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A Igreja Católica pede perdão pela escravidão e colonização.

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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A Igreja Católica pede perdão pela escravidão e colonização.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
A história da humanidade é marcada por períodos sombrios cujas consequências ainda hoje se fazem sentir. Entre eles, a escravidão e a colonização ocupam um lugar particular pela extensão do sofrimento infligido e pela duração da sua prática. Estes sistemas de exploração desenraizaram milhões de seres humanos das suas terras, desintegraram famílias, destruíram culturas e deixaram cicatrizes profundas no tecido social, económico e cultural de muitas nações. A devastação destas práticas é imensurável: gerações inteiras foram privadas de liberdade, dignidade e futuro. Os povos colonizados viram os seus recursos saqueados, as suas tradições desprezadas e o seu desenvolvimento prejudicado. O impacto destes crimes contra a humanidade continua até hoje, manifestando-se através de desigualdades estruturais, preconceitos arraigados e traumas transgeracionais. Dada a escala destas atrocidades, nenhuma reparação poderá apagar totalmente os danos causados. Roma: um sínodo abre com uma nota de arrependimento Na terça-feira, 1º de outubro de 2024, foi aberta em Roma a sessão do Sínodo sobre a reforma da Governança da Igreja Católica. Surpreendentemente, esta assembleia começou com um ato de arrependimento da instituição, apresentando sete novos pecados e pedindo perdão, nomeadamente pela escravatura e pelo colonialismo. A cerimônia aconteceu na Basílica de São Pedro, em Roma, local emblemático do catolicismo. Sete cardeais leram pedidos de perdão escritos pelo Papa Francisco, cada um correspondendo a um dos sete novos pecados identificados pela Igreja. A atmosfera foi descrita como particularmente pesada pelos observadores presentes, enfatizando a gravidade do momento. “Fomos cúmplices”: a Igreja reconhece o seu papel na escravatura e no colonialismo Entre estes pedidos de perdão, o relativo à escravatura e ao colonialismo recebeu particular atenção. O cardeal Michael Czerny, de origem tcheca, leu um texto comovente: “Não reconhecemos o direito à dignidade de cada pessoa humana, discriminando-a e explorando-a – penso em particular nos povos indígenas – e nos tempos em que fomos cúmplices de sistemas que favoreceram a escravatura e o colonialismo. Este reconhecimento da cumplicidade da Igreja nestes sistemas de opressão marca um ponto de viragem na sua abordagem ao seu próprio passado. Sublinha o desejo de enfrentar aspectos obscuros da sua história, há muito silenciados ou minimizados. A condição das mulheres na Igreja: outro mea culpa retumbante Outro momento marcante foi a leitura sobre o pecado contra as mulheres, do cardeal Joseph Farell. Ele declarou nomeadamente: “Peço perdão em nome de toda a Igreja, em particular de nós, homens, tendo vergonha de todos os momentos em que não reconhecemos e defendemos a dignidade das mulheres, onde nos tornamos mudos e submissos e muitas vezes explorados , particularmente na condição de vida consagrada. O Papa Francisco justificou esta cerimónia incomum como necessária para tornar as missões da Igreja “credíveis”. Sublinhou a importância de reconhecer os erros do passado para avançar autenticamente na missão da Igreja. Sete novos pecados: a Igreja enfrentando suas responsabilidades Os sete novos pecados apresentados durante esta cerimônia são: Pecado contra a paz Pecado contra a criação, povos indígenas e migrantes O pecado do abuso Pecado contra as mulheres, a família e os jovens O Pecado da Doutrina Usado como Pedras para Atirar O pecado contra a pobreza O pecado contra a sinodalidade, a falta de escuta, comunhão e participação de todos Esta abordagem da Igreja Católica, embora histórica, levanta muitas questões. Se assinala a vontade de confrontar o seu passado e assumir as suas responsabilidades, também destaca a extensão dos desafios que a instituição enfrenta. O reconhecimento do dano causado é um primeiro passo, mas muitos se perguntam sobre as ações concretas que se seguirão a este pedido de perdão. Perante a imensidão do sofrimento causado pela escravatura e pela colonização, cujas consequências continuam a afectar milhões de pessoas em todo o mundo, este pedido de perdão, embora significativo, só pode ser um começo. Abre caminho para uma reflexão mais profunda sobre o papel das instituições religiosas na cura das feridas do passado e na construção de um futuro mais justo e equitativo para todos. A cerimônia aconteceu na Basílica de São Pedro, em Roma, local emblemático do catolicismo. Sete cardeais leram pedidos de perdão escritos pelo Papa Francisco, cada um correspondendo a um dos sete novos pecados identificados pela Igreja. A atmosfera foi descrita como particularmente pesada pelos observadores presentes, enfatizando a gravidade do momento. fonte: https://lanouvelletribune.info/2024/10

PETRÓLEO “UNE” ANGOLA E RDC.

