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domingo, 31 de maio de 2015

Produção de drogas no Afeganistão cresceu após chegada dos americanos.

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Produção de drogas no Afeganistão cresceu após chegada dos americanos. 22278.jpeg

Depois de 10 anos da ocupação militar americana, o Afeganistão produz 95% do ópio mundial (Reuters)
A produção de drogas no Afeganistão aumentou 50 vezes desde o início da operação militar dos EUA no país, em 200, e continua aumentando, declarou o Serviço Federal de Controle de Drogas da Rússia (FSKN na sigla em russo). Depois de 10 anos da ocupação militar americana, país produz 95% do ópio mundial.
Depois de 10 anos da ocupação militar americana, o Afeganistão produz 95% do ópio mundial Segundo o FSKN, os números de campos de papoulas no Afeganistão em 2014 mais uma vez se tornaram recordes em toda a história do país, e atingiram 224 mil hectares.

O famoso cientista político, especialista de estudos regionais e analista independente sobre problemas do Afeganistão, Paquistão e Índia, Pir Mohammad Molazehi, comentou as razões da situação atual. “Desde o começo, os americanos escolheram seus alvos e laços no mundo das drogas, o que lhes permitiu dominar o mesmo e garantir que a indústria das drogas continue crescendo. Há dados que em certas regiões eles aconselhavam as pessoas a obter o máximo de lucro do cultivo da papoula. Por isso os americanos nunca se colocaram o objetivo de combater as plantações de papoulas nem a produção das drogas."
“Em geral, a chegada dos EUA ao Afeganistão não só falhou de impedir o processo de produção de drogas, mas ao contrário, contribuiu para o seu aumento drástico”, disse o cientista político.

Que passos devem fazer as autoridades afegãs? A resposta foi dada pelo antigo ministro de controle de drogas afegão, General Khodaidad. Segundo ele, na situação atual a Organização para Cooperação de Xangai pode contribuir de forma positiva à situação no Afeganistão, e é necessário usar o seu potencial para combate ao terrorismo e controle de drogas afegãs.
“O cultivo e a produção de drogas no Afeganistão ficam fora do controle da comunidade mundial. A Organização para Cooperação de Xangai (OXC) deve agir mais ativamente na luta contra a produção de drogas, servindo como um tipo de ponte nesta questão entre a Rússia e as regiões de norte do Afeganistão.

Como se sabe, os EUA e a Otan gastaram US$ 7,8 milhões no combate ao cultivo e à produção das drogas no Afeganistão. No entanto, nos últimos anos essa produção não só não caiu, como pelo contrário, está aumentando. Isso quer dizer que todo esse dinheiro foi gasto em vão. Quanto à questão do terrorismo, os EUA e os seus aliados ocidentais não parecem mais a fim de lutar contra ele. Enquanto isso, com o governo novo do Afeganistão, os países da região, liderados pela Rússia, estão apoiando o país na área econômica e cultural.

É importante que o Afeganistão intente participar da cúpula de líderes da OXC em Ufa. Estou certo, que esta é uma boa chance para começar um diálogo construtivo e eficaz com os vizinhos do Afeganistão – não só nas áreas da economia, mas também no combate contra o terrorismo e o controle de drogas”.

Fonte: Sputnik News


Cuba: Congressistas estadunidenses em Havana - devemos eliminar o bloqueio.

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Concordam em que há um crescente apoio bipartidário no Congresso para remover as restrições ao comércio, turismo e relações com Cuba.


