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NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... Este é um novo arrepio nas relações já bastante geladas entre o Burk...

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Presidente da Libéria deixará cargo em 2018.

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Primeira chefe de Estado de uma nação africana, Ellen Johnson Sirleaf não irá mudar Constituição para concorrer às eleições. Respeitada internacionalmente, presidente é criticada no país por falhar no combate à pobreza.
fonte: DW África
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Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira presidente mulher de uma nação africana
A Libéria, a mais antiga República de África, foi fundada há 170 anos. A presidente Ellen Johnson Sirleaf está há mais de 10 anos à frente deste páis, sendo a primeira mulher a ser eleita presidente de uma nação africana. Foi em 2005 – ano em que a Libéria estava completamente destruída, depois de ter saído de uma sangrenta guerra civil que durara 14 anos e que matara mais de 250 mil pessoas.
É altura de fazer um balanço da sua atuação, uma vez que Ellen Johnson Sirleaf já anunciou que não se iria recandidatar nas próximas eleições. Mas esse balanço não é só positivo, dizem os observadores. A nível internacional, Sirleaf é bastante respeitada, é certo, mas a nível interno, as coisas não são bem assim. Muitos observadores dizem que Sirleaf falhou o objetivo principal: combater a pobreza e as desigualdades sociais. Sirleaf também é acusada de falta de transparência.
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Governação de Ellen Johnson Sirleaf é bem vista por líderes estrangeiros, mas presidente é criticada no país por nepotismo e falha no combate à pobreza
Alex Vines, pesquisador do "think tank” britânico Chattam House, lembra, no entanto, que Sirleaf conseguiu dar alguns passos na direção certa. A chefe de Estado manteve relações estreitas com Hillary Clinton, aquando da sua passagem pela administração Obama, atraiu apoios financeiros e vários acordos de perdão da dívida. Ela também conseguiu atrair alguns investidores estrangeiros, entre eles a ArcelorMittal, o maior produtor mundial de aço. Alex Vines lembra também que se deve a Ellen Sirleaf a reforma do setor dos diamantes na Libéria, que teve um triste papel no financiamento da guerra civil no país.
"Trabalhei com Sirleaf na Libéria entre 2001 e 2003 como inspetor das sanções impostas pelas Nações Unidas. O país estava numa situação desastrosa na altura. Voltei depois da guerra e com Sirleaf à frente do país. Ellen Sirleaf foi eleita depois do governo de transição de 2005 e cumpriu dois mandatos completos. O seu maior legado é a paz e também a estabilidade. É por isso que ela vai ser recordada. Entretanto, é certo que ela goza de mais admiração no estrangeiro do que na própria Libéria. E há que dizer que os problemas da desigualdade social e da pobreza continuam prementes no país, chega a ser deprimente", argumenta.
Fonteh Akum, do Institituto de Segurança Internacional, sediado na África do Sul, é também de opinião que o balanço da carreira política de Ellen Johnson Sirleaf nem é de todo positivo, nem de todo negativo.
"Ela tentou resolver alguns dos problemas, mas muito ficou por fazer. O perigo da Libéria cair na violência continua real. Mas Sirleaf conseguiu, sem dúvida, dar um certo impulso à Libéria, com a ajuda da comunidade internacional. A ONU está a prestes a terminar a sua missão no país. Também é certo que o governo de Sirleaf foi repetidamente acusado de corrupção e nepotismo, porque dois dos seus filhos receberam postos no banco central do país. Isso contribuiu para uma certa corrosão da confiança que os liberianos depositavam nela, como presidente", explica o analista.
Em 2011, Ellen Johnson Sirleaf foi agraciada com o prémio Nobel da Paz pelo seu empenho em prol dos direitos e da segurança das mulheres no seu país. Foi isso também que lhe conferiu muita admiração a nível internacional. Em janeiro de 2018, deixará de ser presidente da Libéria. Ellen Johnson Sirleaf diz que não quer que a Constituição do país seja alterada, só para que ela possa manter-se no poder. Um gesto contra todos aqueles líderes africanos que se perpetuam no poder.

ANGOLA: PROFESSORES CUBANOS? SIM, É CLARO. PORTUGUESES? HUM!

