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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

ANGOLA: E o canto do “não” o xeque dobrou.

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O ministro angolano dos Petróleos confirmou hoje que o memorando de entendimento entre a Sonangol e um xeque do Dubai para o desenvolvimento do terminal oceânico do Dande não se concretizou, mas garante que o projecto continua.

Diamantino Pedro Azevedo, que falava durante um encontro com jornalistas, confirmou que não houve entendimento com o xeque Ahmed Dalmook Al-Maktoum, do Dubai, relativamente à construção da base logística de armazenamento de produtos petrolíferos da Barra do Dande.

“O memorando de entendimento não é um contrato, é um documento de intenção que pode ser transformado num contrato, num instrumento jurídico mais forte, ou não. Neste caso, ficámos pelo memorando e, após algum tempo de trabalho, achámos que não havia condições para avançar com o projecto porque não houve entendimento”, afirmou o ministro.

Sem detalhar os motivos, Diamantino de Azevedo disse que “a outra parte tinha uma posição diferente” da parte angolana, por isso, “não houve um final feliz, o namoro não deu em casamento”.

O responsável que tutela os sectores dos Recursos Minerais e Petróleos adiantou que as autoridades angolanas estão “à procura de outras alternativas para levar esse projecto em frente”.

Segundo o presidente da Sonangol, Gaspar Martins, “o projecto não parou” e a “a relação terminou de forma amigável”, salientando que o xeque tem outros, muito outros (por enquanto) investimentos em curso em Angola.

“Fizemos os esclarecimentos necessários e estamos a fazer a continuidade do projecto. Entendemos que as condições em que se pretendia cooperar connosco não eram as mais adequadas”, justificou.

O memorando de entendimento com a petrolífera Sonangol para a construção de uma base logística de armazenamento de derivados do petróleo na Barra do Dande foi assinado a 7 de Novembro de 2019, num investimento estimado em 600 milhões de dólares (541,6 milhões de euros).

Na altura, o xeque Ahmed Dalmook Al-Maktoum salientou que “o país tem grande potencial” e manifestou a vontade de se envolver em mais projectos.

O projecto de armazenamento de produtos petrolíferos, visto como estratégico, foi iniciado em 2014 e interrompido em 2016, por força do contexto económico que o país e a empresa viviam nesse período.

A construção da infra-estrutura estava anteriormente estimada em 1.500 milhões de dólares (1.240 milhões de euros) e iria ser desenvolvida pela Atlantic Ventures, uma empresa associada a Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que viu o contrato ser revogado em 2018 e avançou, na altura, com um processo contra o Estado angolano.

Na altura do anúncio, a calendarização apontava para que a estrutura estivesse operacional no primeiro semestre de 2022 e o início das obras estava previsto para 2020.

O Presidente João Lourenço, que como ministro do anterior Governo acompanhou e subscreveu (sem qualquer rebuço) a decisão de entregar a obra à Atlantic Ventures, anunciou, em Estrasburgo, no seu discurso no Parlamento Europeu, no dia 4 de Julho de 2018, a anulação, em Angola, de contratos bilionários, com a construção e gestão de importantes infra-estruturas públicas, como o Porto da Barra do Dande.

João Lourenço justificou a medida com o facto de esses contratos não terem respeitado os mais elementares princípios da transparência e da concorrência. Isto é, o significado de “transparente” e respeitador “da concorrência” varia consoante se é ministro ou Presidente da República.

Já na sua primeira entrevista colectiva, em Luanda, no dia 8 de Janeiro de 2018, à pergunta sobre se o modelo de adjudicação praticado para o Porto da Barra do Dande iria servir para outros tipos de obras públicas, o Presidente João Lourenço respondeu: “É evidente que não”.

“Não só para outras obras públicas, mas mesmo para o caso concreto deste projecto do Porto da Barra do Dande, vamos procurar rever todo o processo, no sentido de, enquanto é tempo, e porque o projecto não começou ainda a ser executado, corrigirmos aquilo que nos parece ferir a transparência”, disse João Lourenço.

