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NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... A invasão e o massacre de Gaza, uma espécie de campo de concentração...

domingo, 17 de julho de 2022

Rússia anuncia novo míssil 'eliminador de porta avions'

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... No meio da guerra ucraniana, a Rússia continua a desenvolver suas armas estratégicas. Se mísseis hipersônicos entraram em um campo de batalha, outros em breve poderão inflar o arsenal russo. Segundo a agência de notícias russa, a Rússia desenvolverá um míssil "matador de porta-aviões" equipado com uma ogiva supersônica, o míssil balístico Zmeevik. Outro míssil supersônico, mas com um propósito muito específico. Deve-se lembrar que a Rússia tem apenas um porta-aviões, enquanto os Estados Unidos e seus aliados juntos têm um grande número. O Zmeevik é, portanto, particularmente importante para Moscou, pois permite que ele tenha um equilíbrio com a capacidade de destruir os porta-aviões de inimigos em potencial. Este novo míssil destinado à Marinha Russa teria um alcance de até 4.000 km, segundo a imprensa russa. Uma notícia que pode ser um divisor de águas duradouro em termos de guerra marítima. No terreno a guerra continua. Os dois inimigos escolheram por alguns dias atacar suas respectivas reservas de munição para enfraquecer e desacelerar o oponente. Para evitar a destruição de sua munição, a Rússia teria movido uma de suas bases para perto de uma usina nuclear. Durante os combates, a Rússia assumiu o controle de uma usina nuclear no sudoeste da Ucrânia. Ontem sexta-feira, as autoridades ucranianas anunciaram que a Rússia está armazenando armas lá. Uma tentativa de bombardeio seria, portanto, muito arriscada para a Ucrânia neste caso específico. Em outro nível, a Rússia perdeu vantagem contra a Ucrânia com o uso de drones turcos. Para alcançar os ucranianos, o país estaria em plena negociação com os iranianos também reconhecidos por seus drones. A informação foi inclusive confirmada pelas autoridades americanas. De fato, Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, revelou em um comunicado à imprensa que o governo americano tinha “informações de que o governo iraniano está se preparando para fornecer à Rússia várias centenas de drones”. Autoridades russas até visitaram o Irã para ver a "mercadoria".

Senegal-Gâmbia: o dia em que Yaya Jammeh se recusou a entregar Ino a Abdou Diouf.

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A gendarmaria estava prestes a acabar com a corrida das pessoas mais procuradas do país na época. O presidente da Gâmbia derrotará a missão ao estabelecer seu veto. Flashback. Um dia, em fevereiro de 1999, Abatalib Samb, aliás Ino, Boy Nar e Pape Ndiaye, escaparam da prisão de Rebeuss. Eles nocautearam um guarda, pegaram sua arma e seu uniforme antes de deter qualquer um que estivesse em seu caminho para a liberdade. A caça ao homem Durante um Conselho de Defesa, no Palácio, o Chefe de Estado faz ressoar os ouvidos dos chefes das Forças de Defesa e Segurança. “O presidente Abdou Diouf deu instruções firmes à polícia e à gendarmaria para pôr fim às suas atividades. Caso contrário, ele ia tomar medidas”, rebobina o major aposentado Aliou Kandji, questionado pelo jornal Le Quotidien, que voltou em grande parte, em sua edição de ontem, sábado, à fuga da banda em Ino. A caça ao homem começou. A polícia e os gendarmes estão mobilizados. Na época, o major Kandji chefiava uma célula de investigação aninhada no Estado-Maior da Gendarmaria Nacional. No encalço dos formidáveis ​​criminosos, ele tinha veículos, 2.000 litros de combustível e dois milhões de francos CFA. Après d’intenses recherches et des filatures, la bande est repérée à Banjul, en Gambie. Ils fréquentaient, selon major Kandji, «de riches et puissants dealers qui s’appelaient Thioukel et El Ticko». La gendarmerie met en place son dispositif pour arrêter Ino et Cie. Le quartier où ils se terraient est bouclé. L’assaut est imminent. Mais le Président gambien, Yaya Jammeh, pose son véto. Il craignait, dit-on, des troubles. Major Kandji et ses hommes remballent leurs affaires. Dakar est informé du refus de Banjul de leurs permettre d’arrêter les membres du gang. La consolation Pape Ndiaye Grosse consolation pour les enquêteurs : major Kandji, qui s’est présenté à lui comme un «humanitaire sénégalais», réussit à recueillir de Pape Ndiaye «toutes les bonnes informations, sur tout». Ce dernier était hospitalisé dans une structure sanitaire gambienne pour avoir pris une balle à la suite d’une dispute avec des policiers gambiens «pour une affaire de femmes». Aquele que na época era o caçula da quadrilha será extraditado para o Senegal. O tempo passa, Ino e sua gangue cometem a imprudência de pisar em