Da esquerda para a direita, congressistas John Larson (Connecticut), Tom Udall (Novo México), Al Franken (Minnesota) e Raul Grijalva (Arizona). Photo: Yaimí Ravelo

QUATRO congressistas norte-americanos concordaram, quarta-feira, 27 de maio, em Havana, acerca da necessidade de levantar o bloqueio contra Cuba e continuar avançando no processo de normalização das relações entre os dois países.
“Temos que acabar com esta proibição (bloqueio) e encontrar uma ‘maneira pragmática’ de relacionarmo-nos, que beneficie ambos os povos”, garantiu o congressista do Estado do Arizona, Raul Grijalva, um dos membros da delegação que consiste em dois senadores e dois membros da Câmara dos Representantes, todos eles democratas, que chegaram no sábado, 23 de maio, ao nosso país.
Os legisladores referiram que ainda há muito trabalho a fazer no Capitólio para ver o fim das políticas de agressão que foram mantidas durante mais de meio século.
O senador do Novo México e líder do grupo, Tom Udall, afirmou que há um crescente apoio bipartidário aos projetos de lei para remover restrições ao comércio, as viagens e as relações com Cuba.
“Hoje, no Comitê das Relações Exteriores do Senado, a maioria dos democratas e dos republicanos são a favor de que seja levantada a proibição de viajar”, explicou.
O próprio Udall apresentou recentemente no Senado um projeto para pavimentar o caminho para a presença em Cuba de empresas das telecomunicações dos EUA.
“Sou otimista, embora pense que isso não vai acontece amanhã”, disse ele sobre a possibilidade de eliminar completamente o bloqueio.
Al Franken, um senador de Minnesota, garante que a maioria do povo americano apoia esse passo, como mostram as sondagens recentes. Inclusive na Flórida, disse ele, a maioria do público concorda com uma mudança na política em relação a Cuba.
“É uma ‘pequena minoria’ no Congresso a que defende a permanência do bloqueio”, concluiu.
OS DESAFIOS DA NORMALIZAÇÃO
O senador Udall salientou em seu discurso que Cuba e os Estados Unidos tinham feito “grandes progressos”, desde 17 de dezembro do ano passado, quando os presidentes Barack Obama e Raul Castro anunciaram a guinada nas relações entre os dois países.
Indicou que no dia 29 de maio é o prazo final para tornar efetiva a saída de Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo internacional e expressou confiança de que “nas próximas semanas” se poderão tomar as medidas finais para restabelecer as relações e abrir as embaixadas.
Tal como observaram as autoridades de ambos os países, a partir desse ponto se abre um novo processo, muito mais longo e complexo, rumo à normalização das relações.
Dentre os temas a tratar para esta nova etapa, e os que Cuba vai propor, estão o levantamento do bloqueio, a devolução do território da Base Naval de Guantánamo, os programas de rádio e televisão ilegais e subversivos e as compensações pelos danos do bloqueio. Enquanto isso, os EUA têm avançado a ponto das compensações pelas nacionalizações realizadas no início da Revolução, que Washington se recusou a receber naquele momento.
A uma pergunta da imprensa sobre a questão de Guantánamo, o senador Al Franken disse que ainda “não estava sobre a mesa”. Acrescentou que ele foi pessoalmente crítico com essa prisão, que foi instalada ali, mas que relativamente à Base naval “será necessário adotar outras considerações”.
Granma também perguntou aos legisladores sobre a permanência dos programas de “mudança de regime”, que ainda recebem orçamentos milionários do Congresso.
Udall defendeu a maior parte dessas iniciativas, como parte dos esforços para “espalhar a democracia” dos Estados Unidos.
No entanto, ele disse que era crítico de alguns desses projetos, especialmente aqueles que buscam “minar governos” e disse que devem ser analisados, ​​à medida que progridem, para ver se estão tendo “um bom desempenho”.
Por sua parte, o congressista Grijalva disse que os intercâmbios culturais, artísticos e científicos são vitais para a normalização. Mas aqueles que tendem à subversão devem ser analisados ​​e postos de parte.
Nesse sentido, ressaltou as declarações do presidente Barack Obama, no caso de Cuba, que “não estamos no negócio da mudança de regime”.
John B. Larson, representante de Connecticut, lembrou em seu discurso de abertura a importância das medidas que foram tomadas nos últimos cinco meses. E lembrou as palavras do presidente John Kennedy, há décadas, dizendo que “embora nós não possamos pôr fim agora mesmo a nossas diferenças, pelo menos podemos ajudar a tornar o mundo seguro para a diversidade”.
UMA VISITA PRODUTIVA
O objetivo desta visita foi o de promover a aproximação entre os dois países, nesta primeira fase do processo de normalização das relações através do comércio, turismo, telecomunicações e o intercâmbio cultural.
Os legisladores destacaram as reuniões produtivas com funcionários do Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro, Relações Exteriores, Agricultura, com trabalhadores independentes de pequenas cooperativas e investidores de países estrangeiros.
Grijalva disse que enquanto houverem mais trocas desse tipo, mais se poderá avançar na normalização das relações.
Udall identificou duas áreas-chave nas quais os dois países podem fazer um rápido progresso na cooperação: a conservação ambiental e os intercâmbios culturais.
Nesse sentido, pôs em destaque o potencial da Ciénaga de Zapata, um dos lugares visitados, e disse que espera ver mais visitantes norte-americanos lá.
Também destacou os laços entre artistas norte-americanos e cubanos que propiciou a Décima Segunda Bienal de Havana.
"Esse tipo de coisas ajuda a quebrar barreiras", garantiu.
#granma.cu

