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quinta-feira, 21 de março de 2019

“TRANSPARÊNCIA” AVANÇA POR TERRA, MAR, AR E…

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



As autoridades angolanas vão estender a “Operação Transparência”, iniciada a 25 de Setembro de 2018, para a costa marítima de Angola para prevenir actos de pesca ilegal e de tráfico de pessoas e bens, anunciou hoje a polícia local. E enquanto não decidirem estender esta ou, eventualmente, a “Operação Resgate” para além das fronteiras é uma… sorte.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz da “Operação Transparência”, comandante António Bernardo, indicou que os cerca de 1.650 quilómetros de costa atlântica, bem como toda a área da plataforma continental angolana, vão começar a ser patrulhados “por várias forças de segurança” a partir de 25 deste mês e que as autoridades “serão implacáveis” no combate às infracções.
Embora não seja certo, é de crer que nessas novas zonas de operação não existam zungueiras. Mas, se existirem, também não é problema. Nada que uns assassinatos não resolvam.
Entre as infracções que são há muito frequentes nas águas territoriais angolanas contam-se a pesca ilegal, o tráfico de pessoas e a tentativa de desembarque de imigrantes ilegais ao longo da costa norte, desde o enclave de Cabinda, passando pela zona contígua da República Democrática do Congo (RD Congo), e sul, na província do Namibe até à fronteira com a Namíbia.
Por outro lado, o transbordo de combustível proveniente de Angola é uma “actividade comum a ser combatida”, bem como serão fiscalizadas todas as embarcações que se encontrem em águas territoriais face à “constante alteração que os operadores marítimos fazem no licenciamento”.
“Tudo se deve a várias situações políticas e económicas de alguns países do Golfo da Guiné, com incidências negativas na actividade económica em Angola, que tem de defender os seus interesses e a soberania nacional”, argumentou António Bernardo.
A extensão para as águas territoriais angolanas começará precisamente seis meses após o início da “Operação Transparência”, em 25 de Setembro de 2018, e será avaliada em data idêntica mas deste ano, altura em que se decidirá se se justifica continuar a combater as infracções, acrescentou o porta-voz.
Segundo António Bernardo, os preparativos para a extensão da operação começaram em 18 de Fevereiro, tendo sido definidas quatro zonas de actuação ao largo da costa – a área A, compreenderá as de Cabinda e Soyo, a B as de Zeto, Luanda e Cabo Ledo, a C do Lobito até à Baía Farta, e a D da cidade do Namibe até à Baía dos Tigres.
Além das forças de segurança navais, terrestres e aéreas, a operação contará ainda com o apoio das embarcações oriundas dos serviços nacionais de fiscalização das Pescas e da Protecção Ambiental.
A cerimónia de lançamento da operação será realizada na Base Naval de Luanda, na manhã de 25 deste mês, indicou António Bernardes, que apelou a todos os sectores da sociedade a ajudarem as forças de segurança nesta operação, através da denúncia de ilegalidades enquadradas na defesa da soberania angolana.
A “Operação Transparência” foi inicialmente lançada em terra em sete províncias – Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Moxico, Bié, Uíge e Zaire -, tendo progressivamente sido estendida a todo o país.
A operação, que não tem prazo para terminar, visa combater a imigração irregular e a exploração e tráfico ilícito de diamantes, tendo levado já ao repatriamento voluntário, segundo as autoridades angolanas, de 455.022 estrangeiros sem documentação adequada, na sua grande maioria oriundos da RD Congo e que se encontravam nas Lundas.
Entre Setembro de 2018 e o fim da primeira quinzena de Fevereiro, segundo os dados do Posto de Coordenação Avançado da “Operação Transparência”, entidade liderada pelo tenente-general Américo Valente, do total de estrangeiros ilegais que saíram do país, 416.496 fizeram-no de forma “voluntária”, 35.784 foram repatriados administrativamente e 842 transferidos para Luanda, para que possam, mais tarde, ser repatriados para os países de origem.
No balanço de pouco mais de cinco meses, lê-se no documento, e além dos repatriamentos e expulsões, as autoridades angolanas encerraram 159 cooperativas e 289 “lojas” que se dedicavam a compra ilícita de diamantes, tendo sido apreendidas elevadas somas monetárias, não especificadas.
No comunicado é também indicado que foram aprendidos 34.480 quilates em diamantes e 121.783 pedras preciosas, bem como 178 retroescavadoras, 30 máquinas de pás carregadoras, 40 buldózeres, 18 máquinas niveladoras, 11 tractores agrícolas, 346 viaturas ligeiras e pesadas, 481 motorizadas e 31 bicicletas.
Na lista estão também 123 dragas, 87 lavarias, 511 motobombas, 16 jangadas, 98 botes pneumáticos, 15 detectores de diamantes, 128 compressores de ar, 248 balanças, 155 geradores, 214 cofres, 160 contentores e 114 armas de fogo.

