Até esta data, já formalizaram a candidatura à
liderança do PAIGC Aristides Ocante da Silva, Braima Camará, Carlos Gomes
Júnior, Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz e Vladimir Deuna.
JOSÉ MÁRIO VAZ
O antigo
ministro das Finanças da Guiné-Bissau José Mário Vaz apresentou-se
quinta-feira como candidato à liderança do Partido Africano da Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), para "ganhar o partido" e "ser
primeiro-ministro".
José Mário Vaz
que era o ministro das Finanças do Governo de Carlos Gomes Júnior deposto no
golpe de Estado de Abril de 2012 disse que quer ser presidente do PAIGC para
continuar "a servir o país", que precisa "do esforço de
todos".
Manifestou a
sua vontade de continuar ao serviço da Guiné-Bissau, reconhecendo o desafio
que espera pela frente na disputa com outros candidatos, tendo sublinhado que
existem grandes desafios, nomeadamente a organização interna do partido e o
crescimento da economia da Guiné-Bissau, bem como o combate ao desemprego nas
camadas jovens.
Além de ganhar
a presidência, no congresso do partido marcado para Maio, José Mário Vaz quer
depois ganhar as próximas eleições legislativas para ser primeiro-ministro e
implementar um programa que assenta em cinco pilares: arroz, caju, riqueza do
mar, água e rede eléctrica.
"Durante
esses anos todos vim acumulando experiência e estou em condições para poder
continuar a ajudar o meu país, apresentando a minha candidatura à liderança
desse grande partido", disse José Mário Vaz, empresário e licenciado em
Economia, em Portugal.
O ex-ministro
afirmou-se inocente e sobre o caso, que está em segredo de justiça, nada mais
se soube.
Defendeu que o
objectivo da sua candidatura à liderança do PAIGC, visa «dar felicidade» ao
povo guineense.
"Candidato-me
porque sou um homem feliz. Trato bem a minha mulher e os meus filhos, somos
uma família feliz e quero que outras famílias também o sejam", disse.
O candidato à
liderança do PAIGC sublinhou que «sou feliz, vivo feliz, porque é que não
posso partilhar esta felicidade com outras pessoas? Gostaria que fosse mesmo
extensível a todos», referiu.
José Mário Vaz
mencionou também algumas situações que deverão ser resolvidas para a afirmação
do PAIGC, que passam pela reconciliação da base do partido com os
responsáveis máximos, pela situação financeira e pelo consequente
desenvolvimento do país: «A base e o topo não falam a mesma linguagem».
Se ganhar
propõe-se "reconciliar a família PAIGC", fazer o saneamento das
finanças do partido e criar uma empresa para gerir os rendimentos e fazer uma
inventariação do património do PAIGC. Disse acreditar nos seus apoiantes e,
consequentemente, na sua eleição.
«Se não houver
reconciliação na família PAIGC, vamos ter problemas sérios. Cada um de nós
deve contribuir para esta reconciliação», apelou o candidato.
A partir de
agora, afirmou, vai começar a campanha para o congresso marcado para Maio,
que classifica desde já de interessante, porque os candidatos são todos
"jovens e esclarecidos".
Relativamente
ao funcionamento da Administração Pública, classificou o Estado guineense de
«atrevido», que desconhece a sua área de actuação.
«O Estado da
Guiné-Bissau não conhece o seu lugar, é desorganizado e incompetente»,
referiu.
José Mário Vaz
afirmou que, em caso de derrota, vai aceitar os resultados da votação, tendo
lembrado que as situações de género têm gerado polémica em ocasiões
semelhantes.
Depois do
golpe viajou para Portugal e regressou recentemente à Guiné-Bissau, onde o
Ministério Público o mandou deter durante dois dias a propósito de um alegado
desvio de dinheiros.
DOMINGOS SIMÕES PEREIRA
Domingos
Simões Pereira defende que a sua candidatura à Presidência do PAIGC visa
responder a vários problemas presentes na sociedade guineense. Fala sobre a
situação política guineense, o seu projecto de candidatura a liderança do
PAIGC e a sua visão de futuro para o pais.
Em declarações
à imprensa o ex-secretário Executivo da CPLP, chama a atenção dos guineenses
ao facto de que a sua candidatura não visa obter qualquer «emprego», mas sim
trabalhar em prol da melhoria da situação do país.
“Tentei
demonstrar que não somos um caso especial, apesar da gravidade e que existem
referencias mundiais que nos podem servir. Contudo, fazer as escolhas certas
só dependem de nós”, informa Domingos Simões Pereira na sua página pessoal no
Facebook, avançando ainda que “a minha candidatura é um corolário normal do
meu percurso político e de militância no PAIGC. Após 33 anos de militância, o
conhecimento e a experiência acumulada me asseguram ter algo a partilhar.”
