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Caso de “tentativa de golpe de estado” e fim do reinado de Talon: o começo do começo.

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domingo, 26 de maio de 2024

ANGOLA: A (VERDADEIRA) HISTÓRIA NÃO TEM DONOS.

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O escritor angolano José Eduardo Agualusa considerou hoje legítimas eventuais “reparações históricas” sobre a responsabilidade de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial, lembrando que o país europeu fez o mesmo em relação aos judeus sefarditas. Em declarações à Lusa, em Maputo, José Eduardo Agualusa diz que “há uns 12 anos, Portugal decidiu fazer uma reparação relativamente aos judeus que foram expulsos da península ibérica, há mais de 500 anos. A reparação foi dar o passaporte português a quem quisesse e que pudesse provar que descendia dessas famílias de judeus sefarditas. Na altura ninguém protestou”. “Se os portugueses aceitam fazer uma reparação em relação aos judeus que foram expulsos por que não aceitariam fazer uma reparação aos africanos, que foram sequestrados e escravizados, que é muito pior do que ser expulso”, acrescentou. Em causa estão declarações do Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, em que reconheceu a responsabilidade de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial, sugerindo o pagamento de reparações pelos erros do passado. “Temos de pagar os custos. Há acções que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, num jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal, citado pela agência Reuters. Para o escritor angolano, a livre circulação de pessoas entre Portugal e os países africanos está entre as opções que podem ser adoptadas no âmbito desta ideia de “reparação histórica”. “Há muitos anos que se fala na criação de um passaporte lusófono. É tempo de todos nós nos debruçarmos sobre isso e tentar criar o tal passaporte. Essa é a melhor reparação que se pode fazer: facilitar o trânsito das pessoas nestes territórios”, declarou. José Eduardo Agualusa também defende a necessidade de reflexão sobre outras formas de narrar a guerra colonial, considerando que nas antigas colónias existem outras versões que devem também ser ouvidas. “Existe uma versão em Portugal sobre o processo colonial. Mas os angolanos têm outras versões. Os moçambicanos têm outras versões. Os brasileiros têm outras versões. Então, os próprios livros de história deveriam ser redigidos em conjunto. Um livro de história sobre este processo colonial deveria contar com historiadores portugueses, mas também africanos e brasileiros. E essas diferentes versões da história deveriam estar disponíveis nos bancos da escola”, acrescentou. As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que antecederam as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, suscitaram um debate em Portugal, com o Chega pedir o agendamento de um debate de urgência no Parlamento para que o Governo esclareça se está a ser equacionada a atribuição de eventuais “indemnizações às antigas colónias”. O partido político liderado por André Ventura acusou o chefe de Estado de trair os portugueses e pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que se retrate por estas declarações. NÃO APAGAR A MEMÓRIA NEM A VERDADE Oantigo campo de concentração da ditadura portuguesa no Tarrafal, Cabo Verde, conta a partir do passado dia 1 com um centro de documentação, na Internet (www.tarrafal-cdt.org). A iniciativa surgiu no âmbito da evocação pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, que se associou à celebração dos 50 anos da libertação dos presos políticos do Tarrafal. Em Julho de 2021, Cabo Verde e Portugal assinaram um protocolo para protecção e conservação do património cultural, com destaque para o antigo Campo de Concentração do Tarrafal, visando a candidatura a património mundial. Em 2008, Manuel Pedro Pacavira (dirigente do MPLA e colaborador da PIDE) foi um dos presos angolanos a intervir no Colóquio Internacional sobre o Tarrafal. O memorando de entendimento foi assinado pelos então ministros da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, e da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, no âmbito de uma visita oficial que a governante portuguesa efectuou ao arquipélago, e aconteceu no antigo Campo de Concentração do Tarrafal, no norte da ilha de Santiago. Com o documento, os dois países pretendiam cooperar na protecção, conservação, salvaguarda e divulgação do património cultural, através de formação, capacitação técnica, partilha de conteúdos científicos, publicações, investigação, intercâmbio profissional, actividades científicas conjuntas. Mas também promover a mobilidade de técnicos, preparação de exposições, nomeadamente nos domínios do património material (móvel e imóvel), do património imaterial e dos museus, com especial destaque para o Museu da Resistência do Campo do Tarrafal e para o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade. A então ministra da Cultura portuguesa, Graça Fonseca, acrescentou que o protocolo iria ajudar na elaboração da candidatura do antigo campo de concentração do Tarrafal a património