solo senegalês. Uma noite, eles atacam a Cidade dos Professores e Grand-Yoff antes de se retirarem para o receptor em Yarakh. Um gendarme disfarçado alerta a brigada local, que se desloca para a área. Azar, os criminosos conseguem escapar. A caça ao homem continua. Ino e Cie, por sua vez, continuam seu ataque. Eles atacam um gendarme em Popenguine de surpresa e pegam sua arma. Em outra localidade, ele rouba a nova L200 de um subprefeito. O motorista amarrado e jogado no mato será encontrado pelos gendarmes. Ele confidencia que um cerca de nacionalidade mauritana aguardava a quadrilha na fronteira entre Senegal e Mauritânia para comprar o carro roubado. Fim da corrida O alerta é dado à legião da gendarmaria do Norte, que abrange nomeadamente Dagana, Richard-Toll e Rosse Béthio. Ino e sua turma pegam a mensagem de alerta, voltam e correm para o Diéry. Eles serão fixados em Ross Senegal após 48 horas de pesquisa. Eles foram surpreendidos em torno de uma carne de cabra grelhada por elementos do Grupo Nacional de Intervenção da Gendarmaria (GIGN). Durante suas viagens, os temíveis caïds mataram uma criada e jogaram seu corpo em uma fossa séptica. “Eles eram perigosos e violentos. Com seus facões, eles poderiam devastar uma cidade inteira”, disse o major Aliou Kandji. Presos e apresentados com grande alarde ao público senegalês, os membros da quadrilha sanguinária mais uma vez conseguirão escapar. Sua corrida não vai durar muito desta vez. Ino e Abdou Konteh morrerão antes de serem julgados. Eles foram internados no pavilhão especial do hospital Aristide Le Dantec. O primeiro para insuficiência renal e o segundo para problemas cardíacos. Alex e Pape Ndiaye se beneficiarão de um perdão presidencial em 2021, após mais de 20 anos de prisão. fonte: seneweb.com

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A gendarmaria estava prestes a acabar com a corrida das pessoas mais procuradas do país na época. O presidente da Gâmbia derrotará a missão ao estabelecer seu veto. Flashback. Um dia, em fevereiro de 1999, Abatalib Samb, aliás Ino, Boy Nar e Pape Ndiaye, escaparam da prisão de Rebeuss. Eles nocautearam um guarda, pegaram sua arma e seu uniforme antes de deter qualquer um que estivesse em seu caminho para a liberdade. fonte: seneweb.com

VELÓRIO (E FUNERAL) ELEITORAL DO MPLA

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O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, aconselhou o Governo do MPLA a tirar do plano público a “má imagem de conflitualidade” devido às divergências sobre o funeral de José Eduardo dos Santos, que são consequência da perseguição que moveu contra o ex-presidente de Angola. Angola observa hoje o último dos sete dias de luto nacional em homenagem ao antigo chefe de Estado, que morreu na passada sexta-feira em Barcelona, permanecendo a incerteza sobre a trasladação do corpo, uma vez que alguns dos seus filhos se opõem a um funeral em Luanda antes das eleições. Adalberto da Costa Júnior disse hoje, num encontro com jornalistas, que, enquanto presidente da UNITA, desde o início chamou a atenção para as “perseguições e protecções”, numa alusão à suposta perseguição da família de Eduardo dos Santos pela justiça em Angola. “No meu primeiro discurso público chamei a atenção para os riscos da perseguição ao ex-presidente da República, indicando que esta postura não traria resultados positivos para o país e nem para ele próprio [João Lourenço, Presidente da República, do MPLA, recandidato, e Titular do Poder Executivo, no poder há 46 anos]”, afirmou. Esta posição, continuou, mereceu-lhe acusações de “ter sido comprado pela Isabel [dos Santos]”, empresária e filha mais velha sobre a qual recaem processos judiciais em vários países. “E é assim que a imaturidade de quem governa se tem manifestado. Não ouvem os bons conselhos e o que hoje o Governo está a colher são as consequências de uma atitude de perseguição”, frisou Adalberto da Costa Júnior. O líder da UNITA lembrou ainda que quando o ex-presidente se deslocou a Angola, no final do ano passado, foi recebido de forma discreta e sem qualquer cobertura noticiosa por parte da imprensa pública que, aliás, disse que a presença de José Eduardo dos Santos no país “não era notícia”. “Mereceu absoluta ignorância, total, absoluto maltrato. Hoje está-se a chorar no molhado, com a imprudência de estar a gerir mal este dossiê, enviando para Espanha uma equipa para negociar perdões, para negociar aquilo que vem deitar por terra o que se fez de bandeira, que é o combate à corrupção”, criticou Adalberto da Costa Júnior. Questionado sobre a sua ausência no velório público que decorre desde segunda-feira no Memorial Dr. António Agostinho Neto, com um momento consagrado aos partidos, Adalberto da Costa Júnior criticou os serviços do cerimonial de