Em relação à
sociedade guineense, o candidato disse que o exercício que lhe é pedido visa
a protecção daqueles que têm pior argumento, tendo frisado que existem gravíssimos
problemas de confiança no seio da população guineense.
O
ex-secretário Executivo da CPLP afirmou que os cidadãos estão com mais
atenção em «separar os santos dos diabos», dando como exemplo o que acontece
em algumas instituições públicas, como o caso da venda de terrenos na Câmara
Municipal de Bissau, e o que se passa no Ministério das Pescas.
Domingos
Simões Pereira interroga-se sobre os motivos que levam ao levantamento destas
questões apenas quando acontecem situações fora do normal e não quando o país
atravessa momentos estáveis.
Para isso,
Domingos Pereira acredita dispor dos requisitos da integridade moral, de
competência e de um projecto de sociedade.
“Sobre este
último, falei das reformas necessárias no partido e da necessidade de
escolhas claras em matéria de políticas públicas com a educação, em primeiro
plano.”, sublinhou.
Por outro
lado, responsabilizou todos guineenses pela situação em que o país se
encontra. Segundo ele, a situação não é da exclusiva responsabilidade das
Forças Armadas.
Carlos Gomes
Júnior, presidente do PAIGC até ao Congresso, formalizou a sua recandidatura
através de uma carta enviada de Portugal, onde se encontra desde que foi alvo
do golpe de Estado de abril de 2012,
CARLOS GOMES JÚNIOR
Carlos Gomes
Júnior, presidente do PAIGC até ao Congresso, formalizou a sua recandidatura
através de uma carta enviada de Portugal, onde se encontra desde que foi alvo
do golpe de Estado de abril de 2012.
BRAIMA CAMARÁ
Braima Camará,
presidente da Câmara de Comércio Indústria Agricultura e Serviços e deputado
da Nação é candidato a presidente do PAIGC no VIII Congresso a ter
lugar em maio.
O candidato
Braima Camará, defende uma liderança democrática e inclusiva no seio do PAIGC
e mostrou-se disponível, por amor à Pátria e a pedido de numerosos núcleos
importantes do Partido, nomeadamente de altos dirigentes, jovens, mulheres e
sindicalistas pertencentes às organizações sociopolíticas do PAIGC, no
sentido de conduzir um projecto visando o surgimento de um “Melhor PAIGC”,
unido na sua diversidade e capacitado para enfrentar os seus adversários
políticos, estando aberto à crítica susceptíveis de fazer o Partido melhorar,
tornar-se num partido mais forte e mais dinâmico, para o bem de todos,
porque, segundo defende o próprio candidato, citamos, “nós do PAIGC sempre
fomos e continuaremos a ser a força da mudança e a mudança tem sido a nossa
força”. Afirma estar aberto à críticas capazes de melhorar o Partido,
tornar-se num partido mais forte e mais dinâmico, para o bem de todos,
porque, “nós do PAIGC sempre fomos e continuaremos a ser a força da mudança e
a mudança tem sido a nossa força”.
Eis, algumas
das medidas que figuram no projeto de Braima Camará caso assumir a liderança
d PAIGC:
- Recuperar e
modernizar as Infra-estruturas do Partido, tanto em Bissau, como ao nível das
Províncias, Regiões e Sectores;
- Abrir
representações do PAIGC nos principais Países de acolhimento dos nossos
emigrantes, nomeadamente Senegal, Portugal, Espanha, França e Inglaterra;
- Apetrechar
as representações do Partido, tanto no País como no Estrangeiro, de modernos
meios de Tecnologias de Informação e Comunicação, para dinamizar as nossas
actividades e tornar possível a nossa comunicação em tempo real;
- Criar
estímulos e condições materiais e financeiras para que jovens quadros,
sobretudo especializados em Ciências Políticas, Sociais e Humanitárias,
possam trabalhar a tempo inteiro no Partido, sem prejuízo do seu nível de
formação, ajudando a adequar o Partido às exigências da modernidade;
- Combater a
indisciplina partidária, através da reforma estatutária, que deverá prever
sanções mais severas aos prevaricadores, inclusive a expulsão definitiva das
suas fileiras;
- Promover o
recenseamento geral dos militantes do Partido, tanto dentro como fora do
País, criar uma base de dados, para permitir que no futuro as eleições do
Presidente do Partido sejam feitas DIRECTAMENTE, pelos Militantes, desde que
tenham as suas situações regularizadas, conforme os parâmetros que serão
adoptados pelos Estatutos. Desta forma, os Congressos passariam a ser fóruns
de confirmação da liderança escolhida pelos Militantes, Palco de congregação
de toda a nossa família partidária a volta de um único projecto e de adopção
de estratégias para as eleições.