material da Humanidade, feita em colaboração com o trabalho que o Governo português estava a realizar na Fortaleza de Peniche. “São dois locais que têm uma história para contar, estamos a partilhar o trabalho, iniciamos em Portugal com todo o processo de musealização da Fortaleza de Peniche, agora Museu Nacional da Resistência, e é exactamente com esse objectivo, cooperação técnica nas diferentes áreas”, afirmou a ministra. A cooperação técnica envolvia a Direcção Geral do Património de Portugal e o Instituto do Património Cultural (IPC) de Cabo Verde, explicou ainda a ministra, considerando que os dois países mostraram que não esquecem o passado e estão a construir o futuro. “Para que a cultura chegue a todos, para que o património cultural esteja ao dispor de todos, é fundamental preservá-lo e dá-lo a conhecer, sem censura, nem omissão, porque assim mesmo é a cultura”, disse Graça Fonseca. Por sua vez, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, disse que, depois da reabilitação concluída há quatro meses, o país dava início a uma nova etapa de preservação e valorização da memória colectiva e “nunca esteve tão perto” da entrega da candidatura do antigo campo de concentração do Tarrafal a património da Humanidade. Acreditando que a candidatura tinha todas as condições para ser “vitoriosa”, Abraão Vicente disse que, além de Portugal, esperava contar com “total engajamento” de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe. Situado na localidade de Chão Bom, o antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de Outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956. Reabriu em 1962, com o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”, destinado a encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Após a sua desactivação, o complexo funcionou como centro de instrução militar e desde 2000 albergou o Museu da Resistência. O espaço foi classificado Património Cultural Nacional em 2004 e integra a lista indicativa de Cabo Verde a património da UNESCO. Ao todo, foram presas neste “campo da morte lenta” mais de 500 pessoas: 340 antifascistas e 230 anticolonialistas. No dia 29 de Outubro de 2008, Manuel Pedro Pacavira foi um dos presos angolanos a intervir no Colóquio Internacional sobre o Tarrafal, colóquio este promovido pelo movimento «Não Apaguem a Memória» e pela Associação 25 de Abril e realizado na Assembleia da República Portuguesa. Em 2009, Manuel Pedro Pacavira foi reeleito para o Comité Central e para o Bureau Político do MPLA. Foi Ministro da Agricultura e dos Transportes, representante de Angola na ONU, Governador do Cuanza Norte e embaixador de Angola em Cuba e na Itália. Foi, antes de tudo isso, colaborador da PIDE como consta da folha 84 do Processo-Crime nº 554/66 existente na Torre do Tombo, em Lisboa. Paulo Lukamba Gato pergunta, com assertividade e oportunidade, “mas na história militar do nosso país, não consta pelo menos uma batalha contra os portugueses durante a guerra colonial?”. Embora num contexto antagónico à “história” que o MPLA nos conta, há angolanos (mesmo que não reconhecidos como tal pelo MPLA por pertencerem à etnia dos angolanos bancos) que já deram o seu contributo. A 15 de Março de 1961 começou, em Angola, a guerra contra a dominação colonial portuguesa. Entre muitas obras já escritas, recordamos a “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, 16 volumes publicados em 2011 e de que são autores dois jornalistas angolanos, Paulo F. Silva (já falecido) e Orlando Castro (hoje director-adjunto do Folha 8). “Para Angola depressa e em força”, anunciou António de Oliveira Salazar no rescaldo da insurreição angolana em 1961. Entre as plantações de algodão e café, as intervenções militares portuguesas começavam a ser uma constante, provetas de uma Guerra Colonial que duraria até ao 25 de Abril em 1974. “Quando tinha sete anos lembro-me dos meus pais oferecerem café ao exército português, enquanto um dos soldados me meteu um capacete na cabeça”, relata Orlando Castro, autor, a par de Paulo F. Silva, da colecção de 16 livros sobre a Guerra Colonial. A criança fascinada com o capacete acompanhou os terrores de guerra em directo, assim como o resto do povo angolano e soldados portugueses, envolvidos num conflito que não deixou ninguém indiferente. “A História na Primeira Pessoa” serve de subtítulo para o que os dois jornalistas descrevem como “o outro lado da Guerra Colonial”. Em vez da mera cronologia de guerra, Orlando Castro e Paulo F. Silva recolheram testemunhos de veteranos e de soldados da época, que imortalizaram os seus pensamentos em cartas e relatórios. “Houve uma vontade generalizada de contar as histórias, apesar de ainda haver alguns veteranos que preferem guardar as suas memórias”, indica Orlando Castro. O primeiro volume, por exemplo, acompanha o ano de 1961, quando na Baixa de Cassange ocorreu a primeira sublevação de trabalhadores angolanos. Na empresa luso belga Cotonang, um regime quase de escravidão imposto nas plantações de algodão resultou na revolta de alguns camponeses e o consequente embate com as tropas portuguesas. “O massacre na baixa de Cassenge reflectiu um povo que se sentia frustrado no