ÁFRICA/BURUNDI - Maggy Barankitse, “mãe” nacional do Burundi, ameaçada de morte.

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Presidente do Burundi Pierre Nkurunziza

Bujumbura - Marguerite Barankitse, “mãe” nacional do Burundi, está ameaçada de morte e obrigada a esconder-se, segundo denuncia Info Catho, da Bélgica. Após a morte de Zedi Ferzi, presidente de um dos partidos da oposição, multiplicam-se as ameaças de morte contra expoentes da oposição e da sociedade civil, enquanto prosseguem os protestos populares contra a decisão do Presidente Pierre Nkurunziza de se apresentar nas eleições para o terceiro mandato.
Uma das pessoas que receberam ameaças de morte é Maggy Barankitse, católica engajada que de 1993 ao início da guerra civil, terminada em 2006, não se amedrontou e tentou sempre salvar crianças e jovens da violência. Foi ela que criou a “Maison Shalom”, ONG que administra no país uma série de centros de acolhida para crianças e jovens. Segundo notícias publicadas no site católico belga, nas últimas semanas, Maggy Barankitse visitou os hospitais para levar víveres aos feridos nos confrontos e as prisões, aonde denunciou as condições de detenção. “Isto foi suficiente para colocá-la na lista negra das pessoas procuradas e ser catalogada como ‘envolvida’ no fracassado golpe militar ” declarou um de seus familiares.
Chegaram intimidações a amigos, familiares e agentes da Maison Shalom e do hospital fundado por ela. Seus parentes tiveram que fugir e Maggy Barankitse está escondida em um lugar seguro. Por seus esforços humanitários, Maggy Barankitse recebeu muitos reconhecimentos internacionais.

#news.va

Boko Haram ataca um dia após posse de Presidente.

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Ataque provocou 11 mortos em Maiduguri.

Nigeria New President
Novo Presidente da Nigéria.

Combatentes do Boko Haram fizeram um ataque nos arredores da capital do Estado de Borno, Maiduguri, na Nigéria, neste sábado, 30, que provocou a morte de pelo menos 11 pessoas.
O ataque ocorreu  um dia depois da posse do presidente Muhammadu Buhari, que jurou derrotar o grupo militante islâmico e transferir o centro de comando para as operações militares da capital Abuja para Maiduguri.
Uma fonte militar disse que o ataque ocorreu próximo à estrada Damboa, perto do pequeno povoado de Mula, a cerca de 10 quilômetros de Maiduguri, uma cidade de dois milhões de pessoas.
#VOA

Burkina Faso: Yamba Malick Sawadogo - O homem que enterrou SANKARA.