“Um projecto da dimensão como este, que envolve biliões, com a garantia soberana do Estado, não pode ser entregue de bandeja, como se diz, a um empresário, sem submissão de concurso público”, acrescentou o Presidente da República, contrariando aquela que foi a sua posição enquanto ministro.

A posição relativa à construção do Porto da Barra do Dande foi oficializada numa informação enviada em Maio de 2018 aos investidores internacionais pelo Governo de João Lourenço.

No documento admitia-se que o Governo “pretende construir um segundo porto comercial nas proximidades de Luanda”, na Barra do Dande, com capacidade para movimentar 3,2 milhões de toneladas de carga por ano.

Contudo, como recorda a mesma informação, até então o Governo não emitiu a garantia do Estado aprovada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, e referia que “ainda está em processo de avaliação dos aspectos técnicos do projecto”.

O actual porto de Luanda, o maior do país e construído no período colonial português em pleno centro da capital angolana, é propriedade do Estado angolano, mas a operação dos seus terminais estava entregue a oito empresas privadas.

O porto de Luanda movimentava (2017/18) aproximadamente 5,4 milhões de toneladas de carga por ano e recebeu obras de modernização de 130 milhões de dólares, concluídas em 2014. Antes disso, recordava o Governo, o porto de Luanda “estava altamente congestionado”, com um tempo médio de espera superior a 10 dias.

Foi noticiado em 29 de Setembro de 2017 que o Governo deveria emitir uma garantia de Estado de 1.500 milhões de dólares (1.300 milhões de euros) a favor da construção, por privados, do novo porto da Barra do Dande, face ao esgotamento da capacidade do porto de Luanda.

“O Governo pretende criar as condições necessárias para que a província de Luanda tenha um novo porto de dimensão nacional e internacional com capacidade de abastecimento para todo o país e que, estrategicamente, possa ser, também, um entreposto internacional de mercadores”, lê-se nesse mesmo decreto.

Refere ainda que o porto de Luanda, “de acordo com a evolução registada nos últimos anos nas operações portuárias” e face às “projecções de tráfego realizadas, não logrará, a curto prazo, satisfazer as necessidades de estiva e movimentação de cargas e descargas exigidas pelo comércio nacional e internacional”.

Para o efeito, foi definido pelo Governo (do qual, recorde-se, fazia parte João Lourenço), segundo o mesmo documento, o objectivo estratégico para instalação, na nova cidade do Dande (já na província vizinha do Bengo) do novo porto da capital, serviços associados e uma Zona Económica Especial, reservando para o efeito uma área total de 197,2 quilómetros quadrados e um perímetro de 76,4 quilómetros.

“O Governo considera a construção, a exploração e a manutenção do porto da Barra do Dande um empreendimento prioritário, de interesse nacional e público, considerando ainda que o empreendimento deve ser realizado com recurso a financiamento privado, de acordo com os princípios da eficiência da distribuição, partilha e gestão do risco pela parte que melhor o sabe gerir”, lê-se ainda no referido decreto.

Ficou ainda previsto que a concessão do futuro porto à sociedade Atlantic Ventures seria por um período de 30 anos, incluindo a tarefa de licenciamento, concepção, financiamento, projecto, desenvolvimento técnico e sua construção, “em associação com a autoridade do porto de Luanda”.

Recorde-se que o projecto do porto da Barra do Dande foi analisado e aprovado em reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, em 2017, na qual esteve presente João Lourenço, então ministro da Defesa Nacional, e que não mereceu dele a mínima dúvida ou objecção.

Nota. Parte do Poema “Namoro” de Viriato da Cruz: «Mandei-lhe um cartão / Que o amigo Maninho tipografou. / ‘Por ti sofre o meu coração’. / Num canto “sim” / Noutro canto “não” / E ela o canto do “não… Dobrou.»

fonte: folha8

Líderes mundiais felicitam Biden após posse Presidente alemão afirma estar "aliviado" com a posse do democrata e adverte sobre os riscos do populismo. Governos de Reino Unido e Israel se dizem ansiosos para trabalhar com Biden. Bolsonaro usa tom amistoso em carta.

