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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cuba: Mandela morreu. Por que ocultar a verdade sobre o apartheid?

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REFLEXÕES DE FIDEL


Fotografia publicada no site oficial de Cuba mostra o ex-presidente Fidel Castro durante a inauguração de uma escola em Havana, em 9 de abril de 2013 (www.cubadebate.cu/AFP/Arquivos, Ho)

TALVEZ o império acreditou que nosso povo não honraria sua palavra quando, em dias incertos do passado século, afirmamos que se inclusive a URSS desaparecesse Cuba continuaria lutando.
A Segunda Guerra Mundial estourou quando, em 1o. de setembro de 1939, o nazi-fascismo invadiu a Polônia e caiu como um raio sobre o povo heróico da URSS, que deu 27 milhões de vidas para preservar a humanidade daquela brutal chacina que pôs fim à vida de mais de 50 milhões de pessoas.
A guerra é, por outro lado, a única atividade ao longo da história que o gênero humano nunca foi capaz de evitar; o que levou a Einstein a responder que não sabia como seria a Terceira Guerra Mundial, mas a Quarta seria com paus e pedras.
Somados os meios disponíveis pelas duas potências mais poderosas, os Estados Unidos e a Rússia, dispõem de mais de 20.000 — vinte mil — ogivas nucleares. A humanidade deveria conhecer bem que, três dias após a posse de John F. Kennedy na presidência de seu país, em 20 de janeiro de 1961, um bombardeiro B-52 dos Estados Unidos, em voo de rotina, que transportava duas bombas atômicas com uma capacidade destruidora 260 vezes superior à utilizada em Hiroshima, sofreu um acidente que fez com que o aparelho se espatifasse no solo. Em tais casos, equipamentos automáticos sofisticados aplicam medidas que impedem o estouro das bombas. A primeira caiu a terra sem risco algum; a segunda, dos quatro mecanismos, três falharam, e o quarto, em estado crítico, apenas funcionou; a bomba por puro azar não estourou.
Nenhum acontecimento presente ou passado que eu lembre ou tenha ouvido mencionar, como a morte de Mandela, impactou tanto a opinião pública mundial; e não por suas riquezas, senão pela qualidade humana e a nobreza de seus sentimentos e ideias.
Ao longo da história, até há apenas um século e meio e antes de que as máquinas e robôs, a um custo mínimo de energias, tomassem conta de nossas modestas tarefas, não existiam nenhum dos fenômenos que hoje comovem à humanidade e regem inexoravelmente cada uma das pessoas: homens ou mulheres, crianças e idosos, jovens e adultos, agricultores e operários de usinas, manuais e intelectuais. A tendência dominante é a de instalar-se nas cidades, onde a criação de empregos, transporte e condições elementares de vida, demandam enormes investimentos em detrimento da produção de alimentos e outras formas de vida mais razoáveis.
Três potências fizeram pousar artefatos na Lua de nosso planeta. No mesmo dia em que Nelson Mandela, envolvido na bandeira de sua pátria, foi inumado no pátio da humilde casa, onde nasceu há 95 anos, um módulo sofisticado da República Popular da China pousava num espaço iluminado de nossa Lua. A coincidência de ambos os fatos foi absolutamente casual.
Milhões de cientistas pesquisam matérias e radiações na Terra e no espaço; por eles se conhece que Titã, uma das luas de Saturno, acumulou 40 — quarenta — vezes mais petróleo que o existente em nosso planeta quando começou a exploração deste, há apenas 125 anos, e o ritmo atual de consumo durará apenas mais um século.
Os fraternais sentimentos de irmandade profunda entre o povo cubano e a pátria de Nelson Mandela nasceram dum fato que nem sequer foi mencionado, e do qual não tínhamos dito uma palavra ao longo de muitos anos; Mandela, porque era um apóstolo da paz e não desejava lastimar ninguém. Cuba, porque jamais realizou ação alguma em busca de glória ou prestígio.
Quando triunfou a Revolução em Cuba fomos solidários com as colônias portuguesas na África, desde os primeiros anos; os movimentos de libertação nesse continente punham em xeque o colonialismo e o imperialismo, depois da Segunda Guerra Mundial e a libertação da República Popular da China — o país mais povoado do mundo —, após o triunfo glorioso da Revolução Socialista Russa.
As revoluções sociais abalavam os alicerces da velha ordem. Os povoadores do planeta, em 1960, atingiam já os três bilhões de habitantes. Analogamente cresceu o poder das grandes empresas multinacionais, quase todas nas mãos dos Estados Unidos, cuja moeda, apoiada no monopólio do ouro e na indústria intata pela distância dos fronts de batalha, apropriou-se da economia mundial. Richard Nixon derrogou unilateralmente o respaldo de sua moeda em ouro, e as empresas de seu país se apropriaram dos principais recursos e matérias-primas do planeta, que adquiriram com papéis.