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A 15 de outubro de 1987, 16h. A rádio nacional e televisão do Burkina Faso emitem mais. Armas crepitaram durante várias horas em Ouagadougou. A notícia espalhou-se rapidamente como fogo: um golpe contra a Revolução foi perpetrado. Mais tarde, ficamos a saber que o Presidente do Burkina Faso, Thomas Sankara, Herói da revolução, foi morto com doze companheiros de infortúnio. À noite, o chefe da Prisão e de Correção de Ouagadougou (MACO) designou dentro da prisão 20 homens para enterrar os homens executados. Entre eles, Yamba Malick Sawadogo, o ex-deputado e militante de longa data da UNIR / PS, Sankarista de longa data, e que agora é do Movimento Popular para o Progresso (MPP). Nesta entrevista exclusiva, que ele nos concedeu em 27 de Maio de 2015, a récita de sua testemunha ocular, bem enriquecida com os contos contados aqui e ali sobre o assunto.

 Você que é um Sankarista de longa data, após 27 anos de espera, o caso Sankara está sendo revivido; que efeito faz em você?

Estou muito satisfeito por duas coisas: primeiro, tendo perseguido Blaise Compaoré, após 27 anos no poder que nós consideramos como o assassino, até hoje, e, em seguida, abertura do dossié Thomas Sankara a exumação dos seus restos mortais. Depois de todo esse tempo, eu estou feliz de poder viver isso em vida como eles dizem. Eu nunca pensei que um dia reviveria isso. Graças a Deus, eu estou vivo e eu mesmo ter sido ouvido pelo juiz. Eu disse a ele que estou aliviado ao dizer qualquer coisa antes da minha morte.

No que dizem, você é uma daquelas pessoas que enterrou os torturados de 15 de Outubro. Como é que você se encontrava nesse dia fatídico?

É sempre difícil evocar essa situação, mas infelizmente participei nos acontecimentos de 15 de outubro de uma forma ou de outra. Como eu disse anteriormente, eu fui ouvido em 13 maio que passou sobre o assunto pelo juiz de instrução militar, e você sabe muito bem que o assunto está sob investigação; Então deixe-me não entrar em algum detalhe, a fim de respeitar a confidencialidade das investigações.

No entanto, eu estava na prisão porque eu fui condenado na 18ª sessão dos Tribunais Populares da Revolução (TPR), e eu cumpri a minha pena, mais tarde eu fui libertado.

Em 15 de Outubro de 1987, o cargo chefe que estava nesse dia em MACO nos fez saber que, o gerente, que esteve certamente no Conselho solicitou que o preparassem 20 homens de confiança, a tarefa de homens como eles dizem. Perto de 20h, ele veio com um modelo de veículo VLRA(Veículo Leve de Reconhecimento e de Apoio) com um motorista que nos levou até ao Conselho. Nós não sabíamos o que poderia acontecer conosco naquele dia no departamento, mas nós não nos inquietamos tanto. Gradualmente, à medida que avançávamos, percebemos que o momento era sério.

De MACO nós estávamos no Conselho de Entente, e ali, havia outra VLRA que nos esperava. Alguns de nós foram ordenados a pegar em equipamentos (pás e picaretas) e partiram para o cemitério Dagnoën com dois VLRA. Eu disse que nós fomos para o cemitério sem os corpos. Depois de algum tempo um dos veículos levou alguns dos nossos camaradas para pegarem os corpos. Alguns de nós estavam no local, e eu sabia o número de corpos e sabia quem eles eram: o Presidente Thomas Sankara estava entre eles. Em primeiro lugar, foi-nos dito para cavar 10 sepulturas, e quando os corpos chegaram, nós fomos obrigados a cavar mais três túmulos adicionais. É por isso que no cemitério você vai achar que os primeiros 10 túmulos estão alinhados, seguido por dois outros, em seguida, um final.

Em que condições estavam os corpos?

Identificáveis de qualquer maneira. Porque depois ouvimos aqui e ali que esta ou aquela pessoa foi retalhada, mas isso não é verdade; Todos os executados foram identificados. Houve um que perdeu um olho. Eles foram reconhecidos, mesmo o Thomas Sankara e, obviamente, ele parecia que estava dormindo, a imagem ainda assombra-me, é por isso que eu digo que é difícil para mim voltar a este assunto.