O MPLA e só o MPLA sabe do que fala…

Em Novembro do ano passado, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, esclareceu (disse o Governo) perante as Nações Unidas, em Genebra, as medidas tomadas “que visam impedir a continuação de práticas que têm lesado profundamente” o país no quadro da “Operação Transparência”, parente chegado da “Operação Resgate”.
Respeitando as superiores ordens do Ministério da Comunicação Social, o Jornal de Angola deu ao assunto o título: «Angola repõe a verdade na ONU sobre a “Operação Transparência”». Mais modesta, a Angop titulava: «Angola esclarece posição em Genebra».
Segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores, Manuel Augusto explicou a situação durante um encontro com a Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em que, lê-se no texto oficial, deu a conhecer a versão de Angola (MPLA) sobre a operação, “com vista a repor a verdade”.
Manuel Augusto, acrescentava-se na nota de imprensa, disse a Michelle Bachelet que a verdade “tem sido “adulterada pela difusão de informação relacionada com as alegadas expulsões massivas e forçadas de cidadãos estrangeiros e consequentes violações de direitos humanos dos mesmos”.
“Angola deplora a publicação dessas informações, caracterizadas pela não-observância dos usos e práticas de imparcialidade, isenção e objectividade que devem reger os princípios e normas de procedimentos que exigem que o Estado acusado possa apresentar a sua versão sobre os factos”, refere o documento, citando as palavras ditas pelo chefe da diplomacia angolana à Alta-Comissária.
É visível nesta declaração que o Ministro Manuel Augusto frequentou, certamente com sucesso pleno, o Curso Nacional em Liderança e Gestão de Comunicação para Mudança de Comportamento, no âmbito da reciclagem e actualização do doutoramento em “Educação Patriótica”.
“O ministro passou a mesma mensagem no encontro com o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Fillipo Grandi, sediado em Genebra, e esclareceu as duas entidades que a operação visa prevenir eventuais fontes de financiamentos para alimentar e sustentar possíveis grupos armados susceptível de desestabilizarem países da região dos Grandes Lagos”, acrescenta-se na nota.
Mais grave do que os prejuízos económicos resultantes da exploração ilegal dos recursos, prossegue a nota, “são os danos causados à natureza por todo o tipo de escavação e utilização de explosivos, provocando alterações ambientais e efeitos negativos irreparáveis no ecossistema angolano”.
No comunicado é indicado que Angola continuará a colaborar com todas as instituições internacionais, incluindo a Comissão dos Direitos Humanos da ONU e com o ACNUR para o mesmo fim, “tendo sempre presente os princípios do respeito pela soberania e integridade territorial”.
A 16 de Outubro, as Nações Unidas expressaram preocupação sobre a alegada saída forçada de Angola de, então, cerca de 200.000 cidadãos da vizinha RD Congo, admitindo que a situação poderia gerar uma crise humanitária.
A ONU disse que as expulsões em massa são contrárias às obrigações da Carta Africana e exortava os Governos de Angola e da RD Congo, cuja fronteira se estende por cerca de 2.500 quilómetros, a trabalharem juntos para garantirem um “movimento populacional” seguro.
Desde então que as autoridades angolanas têm-se desdobrado em contactos internacionais para explicar que a operação se destina a combater o garimpo ilegal não é dirigida especificamente a congoleses da RD Congo, sublinhando que o objectivo do Governo “é travar a exploração indevida de diamantes”, que está a ser “protagonizada por redes de crime organizado”, que estão a transformar as zonas em causa “num Estado autónomo”.