Até aqui não há nada que não se conheça.
Mas, por que se pretende ocultar que o regime do apartheid, que tanto fez sofrer a África e indignou a maioria das nações do mundo, era fruto da Europa colonial e foi convertido em potência nuclear pelos Estados Unidos e Israel, o qual Cuba, um país que apoiava as colônias portuguesas na África que lutavam por sua independência, condenou abertamente?
Nosso povo, que tinha sido cedido pela Espanha aos Estados Unidos após a heróica luta durante mais de 30 anos, nunca se resignou ao regime escravista que lhe impuseram durante quase 500 anos.
Da Namíbia, ocupada pela África do Sul, partiram em 1975 as tropas racistas apoiadas por tanques leves com canhões de 90 milímetros que penetraram mais de mil quilômetros até as proximidades de Luanda, onde um batalhão de tropas especiais cubanas — enviadas por ar — e várias tripulações também cubanas de tanques soviéticos que estavam ali sem pessoal, pôde contê-las. Isso ocorreu em novembro de 1976, 13 anos antes da batalha de Cuito Cuanavale.
Já disse que nada fazíamos em busca de prestígio ou benefício algum. Mas constitui um fato muito real que Mandela foi um homem íntegro, revolucionário profundo e radicalmente socialista, que com grande estoicismo suportou 27 anos de prisão solitária. Eu não deixava de admirar sua honradez, sua modéstia e seu enorme mérito.
Cuba cumpria seus deveres internacionalistas rigorosamente. Defendia pontos chaves e treinava a cada ano milhares de combatentes angolanos no manejo das armas. A URSS fornecia o armamento. Contudo, naquela época, não partilhávamos a ideia do assessor principal por parte dos fornecedores do equipamento militar. Milhares de angolanos, jovens e saudáveis ingressavam constantemente nas unidades de seu incipiente exército. O assessor principal não era, porém, um Zhukov, Rokossovsky, Malinovsky ou muitos outros que encheram de glória a estratégia militar soviética. Sua ideia obsessiva era enviar brigadas angolanas, com as melhores armas, ao território onde supostamente residia o governo tribal de Savimbi, um mercenário ao serviço dos Estados Unidos e da África do Sul, que era como enviar as forças que combatiam em Stalingrado à fronteira da Espanha falangista, que tinha enviado mais de cem mil soldados a lutar contra a URSS. Naquele ano se estava produzindo uma operação dessa classe.
O inimigo avançava trás as forças de várias brigadas angolanas, golpeadas nas proximidades do alvo aonde eram enviadas, a aproximadamente 1.500 quilômetros de Luanda. Dali vinham perseguidas pelas forças sul-africanas em direção a Cuito Cuanavale, antiga base militar da OTAN, a uns 100 quilômetros da primeira brigada de tanques cubana.
Naquele instante crítico o presidente de Angola pediu o apoio das tropas cubanas. O chefe de nossas forças no Sul, general Leopoldo Cintra Frías, nos comunicou o pedido, algo que costumava ser habitual. Nossa resposta firme foi que prestaríamos esse apoio se todas as forças e equipamentos angolanos desse front se subordinavam ao comando cubano no Sul de Angola. Todo o mundo compreendia que nosso pedido era um requisito para converter a antiga base no campo ideal para golpear as forças racistas da África do Sul.
Em menos de 24 horas chegou de Angola a resposta positiva.
Decidiu-se o envio imediato duma brigada de tanques cubana a esse ponto. Várias mais estavam na mesma linha ao Oeste. O obstáculo principal era a lama e a umidade da terra, em época de chuva, que havia que revisar metro a metro para protegermo-nos das minas antipessoais. A Cuito foi enviado, igualmente, o pessoal para operar os tanques sem tripulação e os canhões que careciam delas.
A base estava separada do território que se situa ao leste pelo caudaloso e rápido rio Cuito, acima do qual se sustentava uma sólida ponte. O exército racista o atacava desesperadamente; conseguiram impactar um avião teleguiado de explosivos acima da ponte e inutilizaram-na. Os tanques angolanos em retirada que podiam mover-se cruzaram o rio por um ponto mais ao Norte. Os que não estavam em condições adequadas foram enterrados, com suas armas apontando ao Leste; uma densa faixa de minas antipessoais e antitanques converteu a linha numa mortal armadilha ao outro lado do rio. Quando as forças racistas reiniciaram o avanço e bateram contra aquela muralha, todas as peças de artilharia e os tanques das brigadas revolucionárias disparavam de seus pontos de localização na zona de Cuito.