Meu silêncio até agora foi devido a três razões principais: Primeiro, eu queria permanecer vivo, a fim de ser útil como eu fiz em 13 de maio; Portanto, sempre que eu evoco essa situação, ela me revolta mais, e eu não posso me conter. É por isso que alguns estavam me considerando um tolo; Por fim, a necessidade de justiça, porque ela tinham solicitado a abertura da sepultura, e se, no momento um de nós que estava lá, e se publicamente admitir que não há justiça, então isso poderia servir para dizer que não valia a pena abrir as sepulturas, uma vez que tem havido uma confissão nesse sentido.

Voltando ao corpo. Você que viu os corpos e diz que eles eram identificáveis, em que parte o Sankara foi atingido?

Eu não sou um técnico, mas eu pessoalmente acho que o Presidente do Burkina Faso foi atingido no peito, porque ele estava vestido com fatos de treino vermelhos, e o sangue é vermelho, mas também não podia vê-lo muito bem. Foi comovente saber que ele estava manchado de sangue. É terrível o que eu lhe digo, ele estava deitado como se estivesse dormindo, com os punhos cerrados e sem fala, mas como se quisesse transmitir uma mensagem. É esta a imagem que ficou comigo e me choca até agora. Era como se dissesse: "Continuem, nada além do combate." Quando ouço isso depois que ele foi picado, eu digo, que não, há um muito exagero.

Para aqueles que dizem que não são os executados de 15 outubro, esses estão no cemitério de Dagnoën e que Thomas não está lá, eu digo que, em qualquer caso, estão todos eles enterrados lá. Eles foram enterrados sob toque de recolher, e o que poderia ter acontecido mais tarde, eu não sei. Em 16 de outubro, fomos trazidos de volta ao Conselho, e eu segui durante horas os movimentos que ocorreram lá. Eu tinha a sensação de que essas pessoas estavam mais preocupadas com outras coisas do que desenterrar cadáveres. Havia muito movimento no dia 16 no Conselho.

Eles também falharam quando voltamos de MACO. O gerente trocou algumas conversas com o chefe, eu não sei do que eles falaram, mas ouvimos: fogo! felizmente o gerente saltou rapidamente do veículo e disse "meu sargento, não faça isso! ". Este foi certamente a ação que nos salvou. Além de que a tensão foi claramente discernível.

E essa história da aliança que teria sido removido do dedo do presidente do Burkina Faso?

Um dos detentos foi efetivamente removido do cenário, e isso também faz parte das imagens que me chocaram. Uma vez que ao preso tinham retirado a aliança, e ele fechou o punho, e era como se ele não estivesse morto. É terrível, hein! e devemos vivê-lo para entender.

Quem é esse prisioneiro?

Eu não sei. Porque eram numerosos; Eu só conheço uma pessoa que ainda está vivo, e foi ela quem tinha mais ligação com eles. Foi ela quem tinha preparado uma lista de 20 homens assassinados que eu mencionei acima. O gerente também morreu, mas nós guardamos o contacto.

Soube-se que o anel em questão foi vendido a uma personalidade; o que você sabe?

Isto é o que nós também soubemos na prisão, mas como era muito arriscado para se interessar por esse assunto, ninguém queria saber mais nada.

Pensas que o anel ficou com o prisioneiro?

Não, eu não acho, mas eu não posso dizer a quem ele deu exatamente.

Você cavou sepulturas, você certifica que o túmulo de Thomas Sankara não excedeu uma profundidade de 45 cm, como a Sra. Sankara assistiu essa exumação?

