Além de "levantar a moral" dos países, a Copa pode render dividendos reais às nações africanas, que veem no torneio uma oportunidade de se expor ao mundo.

Nigéria, Camarões,Costa do Marfim, Gana e Argélia são os cinco dos 54 países africanos que representarão o continente na Copa de 2014. Eles sabem que não são favoritos a levarem a taça, mas, sob os olhares do mundo, também têm ciência dos ganhos que os holofotes da competição podem render.
“Quando Camarões estiver em campo com o Brasil, ele sabe que as atenções do mundo estarão voltadas para ele. E os países africanos capitalizam isso muito bem. As fichas são apostadas não em uma possível vitória na final, mas já no fato de suas seleções estarem lá”, explica o presidente do Instituto Brasil-África e consultor internacional, João Bosco Monte.
Conforme ele explica, a visibilidade pode gerar dividendos reais. “Camarões, que tem no máximo 25 milhões de habitantes, que vive basicamente da agricultura, quando se expõe para o mundo tem a condição de atrair, inclusive, investimentos. Há uma ação orquestrada pela União Africana (entidade politica que congrega os países), por exemplo, que destina recursos àquelas nações, porque elas vão representar o continente na Copa”, exemplificou.
Afora isso, há, ainda, a importância do futebol para a promoção do bem estar em nações que, em alguns casos, encontram-se atoladas em crises político-econômicas. Destacar-se internamente no continente, por si só, já é motivo de orgulho. “Levanta a moral, e de forma endógena (de dentro para fora)”, observa Bosco Monte.
Assim como os brasileiros, diz o especialista, uma enorme parcela dos africanos é apaixonados por futebol – até por influência da Europa, que levou o esporte ao continente vizinho como opção de lazer, entretenimento e até de mudança de vida. (Hébely Rebouças)
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