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Ao tomar posse nesta quarta-feira, Biden pediu união e prometeu restaurar relações dos EUA com aliados

Momentos após Joe Biden prestar nesta quarta-feira (20/01) o juramento como 46º presidente dos Estados Unidos, vários líderes internacionais saudaram o novo chefe de Estado americano e a vice-presidente Kamala Harris.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, parabenizou Biden e Harris e disse estar ansiosa por "um novo capítulo de amizade e cooperação" entre os dois países, segundo escreveu o porta-voz da chefe de governo, Steffen Seibert, no Twitter.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que "hoje é um bom dia para a democracia" e expressou "alívio". "Estou aliviado que Joe Biden tomou posse como presidente hoje e está entrando na Casa Branca. Sei que esse sentimento é compartilhado por muitas pessoas na Alemanha."

"Apesar de toda a alegria que temos hoje, não devemos esquecer que o populismo seduziu a democracia mais poderosa do mundo. Devemos nos opor resolutamente à polarização, proteger e fortalecer o espaço público de nossas democracias e moldar a política com base na razão e nos fatos", completou Steinmeier.

"Esperamos ter os EUA novamente ao nosso lado no futuro como um parceiro indispensável em muitas questões: na luta conjunta e solidária contra a pandemia de covid-19, na proteção climática global, em questões de segurança, incluindo controle de armas e desarmamento, e em muitos conflitos urgentes no mundo."

Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, declarou: "Rituais como a posse de hoje mostram que as instituições democráticas nos EUA funcionam – apesar das dificuldades dos últimos dias e da polarização na sociedade americana." 

Em seu discurso nesta quarta-feira, Biden mencionou que pretende colocar os EUA novamente no caminho do multilateralismo, após quatro anos de política isolacionista promovida por seu antecessor, Donald Trump. "Vamos restaurar nossas alianças e nos reunir com o mundo novamente, não para enfrentar os desafios de ontem, mas os de hoje e de amanhã", disse o novo presidente.

Macron celebra volta ao Acordo de Paris

O presidente da França, Emmanuel Macron, também se manifestou. "Muitas felicidades neste dia tão significativo para o povo americano! Estamos juntos", afirmou, em mensagem a Biden e Kamala Harris.

Macron ainda saudou o plano já anunciado de Biden de retornar ao Acordo Climático de Paris, após Trump ter determinado a saída em 2017. "Estaremos mais fortes para enfrentar os desafios do nosso tempo. Mais fortes para construir nosso futuro. Mais fortes para proteger nosso planeta. Bem-vindo de volta ao Acordo de Paris!", escreveu no Twitter o presidente francês.

Um dos primeiros líderes a felicitar Biden foi o primeiro-ministro da Irlanda, Micheál Martin, que se referiu ao novo presidente dos EUA como um "verdadeiro amigo" do país, lembrando as raízes irlandesas do político democrata.

"Ao fazer o juramento, sei que o presidente Biden sentirá o peso da história, a presença dos seus ancestrais irlandeses que deixaram Mayo e Louth em tempos de fome em busca de vida e de esperança", disse Martin, afirmando ainda que pretende "aprofundar a cooperação" entre os dois países.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também felicitou Biden e a vice-presidente Kamala Harris, declarando estar "ansioso para trabalhar" com o novo chefe de Estado americano.

"Parabéns a Joe Biden por ter tomado posse como presidente dos Estados Unidos e a Kamala Harris [a primeira mulher no cargo] pela sua posse histórica. A liderança americana é vital em questões que preocupam a todos, desde as mudanças climáticas até a covid-19, e estou ansioso para trabalhar com o presidente Biden", escreveu o britânico no Twitter.

Reação de Israel e Irã

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também felicitou o novo presidente e aproveitou para tentar convencer o democrata a abraçar a política externa do governo israelense.

"Estou ansioso para trabalhar com vocês para fortalecer a aliança EUA-Israel, para continuar a expandir a paz entre Israel e o mundo árabe e para enfrentar os desafios mútuos, começando pela ameaça representada pelo Irã", afirmou o primeiro-ministro num vídeo publicado momentos depois de Biden assumir o cargo.