É possível. Tudo o que sei é que o túmulo de Thomas Sankara foi mais profundo do que dos outros. Se o túmulo do Presidente do Burkina Faso não excedeu 45 cm, o que significa que os outros não chegaram a essa profundidade. Eu posso atestar que foi isso, pelo menos. As pessoas se perguntavam se Sankara estava de fato entre as vítimas, incluindo os poucos soldados que estavam com a gente, ou seja, o gerente e dois motoristas de VLRA. Eles mesmo colocaram a questão se Thomas fez parte dos corpos que ainda não tinham chegado ao cemitério. Alguns alegaram que ele estava mesmo fora do país, mas, quando se descobriu que ele estava entre os mortos, não se podia evitar um frio congelante no cemitério. E cada um dos detidos estava particularmente interessado ​​em cavar a sua sepultura, com uma picareta, ou com uma pá. Você entende que, mesmo quando 20 pessoas cavavam sepulturas, 13 tombaram em um período de toque de recolher, isso não foi fácil. Eu não medi a profundidade, mas se falamos de 45 centímetros, é possível. A queda mais profunda foi atribuída ao corpo de Thomas Shankara, e que disso não tenhamos dúvida.

Em que condições eles foram enterrados? Alguns dizem que eles foram enterrados em sacos de juta.

Isso não é verdade; eles foram colocados diretamente nos túmulos. Você sabe, aos prisioneiros têm a maneira de enterrar, não havia sacos de juta ou de papelão, não ... não isso não é verdade em tudo.

20 pessoas para cavar sepulturas 13 tombaram, quer dizer que as coisas não foram feitas nas regras da arte. É que os buracos poderiam conter todos os corpos?

Se ... Se ... O problema não era o comprimento, mas a profundidade. As profundidades foram atendidas. O gerente teria pensado inicialmente em uma vala comum, e quando nós perguntamos a ele sobre isso, ele gritou "Cavar! cavar! "Antes de mudar o seu pensamento para falar sobre os 10 primeiros a serem enterrados ele pediu para adicionar mais 3 sepulturas. É ele mesmo quem escreveu os nomes das vítimas em pedaços de papel para anexá-los para os túmulos. Ele escreveu sob a luz dos faróis da viatura VLRA, e com a sua lanterna de bolso, ele identificou todos, porque os conhecia a todos.

Naquele dia, fora o gerente e dois motoristas, tinha chefes militares no cemitério com vocês?

Não havia mais ninguém. Havia no cemitério precisamente 20 detidos e três militares, o gerente e os dois motoristas do  VLRA. E a classificação mais alta, era do gerente de corporação, o sargento-chefe, Tapsoba Karim.

Então você confirma que o túmulo que foi aberto em 27 de maio é o de Thomas Sankara?

Digo e repito que ele foi enterrado lá e posso atestar. Mas o que aconteceu depois, isso eu não posso lhe dizer; Eu não sou guarda do cemitério, mas eu acho que essas pessoas estavam lá, desenterraram os cadáveres.

Eles vieram nos pegar em torno de 20h e nós terminamos de cavar sepulturas e enterrar os 13 corpos entre 3 e 4 horas da manhã. Lembro-me também que os cães latiam acentuadamente ao redor do cemitério, e o silêncio do toque de recolher ajudava, os latidos que se aproximavam cada vez mais. No final, alguns detentos entraram em casas que estavam em frente ao cemitério para buscar água para nós para lavarmos as nossas mãos que estavam manchadas de sangue. É por isso, aliás, que alguns moradores foram capazes de suspeitar de que as coisas estavam acontecendo lá, entretanto, elas não podiam se aproximar da cena.

Há algumas pessoas que dizem que no dia seguinte, 16 de outubro, havia partes do corpo que eram visíveis?

Eu admito que eu não estava lá na parte da manhã, mas parece que as pessoas se aglomeraram em massa para ver os túmulos, e nestas condições, pode ser que houve o pisoteamento a tal ponto que algumas partes dos corpos das vítimas foram descobertas porque não eram sepulturas normais com lajes. Eu mesmo aprendi como envolver a terra para melhor cobrir o corpo; Eu não sei, mas tudo o que posso dizer é que todos os corpos foram enterrados.

