministério do Interior disseram que não sabiam do sucedido e que foram informados da situação pela Liga Guineense dos Direitos Humanos. 

Segundo a Lusa, o jornalista terá sido sequestrado ao início da tarde na zona entre o Centro Cultural Francês e a Empresa de Águas e Eletricidade da Guiné-Bissau, no centro da cidade. 

Várias organizações da sociedade civil têm denunciado violações dos direitos humanos contra ativistas, políticos, deputados e jornalistas e órgãos de comunicação social no país. 

fonte: DW África

Rainha Elizabeth diz que alegações sobre racismo são preocupantes e serão tratadas.

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Em entrevista, príncipe Harry e Meghan Markle alegaram que um membro da família real questionou o quão "escura" seria a pele do filho do casal.

Atualmente, Harry e Meghan vivem na Califórnia

A rainha Elizabeth divulgou nesta terça-feira (09/03) um comunicado no qual afirma que alguns dos itens levantados na entrevista do príncipe Harry e de Meghan Markle à apresentadora americana Oprah Winfrey, especialmente os referentes a racismo, eram "preocupantes", e que ela ficou triste ao saber o quão difícil a vida do casal era na realeza.

"A família como um todo está triste em saber de forma completa o quão difícil os últimos anos foram para Harry e Meghan. Os temas levantados, especialmente o relacionado a raça, são preocupantes. Apesar de que algumas lembranças podem variar, elas serão consideradas com muita seriedade e serão tratadas pela família de forma privada", disse a monarca, que acrescentou que "Harry, Meghan e Archie serão para sempre amados membros da família". 

O Palácio de Buckingham estava sob pressão para responder às alegações de racismo entre os mais altos escalões da família real. Na entrevista, que foi ao ar no domingo (07/03), o casal também falou sobre a dificuldade de conviver com a família real britânica e sobre depressão.

Na revelação mais chocante, Harry e Meghan contaram que alguém da monarquia havia externado preocupação com relação sobre quão "escura" poderia ser a pele do filho do casal, Archie.

Mais tarde, Oprah esclareceu que nem a Rainha Elizabeth 2ª nem seu marido, o Duque de Edimburgo, haviam feito as declarações. No entanto, a recusa de Harry e Meghan em identificar o membro da família que teria feito o comentário racista lançou suspeitas a outros integrantes da realeza.

Meghan, que é filha de uma afro-americana, sugeriu durante a entrevista que o fato de que Archie pudesse ter pele mais escura significaria que ele não poderia ter o título de príncipe. Segundo os protocolos, como neto de um soberano, Archie se tornaria automaticamente um príncipe quando seu avô, Charles, ascendesse ao trono.

No entanto, o casal afirmou que havia sido informado de que essas regras seriam alteradas, de acordo com o plano de Charles para uma monarquia mais enxuta, deixando Archie sem o título e a segurança que vem com ele.

Harry disse que o racismo foi "uma grande parte" do motivo pelo qual o casal deixou o Reino Unido, alegando que, embora o país não fosse intolerante, a imprensa britânica, especificamente os tabloides, era. Hoje, o casal vive na Califórnia com o filho Archie e espera uma filha, que deve nascer no verão no hemisfério norte. 

Johnson em cima do muro

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recusou-se a entrar na polêmica. Questionado sobre se o palácio deveria investigar as acusações, Johnson disse que sempre teve "a maior admiração pela Rainha e pelo papel unificador que ela desempenha". Já quanto a todos os outros assuntos da família real, o primeiro-ministro afirmou que "ficou muito tempo sem comentá-los" e que não pretende fazer o contrário agora.

Mas nem todo mundo se absteve. O político conservador e ministro do governo Zac Goldsmith afirmou em um tweet que Harry estava "explodindo sua família". "O que Meghan quer, Meghan consegue", escreveu.

A secretária de educação do gabinete paralelo, Kate Green, disse à Sky News que as declarações do casal foram "realmente angustiantes, chocantes" e pediu que o palácio investigue qualquer alegação de racismo.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, afirmou que as questões raciais e de saúde mental levantadas por Meghan eram "maiores do que a família real" e não deveriam ser deixadas de lado. A ministra das crianças, Vicky Ford, sublinhou que "não há lugar para o racismo na nossa sociedade".

Problemas de saúde mental

Meghan também disse que não se sentia bem no palácio. Ela revelou que a intensa pressão que sofreu a fez pensar em suicídio e que falou ao palácio que precisava de ajuda para problemas de saúde mental, mas não recebeu nenhum apoio. "Eu simplesmente não queria mais viver. E esse foi um pensamento constante, aterrorizador, real e muito claro", disse Meghan.

Questionada sobre a reação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à entrevista, a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki disse que a decisão de Meghan de falar sobre suas lutas com a saúde mental "exige coragem" e "isso é certamente algo em que o presidente acredita". No entanto, Psaki disse que não comentaria mais o assunto, "visto que se trata de cidadãos privados, compartilhando sua própria história e suas próprias lutas".

A biógrafa real Penny Junor disse que o casal "jogou uma granada na família" e teme que "não haja mais volta". Para o autor real e historiador Robert Lacey, as repercussões "reverberarão por muito tempo, porque são mais do que sobre personalidades". "É um testemunho em primeira mão de uma família disfuncional", afirmou.

No entanto, para Charles Anson, ex-secretário de imprensa da Rainha, o palácio poderá refletir sobre a entrevista e tentar uma reconciliação.

O grupo anti-monarquia República pediu um debate honesto sobre o futuro da monarquia e disse que a instituição "precisa acabar".