“Temos regiões onde a população é toda constituída por imigrantes e foi montada uma estrutura, com chefia e guarda armada. É um problema sério de segurança nacional”, observou o governante angolano, acrescentando que o problema mais grave é a destruição ambiental provocada pela acção dos garimpeiros ilegais.
“As organizações não-governamentais, que estão sempre à espera de desgraças em África para poder ganhar dinheiro, começam a criar a imagem de que há uma crise humanitária. Já se começa a dizer que são necessários milhões para atender crianças que estão a ser deportadas massivamente. Mas, o Governo angolano sabe o que está a fazer”, frisou Manuel Augusto a 2 de Novembro, em Maputo.
A maior parte dos congoleses expulsos de Angola são uma mistura de imigrantes de longa duração que trabalham no garimpo e de refugiados que deixaram a RD Congo durante o conflito regional que assolou o Kasai entre meados de 2016 e 2017.
Recorde-se que o Mosaiko – Instituto para Cidadania, organização não-governamental angolana de defesa dos direitos humanos denunciou o “tratamento deplorável” das autoridades angolanas a “imigrantes ilegais” da República Democrática do Congo, incluindo crianças e grávidas, no quadro da “Operação Transparência”.
Numa nota de imprensa, o Mosaiko (que teima em julgar que Angola já é o que não é – um Estado de Direito) manifestou-se “bastante preocupado” com a operação de “combate à imigração e exploração ilegal de diamantes”, iniciada a 25 de Setembro.
De acordo com o Mosaiko, que apela ao “respeito dos direitos humanos” e às convenções internacionais rubricadas por Angola, a “inquietação” baseia-se em “factos evidenciados” entre os dias 14 e 18 de Outubro no município do Cuango, província angolana da Luanda Norte.
No local, a equipa do Instituto, que procedia a uma monitorização do Relatório de Avaliação Participativa sobre o Acesso a Justiça, constatou que várias pessoas “ficavam entre dois e três dias à espera de transporte, sem o mínimo de condições para passar as noites”.
“Sem alimentos, e muitas delas dormindo no chão, sem agasalhos, as pessoas, inclusive crianças e mulheres gestantes, eram levadas até à fronteira nas carroçarias de camiões em condições deploráveis”, refere o Mosaiko.
Para a instituição angolana de defesa dos direitos humanos, os actos “transgridem o direito à liberdade e à protecção” previstos na Constituição da República de Angola (CRA), bem como “à livre circulação e à escolha de domicílio”, conforme a Lei sobre o Regime Jurídico dos Estrangeiros na República de Angola.
O Mosaiko refere que as crianças, adolescentes e jovens em idade escolar “são obrigados a abandonar os estudos” para acompanhar os progenitores, o que “viola o seu direito à educação”, previsto na Constituição angolana e no artigo 27.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
“O Estado Angolano não só ratificou tratados internacionais, como também acautelou na sua Constituição que todos os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados em harmonia com a DUDH, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e os tratados internacionais”, observou o Mosaiko.
“Cada pessoa, estrangeira ou não, deve ser tratada com dignidade e respeito. A eventual ilegalidade das pessoas não justifica os maus-tratos aos quais têm sido submetidas. Por isso, apelamos ao Governo de Angola, aos órgãos competentes, para que no pleno comprometimento que o Estado Angolano e os órgãos de soberania têm com as pessoas, independentemente de qual seja a situação, cuidem para que os seus direitos sejam respeitados”, conclui a nota assinada pelo director-geral da organização, Júlio Candeeiro.