Um papel especial se reservou para os caças Mig-23 que, à velocidade próxima dos mil quilômetros por hora e a 100 — cem — metros de altura, eram capazes de distinguir se o pessoal artilheiro era negro ou branco, e disparavam incessantemente contra eles.
Quando o inimigo desgastado e imobilizado iniciou a retirada, as forças revolucionárias se prepararam para os combates finais.
Inúmeras brigadas angolanas e cubanas se moveram a ritmo rápido e a distância adequada ao Oeste, onde estavam as únicas vias amplas por onde sempre os sul-africanos iniciavam suas ações contra Angola. O aeroporto, contudo, estava aproximadamente a 300 — trezentos — quilômetros da fronteira com a Namíbia, ocupada totalmente pelo exército do Apartheid.
Enquanto as tropas se reorganizavam e reequipavam se decidiu com toda urgência construir uma pista de pouso e decolagem para os Mig-23. Nossos pilotos estavam utilizando os equipamentos aéreos entregados pela URSS a Angola, cujos pilotos não tinham disposto do tempo necessário para sua adequada instrução. Vários equipamentos aéreos estavam descontados por baixas que, às vezes, eram ocasionadas por nossos próprios artilheiros ou operadores de meios antiaéreos. Os sul-africanos ainda ocupavam uma parte da estrada principal que conduz da beira do planalto angolano à Namíbia. Nas pontes sobre o caudaloso rio Cunene, entre o Sul de Angola e o Norte da Namíbia, começaram nesse lapso com o jogo de seus disparos com canhões de 140 milímetros que dava a seus projéteis um alcance próximo dos 40 quilômetros. O problema principal radicava no fato de que os racistas sul-africanos possuíam, segundo nossos cálculos, entre 10 e 12 armas nucleares. Inclusive, tinham realizado testes nos mares ou nas áreas congeladas do Sul. O presidente Ronald Reagan tinha autorizado isso, e entre os equipamentos entregues por Israel estava o dispositivo necessário para fazer explodir uma bomba nuclear. Nossa resposta foi organizar o pessoal em grupos de combate de não mais de 1 000 — mil — homens, que deviam marchar de noite numa ampla extensão de terreno e dotados de carros de combates antiaéreos.
As armas nucleares da África do Sul, segundo relatórios fidedignos, não podiam ser carregadas por aviões Mirage, necessitavam bombardeiros pesados do tipo Canberra. Mas em qualquer caso a defesa antiaérea de nossas forças dispunha de inúmeras classes de foguetes que podiam golpear e destruir objetivos aéreos até dezenas de quilômetros de nossas tropas. Adicionalmente, uma barragem de 80 milhões de metros cúbicos de água situada em território angolano tinha sido ocupada e minada por combatentes cubanos e angolanos. O estouro daquela barragem teria sido equivalente a várias armas nucleares.
Contudo, uma hidrelétrica que usava as fortes correntes do rio Cunene, antes de chegar à fronteira com a Namíbia, estava sendo utilizada por um destacamento do exército sul-africano.
Quando no novo teatro de operações os racistas começaram a disparar os canhões de 140 milímetros, os Mig-23 golpearam fortemente aquele destacamento de soldados brancos, e os sobreviventes abandonaram o lugar deixando inclusive alguns cartazes críticos contra seu próprio comando. Tal era a situação quando as forças cubanas e angolanas avançavam até as linhas inimigas.
Soube que Katiuska Blanco, autora de vários relatos históricos, junto a outros jornalistas e repórteres gráficos, estavam ali. A situação era tensa, mas ninguém perdeu a calma.
Foi então que chegaram notícias de que o inimigo estava disposto a negociar. Tinham conseguido pôr fim à aventura imperialista e racista; num continente que em 30 anos terá uma população superior à da China e da Índia juntas.
O papel da delegação de Cuba, por ocasião da morte de nosso irmão e amigo Nelson Mandela, será inesquecível.
Felicito ao companheiro Raúl por seu brilhante desempenho e, especialmente, pela firmeza e dignidade quando com gesto amável mas firme cumprimentou o chefe do governo dos Estados Unidos e disse-lhe em inglês: "Senhor presidente, eu sou Castro".
Quando minha própria saúde limitou minha capacidade física, não hesitei um minuto em expressar meu critério sobre quem, na minha opinião, podia assumir a responsabilidade. Uma vida é um minuto na história dos povos, e penso que quem assuma hoje tal responsabilidade requer da experiência e da autoridade necessárias para optar perante um número crescente, quase infinito, de variantes.
O imperialismo sempre reservará várias cartas para submeter nossa Ilha, ainda que tenha que despovoá-la, privando-a de homens e mulheres jovens, oferecendo-lhe migalhas dos bens e recursos naturais que saqueia ao mundo.
Que falem agora os porta-vozes do império sobre como e por que surgiu o apartheid.