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Angola vai gastar quase 55 milhões de euros com a contratação de professores cubanos para leccionar no ensino superior público do país no actual ano académico de 2017, que termina em Dezembro. Mais grave será se a opção de Angola por Cuba visar apenas um acerto de contas, outras contas, com Portugal. Como parece ser, continuar a ser, o caso.


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Ainformação resulta de dois recentes despachos do Ministério do Ensino Superior angolano, homologando contratos com a empresa Antex, que assegura o recrutamento de especialistas cubanos para leccionarem nas universidades do país, ao abrigo do acordo de cooperação entre os dois governos na área de formação de quadros.
De acordo com o primeiro destes despachos, a Antex foi contratada para recrutar professores do ensino superior, por 37,2 milhões de dólares (31,5 milhões de euros), e especificamente, com o segundo, para docentes para os cursos afectos à área da Saúde, neste caso por 27,4 milhões de dólares (23,2 milhões de euros). Trata-se de praticamente a mesma verba que o Estado angolano desembolsou, para o mesmo efeito, no ano académico de 2016.
A Antex – Antillas Exportadora, é a empresa cubana que assegura o recrutamento e pagamento de médicos, professores e engenheiros de construção civil que trabalham em Angola.
A embaixadora de Cuba em Angola garantiu em Junho de 2016 que os técnicos cubanos que deixaram o país devido à falta de pagamento por parte do Governo angolano começaram a regressar, por estar resolvido o problema.
“Basicamente todos os técnicos continuam cá, há alguns que por algumas condições não podem regressar por razões pessoais, mas todos os que estão dentro do financiamento, do orçamento aprovado pelo Governo de Angola para o presente ano, estão a regressar e alguns já regressaram”, disse na altura Gisela Rivera.
A agência Lusa noticiou em Agosto de 2015 que o Governo angolano tinha aprovado um crédito de 48 milhões de euros para pagamento de contratos com a empresa cubana Antex, devido à saída de profissionais cubanos de Angola.
Em causa estava o atraso no pagamento do Estado à Antex de milhares de profissionais cubanos recrutados para trabalhar em Angola.
Segundo dados de 2015 do Governo angolano, 42% dos médicos e 70% dos profissionais de saúde no país eram então cubanos, mas a crise em Angola provocada pela quebra nas receitas da exportação de petróleo levou à partida de muitos destes profissionais. Estes profissionais recebem os salários pela Antex, que por sua vez cobra o serviço ao Estado angolano.
As 24 universidades públicas e 41 privadas que funcionam em Angola disponibilizaram neste ano académico, iniciado em Março, 111.086 vagas para o ensino superior. Em 2016 estavam inscritos no ensino superior em Angola 241.284 estudantes, um aumento de 9,2% face ao ano anterior.