Folha 8 com Lusa

TROCAR INCOMPETENTES POR SEMENTES SERIA… PATRIÓTICO.

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Angola ainda importa 90% a 95% das sementes para a produção agrícola do país, mas a quantidade adquirida não atende sequer a 50% das necessidades do sector, disse o titular da pasta da Agricultura e Florestas angolano. Nada a fazer. É preciso dar tempo ao MPLA. Importa reconhecer que o partido de João Lourenço só está no Poder há 44 anos…

Marcos Nhunga falava à imprensa, à margem da mesa redonda sobre Diálogo Político em Produção, Disponibilidade e Acesso dos Agricultores a Sementes Melhoradas para o Fomento Agrícola em Angola, no âmbito do Projecto de Desenvolvimento de Competências para a Inovação dos Sistemas Agrários (CDAIS), que hoje se realiza em Luanda.
O ministro referiu que Angola tem que fazer um esforço grande para resolver a questão dos pressupostos para o desenvolvimento da agricultura angolana, em primeiro lugar a necessidade de o país produzir sementes.
“E para produzir sementes, porque nós não detemos as variações tecnológicas, temos de criar parcerias com empresas da região, que têm muita experiência nesse ramo, como, por exemplo o Zimbabué, África do Sul e Zâmbia, que são países que produzem as suas sementes. Temos de ter empresas nacionais que criem parcerias com outras da região e também do mercado internacional”, disse o ministro.
O governante angolano frisou que o país importa entre 90% a 95% das sementes que utiliza, salientando que o encontro de hoje visa discutir com os parceiros do Governo, nomeadamente a União Europeia (UE), o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) e produtores nacionais “como pode o país sair da situação”.
Normalmente o MPLA sugere que as organizações internacionais peça aos pobres dos países ricos para dar, como é o caso de Angola, aos ricos dos países… ricos.
Segundo Marcos Nhunga, a solução para o actual quadro passa pela sensibilização e mobilização do sector privado, para que os empresários angolanos se empenhem na produção nacional de sementes, principalmente naquelas culturas que entram na dieta alimentar angolana – milho, feijão e arroz.
“O país gasta muito dinheiro, mas as sementes que temos adquirido não têm chegado nem para 50% das necessidades do país. O país não dispõe de valores para poder comprar sementes para toda a agricultura angolana, é impossível”, explicou.
O ministro tem razão. Até agora o dinheiro só tem servido para produzir incompetências, nepotismo e corrupção, três valências em que Angola é claramente excedentário.
“Há toda uma necessidade de produzirmos a semente no nosso país. Depois da semente temos de pensar, e é nesse esforço que estamos a trabalhar, na questão dos fertilizantes, dos pesticidas, na montagem de tractores, do sistema de rega, que são elementos fundamentais para o desenvolvimento de qualquer agricultura”, salientou.
Para o ministro, acima da produção local de sementes está a necessidade de os produtores nacionais terem acesso ao crédito bancário.
“Os agricultores que têm de produzir sementes têm de ter facilidade na obtenção do crédito e é um aspecto que no executivo estamos a discutir para que os agricultores sejam os primeiros a beneficiarem de crédito para produzirem cá”, disse.
Na intervenção na abertura da reunião, o governante angolano referiu também que as limitações de disponibilidade e acesso dos agricultores às sementes de alta qualidade constituem um dos maiores entraves ao desenvolvimento do sector agrícola.
O Plano de Desenvolvimento Nacional (2018-2022) estabelece que a disponibilidade de sementes deve passar de 10% em 2017 para 40% em 2022.

Produzimos o maior número de incompetentes por metro quadrado

Angola está a consumir uma média anual de 400 mil toneladas de arroz, produzindo apenas 25 mil toneladas, correspondente a 6% do total, importando o restante cereal, indicou em Dezembro de 2018 o director nacional da Agricultura. Na Província do Moxico, na última fase do período colonial português, chegaram a produzir-se 270 mil toneladas anuais de arroz…
José Carlos Bettencourt, que falava em Luanda num fórum sobre agronegócios, salientou que também a soja está nas mesmas circunstâncias: Angola produz apenas 30 mil toneladas, para necessidades estimadas entre 220 e 230 mil toneladas por ano.
Para reverter o quadro, Angola, “que possui boas condições climáticas, enormes quantidades de água e extensões de terras aráveis”, precisa “apenas de investidores” nos mais diversos segmentos agrícolas, sublinhou José Carlos Bettencourt, realçando, a título de exemplo, que o diferencial entre o arroz produzido e o que se consome no país “constitui uma boa oportunidade de negócios para quem queira investir”.
“É necessário resolver-se a problemática do crédito à agricultura, pois o Estado não pode bonificar os subsídios a todos os produtos, mas apenas as culturas prioritárias para a produção interna e para a exportação”, argumentou.
José Carlos Bettencourt indicou que quem irá beneficiar de subsídios são os agricultores e empresas que “apostem forte” na produção, sobretudo de sementes e de outros insumos agrícolas.
Por outro lado, adiantou que Angola gasta anualmente 66 milhões de dólares (58 milhões de euros) na importação de frangos, valor que representa um decréscimo significativo face aos dados divulgados pelo Ministério da Agricultura em 2016.
Nesse ano, os dados indicaram que Angola gastou divisas calculadas em 450 milhões de dólares (395,6 milhões de euros) na importação de 360 mil toneladas de frangos.
José Carlos Bettencourt, que falou de forma sumária sobre o assunto, não precisou qual a produção interna de frango, mas, à semelhança do que o antigo titular da pasta da Agricultura, Afonso Pedro Canga, disse em 2016, o director nacional apelou ao aumento do investimento privado nesta vertente para se reduzir as importações de carne.