Fidel Castro Ruz

OPINIÃO: A educação no Brasil - Uma descrição da realidade nua e crua intitulada - Pobres e incultos.

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Opinião: Em minha primeira coluna para o Direto da Redação, já lá se vão diversos anos, escrevi que não tenho ideologia, tenho ideais.Os ideólogos estão aí, todos os dias, torcendo os fatos para que eles se acomodem às suas teses.

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Meu ideal é ver o Brasil conseguir se inscrever entre as nações do Primeiro Mundo, mas, amigos, está difícil.Nos últimos tempos as notícias tem sido mais para o lado negativo do que para o positivo. Nosso crescimento econômico estagnou e perdemos, aos olhos de nações estrangeiras, a aura de um país que se desenvolvia e poderia, num futuro próximo, vir a desempenhar um papel importante no cenário internacional.

Agora, nesta semana, chega mais uma notícia ruim envolvendo o Brasil: a de que continuamos a gastar pouco com a educação e, o pouco que gastamos, gastamos mal. No mundo atual, de tecnologia de ponta, só prosperam os países que formam, em grande quantidade, profissionais de alto nível nas áreas da ciência e da economia. Ou, se não os formam, atraem-nos como imigrantes.

Nem um nem outro é o caso  do Brasil. Para só ficarmos na formação de bons quadros entre nossos jovens, vejam esta notícia desencorajadora: numa lista de 49 economias feitas pela OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Económico) o Brasil fica apenas na 38a. posição, segundo os critérios do PISA.O que vem a ser o PISA? É o Programa Internacional de Avaliação de Alunos.