seu próprio país e outro que usou o que tinha ao seu dispor para controlar a sua colónia”, explica Orlando Castro. Nessa primeira intervenção do exército português, Paulo F. Silva realçou como “ainda existem episódios que não estão esclarecidos”. O exemplo mais célebre é o uso de napalm, que foi confirmado por pessoas como António Lobo Antunes e desmentido pelo exército português. “A informação não chegava a Portugal, as pessoas quando iam para a tropa estavam a embarcar para o desconhecido”, indicou na altura do lançamento da obra Paulo F. Silva. A escassa informação das condições sociais e geográficas da colónia, levou a uns primeiros anos de descoberta. “Um dos exemplos desta falta de preparação foi um comandante que programou um ataque por mar numa zona interior do país”, sublinha Orlando Castro. Um dos testemunhos no primeiro volume que ilustra melhor este desconhecimento é o de António de Oliveira Gomes, um ex-furriel miliciano: “O maior choque na minha vida não foi ir para a guerra em Angola. O maior choque foi regressar a Lisboa e enfrentar o desinteresse e o desconhecimento do que se passava no Ultramar.” Os dois jornalistas nasceram em Angola, sendo que em 1975 rumaram para Portugal. Se Paulo F. Silva não recorda o período de guerra, Orlando Castro, seis anos mais velho, acompanhou em primeira-mão os 13 anos de conflito. “Aos poucos comecei a ter uma percepção diferente da guerra e descobri que existia alguma legitimidade pela luta da independência”, confessa Orlando Castro. Apesar desta colecção de livros acompanhar uma perspectiva portuguesa, os dois filhos de portugueses e assumidos angolanos não esqueceram a reflexão sobre a luta pela independência de Angola. “A guerra faz parte da história de Portugal, para podermos entender a nossa posição na União Europeia temos de conhecer o nosso passado”, alertava Paulo. Como ex-jornalista de guerra, Paulo F. Silva aproveitou a sua experiência para transcrever uma guerra que não vivenciou. “Depois de estar em Timor ou no Afeganistão, passei por situações muito complicadas que me ajudaram a interpretar a Guerra Colonial”, acrescentou. “Aos olhos de hoje estes massacres são inconcebíveis”, diz-nos Orlando Castro. Na primeira pessoa, os 16 volumes servem para humanizar uma guerra que vitimou portugueses e angolanos, uns perdidos em território desconhecido e outros a lutar pelo nome próprio. “Numa guerra ninguém ganha, todos perdem”, lembram os jornalistas. fonte: folha8

Por que Israel não pode derrotar o Hamas?

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Benjamin Netanyahu, o Hitler judeu, declarou inúmeras vezes que o principal objetivo de Israel nestes últimos dois meses é erradicar a Faixa de Gaza do Hamas. O genocídio promovido por seu exército, que já deixou mais de 18.000 palestinos mortos, resultante de bombardeios e ataques quase ininterruptos contra qualquer coisa que se mova em Gaza, indica que o primeiro-ministro israelense está disposto a fazer qualquer coisa para destruir o movimento da resistência islâmica. Contudo, a história e a realidade atual da Palestina mostram que o Hamas não será erradicado. E Israel e seus comparsas sabem disso. Emmanuel Macron teve um raro momento de razão ao declarar: “eu acho que nós chegamos a um momento no qual as autoridades israelenses terão de definir mais claramente qual é o seu objetivo final. A destruição total do Hamas? Alguém acha que isso é possível? Se for assim, a guerra vai durar dez anos.” A jornalista Loveday Morris publicou no Washington Post de 5 de dezembro que as forças sionistas estimam em 5.000 o número de militantes do Hamas mortos por Israel em Gaza – uma cifra considerada incerta e mesmo duvidosa, pois a Israel (como sempre acontece nas guerras) interessa inflar o número de baixas do inimigo para justificar a carnificina de civis. Se esse índice estiver próximo à realidade, isso significa que, até aquela data, Israel teria assassinado uma criança e um civil adulto para cada militante do Hamas morto. Segundo o Centro Nacional de Contraterrorismo do Diretório de Inteligência Nacional do Governo dos EUA, até setembro de 2022 o Hamas tinha entre 20.000 e 25.000 membros. Analistas consultados pela BBC acreditam que atualmente o número de combatentes seja de 30.000, enquanto que a mesma reportagem do Post estima em até 40.000 e com recrutamento recorrente. Se tanto os dados do governo americano como os desses veículos de imprensa estiverem mais ou menos corretos, pode-se considerar que o número de militantes do Hamas aumentou consideravelmente no período de um ano. Isso seria um fato essencial para a análise da correlação de forças na atual fase do conflito na Palestina. E vai ao encontro das revelações expostas por pesquisas de opinião realizadas recentemente. Reportagem de Dahlia Scheindlin publicada em 22 de novembro no Haaretz noticia que um estudo do grupo de Pesquisa e Desenvolvimento do Mundo Árabe apontou que: 1) quase 60% dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia apoiam totalmente e 16% apoiam moderadamente a operação liderada pelo Hamas em 7 de outubro; 2) somente 13% (21% em Gaza) se opõem àquela operação militar; 3) para 76%, o Hamas desempenha