Moxico. Quem te viu e quem te (não) vê

Amaior província de Angola esperava produzir, em 2018, 50.000 toneladas de arroz, através das 100 famílias que no Moxico ainda se dedicam à cultura, mas o objectivo passa por envolver 30.000 a médio prazo.
Os números são do próprio Governo Provincial do Moxico, um território que na última fase do período colonial português em Angola garantia 270.000 toneladas anuais de arroz, cultura que se perdeu com a guerra civil que se seguiu a 1975, com o êxodo da população.
“As populações foram obrigadas a ir mais para as cidades, outras atravessaram a fronteira de Angola e estavam instaladas tanto na Zâmbia como na República Democrática do Congo. Isso é que fez com que a capacidade humana escasseasse e o factor guerra fez também com que muita maquinaria fosse destruída e abandonada”, explicou em Março de 2018 o director provincial de Agricultura do Moxico, Tomás Manuel Inácio.
Até 1975, o Moxico era mesmo o maior produtor de arroz em Angola, com a produção concentrada em cinco dos nove municípios, casos do Alto Zambeze, Luacano, Cameia, Moxico e Luchazes. Alguns destes municípios são mesmo do tamanho de países europeus, ou não tivesse a província um total superior a 223 mil quilómetros quadrados, para uma população actual de 750 mil habitantes.
Apesar da dimensão, actualmente apenas 100 famílias do Moxico, na Cameia e Alto Zambeze, se dedicam à produção de arroz, num esforço para retomar a aposta nesta cultura assumido nos últimos dois anos: “Porque de facto não têm o hábito de cultivar o arroz. Agora é que estamos a incentivá-los, porque além da alimentação também serve para uma cultura de renda”, acrescentou Tomás Manuel Inácio.
Para 2018 a meta era a de chegar às 50 mil toneladas de arroz no Moxico, numa produção cuja “primeira fase é para o consumo interno do país”.
Para o efeito, foi posto em curso um programa dirigido para a produção de arroz, com incentivo a conceder pelo Governo aos produtores individuais e empresas, envolvendo também candidaturas a financiamentos do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e um programa para sector familiar.
“Esperamos chegar às 30.000 famílias, nos municípios da província seleccionados para a cultura do arroz”, apontou o responsável provincial do sector.
O vice-governador da província do Moxico confirmou contactos com investidores do Brasil e da África do Sul, interessados em aposta no sector agrícola.
“E pensando não só em satisfazer o mercado local, o mercado nacional, mas pensando já na exportação”, garantiu Carlos Alberto Masseca, dando ainda como exemplo desta aposta o próprio mel, que no passado já foi um dos produtos agrícolas exportados pelo Moxico.
“Sempre foi explorado de forma artesanal mas já esteve no mercado internacional. E nós acreditamos que há mercado para nós pormos outra vez este produto à venda. E criarmos esta ‘Marca Moxico’, vendermos a ‘Marca Moxico’”, sustentou o vice-governador, elogiando o potencial agrícola daquela província do leste de Angola.
Dados do Ministério da Agricultura indicam que o arroz é hoje o quarto produto da cesta básica mais procurado no país, depois do milho, da mandioca e do feijão, com necessidades anuais de 400.000 toneladas, que são sobretudo importadas face à incipiente de produção interna.
É que na campanha agrícola de 2015/2016, entre empresas agrícolas familiares (12.191 toneladas) e agricultura empresarial (12.385 toneladas), Angola produziu apenas 24.576 toneladas de arroz.