Em matemática e ciências, os países mais adiantados são os asiáticos, como a China, Singapura, Japão e Coreia do Sul, os europeus como Finlândia, Suíça, Bélgica, Alemanha e Holanda aparecendo bem, e algum destaque para Austrália e Nova Zelândia. Quanto a nós, estamos atrás de Costa Rica, Uruguai, México, Chile, Turquia, Portugal, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos e outros menos votados.

Estamos a milímetros à frente de nossos vizinhos argentinos. (Mas não se esqueçam, eles têm o Papa, e sendo assim, um milagre pode acontecer). A pesquisa do PISA (um pouco mais ampla do que a lista divulgada pela OCDE) foi feita entre 510 mil adolescentes de 15 anos em 65 países. Segundo o PISA, um país deve idealmente investir 50 mil dólares por adolescente para progredir. O Brasil investe apenas 26.765 dólares, pouco mais da metade. Mas investir apenas não basta. É preciso que o investimento seja feito de forma mais equilibrada, entre escolas que atendem ricos e escolas que atendem pobres. Também neste quesito o Brasil se coloca mal. Nossas desigualdades sociais permanecem  sendo um problema. Nenhuma novidade nesta notícia, é claro. Como dizia Olavo Bilac em seu poema ufanista "A Pátria":  "Criança! Não verás nenhum país como este".

As crianças realmente não estão vendo.

José Inácio Werneck  é jornalista e escritor com passagem em órgãos de comunicação no Brasil, Inglaterra e Estados Unidos. Publicou "Com Esperança no Coração: Os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos", estudo sociológico, e "Sabor de Mar", novela. É intérprete judicial do Estado de Connecticut. Trabalha na ESPN e na Gazeta Esportiva.

por José Inácio Werneck

#  pravda.ru

OPINIÃO: DIRIGIDO AO CANDIDATO PRESIDENCIAL DR. KUMBA YÁLA.

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Exmo. Sr. Dr. Kumba Yála
- (ex-Presidente da República da Guiné-Bissau, ex-militante do PAIGC, ex-Presidente e fundador do PRS e, presente Candidato Presidencial para 2014 na Guiné-Bissau) – ilustre cidadão Guineense. 

Vª. Excia., permita que lhe manifeste sentimentos de "Guinendade" solidária,  como conterrâneo na Diáspora, longe da Terra, mas perto afectiva e emocionalmente do chão que guarda o nosso umbigo. 

Venho aqui deixar algumas ideias ou propostas reactivas, inseridas no contexto social e politico vivido no País, na presente conjuntura.
No fundo sei que não trarão nada de novo para Vª. Excia., que não tenham sido já "retocados" pela sua observância intelectual como pensador.
No entanto, julgo estar a interpretar sentimentos de Guineenses espalhados pelo mundo, no tocante aos últimos acontecimentos políticos no País (eleições presidenciais e outros) e com maior impacto no estado da Nação desta vez, opiniões que refiro mais adiante.

Devo dizer que observo o seu percurso intelectual e político desde muito cedo, precisando melhor, desde 1981, altura em que o conheci pessoalmente, e como amigo do meu irmão mais velho…
O Dr. Kumba Yála, já era licenciado em Filosofia, também neste ano, eu e o meu irmão, deixamos Bissau rumo à formação superior com destino a Portugal. 

Não lhe perdi o "rasto" na observação discreta da minha parte desde então, também sabia que Vª. Excia., visitava os meus familiares em Bissau, gostava da boa conversa com o meu pai, enfim, meu caro, bons tempos que já não voltam, os meus pais já não estão entre nós e o tempo mudou quase tudo.

O "destino" traçado pelo acaso, por vezes, empurra mais do que o desejo racional e fazemos o que não desejáramos, etc.  Aconteceu um pouco em relação aos encontros e desencontros com familiares e amigos, que marcaram as nossas vidas, deixou de ser possível um simples contacto de voz ou um abraço, afectando muitos de nós.