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Os Governos de Angola e da República Democrática do Congo (RDC) assinaram a Adenda ao Acordo de Governança e Gestão da Zona Marítima de Interesse Comum (ZIC), localizada a Sul do Bloco 14 e a Norte dos Blocos 1, 15 e 31 das concessões petrolíferas entre os dois países. Oacto de assinatura decorreu esta quarta-feira, em Luanda, durante a 5.ª Conferência Internacional Angola Oil & Gas, aberta pelo Presidente da República do MPLA, general João Lourenço. Os dois Governos, representados pelos ministros dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, e dos Hidrocarbonetos da República Democrática do Congo (RDC), Aimé Sakombi Molendo, rubricaram o documento que vai ser ratificado pelo Parlamento de ambos os países. Segundo o ministro Diamantino de Azevedo, o acto, aguardado há mais de 20 anos (recorde-se que o MPLA só está no Governo há… 49 anos), é a concretização de um sonho dos dois países. Angola conta com as condições criadas para finalmente iniciar a actividade na zona comum de exploração de petróleo. “O operador também já está escolhido e creio que depois será apenas a dinâmica nossa que irá finalmente concretizar esse sonho dos dois países”, disse Diamantino de Azevedo. O ministro observou que “Angola já tem uma experiência de um projecto com a República do Congo, o projecto Lianzi, e levaremos toda essa experiência também para esse projecto”. Na mesma ocasião, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, e o ministro das Finanças da RDC, Nicolas Kazadi, também assinaram um acordo financeiro para reforçar a parceria económica bilateral. Ao discursar na 5.ª Conferência Internacional Angola Oil & Gas, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, frisou que esta edição realiza-se num contexto internacional desafiante, pois a indústria de petróleo e gás apresenta sinais de uma tendência positiva, confirmando a sua resiliência e adaptação a situações adversas. “Actualmente, a segurança energética constitui o principal tema da agenda energética global, com vários desafios para o acesso ao financiamento das actividades petrolíferas, exploração, desenvolvimento e aos investimentos programados para a diversificação da matriz energética dos países em via de desenvolvimento”, disse Diamantino de Azevedo. Diamantino Azevedo considerou ainda necessário que os países produtores e consumidores de petróleo bruto tenham uma agenda comum, por forma a garantir-se uma transição energética justa e devidamente programada. O titular da pasta dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás sublinhou que o Executivo angolano, desde 2017, tem promovido reformas para melhorar os instrumentos legais, fiscais e contratuais, com vista a criar condições cada vez mais competitivas e transparentes para viabilizar os instrumentos em projectos no Up, Mid e Downstreams da actividade petrolífera. Neste particular, disse o ministro, “constatamos com agrado, que as empresas tradicionais do nosso mercado e outras têm manifestado interesse na exploração e desenvolvimento de campos de petróleo e gás”. O responsável realçou que o maior desafio do Governo é a mitigação do declínio da produção de petróleo. Por esta razão, segundo o ministro, o foco actual da acção governativa neste sector tem sido a manutenção da produção desta commodity acima de um milhão de barris por dia, durante os próximos anos. Recorde-se que o Banco Árabe de Desenvolvimento Económico em África (BADEA) vai financiar o Plano de Desenvolvimento Nacional 2027 de Angola e a visão do país para 2050. Este apoio faz parte de um pacote global de 500 mil milhões de dólares destinados a beneficiar diversos países africanos, incluindo Angola, e terá uma duração de cinco anos. O anúncio foi feito pelo Presidente do BADEA, Sisi Oulf Tah, em declarações à imprensa, após uma audiência com o Presidente da República, general João Lourenço, no dia 18 de Setembro, no Palácio Presidencial, em Luanda. Para que os árabes não tivessem dúvidas sobre o elevado índice democrático de Angola, João Lourenço fez-se acompanhar pelo Presidente do MPLA, pelo Titular do Poder Executivo e pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas. Sisi Oulf Tah revelou que o montante disponibilizado foi definido durante a Conferência Económica Árabe-Africana, em Novembro de 2023. Sisi Oulf Tah reuniu-se com o Chefe de Estado angolano para discutir as prioridades financeiras de Angola e alinhar o apoio do BADEA com as necessidades do país. O banco, que é propriedade de 18 países árabes e apoia 44 países africanos, colaborará com o Governo angolano (do MPLA há 49 anos) para definir quais projectos receberão financiamento. “Durante esta reunião, o Presidente da República explicou as prioridades de Angola e o Banco vai trabalhar com a equipa económica, no sentido de alinhavar as suas prioridades com aquelas que são da República de Angola, que vão guiar a nossa cooperação nestes próximos cinco anos, naquilo que nós chamamos de Acordo de Parceria Estratégica”, acrescentou. Sisi Oulf Tah anunciou também que, além do apoio do BADEA, dez instituições financeiras multilaterais árabes participarão no projecto de financiamento. Recorde-se que o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola, Diamantino Azevedo, admitiu no passado dia 5 de Agosto dificuldades no financiamento das refinarias, mas garantiu que o Governo continuava focado no objectivo da auto-suficiência em produtos refinados e que os projectos serão levados “a bom porto”. Palavra do MPLA, estribada na coerência que lhe é típica há… 49 anos. fonte: folha8

Senegal: Em Mascate, o Presidente Macky Sall defende a educação.