A Sociedade de Editores atacou a alegação de que a imprensa do Reino Unido é intolerante. "A mídia do Reino Unido não é preconceituosa e não será influenciada por seu papel vital de responsabilizar os ricos e poderosos", afirmou o diretor-executivo da entidade, Ian Murray.

Maior escândalo desde os anos 1990

A ampla cobertura da imprensa britânica sobre a primeira grande entrevista do casal após se afastar da família real gerou um nível de controvérsia que a realeza não via desde os anos 1990, durante o colapso público do casamento da princesa Diana com o príncipe Charles.

Em 1992, Diana colaborou com o autor Andrew Morton em uma biografia reveladora e, em 1995, deu uma entrevista bombástica à rede BBC. Na ocasião, Diana disse que tanto ela quanto seu marido, o príncipe Charles, haviam sido infiéis, e falou sobre o quanto se sentia isolada, lutando contra a automutilação e a bulimia.

Embora Harry e Meghan tenham deixado claro que as declarações racistas não partiram da Rainha Elizabeth 2ª, a polêmica ainda pode ser prejudicial à monarca, já que ela é chefe da Commonwealth, uma organização que compreende 54 ex-colônias britânicas, muitas delas na África, com 2,4 bilhões de pessoas, quase um quarto da população mundial.

Desde que a rainha subiu ao trono, em 1952, a imigração em massa transformou o Reino Unido de um país predominantemente branco para um em que mais pessoas se classificam como britânicos-asiáticos, negros-britânicos ou mestiços.

Para o historiador David Olusoga, as afirmações de Harry e Meghan "não são apenas uma crise para a família real, mas para o próprio Reino Unido".

Em janeiro do ano passado, Harry e Meghan anunciaram o afastamento da realeza para terem um futuro independente. O anúncio inesperado surpreendeu e causou desconforto entre os outros membros da monarquia, tendo levantado dúvidas sobre as futuras fontes de financiamento dos duques de Sussex.

Com a decisão, Harry e Meghan deixaram de participar dos compromissos reais e não recebem mais recursos públicos destinados à coroa britânica.  

le (afp,ots)

Oposição senegalesa convoca novas manifestações.

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Movimento de Defesa da Democracia apela para que cidadãos cumpram luto em respeito aos mortos no último protesto. Tanques militares patrulham área da sede do Governo, e novos protestos estão previstos para sábado.


A oposição do Senegal convocou nova manifestação na capital Dakar para o próximo sábado (13.03), dias após a prisão de um rival do Presidente Macky Sall ter provocado os piores confrontos de rua em manifestações no país da África Ocidental dos últimos anos.

Ao menos cinco pessoas foram mortas na manifestação ocorrida na quarta-feira passada após a prisão do líder da oposição Ousmane Sonko - um crítico do Governo, muito popular entre os jovens. A oposição diz que registou 11 mortos. 

Além da manifestação pacífica, o Movimento de Defesa da Democracia (M2D) apelou para que os cidadãos cumpram um dia de luto na sexta-feira, vestindo-se de branco para lembrar os manifestantes mortos. O M2D também pressiona pela libertação do que chama de prisioneiros políticos.

Weltspiegel 09.03.2021 | Senegal | Proteste in Dakar

Reação da polícia causou mortes

Violação sexual

Ousmane Sonko, de 46 anos, ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019 e é considerado um candidato para substituir o Presidente Macky Sall em 2024. O seu futuro político foi posto em questão no mês passado após a funcionária de um salão de beleza o ter acusado de a ter violado.

Sonko foi então preso sob a acusação de perturbação da ordem pública depois de os seus apoiantes entrarem em choque com a polícia enquanto ele se dirigia ao tribunal responder as acusações de violação.

Para a oposição política senegalesa, o processo de violação contra Sonko encaixa-se num padrão percebido de perseguição dos opositores do Governo. O caso tem feito analogias com Karim Wade, filho do ex-presidente Abdoulaye Wade, que foi impedido de concorrer nas eleições de 2019, depois de ter sido condenado por corrupção.

As áreas onde ocorreram os confrontos em Dakar voltaram à calma na terça-feira, embora tanques militares permaneçam em posição próximo a sede do Governo. 

Após a libertação, Sonko declarou que "a revolução já começou e ninguém pode impedi-la". Ele também exortou o povo senegalês a continuar a manifestar-se, acrescentando que os protestos deveriam ser "muito maiores", mas também pacíficos.  

Senegal Casamance-Konflikt | 2012, Youssou Ndour, Musiker

Oposição suspeita que Macky Sall quer um terceiro mandato

Terceiro mandato

Ao abordar a situação na segunda-feira à noite, Sall apelou aos manifestantes para "evitar a lógica de confrontação que leva ao pior". Os tribunais deveriam ser deixados a fazer o seu trabalho "com toda a independência", acrescentou.

A acusação de violação vem também no meio da incerteza sobre se o Presidente de 59 anos de idade irá procurar um terceiro mandato. Outros presidentes da África Ocidental - tais como Alpha Conde da Guiné ou Alassane Ouattara da Costa do Marfim - utilizaram alterações constitucionais para ganhar o terceiro mandato.

Sonko desafiou o Presidente a confirmar, "publicamente e inequivocamente", que não irá procurar obter um terceiro mandato. "Acreditamos que devemos impor uma agenda a Macky Sall porque o equilíbrio de poder nos permite fazê-lo", disse o oposicionista na segunda-feira.

Sall disse aos jovens, que constituíam a grande maioria dos manifestantes, que eram sua preocupação. As autoridades impuseram um recolher obrigatório para limitar a propagação das infeções por coronavírus.

fonte: DW África



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