Irã também reagiu à posse. Embora o país não tenha parabenizado o democrata, o governo fundamentalista de Teerã manifestou que espera que o governo americano volte ao acordo nuclear de 2015, que foi abandonado pelo agora ex-presidente Donald Trump.

"A bola está na quadra dos EUA agora. Se Washington voltar ao acordo nuclear de 2015 com o Irã, também respeitaremos totalmente nossos compromissos sob o pacto", afirmou o presidente iraniano, Hassan Rouhani, em uma reunião de gabinete transmitida pela televisão.

"Hoje, esperamos que a próxima administração dos EUA retorne ao Estado de direito e se comprometa e, se puder, nos próximos quatro anos, remova todas as manchas dos quatro anos anteriores", disse ele.

Também a Rússia declarou que espera trabalhar "de forma mais construtiva" com a nova administração americana liderada por Biden, especialmente na prorrogação do tratado de desarmamento nuclear New START, que expira em 5 de fevereiro. "Esperamos que a nova administração americana mostre uma posição mais construtiva no diálogo conosco", indicou a diplomacia russa num comunicado.

"Grande dia para a democracia"

O chefe de governo da Itália, Giuseppe Conte, também se juntou às felicitações a Joe Biden e Kamala Harris, afirmando que esta quarta-feira é "um grande dia para a democracia". Já o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, ofereceu apoio à nova administração americana.

papa Francisco dirigiu igualmente algumas palavras ao novo presidente americano, encorajando Biden a promover a "reconciliação e a paz" nos Estados Unidos e entre as nações do mundo, com o objetivo de "promover o bem comum universal". Biden é o segundo presidente católico da história dos EUA.

Bolsonaro se manifesta após Maia e Alcolumbre publicarem felicitações

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, publicou uma mensagem de felicitações horas depois de os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, terem parabenizado Biden. Em uma carta de três páginas reproduzida no Twitter, Bolsonaro expôs sua "visão de um excelente futuro para a parceria Brasil-EUA".

Em tom moderado, em contraste com suas declarações anteriores hostis ao democrata, Bolsonaro listou uma série de pontos em que o Brasil e os EUA podem buscar cooperação. "É minha convicção que, juntos, temos todas as condições para seguir aprofundando nossos vínculos e agenda de trabalho, em favor da prosperidade e do bem-estar de nossas nações", diz a carta assinada por Bolsonaro.

"Ao desejar a Vossa Excelência pleno êxito no exercício de seu mandato, peço que aceite, Senhor Presidente, os votos de minha mais alta estima e consideração", finaliza o documento.

O tom do documento também contrasta com as atitudes de Bolsonaro nos últimos meses. Após o anúncio da vitória de Biden, em novembro, o brasileiro deixou claro que não ficou contente com o resultado e a consequente derrota do seu ídolo e aliado Donald Trump. Bolsonaro demorou mais de um mês para reconhecer a vitória de Biden e chegou a endossar as acusações infundadas de Trump de que o pleito havia sido fraudado.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, outro fã de Trump, também não escondeu sua insatisfação com a vitória democrata. Nos últimos dias, ele tem usado o Twitter para reclamar da exclusão do ex-presidente republicano de várias redes sociais.

Mais cedo, o vice-presidente, Hamilton Mourão, mencionou a posse, mas se limitou a falar de sua expectativa sobre as futuras relações entre EUA e Brasil. "A relação Brasil-EUA é uma relação que vem desde a nossa independência, é uma relação de Estado para Estado e, desta maneira, ela vai continuar. É um parceiro comercial importante, é um parceiro tecnológico importante. E sempre colocando que os Estados Unidos, o modelo democrático americano, é um farol para o mundo ocidental e, desta forma, ela vai prosseguir", afirmou o vice.

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, haviam parabenizado Biden e a vice Kamala Harris de maneira mais direta, antes da manifestação de Bolsonaro. "Que as duas nações atuem em conjunto em favor do fortalecimento da democracia, do combate ao radicalismo e da proteção do meio ambiente", escreveu Maia no Twitter

 

"Que os nossos países possam manter abertos os canais do diálogo e do entendimento, sempre buscando o equilíbrio", escreveu Alcolumbre.