O acaso junta ou separa as pessoas, sabemos, mas podemos cultivar algo de bom nestes encontros/desencontros quando estes acontecem. Neste caso, separou e ponto final, porque nunca mais cruzamos falas, só por isso, venho por este meio, numa correspondência pública em jeito de "intimidade" social, manifestar um sentimento que resiste, associado a uma preocupação que trago no pensamento sobre o seu último comportamento político tornado público no País.

No fundo para lhe dizer que mais uma vez esperamos de si na política do País, o seu melhor comportamento cívico como um histórico vivo entre nós. 

Pedimos que seja combatente da Paz, da liberdade, da Igualdade de Direito entre os cidadãos Guineenses, tanto no território nacional, como em relação à Diáspora.

Protegendo este padrão de unidade nacional como denominador comum entre Guineenses pela Paz e Segurança no território nacional.  Que Vª. Excia., sublinhe como prioridade este padrão, que sei ser um dos objectivos que pautou a sua caminhada politica nacional. 

Esperamos o melhor de Vª. Excia., para garantirmos a Paz no território nacional, tendo a seu favor a experiência de ex-Presidente da Nação e, tendo sido vítima de um golpe de Estado, também a experiência na liderança politica de décadas, como pensador e reconhecedor do sofrimento da nossa sociedade, toda a crise porque passamos, mas sem solução até hoje, será sempre bom, tê-lo do nosso lado, porque precisamos da sua ajuda, mas, talvez de um modo diferente desta vez, Sr. Dr. Kumba Yála, i. é, se ainda puder escutar quem tem uma palavra a dizer, contrariando o seu desejo pessoal, inspirado na motivação política de algum tempo a esta parte, só. 

Esperamos de si a persistência e o espírito político de lutador a que nos habituou, independentemente dos resultados que arrecadou, na sua experiência política no território nacional. 
Devo dizer que admiro a sua "teimosia", em apostar mais uma vez como Candidato Presidencial em 2014. Desde já desejo-lhe boa sorte, mas, se dependesse só de mim poupava Vª. Excia., a esta corrida Presidencial, para contribuições futuras no campo da reflexão e busca de Paz para o Povo Guineense.

Peço que compreenda esta minha insistência (e quem sou eu para...), sou um reles fydjú dy Gambyafada, mas não deixo de discordar, meu caro Dr. Kumba Yála desta sua tentativa persistente em candidatar-se, jogando talvez a última cartada em cima da mesa, para o lugar de Presidente da República no País.
Reconheço o Direito que lhe assiste, como Guineense, mas como digo, Eu, Filomeno Pina, na sua pele - NÃO VOLTAVA ÀS URNAS - para concorrer neste contexto de mudança para o mesmo lugar de PRGB!

Sublinho ainda, que não estando em causa a sua competência, capacidade social de mobilização do nosso Povo, sua inteligência na dinâmica social para ir à luta, sua convicção politica, filosófica e como conhecedor da Guinendade.
Estes atributos que não estão em declínio, sabendo nós que é capaz neste aspecto e muito mais, pois então meu caro, por isso mesmo, o que está em causa é a sua tranquilidade futura, ambiente psicológico, condição física e espiritual para reflexão e apoios à posteriori. 

Merece este espaço para melhor poder ajudar a Guiné-Bissau, mas, como Conselheiro de Estado, nesta fase de "reforçar" o Estado da Guiné-Bissau o melhor possível. Saberá fazê-lo muito bem, como conhecedor dos cantos à Casa, mas no lugar certo, igualmente importante para a Nação, neste momento histórico de viragem politica, económica e social do País. 

Permita-me que lhe diga Dr. Kumba Yála, vejo-o como um grande Conselheiro da Nação, i. é, se conseguir travar o desejo de repetir a “cadeira” de Presidente da Nação, pense nisso!