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O Presidente Macky Sall é este ano o convidado de honra da Conferência Icesco de Ministros Responsáveis ​​pela Educação, que se realiza em Mascate, no Sultanato de Omã. Durante dois discursos, fez um apelo a favor da educação como vector de progresso económico, paz e coesão social. Solicitou também o apoio dos países da Umma e dos seus parceiros para as ações do Icesco em favor da educação, da ciência e da cultura. No seu discurso de abertura, citando os estudiosos Averróis, Avicena e El Hadj Omar Tall, recordou a influência do mundo muçulmano na criação, divulgação e promoção do conhecimento em ciência, tecnologia, medicina, matemática, farmácia, astronomia... Ele fez um forte apelo para que o mundo muçulmano continue a ser um espaço determinado a promover o conhecimento, o saber-fazer e o diálogo entre culturas e religiões. Em linha com o tema da reunião "Além da Cimeira sobre a Transformação da Educação: Dos Compromissos às Acções", o Presidente Sall instou os países membros da OCI a inspirarem-se no passado da Umma em questões de disseminação de conhecimento, a fim de assumirem a responsabilidade de manter a educação e formação no centro das suas prioridades. Isto requer, sem dúvida, o estabelecimento de mecanismos de financiamento ambiciosos. O financiamento da educação dificilmente deveria ser, lembra, um fardo social para os Estados, mas “o melhor investimento para o futuro”. A educação abre a mente, liberta-nos do peso do fatalismo reducionista, enriquece, estimula, reduz a pobreza e as vulnerabilidades e contribui para moldar a paz e o desenvolvimento económico e social. A educação é o melhor vetor para a estabilidade e a construção de uma sociedade plural, pacífica e aberta ao mundo, especialmente em tempos de crises diversas e multifacetadas. Os desafios são colossais porque os números disponíveis mostram que ainda é necessário fazer esforços no sector. O número de crianças que não frequentam a escola em todo o mundo é de quase 250 milhões; ameaçando a concretização do ODS 4 que visa a educação para todos até 2030. Acrescenta-se que em 2022, a UNESCO revelou que 6 em cada 10 crianças eram incapazes de compreender um texto simples aos 10 anos de idade. Estes dados mostram que devemos prosseguir os esforços para enfrentar os muitos desafios da educação e da formação, garantindo maior inovação, ousadia e engenhosidade. Hoje, surgem questões cruciais relacionadas com a educação das raparigas, a promoção da ciência, da engenharia e da matemática (STEM), do ensino técnico e profissional e de questões ligadas à inteligência artificial. Além disso, o Presidente Macky Sall levantou a questão essencial da orientação sectorial para que os países possam dotar-se dos recursos humanos de que necessitam para construir economias prósperas e resilientes. Sobre este assunto, o Presidente Sall insistiu numa necessária mudança de paradigma, com a promoção da formação profissional para promover a empregabilidade dos jovens. O exemplo do Senegal nesta matéria deveria inspirar a Umma. Porque entre 2016 e 2022 o Fundo de Financiamento da Formação Profissional e Técnica (3FPT) do Senegal mobilizou 71 mil milhões de FCFA, formou 394.992 pessoas e financiou? 656 projetos de investimento para estabelecimentos públicos de formação profissional e técnica. No mesmo período, foram criados pelo Estado seis institutos de ensino superior profissional com o objectivo de promover ainda mais o ensino técnico e promover a empregabilidade dos jovens. Na verdade, como nos recorda o Presidente Sall: “Muitas vezes os nossos estudantes concluem a universidade, mas com formação teórica inadequada para o mercado de trabalho; daí a necessidade de rearticular parte do sistema educativo para uma formação dual escola-empresa.” É ilusório imaginar um desenvolvimento harmonioso sem uma política de formação ambiciosa para as profissões científicas e técnicas. No passado mês de Abril, ansioso por continuar a promover a escola que considera ser "a mãe de todas as batalhas", o Presidente Sall criou a Fundação para o Diálogo para a Paz e o Desenvolvimento, como instrumento a favor de uma educação de qualidade para todos e para o diálogo de culturas e civilizações. Em Mascate, nas suas diversas responsabilidades como antigo Presidente da República, Enviado Especial dos 4Ps e presidente da sua fundação, Macky Sall apelou a manter intacta "a luz incandescente do conhecimento" para continuar a "iluminar a nossa marcha em direcção ao progresso". fonte: seneweb.com

Estados Unidos: A um mês das eleições, nem Harris nem Trump se destacam.

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Tout a changé, rien n'a changé: après une série de bouleversements inouïs, l'élection présidentielle américaine, qui opposera Kamala Harris et Donald Trump dans un mois, s'annonce toujours aussi indécise et tendue. L'ancien président républicain a vu sa base électorale -- déjà remarquablement solide -- galvanisée par les deux tentatives d'assassinat qui l'ont visé, en Pennsylvanie en juillet et en Floride en septembre. L'arrivée fracassante de la vice-présidente dans la course après le retrait historique de Joe Biden en juillet a redonné espoir au Parti démocrate, qui tremblait face aux mauvais sondages du dirigeant octogénaire. - "Nouvelle génération" - Mais si Kamala Harris tutoie Donald Trump dans les enquêtes d'opinion, voire se trouve légèrement en tête au niveau national, elle n'a pas pris réellement l'avantage dans les seuls Etats qui comptent, les sept "swing states": l'Arizona, la Caroline du Nord, la Géorgie, le Michigan, le Nevada, la Pennsylvanie et le Wisconsin. Comme en 2016, comme en 2020, quelques dizaines de milliers de voix dans cette poignée d'Etats pourraient décider qui, de l'ancienne magistrate de 59 ans ou du milliardaire de 78 ans, engrangera les 270 grands électeurs synonymes de victoire. La vice-présidente fait le pari que l'Amérique est prête pour une "nouvelle génération" de dirigeants. En clair, que le pays veut rompre avec Donald Trump en élisant sa première "commandante en