JPS/lusa/ots

Quanto custou o "blackout digital" durante as eleições no Uganda?

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O bloqueio do acesso à Internet durante as eleições causou prejuízos à economia diária dos cidadãos. As autoridades pediram desculpas pelo incómodo e disseram que o encerramento evitou interferências externas no pleito.


Quando o Uganda ordenou o encerramento da Internet na véspera das eleições presidenciais, o comércio de amendoins de Susan Tafumba foi duramente afetado.

A jovem de 34 anos vende amendoins no mercado Nakawa de Kampala, mas grande parte do seu negócio vem agora através de uma aplicação de telemóvel que os clientes utilizam para encomendar bens que lhes são entregues por táxis de motociclos.

"Normalmente a aplicação dá-nos mais lucro do que aquelas pessoas que chegam diariamente ao mercado, mas perdemos clientes", disse Tafumba, uma das inúmeras comerciantes cuja subsistência está cada vez mais dependente da tecnologia.

"Estamos a trabalhar normalmente depois de a Internet ter voltado. Estou à espera de as encomendas voltarem a chegar", disse, acrescentando que perdeu cerca de 300 mil xelins ugandeses – o equivalente a 67 euros.

Social Media-Nutzung in Afrika

Internet sofreu bloqueio durante o período eleitoral

Desculpas pelo "incómodo"

A nação da África Oriental levantou o "blackout" na segunda-feira (18.01), mais de 100 horas depois de o ter imposto às vésperas das eleições de 14 de janeiro.

As autoridades pediram desculpas pelo incómodo e disseram que o encerramento era para evitar interferências externas nas eleições. O veterano líder Yoweri Museveni foi declarado vencedor na disputa contra o oposicionista Bobi Wine, uma estrela da música pop que enveredou pela política .

Os defensores dos direitos digitais disseram que o bloqueio deixou os cidadãos incapazes de pagar contas, enviar dinheiro à família e de se deslocar.

"O encerramento significava negar às pessoas o acesso a fontes de subsistência", disse Felicia Anthonio, ativista do #KeepItOn, um movimento global que luta contra o encerramento da Internet.

Uganda Wahlen l Streetart gegen Gewalt in Kampala

Escrutínio foi marcado por violência

"As empresas do sector formal e informal, educação, saúde, meios de comunicação social, grupos da sociedade civil, e muitos outros, que dependem cada vez mais da Internet e das plataformas digitais para manterem as suas atividades, sofreram um enorme impacto", disse.

A Internet Freedom Monitor Netblocks calcula que o encerramento de quase cinco dias custou à economia ugandesa o equivalente a 7,5 mil milhões de euros. Isto inclui transações de dinheiro móvel - das quais muitos ugandeses dependem para pagamentos - bem como comércio eletrónico, reservas de companhias aéreas e serviços de táxi baseados em aplicações.

A Financial Technology and Service Providers Association estima que as empresas do sector perderam pelo menos 66 mil milhões de xelins ugandeses (mais de 14 milhões de euros) diariamente durante o encerramento.

Uganda Bobi Wine

Bobi Wine reclama de fraude

"Fraude generalizada"

O opositor Bobi Wine, que se encontra em detenção domiciliária, alega fraude generalizada nas eleições e diz que o desligamento em massa da Internet significou que não pôde comunicar com os seus observadores nas mesas de voto e partilhar provas de violações eleitorais.

Os defensores dos direitos digitais afirmaram que o "blackout" da Internet foi uma tentativa deliberada do Governo de manter os cidadãos e o resto do mundo no escuro durante os períodos eleitorais – que tiveram registo de repressão de oposicionistas, meios de comunicação e sociedade civil.

Embora esta seja a primeira vez que o Uganda bloqueou a Internet, outras formas de restrições em não são invulgares, segundo ativistas. Segundo I Data Reportal, havia mais de dez milhões de usuários da Internet no Uganda em 2020, o equivalente a 24% da população.

O Governo proibiu os meios de comunicação social e as transferências de dinheiro em 2016 e SMS foram bloqueados nas eleições de 2011. Em 2006, autoridades também bloquearam sítios críticos ao governo.

fonte: DW África




Angola: Enfermeiros denunciam cotidiano de agressões e condições precárias de trabalho.