Com governos que semearam a incompetência

No dia 29 de Novembro de 2017 o Governo de João Lourenço passou um atestado de criminosa incompetência ao Governo de Eduardo dos Santos (do qual fez, aliás, parte) ao desafiar as autoridades e empresários japoneses a assumirem as unidades de produção de arroz que estão paralisadas em Angola, de forma a aumentar o actual volume produtivo, inferior a 30.000 toneladas anuais.
O repto foi lançado, em Luanda, pelo secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Alberto Jaime Pinto, durante a quarta reunião do comité de coordenação conjunta do projecto de desenvolvimento de cultivo de Arroz em Angola, que conta com o financiamento da Agência de Cooperação Internacional do Japão.
O resultado é um consumo dependente das importações, que Angola sistematicamente diz que quer inverter, introduzindo, com o apoio em curso do Japão, as “melhores variedades” de arroz em cultivo.
“Se conseguirmos atingir sementes de alta qualidade, significa que teremos de produzir cerca de 300.000 hectares de arroz, para cobrir as necessidades internas do país”, apontou Carlos Alberto Jaime Pinto, que espera a colaboração japonesa na expansão deste cultivo.
Nesse sentido, o Governo comunicou a autorização da extensão por mais um ano dos ensaios com diferentes variedades de sementes de arroz que decorrem, ao abrigo da colaboração com o Japão, nas províncias do Huambo e do Bié.
“Que consigamos passar da experimentação a uma acção mais expandida, de produção de arroz em Angola”, enfatizou o governante.
Os governos de Angola e do Japão acordaram em 2013 um programa de assistência técnica japonesa à produção de arroz em território angolano, sendo conhecidas as condições naturais favoráveis para esse cultivo, nomeadamente, nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Malanje, Bié e Uíge.
Contudo, o abandono ou reduzidos níveis de produção em várias áreas do país dificultam um volume de cultivo que seja “rentável e significativo”, com o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária a apontar como exemplo a Fazenda Longa, na província do Cuando Cubango, no sul do país, com 2.000 hectares, mas paralisada há mais de dois anos.
Resultou de um projecto conjunto com empresas chinesas, que chegou a produzir, na campanha agrícola de 2013/2014, mais de 4.000 toneladas de arroz, mas a crise financeira e cambial dificultou a aquisição de insumos e travou a produção, que agora será apoiada pelo Fundo Soberano de Angola.
“Mas gostaríamos de lançar um repto que, todas aquelas unidades de produção que neste momento não se encontram em grande produção poderíamos pedir a cooperação do Japão, para que pudéssemos ocupar algumas dessas unidades com o objectivo de começar a fazer um programa de maior intensidade da produção de arroz”, apelou Carlos Alberto Jaime Pinto.
Juntamente com o financiamento e apoio técnico japonês, o projecto de desenvolvimento de cultivo de arroz em Angola envolve o Ministério da Agricultura e o Instituto de Desenvolvimento Agrário angolano.

Sementeiras de João Lourenço

No dia 11 de Outubro de 2017 iniciou-se um novo ano agrícola que foi marcado por um discurso do Presidente da República, João Lourenço, no município do Cachiungo, província do Huambo, perante milhares de pessoas.
Nessa mesma altura, no Cuanza Norte os agricultores manifestaram o seu apoio ao Presidente, lembrando que não tinham catanas, enxadas, limas, ancinhos, machados, sachos etc.. Também os camponeses do município da Cameia, província do Moxico, estavam solidários e disseram que iam deixar de produzir arroz na presente campanha agrícola, por falta de máquinas de descasque do cereal.
Acrescentaram que a decisão se devia ao facto de as 23 toneladas produzidas na última época continuarem nos armazéns do município por falta de máquinas…
João Lourenço exortou o sector agrícola a colocar o país a “produzir a comida de que precisa”, estimulando a produção em grande escala, para acabar com a importação de alimentos e produtos agrícolas. Por outras palavras, realçou o fracasso da anterior, e da anterior, e da anterior, governação do MPLA e de José Eduardo dos Santos.
Como muito bem sabe João Lourenço, enquanto província ultramarina de Portugal, até 1973, Angola era auto-suficiente, face à diversificação da economia.
Era o segundo produtor mundial de café Arábico; primeiro produtor mundial de bananas, através da província de Benguela, nos municípios da Ganda, Cubal, Cavaco e Tchongoroy. Só nesta região produzia-se tanta banana que alimentou, designadamente a Bélgica, Espanha e a Metrópole (Portugal) para além das colónias da época Cabo-Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Era igualmente o primeiro produtor africano de arroz através das regiões do (Luso) Moxico, Cacolo Manaquimbundo na Lunda Sul, Kanzar no Nordeste Lunda Norte e Bié.
Ainda no Leste, nas localidades de Luaco, Malude e Kossa, a “Diamang” (Companhia de Diamantes de Angola) tinha mais 80 mil cabeças de gado, desde bovino, suíno, lanígero e caprino, com uma abundante produção de ovos, leite, queijo e manteiga.
Na região da Baixa de Kassangue, havia a maior zona de produção de algodão, com a fábrica da Cotonang, que transformava o algodão, para além de produzir, óleo de soja, sabão e bagaço.
Na região de Moçâmedes, nas localidades do Tombwa, Lucira e Bentiaba, havia grandes extensões de salga de peixe onde se produzia, também enormes quantidades de “farinha de peixe”, exportada para a China e o Japão.


Folha 8 com Lusa

Cresce o número de mercenários em África.