VLADIMIR DEUNA
Vladimir
Deuna, 29 anos, o mais novo candidato à liderança do PAIGC, diz que se for
eleito quer ser primeiro-ministro para implementar o modelo de combate a fome
do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva “Fome Zero”.
o jovem
candidato licenciado em Direito no Brasil, garante que vai ser o futuro
primeiro-ministro da Guiné-Bissau porque vai ganhar o congresso do PAIGC a
decorrer em Maio.
"Quero
reconciliar e renovar a família do PAIGC. O partido precisa da nova geração
que não tem compromisso com ninguém senão com o povo. Vou ser presidente do
partido e ir para eleições com quadros competentes para assumir a governação
a partir das próximas eleições gerais", afirmou Deuna.
O jovem diz que
se for primeiro-ministro não vai perder tempo e a sua prioridade será formar
um "Governo coeso" e arrancar com o programa “Fome Zero” que
resultou num estrondoso sucesso no Brasil.
"Quero
ser o Lula da Silva da Guiné-Bissau. Amílcar Cabral dizia que devemos seguir
os bons exemplos pois isso não é vergonha e nem é errado. Lula da Silva
transformou o Brasil, antes de ele chegar ao poder a pobreza no Brasil era
extrema mas ele diminuiu isso bastante. Eu quero fazer a mesma coisa
aqui", frisou.
"Eu quero
salvar o meu povo. Como é que penso fazer isso? É ser presidente do PAIGC e
logo ser candidato a primeiro-ministro, formar um Governo forte e implementar
a política de Fome Zero na Guiné-Bissau", explicitou.
Vladimir Deuna
diz ser "um animal político", que se preocupa com os demais, mas
que quer cooperar com países que forem justos com a Guiné-Bissau.
"A Guiné
tem potencialidades, é só fazer cooperação justa com países como Rússia,
China, Cuba e Brasil", observou Deuna, dizendo que não tem medo de
nenhum dirigente que se queira candidatar à liderança do PAIGC.
E acrescentou:
"Isto não é uma aventura, eu preparei-me para isto há muito tempo".
"O meu
nome é doutor Vladimir Deuna mas decidi chamar-me Vladimir Deuna Abel Djassi
para homenagear a organização dos pioneiros do partido. Não tenho medo dos
outros candidatos, porque eu sou jurista, com domínio do Estado. Não tenho
medo das elites. Sou humilde, sou filho de camponês. Quero debates internos
para que os militantes possam saber qual de nós está melhor preparado",
afirmou.
ARISTIDES OCANTE DA SILVA
O antigo
ministro Aristides Ocante da Silva apresentou candidatura a líder do Partido
PAIGC que quer ver unido, participativo, moderno e inclusivo.
"Depois
de 37 anos de atividade política sinto-me com capacidade para enfrentar novos
desafios", disse o dirigente político na cerimónia de apresentação da
candidatura, toda ela com referências a Amílcar Cabral, o fundador do partido
em 1956 e assassinado fez no domingo passado 40 anos.
Uma cerimónia,
durante a qual, apresentou igualmente o seu manifesto, intitulado: pelo
PAIGC, Força, Luz e Guia do Nosso Povo Sou continuador de Cabral.
No documento
de 14 páginas, Aristides Ocante da Silva, aponta as razões da sua
candidatura. Defende nesta perspectiva, a necessidade de uma reforma profunda
e estrutural no seio do PAIGC.
Fazendo um
historial do que foi o PAIGC ao longo dos anos, disse que é esse legado, do
partido e do seu fundador, que reivindica, e acrescentou que se sente com
capacidade para fazer face aos novos desafios e à continuação das reformas no
sector da Defesa e a dignificação dos antigos combatentes.
Quer um
partido sem ideologias marxistas ou capitalistas mas "de
desenvolvimento", moderno e dinâmico, prometendo que, caso não ganhe no
congresso de maio, irá trabalhar com o vencedor.
Aristides
Ocante da Silva, 46 anos, é biólogo, membro do bureau político do PAIGC e
iniciou-se na política aos nove anos, como "pioneiro" do partido.
Era ministro da Função Pública no Governo de Carlos Gomes Júnior na altura do
golpe de Estado do ano passado.
fonte: www.gaznot.com
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