Estado pela falta de aviso formal e atempado, apelando a que “tratem dos actos de Estado com mais dignidade”. Por outro lado, descreveu as homenagens que decorrem em Angola como um acto de campanha eleitoral: “Então o Estado organiza uma cerimónia de exéquias e tem lá a figura do candidato do MPLA em grande exposição? Eu acho inadmissível este tipo de falta de respeito. Foi uma cerimónia de propaganda do candidato do MPLA ou foi uma homenagem ao ex-presidente da República?”, criticou, referindo-se à presença de fotos de João Lourenço e à bandeira do MPLA. “Afinal a bandeira do país é a bandeira do MPLA e os líderes que foram lá chamados foram prestar um acto de campanha eleitoral do MPLA”, denunciou o líder da UNITA, justificando assim a sua ausência. “Não pode ser assim, o ex-presidente merece as honras e as homenagens, nós achamos que devemos prestá-las, mas não em actos de campanha eleitoral mal preparados”, reforçou. Adalberto da Costa Júnior. José Eduardo dos Santos morreu em 8 de Julho, aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento e o Governo angolano decretou sete dias de luto nacional. Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo. Em 2017, renunciou a recandidatar-se e apesentou como o seu candidato pessoal o actual Presidente, João Lourenço. Recorde-se (em abono da verdade) que o Presidente João Lourenço, admitiu no dia 22 de Novembro de 2018, em Lisboa, que já sentia “as picadelas” dos afectados pelo combate à corrupção, mas garantiu que “isso não nos vai matar” e vincou que “somos milhões e contra milhões ninguém combate”. [Enquanto vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa dormia na ignorância? Pelos vistos, sim. Acordou quando chegou a Presidente da República…] “Quando nos propusemos a combater a corrupção em Angola, tínhamos noção de que precisávamos de ter muita coragem, sabíamos que estávamos a mexer no ninho do marimbondo, que é a designação, numa das nossas línguas nacionais, do terminal da vespa”, disse João Lourenço, respondendo a uma pergunta, no Palácio de Belém, em Lisboa, sobre se a questão do repatriamento de capitais – ilicitamente transferidos para o exterior – não se assemelha a `brincar com o fogo`. “Tínhamos noção de que estávamos a mexer no marimbondo e que podíamos ser picados, já começámos a sentir as picadelas, mas isso não nos vai matar, não é por isso que vamos recuar, é preciso destruir o ninho do marimbondo”, vincou o governante, depois de se ter escusado a comentar as críticas do antigo Presidente e seu mentor político e partidário, José Eduardo dos Santos, e da empresária Isabel dos Santos. Os marimbondos continuam. Só mudaram de lado. Entretanto, João Lourenço conseguiu “matar” o marimbondo-chefe e, agora, até promete “imunidade” temporária às rebeldes e, quiçá, arruaceiras filhas do marimbondo-chefe. É certo que enquanto vice-presidente do MPLA e, entre muitos outros cargos de relevo, ministro da Defesa, João Lourenço comandava o exército de marimbondos e não deixava que ninguém se aproximasse do chefe. Mas, como tudo na vida, mudam-se os tempos, mudam-se os interesses. Daí a “matar” o seu criador foi um passo. Passo corajoso? Nem por isso. Até porque apunhalar pelas costas é a mais completa prova de cobardia. Na resposta à questão sobre a tentativa de repatriar os capitais ilegalmente retirados de Angola, João Lourenço afirmou: “Quantos marimbondos existem nesse ninho, não são muitos, devo dizer; Angola tem 28 milhões de pessoas, mas não há 28 milhões de corruptos, o número é bastante reduzido e há uma expressão na política angolana que diz que `somos milhões e contra milhões ninguém combate`”. Tentando mostrar que tinha o povo ao seu lado na luta contra a corrupção, João Lourenço terminou a resposta dizendo: “Ninguém pense que, por muitos recursos que tenha, de todo o tipo, consegue enfrentar os milhões que somos, portanto não temos medo de brincar com o fogo, vamos continuar a brincar com ele, com a noção de que vamos mantê-lo sempre sob controlo”. A expressão “brincar com o fogo” foi colocada pelo jornalista português que fez a pergunta sobre as consequências do repatriamento de capitais, mas foi largamente aproveitada por João Lourenço, que iniciou a resposta dizendo: “Se estamos a brincar com o fogo, temos noção das consequências desta brincadeira; o fogo queima, importante é mantê-lo sob controlo, não deixar que ele se alastre e acabe por se transformar num grande incêndio”. E se em 2017, mesmo antes de serem conhecidos os resultados oficiais das eleições, Marcelo Rebelo de Sousa felicitou João Lourenço pela vitória, este ano, segundo revelou o próprio candidato do MPLA, o Presidente português já lhe disse para não se cansar muito porque o MPLA já tinha ganho… Folha 8 com Lusa

ANGOLA: TRIBUNAL ESPANHOL QUER MAIS PROVAS.