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Mais e mais mercenários atuam no Sudão, na República Centro-Africana e na região do Sahel. E sua atuação tem consequências terríveis, segundo a ONU.
fonte: DW África
Symbolbild Söldner in Afrika (AFP/Getty Images/M. Longari)
Número de mercenários em áreas de África, como o Sahel, está aumentar
O número de mercenários em África está a aumentar. As áreas mais problemáticas, são a região do Sahel, o Sudão ou a República Centro-Africana são, sem surpresa, os territórios onde mais e mais mercenários continuam ativos. O alerta foi feito, no início de fevereiro, pelas Nações Unidas, que chamam a atenção para os perigos que estas atividades trazem ao continente.
António Guterres, secretário-geral da ONU, disse, no Conselho de Segurança, em Nova Iorque, que os impactos das atividades mercenárias são hoje muito claros.
"A presença de mercenários e outros combatentes estrangeiros exacerba os conflitos e ameaça a estabilidade [em África]. Alguns mercenários vão de guerra em guerra, exercendo o seu comércio letal com enorme poder de fogo, pouca responsabilização e uma completa falta de respeito pelo direito internacional humanitário. As atividades dos mercenários minam o Estado de direito e perpetuam a impunidade”, afirmou o secretário-geral da ONU.
Siegfried Müller, Söldner (picture-alliance/La Galerie - versal Photo)
O mercenário alemão Siegfrid Müller lutou na década de 1960 na guerra civil congolesa
Quem são eles?
Informação sobre o número exato de mercenários ativos no continente africano não há. Sabe-se, no entanto, que a sua atividade vai agora mais além do que a queda dos governos.
"Os mercenários de hoje são maioritariamente africanos”, explica à DW o especialista Martin Ewi, do sul-africano Instituto para Estudos de Segurança (ISS).
Entre eles estão antigos combatentes do exército líbio, que têm trabalhado para grupos terroristas no Sahel desde a derrubada do governante Muammar al-Gaddafi. Além de ex-oficiais brancos da África do Sul, que foram demitidos após o fim do regime do apartheid. São recrutados, não só por grupos de terroristas que atuam no Sahel, como também por empresas privadas de segurança. 
A exploração de recursos minerais é uma das atrações que move os grupos de mercenários, explica Sorcha MacLeod, membro do Grupo de Trabalho da ONU sobre o Uso de Mercenários.
"Em áreas ricas em recursos naturais, verifica-se uma presença acentuada de mercenários, que, é claro, têm um interesse direto em prolongar os conflitos aí existentes com o intuito de manter o controlo sobre os recursos minerais", esclarece Sorcha MacLeod.
Simbabwe verhaftet Söldner auf dem Weg nach Äquatorialguinea 2004 (picture alliance/AP Photo)
Mercenário britânico Simon Mann (centro) foi preso em 2004 por planejar golpe na Guiné Equatorial
Há como parar os mercenários?
A solução para travar estes grupos passa, diz António Guterres, pelo reforço dos regimes jurídicos nacionais e internacionais. E para isso, apela, mais países africanos devem juntar-se às convenções já adotadas. Até à data, apenas 36 países ratificaram a Convenção internacional contra o recrutamento de mercenários adotada pela ONU em 1989. Uma fraca adesão também se verificou numa Convenção Africana semelhante adotada em 1977.
Sorcha MacLeod, membro do Grupo de Trabalho sobre Mercenários da ONU, reforça o apelo.
"Esperamos que mais Estados, principalmente africanos, se juntem às duas convenções contra a atividade mercenária, pois com uma taxa de países tão baixa a concordar com as regulamentações internacionais, é difícil lidar com o problema", afirmou MacLeod.

Paul Kagame e João Lourenço reunidos em Luanda.