Então você é uma das testemunhas privilegiadas desta operação no cemitério de Dagnoën, de modo que você foi entrevistado pelo juiz de instrução. Sem trair a confidencialidade da investigação, que tipo de perguntas foram-lhe feitas?

Além das questões mais técnicas, é quase as mesmas perguntas que você está fazendo. Estou sempre à disposição da justiça e espero que um dia haja o julgamento deste caso.

Para tomar parte nesta operação de enterro, você recebeu algum perdão?

Não, de modo algum. Cada ano, há diminuição de pena, e os favorecido são determinados presos condenados por Tribunais do Povo; é neste contexto que eu recebi a diminuição de um mês, enquanto eu estava para cumprir uma pena de 12 (doze) meses. Assim eu fui solto em dezembro. Em vez de qualquer favor, eu sentia que eu estava afiançado e eu prestava atenção a tudo. Graças a Deus, eu fui capaz de evitar as armadilhas e eu ainda estou vivo.

Você foi condenado pelo TPR, mas você não se afastou da Revolução?

Fui até a sexta sessão de Ouagadougou, no momento que houve a crise latente dentro do CNR. E no momento, Blaise Compaoré, estava ativamente preparando suas coisas, mas não com aqueles que estavam perto de Thomas e todos os meios estavam a favor para por em ação os planos, então eu fui acusado de desviar dois milhões da agência da Air Burkina como chefe. Houve um monte de pessoas que foram presas, mas mantiveram-se fiéis à revolução. Conforme falamos em mooré "às vezes nos sobra uma faca afiada na manga." Dito isto, eu me tornei um homem revoltado com o que vi. Isso é o que fez que em toda a minha carreira eu conheci Blaise Campaoré em duas fases: uma vez com o grupo de 14 de Fevereiro, e a segunda com o Coletivo. Apesar de ele ser um aleito de Kadiogo, eu boycotei sistematicamente reuniões presididas por ele e / ou sua esposa. Mesmo se eu tivesse ódio contra esse homem, mas é como se tivesse.

Mas hoje você está em um partido cujos principais responsáveis contribuíram para exacerbar a crise entre os líderes da Revolução, e alguns foram os pilares do regime de Compaoré; o que justifica tal posição?

Devemos restaurar as coisas em seu contexto. Até o momento eu estava combatendo Blaise Compaoré, eu coloquei no mesmo saco todos ao seu redor; isso é do conhecimento de todos, mas em um dado momento, a luta tinha diminuído, e quando os que estavam com ele começaram a dançar, eu não hesitei em participar, porque aqueles que vivem na casa sabe onde ela flui. Vocês sabem que o MPP tem contribuído grandemente para o afastamento deste cavalheiro. Eu digo e repito, mesmo que fosse chantagear que era contra Blaise, eu não iria colocar atrás desse partido. Eu não me alio ao MPP para conquistar cargos, a prova é que eu sou um candidato para qualquer coisa.

A UPC por exemplo, você teria também contribuído para caçar ?...

Olha, eu não sou um novato na luta política, e eu sei que quem empossou Blaise poderia caçá-lo. Salif Diallo disse que iria caçar Blaise e ele o fez. Vocês jornalistas, vocês sabem disso bem, vocês somente querem me pegar em armadilhas.

Há os Sankaristas como Boukari Kaboré, diz o Leão, que não vê a oportunidade de abrir o túmulo de Sankara; Você é um deles?

Eu, não sou contra, eu acho que tinha que ser feito, porque tem havido muita especulação sobre isso. O que se precisava era tomar precauções, tanto é que é um Africano, e talvez isso tenha sido feito. Com o meu silêncio, eu só queria que vocês abrissem a sepultura para acabar com essa especulação. Reitero que todos os corpos foram enterrados lá durante o toque de recolher. Mas o que aconteceu depois, eu não sei.

Entrevista por

Abdou Karim Sawadogo

Jean Stéphane Ouédraogo

#www.lobservateur.bf/

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