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Enfermeiros revelam que falta de recursos médicos causa conflitos com familiares de pacientes. Classe faz lista de reivindicações para discutir com o governo e ameaça greve em fevereiro: "Somos os mais desvalorizados".


Secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros, Afonso Kileba

Ana Neto é enfermeira há 16 anos. Atualmente está colocada num Centro Materno infantil localizado no bairro Catinton, uma área na capital angolana onde vivem várias famílias carentes.

No seu local de trabalho, não há medicamentos para prestar assistência aos pacientes. Neto diz que enfermeiros chegam a comprar medicamentos para dar aos doentes.

'Às vezes quando falta dipirona, mobilizamo-nos entre colegas para uma contribuição. Sacudimos as pastas e tiramos  100 ou 200 kwanzas para ajudar o paciente".

Enfermeiros da província de Luanda dizem que trabalham em péssimas condições, principalmente nos hospitais estatais. No ambiente de trabalho, convive-se com a escassez. Segundo os profissionais, falta medicamentos e até água nos centros de saúde da província de Luanda.

Angola Arbeitsbedingungen von Krankenpflegern

Hospital Josina Machel é um dos mais importantes do país

Frustração e baixos salários

A falta de condições de trabalho não é a única preocupação dos enfermeiros. Os baixos salários e assistência médica também inquietam estes profissionais. Uma profissional que se identificou para a DW África como Maria diz que perdeu a paixão pela profissão que exerce há 18 anos devido à falta de valorização de quadros.

Maria diz que não aconselharia a própria filha a fazer o curso de saúde: "Isso é desgraça”. A enfermeira diz que se trata de uma profissão de amor e humanidade, mas não considera isso suficiente.

"Para tratarmos da nossa saúde, temos que girar. Mesmo no nosso hospital temos que pedir favor aos nossos colegas médicos. O meu salário não chega para fazer uma boa consulta num cardiologista. Não temos seguro de saúde. Você tem que andar atrás do médico para ele lhe atender", desabafou.

O que exigem os enfermeiros

Esta quarta-feira (20.01), o Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda reuniu os associados para analisar a situação da classe. Os profissionais ameaçam realizar greve em fevereiro se o Governo não atender os 16 pontos do caderno de reivindicações.

Angola Arbeitsbedingungen von Krankenpflegern

Assembleia de enfermeiros para discutir a situação da classe

Entre os itens exigidos destaca-se a implementação dos subsídios de horas extras, o regulamento da carreira de enfermagem, a criação de condições para assistência médica e medicamentosa dos profissionais de enfermagem e dos seus familiares e reabastecimento regular de fármacos, materiais gastáveis e de biossegurança em todas as unidades sanitárias da capital angolana.

Os enfermeiros exigem a realização de concurso público interno ou uma readequação da categoria à demanda do sistema, além do cumprimento obrigatório de 36 horas semanais e não 44 horas com está a ocorrer. Em declarações à DW, o secretário-geral do sindicato, Afonso Kileba, disse que se a entidade patronal não atender as preocupações será convocada greve para o dia 15 de fevereiro.

"A vontade da maioria não é a greve. A vontade da maioria é que os problemas sejam resolvidos para beneficiar os próprios profissionais e a população. É inadmissível eu estar diante de um paciente, que sei que posso fazer algo para salvar a vida dele, e por falta de um bem que essa unidade  pode oferecer-me para atender o paciente, a pessoa acaba de sucumbir na minha frente",  afirma Kileba.

O Governo diz que há medicamentos e materiais gastáveis nos hospitais. Mas, quando os utentes se dirigem às unidades, não encontram luvas, seringas nem ligaduras. A escassez resulta em agressões físicas contra os técnicos de saúde, segundo Afonso Kileba. "Não estou na  superestrutura, estou na base para atender os pacientes. Eu vivo essa realidade e não é uma realidade contada por terceiros. Eu vivo isso  porque sou um dos alvos destas agressões" frisa o sindicalista.

fonte: DW África



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