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As autoridades judiciais espanholas, mau grado o vendaval de pressões protagonizadas pelo governo do MPLA (João Lourenço), decidiram pedir mais provas forenses sobre a morte de José Eduardo dos Santos, falecido em 8 de Julho, embora os primeiros resultados da autópsia apontem para causas naturais. Segundo informou o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, o Tribunal de Instrução de Barcelona decidiu que o Instituto de Medicina Legal vai manter a custódia do corpo, o que irá atrasar a sua entrega à família e o funeral do ex-presidente angolano. A justiça espanhola decidiu que, na sequência da denúncia apresentada por Tchizé dos Santos, filha do ex-presidente angolano, sobre suspeitas de que pode ter havido uma conspiração para pôr termo à sua vida, o corpo não poderá ser entregue à família até que sejam feitos exames forenses adicionais. Além isso é necessário identificar “o(s) membro(s) da família” a quem o corpo deve ser entregue. Recorde-se que no passado dia 12, o Folha 8 escreveu: “O resultado preliminar da autópsia feita, em Espanha, ao antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, aponta para uma morte por causas naturais, mas defende a necessidade de mais exames”. As sociedades de advogados que aconselham Tchizé dos Santos, denunciam a “pressão” que Angola está a exercer para que o corpo do ex-Presidente seja entregue ao MPLA e realizar um funeral de Estado, o que vai contra os desejos de José Eduardo dos Santos como tem referido a sua filha. Segundo um documento emitidos pelos advogados, citado pela EFE, o actual governo de Angola declarou “guerra” ao círculo de Dos Santos e à sua família que, desde então, tem sofrido “uma forte pressão política”, que levou a que o ex-presidente tenha decidido exilar-se voluntariamente em Espanha. Tchizé dos Santos tem afirmado ser desejo do seu pai ter um funeral privado e ser enterrado em Espanha, recusando um funeral de Estado em Angola “que possa favorecer o actual governo”. Os resultados preliminares da autópsia apontam para uma “morte natural” devido a problemas “de insuficiência cardíaca” e “infecção pulmonar”, segundo uma fonte próxima do processo citada pela AFP. José Eduardo dos Santos morreu em 8 de Julho, aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento e o Governo angolano decretou sete dias de luto nacional e até inventou um velório sem… corpo, levando muitos angolanos a velarem uma… fotografia. Nesta macabra novela, de um lado está Tchizé dos Santos e os irmãos mais velhos, que rejeitam celebrar as exéquias em Angola, onde não vão há vários anos, desde que o sucessor do pai (e por este imposto ao MPLA e ao país), João Lourenço, assumiu o cargo em 2017, iniciando uma luta selectiva contra a corrupção e que atingiu sobretudo a filha mais velha, Isabel dos Santos, e o filho “Zenu”. Do outro, está a “viúva” e mãe de três dos filhos de José Eduardo dos Santos, Ana Paula dos Santos, que estava separada do marido há alguns anos, ressurgindo a seu lado nos últimos meses, e que foi a interlocutora do Governo angolano quando este se encontrava internado na clínica de Barcelona, onde acabou por falecer. O Governo angolano declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, mas a decisão conta com a veemente oposição da filha Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder. Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo e em que contou o apoio incondicional do seu ministro da Defesa, João Lourenço. No dia 22 de Novembro de 2018, em Lisboa, João Lourenço admitiu que já sentia “as picadelas” dos afectados pelo combate à corrupção, mas garantiu que “isso não nos vai matar” e vincou que “somos milhões e contra milhões ninguém combate”. “Quando nos propusemos a combater a corrupção em Angola, tínhamos noção de que precisávamos de ter muita coragem, sabíamos que estávamos a mexer no ninho do marimbondo, que é a designação, numa das nossas línguas nacionais, do terminal da vespa”, disse João Lourenço, respondendo a uma pergunta, no Palácio de Belém, em Lisboa, sobre se a questão do repatriamento de capitais – ilicitamente transferidos para o exterior – não se assemelha a `brincar com o fogo`. “Tínhamos noção de que estávamos a mexer no marimbondo e que podíamos ser picados, já começámos a sentir as picadelas, mas isso não nos vai matar, não é por isso que vamos recuar, é preciso destruir o ninho do marimbondo”, vincou o governante, depois de se ter escusado a comentar as críticas do antigo Presidente e seu mentor político e partidário, José Eduardo dos Santos, e da empresária Isabel dos Santos. Os marimbondos continuam. Só mudaram de lado. Entretanto, João Lourenço conseguiu “matar” o marimbondo-chefe e, agora, até promete “imunidade” temporária às rebeldes e, quiçá, arruaceiras, filhas do marimbondo-chefe. É certo que enquanto vice-presidente do MPLA e, entre muitos outros cargos de relevo, ministro da Defesa, João Lourenço comandava o exército de marimbondos e não deixava que ninguém se aproximasse do chefe. Mas, como tudo na vida, mudam-se os tempos, mudam-se os interesses. Daí a “matar” o seu criador foi um passo. Passo corajoso? Nem por isso. Até porque apunhalar pelas costas – como foi o caso – é a mais completa prova de cobardia, se bem que seja parte importante do ADN do MPLA. Na resposta à questão sobre a tentativa de repatriar os capitais ilegalmente retirados de Angola, João Lourenço afirmou: “Quantos marimbondos existem nesse ninho, não são muitos, devo dizer; Angola tem 28 milhões de pessoas, mas não há 28 milhões de corruptos, o número é bastante reduzido e há uma expressão na política angolana que diz que `somos milhões e contra milhões ninguém combate`”. Tentando mostrar que tinha o povo ao seu lado na luta contra a corrupção, João Lourenço terminou a resposta dizendo: “Ninguém pense que, por muitos recursos que tenha, de todo o tipo, consegue enfrentar os milhões que somos, portanto não temos medo de brincar com o fogo, vamos continuar a brincar com ele, com a noção de que vamos mantê-lo sempre sob controlo”. A expressão “brincar com o fogo” foi colocada pelo jornalista português que fez a pergunta sobre as consequências do repatriamento de capitais, mas foi largamente aproveitada por João Lourenço, que iniciou a resposta dizendo: “Se estamos a brincar com o fogo, temos noção das consequências desta brincadeira; o fogo queima, importante é mantê-lo sob controlo, não deixar que ele se alastre e acabe por se transformar num grande incêndio”. Folha 8 com Lusa

ANGOLA: QUEM ROUBA MILHÕES… SEMPRE ESCAPA.