No entanto perdoe asta frontalidade pública expressa aqui, penso que não levará a mal (uma vez que já é candidato presidencial), esta minha postura de o confrontar com esta opinião, uma vez que se trata de uma figura pública de referência política nacional e internacional.

Venho por este meio solicitar a sua reflexão igualmente profunda, para rever os contornos positivos desta proposta, e talvez "retirar" a sua candidatura. Deste modo, evitar o desgaste da sua imagem a preservar para o embate futuro que já é hoje.

Apostar em assumir destaque como - Conselheiro de Estado - o seu lugar vitalício, por Direito que rege o País, é neste momento o que penso ser o melhor para Vª. Excia.

Uma posição na vida pública que a natureza "cuidou" para Vª. Excia., é este lugar que está para além da justiça dos homens, trouxe a sua vida até aqui sã e salva, querendo vê-lo a ocupar o lugar de Conselheiro, que não escolheu directamente, mas que é "seu", como ex-Presidente da República da Guiné-Bissau, para ser ocupado já, penso.

Acredite um pouco na sua sorte, há quarenta anos de independência do País, no momento actual é, o único ex-Presidente Guineense vivo entre nós!

Deus assim o quis e será, seja por isso,  temos um ex-Presidente que foi vítima de um dos golpes de Estado no País, que viveu na pele este grande mal que tem perturbado ciclicamente a nossa Democracia no País.  Paradoxalmente o tempo fez um histórico entre nós, que passou por altos e baixos da política Guineense, pois acredite e aproveite a opção de momento, como Conselheiro de Estado, que está para além duma escolha objectiva. 

Faça das suas vitórias e derrotas, a sua grande experiência política para a viragem opcional neste momento e, seja Conselheiro do Estado, troque o seu "Ego" por um desejo plural, Nós!

Nesta nova postura como Conselheiro da Nação, encontro sinais positivos no exercício deste cargo político/social, ligados ao pulsar do coração do Povo, como peso pesado na conjuntura do actual estado da Nação.

Vejo que terá robustez intelectual, experiência política, para mostrar serviço, o que ajudará com certeza a encontrar soluções e caminhos, apoiando na reflexão politica como Conselheiro para o bem comum do Povo Guineense.

Sem mais, votos e continuação de um bom trabalho junto do Povo Guineense. Aproveito também para desejar a Vª. Excia., um Santo Natal e Ano Novo Próspero junto de familiares e amigos.

Autor: Filomeno Pina.


Bissau aguarda com expectativa a conclusão do inquérito ao incidente com a TAP.

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O Governo de transição da Guiné-Bissau prorrogou, por um dia, o prazo para apresentação das conclusões da comissão de inquérito ao incidente com a TAP em Bissau. A divulgação será na quinta-feira (19.12.2013).


As conclusões da comissão de inquérito ao incidente com a TAP em Bissau, que deveriam ser divulgadas esta quarta-feira (18.12.) só serão conhecidas daqui a 24 horas (19.12.), altura em que também deverá reunir-se em Bissau o Conselho de Estado convocado pelo Presidente Serifo Nhamadjo. Esse imbróglio político-diplomático já provocou a demissão de dois ministros.

O caso dos 74 sírios que viajaram de Bissau para Lisboa num vôo da TAP a 10 de dezembro, é, de longe, o maior incidente diplomático registado na era da transição na Guiné-Bissau, dizem os analistas políticos guineenses. O problema é delicado e grave e, precisamente por isso, dois ministros colocaram os seus lugares à disposição do Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Na terça-feira (17.12.), o ministro do Interior, António Suca N'Tchama, deixou as funções por forma, segundo ele, a credibilizar o trabalho da comissão de inquérito criada pelo Governo de transição. “Quero deixar campo livre à comissão para fazer o seu trabalho. Estando em funções, poderia tentar criar obstáculos ou desestabilizar esse inquérito sobre a minha pessoa”, destacou.