chef", née d'un père jamaïcain et d'une mère indienne, dont la personnalité et le parcours valent promesse de changement. Kamala Harris n'est pas rentrée dans les détails de son programme résolument centriste, mêlant fermeté sur l'immigration, promesses de coups de pouce à la classe moyenne et défense du droit à l'avortement -- un sujet sur lequel les républicains sont particulièrement mal à l'aise. Face aux violentes attaques, voire aux insultes de Donald Trump, la candidate démocrate joue d'un registre moins frontal, en piquant la susceptibilité bien connue de son rival, comme elle l'a fait lors de leur débat de septembre, avec une réussite indéniable. Elle l'avait qualifié de candidat "faible", "viré" par ses concitoyens en 2020. - "Camarade Kamala" - Candidat pour la troisième fois à la Maison Blanche, Donald Trump rejoue lui sa partition de 2016 et 2020, se présentant comme un tribun antisystème, proche du peuple, très critique des élites de Washington. Son credo de campagne? Toujours le même: la lutte contre l'immigration, qui "détruit" selon lui les villes américaines. Lors de chacun de ses meetings, le septuagénaire peint, musique dramatique à l'appui, un tableau extrêmement sombre d'un pays ravagé par des migrants "terroristes" et "violeurs", sortant des pires "prisons et asiles de fous". Il matraque aussi sa rivale démocrate sur l'inflation, accusant celle qu'il surnomme "camarade Kamala", de vouloir mettre en place des mesures "sorties tout droit du Venezuela ou de l'Union soviétique" pour contrer la hausse des prix. Une marée de partisans à la casquette rouge continue d'affluer à ses rassemblements de campagne, foncièrement convaincus que leur champion, condamné au pénal fin mai, est victime d'une persécution politique répugnante. Voire que les démocrates fomentent directement les menaces qui le visent. Donald Trump a lui-même imputé sa deuxième tentative d'assassinat à la "rhétorique" de ses adversaires, quand les démocrates l'accusent au contraire d'être l'instigateur d'un climat politique parfois irrespirable. A l'approche du scrutin du 5 novembre, les illustrations de cette tension politique sont omniprésentes. Les centres électoraux des comtés les plus disputés, cibles il y a quatre ans de vives tensions, se sont mués en forteresses, protégés par des clôtures en fer forgé et des détecteurs de métaux. La certification des résultats de la présidentielle au Capitole, théâtre le 6 janvier 2021 d'une attaque de trumpistes déchaînés, sera cette fois encadrée par le plus haut niveau de sécurité possible pour un événement officiel. La crainte est que, une fois encore, le vote soit si serré qu'il faille non pas des heures, mais des jours entiers pour déclarer un vainqueur. Donald Trump, qui n'a jamais reconnu sa défaite en 2020, a déjà posé les premières pierres d'une nouvelle contestation, accusant meeting après meeting les démocrates de "tricher comme des diables". Le pays retient son souffle. fonte: seneweb.com

Israel e EUA, entidades terroristas.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... Os grandes jornais da burguesia estão chamando a série de atentados terroristas ocorridos no Líbano esta semana de “explosões”. Claro, o atentado não foi obra dos árabes e não ocorreu na Europa, nos Estados Unidos ou em Israel. Se fosse, seria rotulado de terrorista na primeira leva de breaking news.
Como foi obra de Israel – todo o mundo sabe disso, ainda que os sionistas o neguem –, então é claro que não é terrorismo. São apenas algumas “explosões”. Explosões exclusivamente em áreas civis e que já mataram mais de 30 pessoas (incluindo crianças) e deixaram mais de 3.000 feridos. Em meio ao mar de ingenuidade fingida nos grandes veículos de imprensa, uma reportagem do New York Times cita 12 fontes da Defesa e da Inteligência israelense que confirmam que Israel está por trás dos atentados. De acordo com algumas das fontes do NYT, a companhia húngara B.A.C. Consulting, que produziu os pagers para a taiwanesa Gold Apollo, na verdade é uma empresa de fachada dos serviços de inteligência israelenses. Ela produziu os dispositivos para que fossem monitorados e ativados para explodir a qualquer momento por Israel. Esse tipo de ataque é considerado terrorismo em qualquer lugar do mundo pelos mesmos que estão negando ou ocultando que tenha sido um atentado terrorista de Israel. Em 2018, um refugiado afegão de 19 anos atacou com uma faca dois turistas americanos na estação central de trem de Amsterdã. Ele sequer matou os turistas (pelo contrário, foi morto em apenas nove segundos pela polícia). Aquilo, porém, foi considerado um ataque terrorista. No ano anterior, seis pessoas ficaram feridas em um atropelamento na região de Paris. Aquilo também foi investigado como possível ataque terrorista. Se casos como esses são terrorismo, por que os jornais e os governos ocidentais não reconhecem as “explosões” no Líbano como atentados terroristas? Justamente porque isso implicaria considerar que Israel é uma entidade terrorista. E a imprensa controlada pelos Estados Unidos – que sustentam e incentivam o terrorismo israelense – jamais poderia fazer isso. Após muitas maquinações do Império Britânico durante o final do século XIX e a primeira metade do século XX, os Estados Unidos se tornaram o principal responsável por assegurar a criação e consolidar a existência do “Estado de Israel”, uma entidade artificialmente fabricada. Desde então, utilizam esse pedaço de terra roubada dos palestinos como uma gigantesca base militar em sua ânsia de dominar o Oriente Médio e sugar as suas preciosas riquezas naturais. Desde o início da nova fase do genocídio (que tem origem ainda em 1947/48), em outubro do ano passado, os Estados Unidos forneceram mais de 6,5 bilhões de dólares em ajuda militar a Israel. Entre 2017 e 2021, os Estados Unidos foram responsáveis por fornecer 92% de todas as armas importadas por Israel, segundo o Stockholm International Peace Research Institute. Os EUA também são os responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico de Israel – que é voltado primordialmente para a área militar