um papel positivo; 4) ao menos metade dos consultados acredita que o Hamas luta pela liberdade dos palestinos. A mesma reportagem cita outra pesquisa de opinião, conduzida pelo Barômetro Árabe, que revela que antes de 7 de outubro a maioria dos palestinos criticava o Hamas por não fazer o suficiente contra a ocupação. Essa pesquisa teve o apoio do Fundo Nacional para a Democracia (NED, na sigla em inglês) dos EUA – logo, provavelmente é enviesada para diminuir o apoio real ao Hamas. O Washington Institute, insuspeito de apoiar os palestinos, também conduziu uma pesquisa em julho deste ano, que concluiu que 57% dos habitantes de Gaza expressam um sentimento positivo pelo Hamas, sendo um pouco menor na Cisjordânia (52%) e maior em Jerusalém Oriental (64%) – e três quartos do povo de Gaza apoiam a Jihad Islâmica Palestina e a Cova dos Leões, outra organização militante. A maioria das análises dos números apresentados pelas pesquisas de opinião não interpreta corretamente o sentimento dos palestinos, incluindo a análise publicada em 25 de outubro na Foreign Affairs por Amaney A. Jamal e Michael Robbins, os dois principais investigadores do Barômetro Árabe. O que essas pesquisas comprovam é: 1) o Hamas tem um grande apoio popular e 2) o movimento foi compelido a realizar a operação de 7 de outubro pela pressão popular para que alguma medida fosse tomada em reação à opressão imposta pelos ocupantes sionistas. A operação do Hamas foi o resultado lógico do sentimento de indignação dos palestinos com a sua condição de oprimidos, sendo que uma parte significativa dos palestinos revoltados se incorporou às fileiras do Hamas no último ano para lutar de forma efetiva contra essa opressão. Os nazistas de Tel Aviv têm tratado os civis palestinos como membros ou cúmplices do Hamas. Ao assassiná-los, cometem crimes de guerra – ignorados pelas “sagradas” organizações internacionais, todas corrompidas pelos patrocinadores de Israel. Contudo, a concepção israelense não é de todo incorreta: o povo palestino como um todo está em guerra contra os ocupantes e, ao invés de ser uma guerra entre Israel e Hamas, é uma guerra de todo o povo palestino conduzida pelo Hamas contra os agressores israelenses. Uma grande parte dos cidadãos comuns constitui uma rede de apoio logístico e material à Resistência Palestina. De fato, muitos dos atuais membros do Hamas eram crianças inocentes quando Israel devastou Gaza no início da década anterior e muitas crianças que sobreviverem ao atual genocídio seguirão o mesmo caminho, porque a tendência natural de um povo que vive esmagado e massacrado é a revolta radical e armada. A Resistência Palestina é somente mais um dos inúmeros movimentos de libertação nacional que necessariamente brotam nos países oprimidos, tal como os vietcongues, os talibãs ou a resistência xiita no Iraque pós-2003. E, assim como aqueles, o Hamas tem grande apoio popular – em seu caso, um apoio urbano, dadas as características da Faixa de Gaza, que também fazem com que a tática da resistência seja de guerrilha urbana diante da atual invasão. O Centro Nacional de Contraterrorismo dos EUA admite o caráter popular do movimento ao informar que o Hamas utiliza “dispositivos explosivos improvisados”, “armas pequenas” e “sistemas de defesa aérea portáteis”, reconhecendo assim que a guerra de Israel é absolutamente assimétrica. Tal como os seus antecessores vietnamitas, afegãos e iraquianos, o Hamas utiliza redes de milhares de túneis subterrâneos para transportar armas e combatentes e surpreender os ocupantes com emboscadas mortais. Mesmo que seja verdade que guerrilheiros se escondam sob instalações civis (o ex-primeiro-ministro Ehud Barak admitiu à CNN que foi Israel quem construiu bunkers sob o Hospital al-Shifa), isso não constituiu uma conduta indevida levando-se em conta que os esconderijos servem também aos civis, que são o grande sustentáculo do Hamas na guerra de todo o povo. Deste modo, é de total responsabilidade e culpa de Israel as mortes civis causadas por bombardeios a hospitais, escolas, prédios residenciais e campos de refugiados, mesmo que eles abriguem “terroristas”. As características da militância de organizações como o Hamas e a Jihad Islâmica, assim como do Vietcongue e do Talibã, que significam o abandono desinteressado de todo o tipo de comodidade e a entrega ao martírio, são prova de que o movimento só será derrotado se todos os seus membros e apoiadores (atuais e futuros) forem mortos. Isto é, se toda a população palestina for exterminada. Caso contrário, os palestinos forçosamente continuarão a luta, até a vitória. O grupo de Pesquisa e Desenvolvimento do Mundo Árabe revelou em seu levantamento que três quartos dos palestinos acreditam na vitória e, mesmo na Cisjordânia, onde o Hamas não governa, apenas 10% acham que o Movimento da Resistência Islâmica será derrotado. Isso significa que o moral dos palestinos está muito elevado e essa é uma condição essencial para a vitória em qualquer guerra, principalmente em uma guerra de libertação nacional de todo o povo contra um ocupante. Essa disposição de luta também se comprova pelo fato de que, mesmo após dois meses de martírio em massa, os