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O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, termina esta quinta-feira uma visita de dois dias a Angola. Já se encontrou com o homólogo angolano, João Lourenço, para falar sobre a situação da região dos Grandes Lagos.
fonte: DW África
Deutschland Münchner Sicherheitskonferenz 2017 (Reuters/M. Rehle)
Paul Kagame
O chefe de Estado do Ruanda chegou esta quarta-feira (20.03) a Luanda para uma visita de dois dias a Angola, onde se reuniu, em privado, com João Lourenço. No final do encontro, que durou cerca de uma hora, não houve declarações aos jornalistas. Segundo a imprensa angolana, os dois líderes falaram sobre o reforço das relações bilaterais e a situação da região dos Grandes Lagos.
Em fevereiro, Angola e Ruanda assinaram, em Luanda, um acordo de cooperação em matéria de segurança e ordem pública, "que prevê a formação de agentes de segurança de outros países da região nos dois países, como forma de contribuir para a paz e estabilidade nos Grandes Lagos", avançou a Angop.
Mais visitas esta semana
A deslocação de Kagamé a Luanda acontece num momento em que Angola tem previsto receber, ainda no decorrer da semana, várias personalidades internacionais, como o rei Mohamed VI, de Marrocos, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, além do secretário de Estado Adjunto norte-americano, John J. Sullivan, que na segunda-feira terminou uma visita ao país.
No próximo sábado (23.03), a convite de João Lourenço, pelo menos três chefes de Estado da África Austral estarão em Angola para celebrar o "Dia da Libertação da África Austral", decretado na cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral realizada em Windhoek em agosto de 2018, cujo ato central decorrerá no Cuíto Cuanavale, na província do Cuando Cubango.
Questionado sobre o porquê de Angola estar, nos últimos meses, a ser palco de inúmeras visitas oficiais, o ministro das Relações Exteriores angolano Manuel Augusto justificou que Luanda está a tornar-se uma "placa giratória" da diplomacia internacional.
Ainda este ano, estão previstas visitas oficiais do Presidente francês, Emmanuel Macron, e da chanceler alemã, Angela Merkel.

Piloto de folga salvou Boeing 737 Max no penúltimo voo.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

Cabine de um Boeing 737 Max. Foto: Dimas

A tripulação da Lion Air, que lutava para controlar o Boeing Co. 737 Max 8 em mergulho, teve a ajuda de uma fonte inesperada: um piloto de folga que, por acaso, estava na cabine.
Aquele piloto extra, que estava sentado no banco de trás da cabine, diagnosticou corretamente o problema e explicou à tripulação como desabilitar o sistema de controle de voo com defeito e salvar o avião, segundo duas pessoas a par da investigação da Indonésia.


No dia seguinte, sob o comando de outra tripulação, que enfrentou o que, segundo os investigadores, foi um defeito idêntico, o avião caiu no Mar de Java, matando as 189 pessoas que estavam a bordo.
O detalhe não divulgado anteriormente sobre o voo anterior da Lion Air representa uma nova pista no mistério sobre como alguns pilotos do 737 Max que enfrentaram a falha de funcionamento conseguiram evitar o desastre, ao passo que outros perderam o controle de seus aviões e caíram. A presença de um terceiro piloto na cabine não existia no relatório de 28 de novembro do Comitê Nacional de Segurança de Transporte da Indonésia (NTSC, na sigla em inglês) sobre o acidente e não tinha sido relatada anteriormente.
O chamado “piloto de carona” no voo anterior de Bali para Jacarta disse à tripulação que cortasse a energia do motor que direcionava o nariz para baixo, segundo pessoas a par do assunto, algo que fazia parte de uma lista de verificação que todos os pilotos são obrigados a memorizar.

“Todos os dados e informações que temos sobre o voo e a aeronave foram apresentados ao NTSC da Indonésia. Não podemos fornecer mais comentários nesta fase porque a investigação sobre o acidente está em andamento”, disse o porta-voz da Lion Air, Danang Prihantoro, em entrevista por telefone.

Defeito

O relatório do comitê de segurança da Indonésia disse que o avião teve vários problemas em voos anteriores e que não foi reparado corretamente.
Representantes da Boeing e do comitê de segurança indonésio preferiram não fazer comentários sobre o voo anterior.
O sistema anti-estol — projetado para evitar que os aviões subam muito abruptamente, percam sustentação e caiam — está sendo analisado pelos investigadores desse acidente, assim como do outro ocorrido menos de cinco meses depois na Etiópia. Acredita-se que um sensor com defeito tenha enganado os computadores do avião da Lion Air, levando-os a interpretar que era preciso abaixar automaticamente o nariz para evitar uma parada.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) afirmou na semana passada que planeja ordenar mudanças no sistema para torná-lo menos propenso a se ativar quando não houver nenhuma emergência. A agência e a Boeing afirmaram que também vão exigir treinamento adicional e referências ao sistema nos manuais de voo.
“Vamos cooperar totalmente com a revisão da auditoria do Departamento de Transportes”, disse Charles Bickers, porta-voz da Boeing, por e-mail. A empresa preferiu não comentar a investigação criminal.

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