e cujos atentados terroristas no Líbano são uma consequência. Yoav Gallant, o ministro da Defesa israelense, ligou para sua contraparte estadunidense, Lloyd Austin, minutos antes do primeiro atentado, para informá-lo sobre uma operação que seria realizada imediatamente no Líbano, segundo o portal Axios. Há décadas a CIA e a NSA realizam operações de espionagem a partir de dispositivos eletrônicos, como TV’s, computadores e celulares, contra cidadãos de todos os países do mundo. Agora Israel, uma máquina genocida, mostra que não é possível apenas espionar a partir de dispositivos que pertencem às próprias vítimas, mas também matar – e matar quem está por perto. Esse episódio covarde e cruel de terrorismo cibernético e assassino é uma demonstração do perigo que é a dependência tecnológica. A maior parte do mundo depende da tecnologia monopolizada pelos países ricos, em particular os EUA, e seus gigantescos conglomerados que fabricam esses dispositivos praticamente sem concorrência – pois eles a suprimem. Os grandes monopólios ocidentais estão diretamente ligados aos governos imperialistas, como o dos Estados Unidos. As big techs são um exemplo óbvio disso – basta ver o repasse de informações privadas dos usuários de redes sociais ao governo norte-americano, ou a censura política exercida contra páginas que desagradam Washington. Se as grandes empresas que fabricam e, portanto, detêm o controle de toda a tecnologia que está dentro dos dispositivos eletrônicos que nós adquirimos para uso corriqueiro têm acordos com governos como os de EUA e Israel para fornecer dados dos usuários e mesmo estabelecer um controle remoto que pode ativar e explodir o dispositivo, qualquer pessoa no mundo está suscetível ao terrorismo imperialista. Há poucos meses, Israel já havia cometido outro (de tantos) atentados, quando bombardeou e matou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. A sua localização foi obtida através do monitoramento de seu aparelho telefônico. Isso levou Hassan Nasrallah a instruir os membros do Hezbollah a não utilizarem smartphones em reuniões ou conversas sigilosas, e substituírem-nos pelos pagers. Mas nem mesmo aparelhos pouco sofisticados, como pagers e walkie-talkies, estão protegidos do monitoramento e do controle remoto das agências de espionagem e empresas privadas dos EUA e Israel. O sistema de vigilância e invasão da privacidade dos indivíduos erguido pela ditadura imperialista dos EUA – da qual Israel é um preposto criminoso e covarde – atingiu um novo nível. É por essas e outras que governos que estão na alça de mira desses criminosos, como China e Rússia, lutam por criar tecnologias e dispositivos eletrônicos próprios. Não querem ter suas casas – ou suas cabeças – voando pelos ares a qualquer hora do dia. O rompimento com a tecnologia e os produtos eletrônicos dos EUA e de seus prepostos não é mais mera questão de soberania nacional. Agora é questão de sobrevivência – no sentido mais literal do termo. Para quem pensa que esse perigo não existe, basta lembrar que estamos falando de entidades (EUA e Israel) que já mataram mais de 30 mil mulheres e crianças em Gaza em menos de 12 meses. Eles são capazes de tudo. port.pravda.ru Ver mais em https://port.pravda.ru/mundo/58386-israel_eua_terroristas/

Recontando a História: Novas Descobertas do Massacre Racista de Tulsa nos EUA.

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Recontando a História: Novas Descobertas do Massacre Racista de Tulsa nos EUA Em Oklahoma, o mais sangrento ataque supremacista branco da história estadunidense sofreu negacionismo por quase um século. Pelo qual nunca ninguém foi punido No último dia 16 de agosto foram encontrados, após 25 dias de escavações, onze restos mortais de vítimas do massacre supremacista branco da cidade de Tulsa no estado norte-americano de Oklahoma ocorrido em 31 de maio e 1 de junho de 1921, o que "se acredita ter sido o pior incidente de violência racial na história norte-americana" (The Encyclopedia of Oklahoma History and Culture). A municipalidade tulsana, condutora das investigações, anunciou que dois corpos continham ferimentos de balas de diferentes armas, enquanto outro apresentava sinais de possíveis queimaduras. Todos os restos estão sendo analisados em laboratórios forenses da cidade que já atuam neste caso específico há alguns anos, desde que as buscas tiveram início para identificação. Nos últimos cinco anos, cerca de 50 restos mortais relacionados ao massacre foram encontrados através de um projeto de escavação coordenado pela prefeitura de Tulsa, chamado 1921 Graves (Sepulturas de 1921). Denominado mais comumente “tumultos raciais” ao longo do tempo, o massacre de Tulsa que envolveu também corrupção policial, tem sido historicamente um tabu entre a sociedade estadunidense: esteve ausente dos livros de história, raramente era mencionado em escolas, conversas particulares e nas abordagens midiáticas, a nível local e em todos os Estados Unidos. Até a Cruz Vermelha norte-americana recusou-se a fornecer estimativa do número de mortos naqueles tempos, alegando que tais dados eram "especulativos". Menos de três meses após o massacre de Tulsa, a Ku Klux Klan surgiu publicamente em Oklahoma, atingindo o auge no estado justamente na década de 1920. “[O massacre] nunca foi ensinado na escola. Lembro-me de que no Ensino Médio, nos anos 80, constava no livro de História de Oklahoma algo como um ou dois parágrafos. Mas a história da [Ku Klux] Klan continuava capítulo, capítulo e mais capítulo”, disse o historiador afro-americano de Tulsa James Kavin Ross no aniversário de 100 anos do massacre, em maio de 2021. “Os brancos não queriam falar sobre isso, porque [o massacre] era uma mancha para uma cidade que estava tentando construir sua imagem", completou Ross. “Distúrbios” oficialmente atribuídos a um grupo armado de cidadãos negros a fim de proteger um dos membros da comunidade de um potencial linchamento por brancos, os negros sempre relataram todo o ocorrido de maneira diferente, desde o início dos ataques. “Negros e brancos cresceram até a meia-idade, sem saber