tradicionalmente inferiores armamentos do Hamas (em relação aos de um exército regular como o de Israel), muitos de produção doméstica, têm vencido o tão propagandeado Domo de Ferro e os israelenses reconhecem que seria muito difícil destruir completamente esses foguetes. O Haaretz revelou que não foram feridos somente 1.593 soldados israelenses (como divulgou Israel), mas sim 4.591. Até o dia 13 de dezembro também haviam morrido 115 militares de Israel em meio aos combates em Gaza. A Resistência Palestina continua revidando, e continuará revidando, mesmo que seja com paus e pedras (como fez tantas vezes), a agressão das forças de ocupação. Até a vitória. O Hamas é fruto direto da opressão sionista e da natural insurgência contra os ocupantes. É fruto também dos erros, capitulações e traições da OLP. Assim como no Vietnã, no Afeganistão e no Iraque, a única maneira de os palestinos conseguirem sua independência é a rebelião armada. O abandono da luta radical contra os opressores foi a sentença de morte da OLP, assim como o é da esmagadora maioria dos regimes da Ásia Ocidental e do Norte da África. Os povos da região não suportam mais a opressão que sofrem de Israel e dos EUA e, enquanto essa opressão existir (ou seja, enquanto existir o Estado de Israel e a presença militar e econômica do imperialismo americano), eles nunca desistirão de lutar. pravda.ru

O genocídio de Gaza, a questão palestina e o começo do fim do sionismo.

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A invasão e o massacre de Gaza, uma espécie de campo de concentração a céu aberto, pelas forças sionistas de Israel, já dura mais quase cem dias e, ao contrário das velhas guerras do passado, o genocídio do povo palestino de Gaza está sendo transmitido e visto por milhares de milhões de pessoas, em tempo real, pelos meios de comunicação e mídias digitais. A justificativa para essa barbárie foi o ataque da resistência palestina, liderada pelo Hamas, dia 7 de outubro, a bases militares e agrupamentos de colonos sionistas, quando centenas deles foram mortos e sequestrados durante o ataque. Acostumados em realizar arbitrariedade contra os palestinos, há cerca de 75 anos, como segregação racial, cerca militar de suas regiões, assassinatos coletivos, prisões, tortura, morte de prisioneiros políticos e humilhações de todo tipo, o exército de ocupação sionista foi pego de surpresa em 7 de outubro e sofreu uma derrota histórica. A arrogância e a impunidade eram tão grandes que, mesmo com informações dos órgãos de inteligência, de que haveria a possibilidade de um ataque da resistência palestina, os dirigentes sionistas não levaram a sério as informações porque imaginavam que os palestinos jamais seriam capazes de enfrentar em campo aberto o exército sionista, afinal os sionistas os consideram cidadãos de segunda classe. Subestimaram a resistência e sofreram uma derrota que ficará marcada na história como o começo do fim da política sionista e a retomada do processo de libertação da palestina em outro patamar. Os sionistas esqueceram que aqueles garotos que enfrentavam tanques e metralhadoras com pedras e estilingues cresceram, aprenderam a manejar armas, se tornaram guerrilheiros e defensores de seu povo e colocaram em xeque o mito do maior, mais poderosos e bem equipado exército do Oriente Médio e do melhor e mais eficiente serviço de informações do planeta. Tudo isso virou pó em menos de 24 horas. Os meios de comunicação, quase todos alinhados com a propaganda sionista, procuram vender uma imagem de que o governo de Israel é vítima do terrorismo e que os palestinos e suas organizações de resistência são um bando de bárbaros que matam civis inocentes e que querem jogar Israel ao mar. Essa vitimização permanente do povo judeu tem sido a tônica, desde o final da Segunda Guerra, para ganhar a simpatia mundial, mas pouca se fala do que realmente significa para os palestinos as atrocidades do Estado de Israel. É verdade que o nazismo matou cerca de seis milhões de judeus nos campos de concentração e câmara de gás, mas isso não justifica as brutalidades que os colonialistas de Israel cometem diariamente contra o povo palestino, especialmente neste momento. A propósito, é bom lembrar que a União Soviética, mesmo perdendo 26 milhões de seus habitantes para livrar a humanidade do nazismo, mais de quatro vezes as mortes dos judeus, não se vitimiza permanentemente nem disso faz marketing para justificar suas ações. Inclusive é bom lembrar que foi o Exército Vermelho quem libertou a maioria dos campos de concentração e dos judeus que sobreviveram à barbárie nazista. Que ninguém se engane: os sionistas consideram os palestinos “animais humanos” e seu projeto sionista, desde os primórdios, é ocupar toda a região e expulsar os palestinos de suas terras, o que vem sendo operado meticulosamente desde antes da fundação do Estado de Israel. Se observarmos o mapa da Palestina antes de 1948, e o que resta hoje, poderemos ver claramente o avanço do sionismo sobre os territórios da região e, consequentemente, a brutalidade, as normas e restrições cada vez mais duras contra a população palestina, como o controle da eletricidade, da internet, do