Cuba sim, Portugal não

Em 2011, na altura das actividades relativas aos 100 anos da Universidade do Porto (UP) uma delegação angolana visitou esta Universidade. Deram-se passos importantes ao nível da cooperação. Mas muito, muito mesmo, ficou por fazer. Ao que parece, Luanda quer – por exemplo – formar engenheiros mecânicos em Cuba que, nesta matéria, é uma verdadeira (im)potência mundial…
Na sequência da criação de oito regiões académicas em Angola, deslocaram-se à UP alguns dos reitores dessas novas universidades, assim como técnicos ligados ao ministério que tutela o ensino superior em Angola. Foram pedir ajuda e solicitar cooperação entre a UP (de facto fizeram um périplo por Portugal e visitaram diversas universidades) e essas novas universidades.
“Naquela altura tinha algum tempo disponível e ao ver a notícia do pedido de ajuda dos meus patrícios (sou natural de Luanda) conversei com o Presidente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMEC) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e fomos falar com o Vice-Reitor da UP que tratava da Cooperação”, contou ao Folha 8 Carlos Pinho, professor da FEUP, acrescentando que “ele disse-nos que o assunto iria muito certamente ser tratado a nível central, nomeadamente do CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas).”
Continuou Carlos Pinho: “Eu disse ao Vice-Reitor da UP para a Cooperação que ele iria esperar sentado, porque daquela rapaziada do CRUP e de Lisboa não sairia nada de jeito em tempo oportuno, e pedi-lhe autorização para, como professor da FEUP e na condição de natural de Angola, eu tentar por minha iniciativa, responder a pelo menos duas dessas universidades. Expliquei-lhes, ao Vice-Reitor e ao Director do DEMEC, que do pondo de vista da Engenharia Mecânica interessava-nos o corredor do Lobito”.
“Mas não só à Engenharia Mecânica pois aquilo combinava tudo o que dissesse respeito à engenharia: Agronomia (Huambo e Bié), Portos (Engenharia Civil – Lobito), Benguela (CFB – Engenharias Mecânica e Electrotécnica), no futuro Engenharia Química (porque se previa a construção de uma refinaria do Lobito), etc.”, explica Carlos Pinho, acrescentando que “tive luz verde do Vice-Reitor e do Director do DEMEC e posteriormente do Director da FEUP, que é o actual Reitor da UP.”
Habituado a meter mãos á obra, Carlos Pinho escreveu aos Reitores da Universidade José Eduardo dos Santos – UJES (Huambo) e Katyavala Bwila – UKB (Benguela) “a propor os nossos préstimos na elaboração dos planos de estudo dos vários cursos de engenharia que desejassem.”
Tudo corria bem: “Tive respostas positivas das duas universidades mas principalmente da UKB”.
Foram então criadas equipas na FEUP e propostos planos de estudos para vários cursos, Mecânica, Civil e Química e mais tarde Electromecânica.
Carlos Pinho conta que “o que interessava mais à UKB (e concretamente ao Instituto Politécnico do Lobito – IPL) de imediato, era o curso de Mecânica. Trabalhamos em conjunto e o pessoal do IPL da UKB conseguiu ter pronto no início de 2012 um plano de estudos que enviou para aprovação, para o ministério competente em Luanda.”
“As coisas correram tão bem com esta interacção entre a FEUP e a UKB (e em certa medida com a UJES) que as duas universidades convidaram uma equipa da UP a deslocar-se às duas cidades, o que aconteceu em Dezembro de 2011, quando um grupo de professores da UP passou uma semana em Angola.”
Mas…
“O problema é que o dossier que foi enviado para Luanda ficou perdido lá pelo ministério, de tal modo que já foram enviadas pelo menos mais três cópias do mesmo, a ver se a maldita aprovação acontece. Mas nada até hoje” (Fevereiro de 2015), lamentava Carlos Pinho.
Entretanto a UKB lá começou (em 2012, mesmo sem autorização) o curso de Engenharia Mecânica, de tal modo que no ano lectivo de 2014/2015 mandou para o Porto cinco dos seus melhores alunos a ver se eles lá completavam o curso, pois não havendo aprovação do curso pelo governo, a continuação destes jovens em Angola seria um tiro no escuro.
“A UP, ao abrigo de um protocolo assinado ente a UP e a UKB e ainda entre o IPL e a FEUP, abriu vagas para estes cinco alunos e eles para cá vieram. Pretende-se que sejam cinco futuros docentes do curso de Engenharia Mecânica da UKB. Estamos todos a torcer por isso, embora estejamos a constatar com tristeza que a sua formação de base é fraca e que eles têm imensas dificuldades em acompanhar o nosso ritmo de trabalho”, relatava Carlos Pinho.
Mas há mais. “A cooperação com a UJES (em termos de Engenharia Mecânica) não deu grande coisa, o curso de Mecânica que eles se propuseram fazer está baseado no leccionado na Universidade Agostinho Neto e não é mais do que o antigo curso da Universidade de Luanda (onde eu estudei até ao 3º ano), o qual está baseado na reforma do Veiga Simão. Ou seja é um curso que na sua génese tem por base um plano de estudos com 50 anos!!!”, desabafava num sentido lamento Carlos Pinho.
“Por outro lado, já o plano de estudos que propusemos à UKB, e que eles aceitaram, teve por base um estudo que estávamos na altura a fazer e que levou igualmente à reformulação do plano de estudos, do nosso curso de Engenharia Mecânica aqui na UP”, esclarece do docente da FEUP.
Dizia Carlos Pinho que, “nesse estudo de suporte do novo plano de estudos, analisamos os cursos das melhores universidades do mundo. O plano de estudos proposto, sem paternalismos, pela UP à UKB, levava em consideração as regras do processo de Bolonha, ou seja propusemos algo devidamente avançado e ao nível do que se faz de melhor no mundo e já a pensar em futuros processos de equivalência de graus entre os diversos países e que, na sua essência, era o mesmo que queríamos para o nosso nova plano de estudos.”
Com satisfação, Carlos Pinho diz que “o pessoal do IPL da UKB foi impecável e demonstrou empenho, profissionalismo e competência na preparação e implementação do mesmo, mas tem esbarrado com a inépcia de Luanda, pois não há nenhuma resposta ao pedido de aprovação/homologação do curso”.
Neste contexto, o que se teme é que, novamente, o governo continue a manter-se virado para Cuba em áreas que, como as engenharias, os cubanos ainda estão na pré-primária. Mais grave será se a opção de Angola por Cuba visar apenas um acerto de contas, outras contas, com Portugal.
Folha 8 com Lusa