o que havia acontecido”, relatou o jornal The New York Times em As Survivors Dwindle, Tulsa Confronts Past (Enquanto os Sobreviventes Diminuem, Tulsa Confronta o Passado), em 19 de junho de 2011. Apenas uma comissão bipartidária local estabelecida em 1996, deu início oficialmente a investigações a fim de se recontar a história do hoje já chamado, amplamente, massacre de Tulsa. Tais estudos verificaram uma série de distorções sobre o episódio, corrupção policial, e inclusive o número de mortos tem sido revisto, sendo cerca de dez vezes superior ao tido como oficial anteriormente, fixado em 36. Um dos piores ataques terroristas brancos dos EUA hoje podem ser compreendidos graças aos esforços de longos anos de alguns poucos sobreviventes, e seus descendentes. Os quais não haviam perdido a esperança, em todos aquelas décadas de silêncio, de que as gerações futuras conseguiriam fazer com que a verdade, enfim, viessa à tona. Mas muito ainda resta para ser esclarecido e sobretudo reparado pelo Estado, e os trabalhos investigativos na cidade prosseguem sem muita cobertura, contudo, da mídia norte-americana. Massacre Os ataques supremacistas brancos em Tulsa há quase um século, executados em terra e através de aviões particulares, destruíram o próspero bairro de Greenwood de cerca de 10 mil residentes negros à época deixando como saldo cerca de 300 mortos, a vasta maioria de cidadãos negros de acordo com pesquisas da comissão local estabelecida na década de 90. Uma violenta multidão branca incendiou 1.250 casas, arrasando anos de prosperidade construída pelos negros na cidade ao centro-sul dos EUA onde residia um total de 72 mil pessoas, entre brancos e negros. Greenwood era então denominado “Wall Street Negra” pela vigorante economia: seus quarteirões eram repletos de supermercados, hotéis, casas noturnas, salas de bilhar, teatros, consultórios médicos e igrejas do que era, até às vésperas do massacre, uma das comunidades negras mais ricas dos Estados Unidos. Na noite de 31 de maio, cerca das 19h30 mais de mil cidadãos brancos juntaram-se às proximidades da prisão onde o engraxate negro Dick Rowland de 19 anos estava detido, a fim de atacá-lo. O jovem, sem nenhum antecedente penal e com boa reputação na cidade, era acusado sem nenhum indício de ter atacado a cidadã branca Sarah Page de 21 anos, um dia antes. A princípio Rolwand havia sido levado à prisão da cidade de Tulsa, até que o delegado James Adkison recebeu telefonema anônimo ameaçando de morte Rowland e ordenou que este fosse transferido a uma prisão mais segura, no último andar do Tribunal do Condado de Tulsa. Enquanto Rowland estava apavorado, o xerife William McCullough tomou diversas medidas protetivas ao jovem negro preso, como por exemplo colocar seis de seus homens, armados com fuzis e espingardas, a postos no telhado do Palácio da Justiça. E tentou em vão convencer a multidão branca a ir para suas casas: McCullough acabou vaiado. Por volta de 20h20, três homens brancos entraram no tribunal exigindo a entrega de Rowland, pedido rejeitado pelo xerife. Cerca de 21h30, um grupo estimado entre 50 e 60 homens negros armados chegou ao local, para proteger o jovem negro. Diante disto, os brancos foram buscar armas ao mesmo tempo que, por volta das 22h, mais 75 homens negros armados chegaram ao local. Logo, a multidão em frente ao tribunal multiplicou-se chegando a cerca de duas mil pessoas, a grande maioria deles brancos armados. Os negros ofereceram apoio ao xerife a fim de acalmar a situação, mas o oficial negou a ajuda. Logo teve início troca de tiros entre ambos os grupos que durou alguns segundos, deixando como saldo dez brancos mortos e dois negros. A partir de então a violência de uma multidão branca furiosa à qual se incluíam policiais e soldados, explodiu madrugada adentro, estendendo-se ao longo de todo o dia 1 de junho. Relatos de testemunhas afirmam que oficiais da polícia tulsana incentivaram os brancos a pegar armas para atacar negros. O florescente bairro negro de Tulsa foi invadido, saqueado e incendiado. Houve também diversos ataques aéreos com bombas, desfazendo o mito histórico de que os ataques japoneses sobre a base naval de Pearl Harbor em Honolulu no Havaí em 7 de dezembro de 1941, foram a primeira vez na história que os EUA sofreram ataques aéreos em seu território: antes daquela data houve os auto-atentados terroristas estadunidenses ocultados nos livros de história, de brancos contra negros em Tulsa. A fúria racial branca colocou mais de 35 quarteirões de Greenwood debaixo do fogo em 24 horas, varrendo-o do mapa tulsano. Homens, mulheres e crianças foram linchados, sequestrados, assassinados, e houve casos de estupro: tudo encoberto pelas autroridades, locais e estaduais. Um total de 10 mil negros ficaram desabrigados. Mais de 800 pessoas foram internadas em hospitais, e cerca de 6 mil negros permaneceram presos por vários dias no que se tornou cenário de guerra. As centenas de negros assassinados foram enterrados em valas comuns, tanto quanto enterrados na história dos Estados Unidos por décadas. Dos 10 mil negros que acabaram se tornando sem-teto pelos ataques, a maioria no final de 1922 teve casas reconstruídas mas a Municipalidade e as corretora de imóveis recusaram-se a indenizá-los pelas perdas resultantes do massacre. Lei marcial decretada pela Guarda Nacional de Oklahoma no dia 1, finalizou o massacre pelo qual ninguém foi punido. “O gatilho para a raiva branca, inevitavelmente, é o avanço dos negros”, escreveu a acadêmica afro-americana Carol Anderson, no livro White Rage, The Unspoken Truth of Our Racial Divide (Ódio Branco, A Verdade Não Contada da Nossa Divisão Racial, de 2016). Estopim Cerca de 3h tarde de 30 de maio de 1921, o jornal Tulsa Tribune, um dos dois diários da cidade de propriedade de cidadãos brancos à época e bem-conhecido pelo sensacionalismo, publicou o boato que circulava por Tulsa de que Rowland havia atacado Sarah, operadora de elevador do edifício comercial Drexel no dia anterior. Naquele prédio havia apenas um elevador, operado por Sarah, o qual Rowland tentou utilizar na manhã do dia 