trânsito de pessoas, da água, da comida, as restrições contra os camponeses, a destruição de plantações agrícolas, das oliveiras centenárias e, principalmente, a repressão permanente e cada vez mais brutal contra a população civil, que inclui prisões arbitrárias, inclusive de crianças e adolescentes, invasões de bairros e acampamentos e assassinatos em massa de civis, além da destruição de residências daqueles que os sionistas consideram simpatizantes da resistência. Tudo isso transformou Israel num Estado tipicamente colonial, racista, que opera uma espécie de apartheid muito semelhante ao que os racistas da antiga África do Sul realizavam contra a população negra daquele País. Do romantismo ao colonialismo Para compreendermos o conflito atual, é importante rememorarmos rapidamente um pouco da história daquela região. A história do povo judeu é muito romantizada e seus líderes, numa grande jogada de marketing, transformaram os relatos do antigo testamento bíblico num livro de história para tornar verdade uma série de episódios pouco críveis relacionados à trajetória dos judeus, bem como justificar as atuais medidas tomadas pelo Estado sionistas contra os palestinos.[1] O certo é que os palestinos vivem na região há mais de dois mil anos e, ao longo desse período, palestinos e os judeus que continuaram na região (algo em torno de 10%) conviveram pacificamente. Historicamente, ao longo de vários séculos a Palestina esteve sob o domínio dom Império Otomano. Com o final da primeira guerra e a divisão do Oriente Médio entre ingleses e franceses, a Palestina ficou sob o domínio do Reino Unido. No período que vai do mandato britânico até a segunda guerra, as famílias endinheiradas judias, influenciadas pela pregação sionista de criação de um Estado judeu na Palestina e com o apoio britânico, começaram a financiar a compra de terras e estimular a imigração de judeus para a região, o que foi facilitado pelo fato de que estavam sendo perseguidos por Hitler. No entanto, com as barbaridades cometidas pelos nazistas nos campos de concentração, a necessidade de construção de um Estado judeu ganhou simpatia mundial. Enquanto se discutia os trâmites para a criação desse Estado na ONU, os sionistas mais radicais, que depois se tornaram dirigentes do Estado de Israel, como Menachen Begin e Yitzhak Shamir, criaram organizações terroristas que semearam o terror e massacraram populações palestinas visando expulsá-las de suas terras.[2] Em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas, decidiu criar o Estado de Israel nas terras palestinas, nas quais os judeus ficaram com 53% e os palestinos com 47% e cerca de quatro meses depois é fundado o Estado de Israel, inclusive com apoio de Brasil e União Soviética que viam naquele novo Estado um aliado contra as monarquias feudais árabes e, politicamente, porque suas lideranças estimulavam a criação de kibutz, que eram fazendas coletivas com meios de produção próprios, com igualdade social entre seus membros e com prioridade na educação de seus membros. Mas logo depois os árabes (Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque) declaram guerra ao novo Estado. Apoiado pelas potências vitoriosas na segunda guerra, Israel derrotou os árabes e aproveitou a vitória para ampliar seu espaço no território palestino para 79% das terras. É nessa oportunidade que ocorre aquilo que ficou conhecido na história como nakba, ou a catástrofe, na qual cerca de 750 mil palestinos foram obrigados a fugir das terras em função do terror sionista, deixando para trás suas casas, propriedades e a própria nação em que viviam historicamente. Até hoje continuam no exílio em acampamentos ou vilas precárias em vários países da região e nunca mais puderam voltar às suas terras de origem. A política expansionista do Estado sionista continuaria, especialmente com a nova guerra árabe-israelense de 1967, que envolveu Síria, Egito e Jordânia, na qual novamente os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Sinai e Colinas de Golã, ampliando ainda mais a expansão colonial. Os árabes tentaram novamente reconquistar as terras perdidas em 1973, mas foram novamente derrotados. Criação e declínio da OLP Alguns anos antes os palestinos criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma frente político-militar que na época reunia todas as facções palestinas e que passaria a comandar a luta interna contra Israel tanto do ponto de vista político quanto da luta armada. A criação da OLP representou um salto de qualidade na luta dos palestinos contra a ocupação israelense, uma vez que agora os palestinos passariam a contar com uma organização própria para combater o sionismo e a ocupação. Nesse período, a luta dos palestinos contava com o apoio dos soviéticos e dos países do Leste, além de vários países árabes e a OLP conseguiu realizar um conjunto de ações, tanto interna quanto no exterior, que chamaram a atenção do mundo para a causa palestina e contribuíram para organizar o povo palestino contra a ocupação. Mas a luta da OLP sofreria uma série de percalços após a queda da União Soviética, que era uma âncora importante na luta dos palestinos. Esse processo começou a partir da assinatura a partir dos Acordos de Oslo onde pela primeira vez os palestinos, através da OLP, reconhecem o Estado de Israel, o que gerou forte oposição interna e, consequentemente, a formação de várias organizações que não mais reconheceriam a OLP, como o Hamas e a Jihad Islâmica.