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O antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente terá autorizado, entre 2004 e 2007 quando liderava a petrolífera angolana do MPLA (Sonangol), vendas de petróleo a uma empresa chinesa, no valor de 1,5 mil milhões de euros, que não foram pagas a Angola. Não terão sido pagas ao MPLA, que na prática é a mesma coisa? De acordo com informações adicionais recolhidas que constam no despacho de acusação de Manuel Hélder Vieira Dias, mais conhecido como General ‘Kopelipa’ e a Leopoldino Fragoso, chamado de General ‘Dino’, concluído pelo Ministério Público angolano no início deste mês, Angola vendeu à Sonangol International Holding Limited, empresa detida em 70% por chineses e em 30% pela Sonangol EP, entre 5 de Dezembro de 2004 a 6 de Novembro de 2007, petróleo bruto no valor total de 1,598 mil milhões de dólares “sem qualquer benefício esclarecido para o Estado angolano ou para a própria Sonangol EP”. De acordo com aquele despacho de acusação, foi na sequência da viagem de uma delegação angolana (do MPLA, pormenorize-se) à China, que se reuniu com o empresário chinês Sam Pa, e do desenvolvimento de contactos em Angola, ainda em 2004, que os responsáveis da empresa China International Fund Limited (CIF Limited Hong Kong) – veículo empresarial dos chineses para investir no mercado angolano – terão manifestado ao Governo de Angola, representado pelo Gabinete de Reconstrução Nacional e pelo seu director Manuel Hélder Vieira Dias, ‘Kopelipa’, um dos arguidos no processo, a intenção de investir mediante cooperação em vários ramos, entre os quais petróleo, geologia e minas, água e energia e habitação (construção de imóveis). E neste contexto, em Janeiro de 2005, foi solicitado ao então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, uma autorização, que foi concedida, para a assinatura de um memorando de entendimento entre o Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN) e a empresa chinesa CIF. O acordo foi então assinado, do lado de Angola, por ‘Kopelipa’ e, do lado chinês, pela responsável da CIF, Lo Fong Hung. Mas, já em Agosto de 2004, com fundamento no memorando de entendimento, Lo Fung Hung, socorrendo-se de uma outra empresa, a Beya International Development Limited, e em parceria com a petrolífera do MPLA/Estado Sonangol, criou a China Sonangol International Holding Limited, ficando 70% do capital daquela empresa nas mãos chinesas, ou da Beya, neste caso, e 30% no Estado angolano, através da petrolífera Sonangol. Também com base no mesmo memorando, Manuel Vicente, então presidente do Conselho de Administração da Sonangol, assinou em Janeiro de 2005, mas com efeitos a partir de Novembro de 2004, um contrato com a recém-criada empresa. “Convém dizer que Manuel Vicente era chairman [presidente do Conselho de Administração da empresa China Sonangol International Holding Limited, sendo vice-chairman (vice-presidente) a senhora Lo Fong Hung”, realça o texto da acusação a ‘Kopelipa’ e ‘Dino’. O contrato assinado então “era para um volume de 10.000 barris de petróleo por dia, ou equivalente a quatro carregamentos anuais com data efectiva de um de Novembro de 2004”, acrescenta o documento do Ministério Público de Angola. Passado pouco mais de um ano, foi assinado “um segundo contrato, que na realidade foi uma adenda”, aumentando de “10.000 para 20.000 barris de petróleo por dia, o equivalente a oito carregamentos anuais” a quantidade de petróleo a vender pela Sonangol àquela empresa, da qual também era responsável Manuel Vicente, homem da confiança de José Eduardo dos Santos, que chegou mais tarde a ser vice-presidente de Angola. Manuel Vicente, apesar de ser referido várias vezes no despacho de acusação dos Generais ‘Kolipa’ e ‘Dino’, não é arguido no processo. De 5 de Dezembro de 2004 a 6 de Novembro de 2007, “a Sonangol EP vendeu à China Sonangol International Holding Limited um total de 27 carregamentos de barris de petróleo bruto, como venda consignada para a constituição de um Fundo de Reconstrução Nacional”. Porém, segundo o despacho de acusação do Ministério Público de Angola, “a Sonagol EP entregou o petróleo bruto à China Sonangol International Holding Limited, mas não recebeu o pagamento do preço”, que explica ainda que a empresa maioritariamente de chineses, “depois de receber o petróleo, vendia-o e ficava com o dinheiro da referida venda que era creditado nas suas contas” no Bank of China. De acordo com as facturas citadas pela acusação, o dinheiro do pagamento “foi creditado, por consignação, na conta bancária número 012-875-92-29367-2, no Bank of China Limited, titulada pela China Sonangol International Holding” e não chegou aos cofres nacionais. A acusação conclui que, do “contrato de compra e venda de 5 de Dezembro de 2004 a 6 de Novembro de 2007, a empresa Sonangol International Holding Limited recebeu um total de USD 1.598.523.528,3 (mil quinhentos e