Fernando Delfim da Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros demissionário
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, que também apresentara na segunda-feira (16.12.) a sua demissão a Serifo Nhamadjo, aponta o dedo a questões ligadas ao tráfico de pessoas com cumplicidades do Estado guineense. “Tráfico de armas, cujo ponto alto foi na guerra de 7 de junho, depois tráfico de cocaína e hoje, pelo que me apercebi, estamos numa rede de tráfico de seres humanos. Digo isso com muita dor”, concluiu.

"Executivo guineense não está fragilizado", diz porta-voz do Governo

Após uma reunião do Conselho de Ministros, onde foram apresentadas as primeiras conclusões do inquérito realizado, o porta-voz do Governo negou que o Executivo esteja fragilizado com os pedidos de demissão dos dois ministros. Fernando Vaz diz que é assim a democracia. “Apresentaram as suas demissões de livre vontade, permitindo desta forma que as investigações decorressem de forma mais isenta e mais célere.”

Entretanto, lembramos que na passada segunda-feira (16.12.) foi a vez de o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, dizer que cada passageiro pagou "uma determinada quantia a uma organização" com pessoas "ligadas a membros do Governo da Guiné-Bissau". Uma declaração que mereceu também resposta do porta-voz do Governo de Bissau. “Antes, os portugueses chamavam-nos terroristas e isso não quer dizer que não tínhamos razão… e a razão era a nossa independência, a nossa liberdade e a nossa identidade como um povo”, sublinhou Fernando Vaz para, em seguida, destacar e concluir que “Rui Machete pertence a essa geração que dizia que não tínhamos razão. Esse homem vê terrorismo em tudo”.

Fernando Vaz, porta-voz do Governo guineense
Na opinião do chefe da diplomacia guineense, agora demissionário, Delfim da Silva, a gravidade do problema não se resume apenas a Portugal, mas sim a toda a Europa. “Disse às pessoas que quando acontece uma coisas dessas, porque Portugal se encontra na UE, estamos a atingir toda a União Europeia. Estamos a forçar as portas da Europa cometendo toda a ilegalidade”.

Conselho de Estado analisará, em destaque, o incidente com a TAP

O Conselho de Ministros do Governo de transição prorrogou por um dia os trabalhos da comissão de inquérito que está a averiguar o caso, pelo que as conclusões devem ser entregues ao Executivo na quinta-feira (19.12.). Daí que o representante residente da União Africana, Ovídio Pequeno, tenha solicitado a celeridade no processo de inquérito “e que, de facto, seja solucionada a questão, porque existem situações de muitos doentes guineenses que não podem viajar para Portugal, onde iriam receber tratamento médico em centros especializados, por falta de vôos diretos entre os dois países. Também temos indicação de que há corpos em Portugal que aguardam para ser entregues às famílias na Guiné-Bissau”, acrescentou Ovídio Pequeno.
Enquanto isso, o Presidente de transição, Serifo Nhamdajo, convocou o Conselho de Estado para esta quinta-feira (19.12.), com o incidente com a TAP na agenda. O chefe de Estado quer que sejam apuradas responsabilidades "até às últimas consequências", num caso em que há indícios de envolvimento de membros do Governo, acrescentou uma fonte da presidência guineense, citada pela agência de notícias Lusa.

Recorde-se que, no Conselho de Estado guineense, têm assento o primeiro-ministro, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, líderes de partidos com assento parlamentar e cinco personalidades escolhidas pelo presidente da República, entre outras figuras.

Para além do incidente com o vôo da TAP, a agenda do Conselho de Estado inclui ainda a análise da greve de cinco dias da função pública, que se iniciou na segunda-feira, e que até terça incluiu o setor dos transportes, deixando Bissau quase paralisada. Numa terceira alínea será feito o ponto de situação do recenseamento eleitoral, com vista à realização das eleições de 16 de março de 2014, as primeiras após o golpe de Estado de 2012.
# DW.DE


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