30 a fim de ir ao um banheiro restrito a negros, localizado no último andar do edifício. É consenso desde aqueles tempos que ao menos de vista ambos se conheciam, já que Rowland costumava utilizar o elevador de Page indo e retornando do banheiro. Até hoje, contudo, trata-se de incógnita se ambos mantinham amizade ou algum tipo de relacionamento sentimental. Um balconista branco da loja de roupas Renberg’s no próprio complexo, ouviu um grito feminino no elevador e, em seguida, um jovem negro foi visto correndo do edifício às ruas. Este mesmo funcionário foi até o elevador, onde encontrou Sarah em estado de descontrole emocional, meio que histérica e ansiosa. Considerando que ela havia sido abusada sexualmente, o balconista chamou a polícia imediatamente. No dia seguinte, em 31 de maio Rowland foi preso, elevando a tensão em Tulsa. Rowland era amplamente conhecido entre advogados e outros profissionais jurídicos da cidade, muitos dos quais o conheciam por engraxar os sapatos deles mesmos. Algumas testemunhas afirmaram ter ouvido vários advogados defendendo Rowland em suas conversas entre si. Um deles teria dito, segundo as testemunhas: “Ora, eu conheço esse garoto, e o conheço há um bom tempo. Isso [do que é acusado] não é do feitio dele.” Page não prestou queixa contra Rolwand: apesar de que nenhum relato escrito de sua declaração tenha sido jamais encontrado, a jovem branca aparentemente disse à polícia que Rowland agarrou seu braço, e nada além disso. O próprio funcionário da Renberg’s finalmente relatou o incidente à polícia como “tentativa de ataque”. A polícia determinou que não houve agressão, e levaram adiante uma investigação discreta em vez de executar busca ao jovem negro pelo suposto ataque. A versão inicial do balconista que "socorreu" Sarah também seria totalmente contrariada pela comissão investigadora do massacre, cujos trabalhos foram concluídos em 2001. Contudo, as publicações do Tulsa Tribune do dia anterior através de uma notícia intitulada “Negro Preso por Atacar uma Garota”, e de um editorial incitando cidadãos brancos à violência contra os negros com o polêmico título “Linchamento de Negro Nesta Noite”, reverberando rumores que se espalharam pela cidade de que o engraxate seria linchado por homens brancos, serviram como gasolina sobre o fogo na cidade que já vivia efervescente por questões raciais entre brancos e negros. Contexto nacional Os Estados Unidos viviam, às vésperas do massacre de Tulsa, ambiente de ódio racial que atingia níveis extremos, e o racismo era institucionalizado no país norte-americano. A organização terrorista supremacista branca Ku Klux Klan ressurgia com força no sul dos EUA. E Oklahoma era um caso assustadoramente particular neste contexto. As leis de segregação racial denominadas Jim Crow (personagem teatral criado por Thomas D. Rice, 1808–1860, transformou-se rapidamente em termo pejorativo para referir-se aos afro-americanos), vigoraram de 1870 até 1965: impunham que instalações e serviços como habitação, saúde, educação, emprego e transporte fossem sistematicamente separados entre cidadãos brancos e negros. Decisão judicial de 1847 denominada Caso de Dred Scott, determinou que os negros nunca poderiam ser considerados cidadãos norte-americanos: nem a Constituição nem os direitos civis eram válidos aos negros naquela época. Dentro disto, inclusive casamento interracial era proibido nos Estados Unidos. Havia ainda distinção de funções nas instituições, públicas e privadas. Até nas Forcas Armadas (FFAA) havia separação entre batalhões de negros e brancos: até 1948, os brancos sempre ocupavam papeis de lideranca nas FFAA estadunidenses. O Congresso dos EUA aprovou a Lei de Direitos Civis de 1875, que tentava reparar as violações de direitos contra os negros, barrada na Suprema Corte. 31 anos depois, entre 24 e 26 de setembro de 1906 em Atlanta no estado da Geórgia, também ao sul dos Estados Unidos, multidões brancas mataram dezenas de negros, feriram gravemente dezenas de outros e causaram sérios danos materiais no que ficou conhecido como Massacre Racial de Atlanta. No filme de 1915 The Birth of a Nation (O Nascimento de uma Nação), primeiro sucesso de bilheteria de Hollywood, David Wark Griffith caracterizou a Ku Klux Klan como a salvadora do sul estadunidense, da reconstrução dos “oportunistas malignos” e dos negros fortemente estereotipados. "Entre o final de 1918 e o final de 1919, os Estados Unidos registraram dez grandes distúrbios raciais, dezenas de conflitos menores de cunho racial, e quase 100 linchamentos enquanto os norte-americanos brancos tentavam impor a subjugação contínua dos norte-americanos negros na era do pós-guerra", escreveu David Krugler na introducao de seu livro 1919, The Year of Racial Violence (1919, O Ano da Violência Racial, de 2015). Assim, os negros eram considerados abertamente seres inferiores, e até inimigos da nação em um ambiente de violência racial crescente, especialmente no sul estadunidense. Oklahoma Oklahoma foi declarado estado em 16 de novembro de 1907, e recebeu diversos colonos sulistas que haviam sido donos de escravos antes da Guerra Civil (1861-1865). No início do século XX os linchamentos raciais eram comuns em Oklahoma, na tentativa de cidadãos branco de afirmar e manter o domínio social. Apesar de o estado já contar naqueles tempos com população diversificada, habitada por imigrantes de todas as partes do mundo além de cidadãos de outros estados norte-americanos, muitos moradores brancos especialmente nas partes do sul do estado, tinham fortes laços com a cultura sulista que havia produzido a Ku Klux Klan. Moradores do Centro-Oeste estadunidense com sólidas crenças religiosas e forte consciência moral, também haviam migrado para Oklahoma. Neste ambiente, as crenças e ações da Ku Klux Klan encaixavam-se perfeitamente no espírito branco de Oklahoma, visando preservar a cultura rural branca e o cristianismo protestante e atacar ameaças ao status quo racial local. O historiador estadunidense Charles Alexander estima que até o final de 1921, apenas Tulsa tinha cerca de 3.200 moradores da cidade