[3] Realmente, a assinatura dos Acordos de Oslo representou uma mudança política radical, pois anteriormente a OLP não reconhecia o Estado israelense e propunha um único Estado na região, onde palestinos e judeus poderiam viver pacificamente. Os Acordos de Oslo foram firmados entre o governo israelense, chefiado por Yitzhak Rabin, e pela OLP, dirigida por Yasser Arafat, em 1993. Por esse acordo os palestinos reconheciam o Estado de Israel e, em troca, os israelenses reconheceriam a OLP como legítima representante do povo palestino. Em consequência dos acordos Rabin e Arafat ganharam o Prêmio Nobel da Paz. Os acordos previam a retirada dos israelenses da Faixa de Gaza e o desmantelamento dos assentamentos na Cisjordânia, além de que os territórios passarias a ser administrados parcialmente pela Autoridade Nacional Palestina, entidade constituída após a assinatura dos acordos. No entanto, a entidade sionista continuaria controlando setores chaves do território palestino, como a água, a eletricidade, comércio internacional, impostos, etc., além do fato de que os palestinos não poderiam ter seu próprio exército nem uma moeda nacional. Em termos concretos, continuaram também os postos de controle israelense, as prisões arbitrárias e a dependência econômica, o que praticamente deixou a Autoridade Palestina refém do sionismo e da ajuda internacional, o que politicamente enfraqueceu a OLP junto a vários setores da população palestina. Na verdade, os acordos não atendiam as demandas históricas do povo palestino, como o retorno dos refugiados expulsos no período da nakba, nem a definição do status de Jerusalém e muito menos a libertação dos prisioneiros palestinos. Por isso, a autoridade da OLP começou a ser contestada, principalmente pela juventude. Um ano depois dos acordos, após ganhar o prêmio Nobel da Paz, Rabin foi assassinado por um radical sionista. Nas eleições seguintes a extrema-direita, o Likud, fusão de antigos grupos terroristas de Israel, ganhou as eleições e Benjamin Netanyahu enterrou definitivamente os Acordos de Oslo. No ano 2000, com Netanyahu fora do governo, ocorreu novamente uma tentativa de acordo, na chamada Cúpula de Camp David, mas não se chegou a nenhum resultado porque Arafat, já muito contestado internamente, não cedeu às novas pressões de Israel. Ainda em 2008 buscou-se nova tentativa de acordo, mas também não se obteve qualquer resultado. Posteriormente, em 2009, Netanyahu ganhou novamente as eleições e encerrou qualquer tipo de negociação com a OLP. As novas organizações de resistência É nesse contexto que deve ser entendido o crescimento de grupos fora da OLP, como o Hamas, Jihad Islâmica, entre outros, grupos político-militares-religiosos que nunca reconheceram Israel. Nessa mesma conjuntura surgiram ainda dissidências internas na própria organização do Fatah, principal organização da OLP, os Comitês de Resistência Popular e a organização comandada por Marwan Barghouti, a Al Mustaqui (O Futuro). Mas outros fatores também contribuíram para a mudança de perfil da resistência palestina: a) não se pode esquecer que a União Soviética apoiava firmemente os palestinos e, com sua desagregação, os palestinos perderam uma de suas principais âncoras militares e diplomáticas. Além disso, o fracasso dos Acordos de Oslo, Camp David e outros contribuíram para desmoralizar a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que passou a ser vista, principalmente pela juventude, como muito moderada e vacilante, enquanto os sionistas continuavam tomando terras, aumentando as arbitrariedade, perseguições e prisões, além do fato de que existiam muitas denúncias de corrupção contra a liderança do Fatah, principal grupo da OLP, além da percepção de que esta representava muito mais os interesses da burguesia palestina que do conjunto dos palestinos. Mas o desprestígio da |OLP ficaria mais claro quando o Hamas ganhou as eleições legislativas em Gaza, em 2006, o que significou um duro golpe às posições moderadas em relação a Israel, uma vez que o Hamas nunca reconheceu o Estado sionistas e sempre esteve entre as suas táticas a luta armada contra o exército de ocupação. As contradições foram se acirrando, porque tanto os Estados Unidos quanto Israel, exigiam que a Autoridade Palestina combatesse o Hamas, mas internamente isso se tornara inviável em função da sua popularidade junto à população de Gaza. Esse processo culminou com a tentativa da OLP de dissolver o governo do Hamas em Gaza, mas essa medida foi ignorada pelo Hamas que, além de denunciar esse fato como uma tentativa de golpe militar, em contrapartida, expulsou os integrantes do Fatah de Gaza, ocupou suas sedes, confiscou suas armas e formou um governo independente da ANP em Gaza. Israel então bloqueou a Faixa de Gaza, passando a controlar a entrada e saída das pessoas, o que transformou a região no maior campo de concentração a céu aberto no mundo. Mesmo