A Catalunha e os fantasmas de Espanha.

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A Catalunha e os fantasmas de Espanha

Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
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A Catalunha e os fantasmas de Espanha

O comportamento do governo de Madrid, invocando a autoridade do Estado Espanhol e as normas de uma Constituição que nunca deixou de ser transitória e contrária às vontades em seu tempo manifestadas pelos povos de Espanha, não é surpreendente e está dentro da lógica anacrónica de Rajoy e companhia.
Em síntese: a chamada transição para a democracia foi viciada através da reactivação abusiva da monarquia, regime rejeitado em referendo pelos povos de Espanha.
José Goulão

A violência discricionária de Madrid e a chantagem de Bruxelas, fomentando todo um indisfarçável ambiente de condenação, desde os governos da União Europeia à NATO, são as respostas autistas à intenção das legítimas instituições democráticas catalãs de auscultar o povo sobre a independência da Catalunha, velha, culta e personalizada nação europeia.
O comportamento do governo de Madrid, invocando a autoridade do Estado Espanhol e as normas de uma Constituição que nunca deixou de ser transitória e contrária às vontades em seu tempo manifestadas pelos povos de Espanha, não é surpreendente e está dentro da lógica anacrónica de Rajoy e companhia. Estes não passam de neofranquistas aproveitando-se do facto de a transição política de 1975/1976 e a Constituição dela decorrente serem orientadas pela necessidade de salvaguardar o essencial dos interesses franquistas e da monarquia, embora sob uma capa democrática, perante as urgências suscitadas por dois acontecimentos que desaconselhavam a inércia: a morte de Franco e a revolução portuguesa de 25 de Abril de 1974.
O franquismo assumiu, por isso, as rédeas da transição fazendo o rei Juan Carlos suceder a Franco assim que este morreu e, com excepção de poucos, incipientes e colaboracionistas intervalos assegurados depois por «terceiras vias» socialistas, mantém-se à frente do Estado, chame-se o presidente do governo Aznar ou Rajoy e o Bourbon de turno Juan Carlos ou Felipe.
Em síntese: a chamada transição para a democracia foi viciada através da reactivação abusiva da monarquia, regime rejeitado em referendo pelos povos de Espanha.
É importante notar, contudo, o empenhamento da União Europeia em travar a simples manifestação democrática de opinião do povo da Catalunha sobre a independência ou não independência. Uma animosidade que teve como sonoro porta-voz o anterior presidente da Comissão, Durão Barroso - ou não fora ele um confrade de Aznar no lançamento da guerra para desmantelamento do Iraque - e que prossegue nas atitudes dos actuais dirigentes.
Apenas por pura ingenuidade poderíamos admitir que figuras como Juncker, Draghi, Mogherini, Georgieva, Dombrowskis, Tusk, Moedas e outros que tais conhecem a história europeia e a importância que nela tem a secular nação catalã, sobretudo quando comparada com Estados de conveniência brotando como cogumelos, aqui e ali, consoante os interesses que determinam o que deve acontecer no continente.
Os tecnocratas citados comportam-se como se a história do velho continente se resumisse às ordens, estatísticas, gráficos e powerpoints que recebem das entidades e interesses que lucram com a existência da União Europeia, a qual tem tanto a ver com a história da Europa como as fábulas difundidas a propósito das intenções atribuídas aos «pais fundadores».
Nessa sabedoria dos eurocratas não cabem, como é óbvio, as razões de ser do que acontece na Catalunha nem o respeito pela vontade dos catalães, ainda que manifestada livremente e através do voto democrático. Pelo contrário, Bruxelas apoia sem rebuço o governo de Madrid quando este viola princípios elementares do Estado de direito para impedir que os cidadãos catalães se pronunciem democraticamente sobre o seu futuro.
Esta União Europeia, no entanto, é a mesma que não teve qualquer hesitação em acolher no seu regaço, apressadamente, sem rigor nem exigências impostas a outros Estados membros, nações separatistas como a Estónia, a Letónia, a Lituânia, a Eslovénia, a Croácia; uma União Europeia que não se privou de, à boleia da NATO, sujar as mãos com sangue de centenas de milhares de inocentes para esfrangalhar a Jugoslávia e criar uma ninhada de Estados, alguns deles aberrações que não passam de simples protectorados sob tutela de exércitos estrangeiros, como são os casos da Bósnia-Herzegovina, do Kosovo ou do Montenegro.