pertencentes à Ku Klux Klan. “Não raramente, policiais locais eram membros da Klan, ou tinham fortes simpatias pela Klan”, reporta The Encyclopedia of Oklahoma History and Culture. Tulsa Particularmente Tulsa, cidade petrolífera em expansão, abrigava um grande número de moradores afro-americanos ricos, educados e profissionais além de diversos militares, que retornaram ao município após o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918. E este também foi mais um forte fator de conflito racial. Uma crise econômica no nordeste de Oklahoma estava aumentando o nível de desemprego, ao passo que os veteranos de guerra buscavam retornar à força de trabalho. Os veteranos negros, particularmente, estavam pressionando o governo para adquirir direitos civis, alegando que tinham conquistado cidadania pelo serviço militar na Primeira Grande Guerra Mundial. Assim, as tensões sociais e o sentimento de supremacia branca acirraram em Tulsa e em outras cidades do estado, onde a competição por empregos era feroz. A reportagem do jornal The New York Times de 26 de maio de 2023, intitulada How Greenwood Grew a Thriving Black Economy (Como Greenwood Desenvolveu uma Economia Negra Próspera) descreveu como os negros destacavam-se na economia tulsana até que vieram os ataques supremacistas brancos. Determinados trechos relatam o testemunho do sociólogo W.E.B. Dubois, primeiro afro-americano PH.D. da Universidade de Harvard, quem havia visitado Tulsa às vésperas dos massacre: "W.E.B. Dubois visitou o distrito de Greenwood em Tulsa, Oklahoma, no início de 1921, e ficou impressionado com o que encontrou. 'Nota-se por todo o sul, com algumas exceções, a nova esperança e poder do povo de cor', ele escreveu em seu diário. "Greenwood representava essa 'nova esperança e poder' melhor que quase qualquer outro lugar do país. A população negra de Oklahoma estava bem posicionada para prosperar. Alguns eram membros de comunidades originárias que também tinham ascendência africana, e receberam lotes de terra individuais das propriedades coletivas das tribos. "Outros eram migrantes de classe média do Sul Extremo, que se aventuraram para o oeste com a promessa de um clima racial que nutriria seu sucesso, em vez de sufocá-los — fornecendo 'oportunidades iguais com o homem branco', como dizia um folheto promocional. "Os líderes negros nacionais da época frequentemente tinham visões totalmente diferentes sobre o melhor caminho ao progresso negro, mas todos concordavam que o espírito independente gestado em Oklahoma fornecia um modelo a ser seguido. "Em Greenwood, os moradores protegiam os negócios negros, em parte, evitando [consumir] os de propriedade de brancos. Poucos anos após a inauguração do [Teatro] Dreamland, o 'único teatro de cor da cidade', um empresário branco chamado Loula Williams Redfearn abriu um teatro concorrente chamado Dixie do outro lado da rua. "Quando Dubois passeava pelas ruas de Greenwood na primavera de 1921, quase não havia concorrência. 'O teatro negro está sempre cheio. O teatro dos brancos é muito pouco frequentado', observou o sociólogo em seu diário de viagem." Supremacia da verdade Em 1996, a fim de se investigar os fatos do massacre e reivindicar justiça, teve início a Tulsa Race Massacre Commission (Comissão do Massacre Racial de Tulsa). Versões bastante diferentes das difundidas por residentes brancos de Tulsa nos tempos do massacre, foram publicadas: por exemplo, confirmando conclusão da polícia de Tulsa naquela época, a comissão apontou em seu relatório final de 2001 que Rowland deveria ter tropeçado ao entrar no elevador e, ao tentar evitar a queda, agarrou o braço de Page ou pisou em seu pé; a jovem branca, então, gritou. Ou que os jovens tiveram uma discussão de namorados. Foi completamente descatrada a possibilidade de estupro. Provavelmente, devido ao estado de histeria contra negros na cidade Rowland teve receio, e correu assustado até a casa de um familiar. Referindo-se à omissão policial de Tulsa em evitar o massacre, disse em 2016 Chuck Jordan, então chefe de polícia de Tulsa: "O Departamento de Polícia não fez seu trabalho naquela época, de verdade não fizeram". Dívida com a história O massacre já é parte dos livros escolares de Oklahoma, embora ainda distante de ser aprofundado: passou a ser incluído no ensino estadual vagamente em 2002, sendo ainda nos dias de hoje motivo de disputa entre diversos setores do estado, políticos e educacionais, com alguns poucos avanços. Também em 2016, Dubois afirmou que "as vítimas ainda esperam por justiça, 95 anos após o massacre de Greenwood". A Comissão tem reivindicado o estabelecimento de uma zona empresarial de desenvolvimento econômico na área histórica de Greenwood, que nunca mais se recuperou economicamente do massacre. Além de reparação financeira diretamente a sobreviventes e descendentes das vítimas do massacre de mais de 103 anos atrás, como “obrigação moral” do Estado. Contudo, apesar da aceitação da Assembleia Legislativa de Oklahoma do relatório final e da “responsabilidade moral em nome do Estado e de seus cidadãos”, o órgão dominado por democratas recusou-se a pagar qualquer tipo de reparação. Neste ano, a Suprema Corte de Oklahoma rejeitou ação movida por reparação feito em 2020 pelas sobreviventes negras Viola Fletcher, hoje com 110 anos de idade, e Lessie Benningfield Randle, 109, com o cidadão negro Hughes Van Ellis que morreu em outubro do ano passado, aos 102 anos de idade. O Estado norte-americano em dívida com a história, e com a proteção e a dignidade de seus cidadãos negros. Disse anos atrás Lloyd Ware de 66 anos, descendente de vítimas de Tulsa, já questionando omissões do Estado diante do massacre: “se você ignora o problema, ele permanece; o que foi feito até agora?" Carol Anderson escreveu no livro White Rage: "Não é a mera presença de pessoas negras o problema; pelo contrário, é a negritude com ambição, unidade, propósito, com aspirações e demandas por cidadania plena e igual”. fonte: port.pravada.ru Ver mais em https://port.pravda.ru/mundo/58390-massacre_eua/

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