noventa e oito milhões quinhentos e vinte e três mil e quinhentos e vinte e oito dólares norte-americanos e treze cêntimos) sem qualquer benefício esclarecido para o Estado angolano ou à própria Sonangol EP”. “Esta venda de petróleo bruto à China International Holding Limited, de forma consignada, para a criação de um Fundo de Reconstrução Nacional – China Sonangol foi suspensa no ano de 2008, mas os seis carregamentos programados para este ano haviam sido comercializados de forma antecipada no ano de 2007”, sublinha. Depois de suspenso, o contrato foi retomado em 2010, mas, a partir dessa data, “o produto da venda reverteu correctamente para os cofres do Estado angolano, através da Sonangol Pacific Inc em sua conta nº 45311350041, domiciliada no Banco Comercial Português”. O antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente está protegido por uma legislação que lhe confere imunidade até cinco anos depois de ter abandonado o cargo. Esse prazo termina em Setembro deste ano e só depois poderá ser indiciado criminalmente, caso a justiça angolana entenda. E, pelo sim e pelo, não Manuel Vicente foi tratar – com armas e bagagens – da sua saúde para o Dubai. O irritante, a irritante, os irritantes e a chantagem! Em Novembro de 2017 o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, avisou que enquanto o caso que envolvia a Justiça portuguesa e Manuel Vicente não tivesse o desfecho que João Lourenço queria, Angola “não se moveria nas acções de cooperação com Portugal”. “Enquanto o caso não tiver um desfecho, o Estado angolano não se moverá nas acções, que todos precisamos, de colaboração com Portugal”, disse Manuel Augusto, em entrevista à Lusa e à rádio francesa TF1, à margem da cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que decorreu em Abidjan, na Costa do Marfim. “Este já não é um caso individual de justiça, é um caso do Estado angolano e enquanto não tiver um desfecho, o Estado angolano não se moverá nas acções de cooperação com Portugal, e competirá às autoridades do Estado português verem se vale a pena esta guerra”, vincou o diplomata. Para o chefe da diplomacia angolana, as relações entre os dois países “são excelentes”, mas estas estão “ensombradas por um caso específico que releva da actuação da justiça portuguesa”. O irritante era Portugal andar a querer mexer em coisas que só diziam respeito a Angola. Se os alegados crimes de Manuel Vicente foram cometidos em Angola, Portugal não tinha nada que se meter no assunto. O irritante existiu enquanto Portugal não entregou o caso a Angola. Do ponto de vista do MPLA, o irritante era – como continua ser – Portugal ter-se metido num assunto que diz respeito a Angola. É claro que com Isabel dos Santos a história foi outra. “Angola respeita a separação de poderes, mas a única que queremos é que o poder judicial português deve ter em conta os interesses de Portugal e de Angola”, disse o ministro do MPLA. “A razão de Estado aplica-se aqui, enquanto o poder judicial português entender que as relações entre dois Estados são menos importantes do que o cumprimento deste processo na direcção em que estão a levar, nós aguardaremos”, alertou. Questionado sobre se a razão de Estado deve sobrepor-se ao poder judicial, Manuel Augusto disse que “a justiça não se deve pôr nem por cima nem por baixo” e lembrou que existe um acordo judiciário entre os dois países, que permite a transferência de processos em caso de necessidade. “O que se passa é que houve essa diligência em Portugal e o Ministério Público não é favorável, ou recusa-se a fazer, na argumentação de que não confia na justiça angolana, que terá havido uma amnistia e que o processo podia enquadrar-se nessa amnistia”, lamentou o diplomata. Só que, apontou, “aqui já há um juízo de valor sobre a justiça angolana, porque se não confiavam, não deviam ter assinado o acordo judiciário”, argumentou Manuel Augusto. Lembrando o caso do empresário e antigo presidente do Sporting, Jorge Gonçalves, o ministro disse que “Portugal recorreu a este acordo para pedir a colaboração nesse caso”. “Ora, na análise temos de concluir que o caso de Manuel Vicente está politizado, porque nem pelo valor material, nem pelas consequências da sua acção justifica todo este estardalhaço”, disse. “Se é um problema político, então vamos tratá-lo politicamente”, concluiu. A 19 de Maio de 2017 ficou a saber-se que o Ministério Público de Portugal enviou para o Tribunal de Instrução Criminal o caso “Operação Fizz”, em que o ex-vice-Presidente da República de Angola e ex-presidente da Sonangol, Manuel Vicente, era suspeito de ter corrompido Orlando Figueira quando este era procurador no DCIAP, departamento do MP que investiga a criminalidade mais grave, organizada e sofisticada, designadamente de natureza económica. Em causa estavam alegados pagamentos de Manuel Vicente, no valor de 760 mil euros, ao então magistrado para obter decisões favoráveis em dois inquéritos