É verdade que estes territórios têm as suas histórias próprias, as suas culturas intrínsecas integradas no todo Europeu; sendo assim, o que dizer então da ancestral Catalunha, da sua essência nacional, da sua riqueza histórica e cultural, da coragem e da capacidade de realização do seu povo?
«Espanha tem pela frente o confronto com os efeitos da bomba de relógio montada há 40 anos por via de um processo de transição egoísta e egocentrista, falso e politicamente desonesto, procurando instaurar um franquismo "renovado" através da imposição autocrática de uma monarquia que fora rejeitada pelo povo.»
O que está em causa, portanto, não é o direito dos povos a terem os seus Estados, a poderem decidir sobre as suas dependências e independências. O que ressalta à vista, de maneira flagrante, é que as entidades com poder de decisão à escala supranacional, neste caso a União Europeia e a NATO, espezinham os princípios pelos quais dizem guiar-se e recorrem à pura e simples arbitrariedade quando lhes convém, negando hoje as certezas em nome das quais ontem até promoveram guerras.
Ora desfazem a Líbia, segmentam o Iraque, esfacelam a Síria, como desmembraram a Jugoslávia - sem curarem de proteger os seres humanos das consequências dos seus actos, nem precaverem o futuro daqueles que ainda o têm - ora recorrem a pressões, sanções e chantagens para impedir o acesso à independência de velhas e históricas nações como são a Catalunha, a Escócia ou o País Basco.
Os contornos do frente-a-frente entre Madrid e Barcelona são bem conhecidos, mas podem atingir agora proporções que ameaçam ressuscitar velhos fantasmas em Espanha, como sempre devido à intransigência e à violência do poder central.
A invocação da Constituição é, em Rajoy e na casa real, a versão moderna do argumentário unificador dos reis católicos, em fins do século XV, continuado por Franco no seu interregno de monarquia com rei entre parêntesis, e reassumido através das habilidades da transição para garantia da sobrevivência do Estado unificado, então envernizado com a democracia e autonomias que não conseguem convencer os «autonomizados».
Pelo meio ficou muito daquilo que dá razão à Catalunha e torna inquestionável a essência de tendências centrífugas de novo vivas em Espanha: continuar o processo sufragado pelos espanhóis nos anos trinta e que foi abruptamente interrompido pela sangrenta irrupção fascista. 
No referendo de 1931 os espanhóis decidiram-se pela república e abriram as portas para que as nações aglutinadas sob a designação de Espanha decidissem elas mesmas sobre os rumos a tomar. Contudo, para restaurar a democracia depois da inquisição franquista, em 1976, instituições e dirigentes não eleitos impuseram-lhes a monarquia como se nada tivesse acontecido - e não se fala mais nisso.
Os franquistas que habilidosa e oportunisticamente assumiram o processo de transição em 1975, de mãos dadas com o rei, com as costas protegidas pelo intocado aparelho repressor militar franquista, e sempre com a bênção da reaccionária hierarquia católica, fizeram de conta que a vontade legitimamente manifestada pelos espanhóis antes do golpe e da guerra civil perdera validade; e proclamaram hipocritamente a restauração plena da monarquia como uma garantia de paz, estabilidade, unidade e democracia.
É contra este imobilismo anacrónico da trindade rei, pátria e igreja católica que a Catalunha se vem movimentando, tentando retomar o fio à história sem golpes nem violência, apenas através do uso do voto pelos seus cidadãos em referendo decidido pelo Parlamento Autonómico, livre e democraticamente eleito.
Madrid responde procurando eternizar os efeitos do golpe franquista, recorrendo à violência numa escalada provocatória muito bem conhecida e ainda presente na memória de tantos espanhóis, demonstrando que, ao-fim-e-ao-cabo, os interesses por detrás de Rajoy são os mesmos que o Caudillo servia. Uma agressão irresponsável, que provoca reacções do mesmo tipo onde, antes disso, havia mecanismos democráticos em funcionamento e uma sociedade interrogando-se legitimamente sobre a necessidade de mudar, ou não, de rumo.
Na paralela guerra da propaganda nota-se que muitas vezes se agita, de maneira falaciosa, o argumento segundo o qual o processo de consulta popular é um instrumento monopolizado pela direita nacionalista, interpretação objectivamente falsa porque as correntes políticas que apoiam a convocatória, ou não se lhe opõem, percorrem todo o espectro político catalão.
De qualquer modo, achar que existe um pecado original na circunstância de o governo autonómico em funções ser oriundo da direita nacionalista é o mesmo que ilegitimar a restauração da independência portuguesa porque os conjurados, interpretando, sem dúvida, a vontade do povo, eram os Bragança e outros aristocratas, provavelmente muito mais interessados em fazer luzir os seus títulos e interesses de casta do que preocupados com o sofrimento do povo sob o domínio estrangeiro.
«Impedir a realização do referendo, ou declarar a sua nulidade, nunca serão vitórias definitivas do governo de Madrid, mas apenas obstáculos transitórios e traumáticos»
Percebe-se a inquietação dos sectores centralistas espanhóis com a situação na Catalunha. Os acontecimentos actuais desenvolvem-se em território catalão, mas este não é estanque; ali bem perto, na vizinhança e sempre com mil cuidados, outra velha nação, o País Basco, está madura para dar o mesmo passo - também à luz do regresso ao caminho da história, que Guernica relembra inapelavelmente.
Perante a dramática degeneração do conflito ouvem-se apelos frequentes que esbarram em impossibilidades enquistadas: a Madrid pede-se a serenidade, a capacidade de diálogo democrático e o bom senso que Madrid não tem; a Barcelona pede-se o recuo no referendo, quando este é um percurso histórico conscientemente assumido, e com décadas de atraso, que Barcelona não quer abandonar.
Para já, a opção repressiva adoptada pelos sectores centralistas de Madrid pode suscitar um clima de violência de tal modo generalizado que será capaz de acordar velhos e assustadores fantasmas em toda a Espanha, mesmo os mais adormecidos. Impedir a realização do referendo, ou declarar a sua nulidade, nunca serão vitórias definitivas do governo de Madrid, mas apenas obstáculos transitórios e traumáticos - com repercussões no presente e no futuro - num caminho que os catalães já decidiram percorrer.
Além disso, a política autista e trauliteira de Madrid terá como consequência o reforço da mobilização da Catalunha e a intensificação dos esforços para que a questão da independência passe a dominar toda a agenda dos assuntos políticos espanhóis, situação que acabará por se virar contra o governo central e mergulhará o país numa crise de identidade que terá de ser resolvida.
Espanha tem pela frente o confronto com os efeitos da bomba de relógio montada há 40 anos por via de um processo de transição egoísta e egocentrista, falso e politicamente desonesto, procurando instaurar um franquismo «renovado» através da imposição autocrática de uma monarquia que fora rejeitada pelo povo.
Os mentores da transição consumaram a parte política do golpe de Franco em 1936 - liquidar a  república - e chamaram democracia a esta manobra. Nenhum país vive em paz e para sempre sob os efeitos de uma mentira com esta envergadura. Com a agravante de a casa real ser um dispositivo luxuoso, provocatório e comprovadamente corrupto.+
Pelo que, além das movimentações secessionistas que se registam em nações de Espanha, e não apenas na Catalunha, o que está globalmente em causa, por detrás do clima de degeneração político-policial entre Barcelona e Madrid, continua a ser o confisco da legitimidade aos povos de Espanha quando estes proclamaram a república.
Fizeram-no em referendo, no ano distante de 1931; percebe-se, portanto, por que o centralismo madrileno nem quer ouvir falar em consulta popular que evoque esse tempo histórico, ainda que indirectamente. Porém, fugir ao problema, tal como soltar as hordas fascistas, como fez Franco, não é solução. Ele continua a existir e a assombrar.
Nada mais natural, neste ambiente, que os fantasmas supostamente enterrados com as centenas de milhares de vítimas da guerra civil só sosseguem quando o país regressar aos caminhos históricos legitimamente definidos.
Espanha enfrenta uma hora de grandes e indispensáveis decisões, que apenas foi conseguindo adiar iludindo-se com uma estratégia que tem prazo de validade - mesmo que não inscrito em qualquer rótulo.