que tramitaram no DCIAP. Manuel Vicente estava acusado de corrupção activa na forma agravada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. A decisão do Departamento Central de Instrução Criminal (DCIAP) de enviar os autos para instrução (fase processual seguinte à acusação) surgiu numa altura em que, após um pedido do MP português para notificar Manuel Vicente, o Procurador-Geral de Angola decidiu pedir um parecer ao Tribunal Constitucional do MPLA sobre o assunto, o que atrasou a diligência. Façam a vontade ao MPLA. Arquivem tudo… menos Isabel dos Santos (por enquanto) Alegações de má conduta financeira fizeram manchetes no jornal português “Expresso”, em Junho de 2014, e acusavam Álvaro Sobrinho de uso indevido de fundos enquanto CEO do Banco Espírito Santo Angola (BESA), subsidiária falida do grupo português Banco Espírito Santo. Contudo esta não era a primeira vez que Álvaro Sobrinho era ilibado de quaisquer acusações e também o Expresso já tinha trazido ao de cima, anteriormente, alegações contra o então Chefe Executivo do BESA, acusações essas retiradas por um tribunal em 2012. Em Dezembro de 2014, Álvaro Sobrinho fez as seguintes declarações, durante uma investigação: “O Expresso alega que 5,7 mil milhões de dólares ‘desapareceram’ do BESA, o que é equivalente a 95% do total de portfólio do crédito. Isso é absurdo. Além disso, eles alegam que mais de 500 milhões de dólares foram levantados do BESA. Nem sequer os bancos americanos têm essa quantia de dinheiro disponível. É uma assumpção ridícula”. As autoridades portuguesas rejeitaram instaurar qualquer acusação formal, devido à falta de provas contra Álvaro Sobrinho. O DCIAP arquivou em Novembro de 2013 o inquérito ao vice-presidente de Angola, Manuel Domingos Vicente, e ao general Francisco Higino Lopes Carneiro, e à empresa Portmil – Investimentos e Telecomunicações. O inquérito surgiu após uma queixa sobre factos susceptíveis de serem crimes de associação criminosa e branqueamento de capitais, alegadamente praticados em Portugal, precedidos de “corrupção, burla e fraude fiscal alegadamente praticados em Angola”. Em causa estavam operações bancárias efectuadas em 2009 e 2010, num montante de cerca de 294 milhões de euros. E, de facto – não de jure -, as razões de Estado são uma espécie de albergue onde cabe tudo o que interessa a Portugal, nem que isso seja um atropelo às regras de um Estado de Direito. Ou seja, permite que se lavre a sentença antes da averiguação dos factos. Primeiro arquiva-se e depois articula-se juridicamente os argumentos que sustentem esse mesmo arquivamento. Simples. Num Estado de Direito uma das regras fundamentais é dar à política o que é política e aos tribunais o que é dos tribunais. Em Portugal nada disso é assim. A promiscuidade é tal que, cada vez mais, os tribunais fazem política e a política investiga e dá sentenças. A favor do julgamento de Manuel Vicente Entretanto, relembre-se, decorreu uma petição pública que consubstanciava uma campanha mundial a favor do julgamento de Manuel Vicente, procurando que as autoridades portuguesas – segundo o texto da petição – “não sucumbam à pressão da tirania angolana”. Numa clara alusão de que pretende continuar no mesmo caminho antidemocrático do seu antecessor, demonstrando incapacidade de entender a separação de poderes da democracia, o actual Presidente da República do MPLA, João Lourenço, aumentou os decibéis da pressão politica sobre as autoridades de Portugal, para que não fosse realizado o julgamento de Manuel Vicente. “A sociedade civil repudia esta atitude retrógrada de João Lourenço, e encoraja as autoridades judiciais portuguesas para que prossigam o curso normal do processo. Não descuramos o direito de ampla e extensa defesa para o acusado, condição indispensável para um julgamento justo”, lê-se na petição. De facto, se Manuel Vicente não cometeu os crimes de que vem sendo acusado – corrupção e falsificação de documentos – pode e deve estar tranquilo e deve defender-se nos locais próprios, os tribunais. “Reafirmamos o nosso apoio ao trabalho da justiça portuguesa porque é nossa convicção profunda de que, o avanço civilizacional de Portugal contribuirá para que Angola um dia seja uma democracia, e abraçará os valores universais dos direitos humanos e da separação de poderes”, diziam os mentores da petição. E acrescentavam: “Se Portugal arquivar este processo, será uma vergonha para o povo luso. E se traduzirá em deboche diante dos parceiros europeus e do mundo livre e civilizado no sentido cosmopolita. Esperamos que haja consciência colectiva em Portugal de que Angola é um perigo real e factível à vossa democracia”. Folha 8 com Lusa