O ENCONTRO ENTRE O PRIMEIRO MINISTRO DA GUINÉ BISSAU E O SEU HOMOLOGO DE PORTUGAL ULTRAPASSOU DE LONGE AS EXPECTATIVAS INCIAIS.

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O ENCONTRO ENTRE O PRIMEIRO MINISTRO DA GUINÉ BISSAU E O SEU HOMOLOGO DE PORTUGAL ULTRAPASSOU DE LONGE AS EXPECTATIVAS INCIAIS



O GENERAL SISSOKÓ EMBALÓ PRIMEIRO MINISTRO DA GUINE BISSAU VISITOU PORTUGAL ONDE MANTEVE ENCONTROS DE TRABALHO COM O SEU HOMOLOGO ANTÓNIO COSTA DE PORTUGAL.


SOBRE O CONTEÚDO DOS ENCONTROS AINDA NÃO CONSEGUIMOS APURAR, CONTUDO, VAMOS APRESENTAR ALGUMAS FOTOGRAFIAS QUE ILUSTRAM O AMBIENTE AMISTOSO E PROPICIO PARA BOAS CONVERSAS E ENTENDIMENTOS:










ACOMPANHARAM O GENERAL SISSOKÓ EMBALÓ NESTA VISITA O MINISTRO DE ESTADO E DOS COMBATENTES E REINSERÇÃO SOCIAL ARISTIDES OCANTE DA SILVA, MINISTRO FERNANDO VAZ DO TURISMO, O EMBAIXADOR HELDER VAZ E O DIRECTOR GERAL DO PROTOCOLO DE ESTADO ROGÉRIO HERBERT.

AGUARDAMOS O REGRESSO DA COMITIVA DO PRIMEIRO MINISTRO PARA MAIS PORMENORES.

Publicada por Ditadura do Progresso à(s) 

Conosaba

ANGOLA: MINISTROS DO PRESIDENTE SÃO (POR ENQUANTO) 29+3.

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O Presidente da República de Angola pediu “trabalho” aos 32 ministros (29 + 3 de Estado) que hoje empossou em funções, condição que, disse João Lourenço, ditará a avaliação da qualidade das escolhas feitas para este Governo, ou, talvez, da simbiose entre as suas escolhas, as do seu antecessor e as recusas que foi ouvindo.