ANGOLA: FILDA ALIVIA A “DÔR” DO MPLA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Com eleições à porta (já ganhas pelo MPLA, segundo “segredou” Marcelo Rebelo de Sousa a João Lourenço) e na ressaca do luto e do ”velório” sem corpo do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, a 37.ª edição da Feira Internacional de Luanda (Filda) arrancou hoje em tom optimista face às perspectivas de negócios, que não deverão ser afectados pelo período eleitoral. “Nada vai impedir que a economia continue a funcionar. O facto de haver eleições não significa que a economia pare, não pode parar, as pessoas têm de comer todos os dias” (as que têm comida, recorde-se), disse o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, após uma degustação de queijo, de passagem pelo ‘stand’ de Portugal durante a visita à Filda. “Excelente”, comentou o ministro a propósito da prova de queijo português, questionado pela Lusa. O mesmo comentário fez a Josefa Carimbó depois de ter encontrado restos de pão numa das emblemáticas lojas do povo criadas pelo MPLA, vulgarmente chamadas lixeiras. Milhares de pessoas, entre visitantes e expositores, acorreram hoje à Zona Económica Especial (ZEE) de Luanda para a inauguração da Filda, que deveria ter começado na terça-feira e acabado hoje, mas foi adiada devido ao luto nacional decretado pela morte do antigo presidente angolano José Eduardo dos Santos, no dia 8 de Julho, também baptizado por João Lourenço como marimbondo que deixou os cofres vazios. A sombra de “Zedu”, como era popularmente conhecido, pairava ainda hoje sobre a Filda onde os discursos inaugurais foram antecedidos por um minuto de silêncio e os ministros fizeram questão de evocar o chefe de Estado, expressando “tristeza e consternação” pelo seu desaparecimento, mesmo sabendo-se que a maioria deles ajudou João Lourenço a apunhalá-lo… pelas costas. Apesar dos constrangimentos que provocou às empresas – 630, segundo os números da organização, entre as quais 200 estrangeiras provenientes de 15 países, incluindo 24 portuguesas – os expositores mantiveram a sua presença. “Não tenho conhecimento de que tenha havido desistências. Os países inicialmente previstos são os que estão aqui”, sublinhou Nunes Júnior, durante a visita, em que foi acompanhado de uma comitiva que integrou também os seus colegas de governo com a pasta da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e Indústria e Comércio, Vítor Fernandes. “Ainda não vimos tudo, mas o que vimos até agora aponta para uma perspectiva positiva. Estão representadas várias empresas de vários países e isto é bom sinal, é sinal de confiança”, apontou, a propósito do ambiente da feira. No seu discurso de abertura, Nunes Júnior focou alguns trunfos do governo como a saída da recessão, estabilização do mercado cambial e o fim das restrições na transferência de dividendos dos investidores, sublinhando que “o tráfico de influências que caracterizava o funcionamento deste mercado pertence ao passado”. Foi pena não ter referido outros trunfos, como a diminuição em 0,0001% do número de pobres (actualmente 20 milhões), o êxito da implementação do decreto que determina que em Angola só podem morrer os angolanos que estiverem vivos e a criação – já com patente registada – pela Presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa, do dinheiro voador. Outro dos aspectos positivos é a descida da dívida púbica que reduziu de 80,84 mil milhões de dólares em 2017 para 70,43 milhões em 2021, salientou o governante. “A nossa casa está arrumada e pronta a receber as nossas visitas”, disse, num apelo aos investidores de todo o mundo que queiram contribuir para o desenvolvimento deste país, realçando que “o investimento estrangeiro será sempre bem-vindo”. As perspectivas de crescimento para 2022 “são igualmente boas”, estimando-se que a economia nacional venha a ter um crescimento global de 2,7%”, vincou Nunes Júnior. Também o ministro da Economia e Planeamento reforçou o apelo às oportunidades de fazer negócio em Angola, apontando a diversificação “de facto” da economia, onde o peso do sector não petrolífero passou de 59%, em 2011, para 71%, em 2021, como um factor de atracção. Garantida está, igualmente, a entrada em vigor da lei que determina que os anos passarão a ter 12 meses… Sublinhou ainda que Angola esta aberta ao mundo dos negócios e que a Filda está inserida na visão da diplomacia económica, reflectindo um “enorme apetite internacional” já que este ano estão presentes no certame oito delegações oficiais internacionais que comparam com apenas três no ano anterior. Com um espaço de 28 mil metros quadrados, a feira decorre este ano até à próxima quarta-feira sob o lema “Energias Disruptivas como suporte ao desenvolvimento da Economia”. Compõe-se de vários sectores de actividade incluindo Indústria, Comércio, Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Oil & Gás, Banca e Seguros, Transporte e Logística, Construção Civil e Obras Públicas, Indústria Transformadora, Turismo e Hotelaria, Alimentação e Bebidas, Educação e Formação, Agricultura, Agro-pecuária e Pescas e Energia e Ambiente. Folha 8 com Lusa

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