“Nós confiamos na vossa capacidade. É evidente que é cedo para concluir se acertamos na composição deste executivo (…) Será pelo nosso trabalho, pelos nossos resultados, que a sociedade nos vai julgar e concluir, daqui a algum tempo, se, efectivamente, este foi ou não o melhor executivo escolhido”, afirmou João Lourenço, no final da cerimónia de posse do novo Governo.
Mau seria se, na posse, o Presidente da República e Titular do Poder Executivo não confiasse na capacidade dos que escolheu. Admite-se que tenha, contudo, algumas dúvidas. Desde logo porque este não é o governo que ele queria. É, tão só, o executivo possível.
“É importante que quem quer que venha a exercer funções no Executivo se preocupe com esta missão, que deve comungar-nos a todos, para além da cor política ou das opções ideológicas de cada um. O interesse nacional tem de estar acima dos interesses particulares ou de grupo, para que prevaleça a defesa do bem comum”, disse João Lourenço na sua tomada de posse.
O Governo nomeado por João Lourenço foi empossado esta manhã, em cerimónia que decorreu no Palácio Presidencial, em Luanda, e passa a contar com 32 ministros (mais um do que o anterior), três dos quais de Estado, com Manuel Nunes Júnior a acumular com o Desenvolvimento Económico e Social, Pedro Sebastião com as funções de chefe da Casa de Segurança do Presidente da República e Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso como chefe da Casa Civil.
Será que os 32 ministros correspondem ao que João Lourenço disse na (sua) tomada de posse? Ou seja: “A estrutura do Executivo será reduzida, de modo a garantir a sua funcionalidade, sem dispersão de meios e evitando o esbanjamento e o desperdício de recursos, que são cada vez mais escassos.” Hum!
“Sabemos que temos os olhos, não só dos angolanos mas também do mundo, postos em nós, a julgar pelas grandes expectativas criadas à volta do que este executivo fará nos próximos anos. Temos um desafio muito grande a enfrentar e a vencer, que é, entre outros, o desafio da diversificação da nossa economia, o desafio do combate às assimetrias regionais, o desafio de garantir maior oferta de bens e de serviços para as nossas populações, o desafio de garantir maior emprego para as cidadãos angolanos, em particular para os nosso jovens”, exortou João Lourenço.
Teria sido mais simples a João Lourenço dizer que o governo tem de fazer tudo aquilo que o governo anterior (e alguns ministros são os mesmo) não fez.
“Enfim, numa palavra, temos o desafio de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal [lema da campanha do MPLA nas eleições gerais de Agosto]. Essa palavra é nossa e nós temos que ser optimistas ao ponto de pensar que somos capazes, sim”, enfatizou o chefe de Estado.
No Governo hoje empossado, mantêm as mesmas pastas (do executivo anterior, nomeado por José Eduardo dos Santos) Ângelo de Barros da Veiga Tavares (ministro do Interior), Augusto Archer Mangueira (Finanças), Marcos Alexandre Nhunga (Agricultura e Florestas), Bernarda Martins (Indústria), João Baptista Borges (Energia e Águas), Augusto da Silva Tomás (Transportes), Victória de Barros Neto (Pescas e do Mar), José Carvalho da Rocha (Telecomunicações e Tecnologias de Informação) e Carolina Cerqueira (Cultura).
Dos 32 ministros, oito foram promovidos de secretários de Estado à posição de ministro e 11 são mulheres.
“Procurámos também, para além da competência dos quadros, e com bastante atenção, garantir um certo equilíbrio do género. Com certeza que não atingimos as metas que seriam de desejar, mas fizemos o melhor possível no sentido de garantir essa grande representatividade do género neste primeiro executivo”, observou o chefe de Estado.
Apelando ao “contributo de toda a sociedade” e dos “angolanos de boa-fé” para o trabalho do novo Governo, o chefe de Estado exortou os ministros agora empossados a funcionarem em “equipa”, para assim “cumprirem com o programa de Governo”, no sentido de “melhor servir o povo angolano”.
O Ministério da Defesa Nacional, que no Governo anterior era liderado por João Lourenço, passa a ser tutelado por Salviano de Jesus Sequeira, enquanto Manuel Domingos Augusto é promovido de secretário de Estado a ministro das Relações Exteriores, o mesmo acontecendo com Adão de Almeida, que sobe a ministro do Território e Reforma do Estado.
No novo executivo, destaque para Diamantino Pedro Azevedo, que assume o cargo de ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, duas pastas que no Governo anterior estavam separadas. Antes precisamente na pasta da Geologia e Minas, Francisco Queiroz mantém no Governo, agora como ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.
A cerimónia de hoje envolveu ainda a posse dos 18 governadores de província nomeados por João Lourenço, com 13 a serem reconduzidos no cargo.


Folha 8 com Lusa

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