não reconhecido pela maioria dos países, o governo do Hamas continuou sua estratégia de se contrapor à ocupação israelense mediante a combinação de métodos políticos e militares para expulsar o exército israelense da região. Agora com o 7 de outubro todos ficamos sabendo que a estratégia do Hamas de resistir à ocupação e à brutalidade sionistas tinham enraizamento muito maior do que se imaginava. Basta constatarmos, com a guerra, o enorme trabalho de organização militar que o Hamas realizou com a construção de milhares de quilômetros de túneis por toda a região de Gaza, onde montou sua infraestrutura e onde seus militantes, treinados dentro e fora de Gaza, realizam o enfrentamento com Israel. Os relatos informam que é uma rede construída com as mais modernas técnicas de edificação com capacidade para estocar todo tipo de armamento, inclusive mísseis, alimentação, combustível, alojamentos para os militantes, calefação, logística de comunicação e pontos de saída camuflados para que os guerrilheiros possam atacar o inimigo em qualquer das regiões de Gaza. Evidente que tudo isso foi construído com o financiamento de nações que têm simpatias com esse grupo político-militar, mas não se pode deixar de reconhecer que foi um trabalho muito bem elaborado ou como se diz popularmente, feito nas barbas de Israel e sua famosa inteligencia. Mas Frente de Resistência Palestina, que atualmente enfrenta o Exército invasor não é composta apenas pelo Hamas, como tenta fazer crer a propaganda sionista, mas por um conjunto de organizações dos mais diversos perfis ideológicos, desde aquelas de caráter marxista-leninista até os grupos fundamentalistas religiosos como o Hamas e Jihad Islâmica. Para entendermos os meandros do conflito atual, é importante conhecermos as principais organização que organizaram o 7 de outubro e que estão em luta contra o exército sionistas, de forma a que não caiamos no conto da propaganda sionista de que a guerra é para derrotar os “terroristas do Hamas”. A Frente de Resistência Palestina, que organizou o 7 de outubro, é formada pelas seguintes organizações: Hamas, a maior de todas em Gaza, Jihad Islâmica, a segunda maior na mesma região, Frente Popular para a Libertação da Palestina, a maior de todas as organizações marxistas, Frente Democrática Para a Libertação da Palestina e Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral. Mas existem ainda organizações que apoiam ativamente a luta palestina desde fora do País e constituem o chamado o Eixo da Resistência, constituído pelo Hezbollah, que atua desde o Líbano, guerrilhas na Síria, Iraque e os houthis, no Yemen, que abriram outras frentes de luta visando a que os sionistas não possam concentrar todo seu fogo contra Gaza. Vejamos as principais características políticas e ideológicas das organizações envolvidas diretamente na luta armada contra a ocupação sionistas: Hamas – Organização político-militar de caráter fundamentalista religioso, apoiada por alguns países árabes como o Qatar e Irã. O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2006 quando expulsou o Fatah da região. Seu poderio pode ser explicado tanto por questões políticas quanto militares e calcula-se que tenha entre 20 mil e 40 mil militantes armados. O Hamas recebe financiamento e treinamento militar de países árabes e até início da guerra centralizava o governo em Gaza, bem como toda parte administrativa e financeira da região. Nesse momento é a maior das organizações em luta contra os sionistas. Não faz parte da OLP e seu braço armados são as Brigadas Al Qassam. Frente Popular Para a Libertação da Palestina (FPLP), organização de caráter marxista-leninista, fundada em 1967 por Georges Habash e outros líderes palestinos, combina atividades políticas com ações militares e tem como braço armado as Brigadas Abu Ali Mustafa. Realizou várias ações no exterior e internamente contra alvos sionistas e ocidentais nas décadas de 70 e 80, mas diminuiu sua influência com a queda da União Soviética, muito embora continue sendo a maior das organizações marxistas palestinas. Faz parte da OLP e defende o socialismo e a formação de um único Estado na Palestina, democrático e laico, onde judeus e palestinos possam viver pacificamente. Jihad Islâmica – Fundada em 1981 na Faixa de Gaza, inicialmente como um braço militar da Irmandade Muçulmana. A Jihad é grupo também fundamentalista religioso, sendo inspirada pelos princípios do Islã Político e tornou-se conhecida pelos atentados a alvos sionistas no interior de Israel. Igualmente ao Hamas, não está vinculada a OLP e se contrapõe aos acordos de paz com Israel e acredita que a luta armada é o único caminho para a libertação da Palestina. É a segunda maior organização em Gaza e recebe apoio logístico e financeiro de vários países árabes e reivindica a criação de um Estado Palestino independente em toda a região da Palestina histórica. Seu braço armado é constituído pelas Brigadas Al-Quds. Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) – Dissidência da FPLP fundada em 1969 por Hayef Hawatmeth, a FDLP também se declara marxista-leninista, defende o socialismo, mas já flertou com o maoismo no passado, buscando se diferenciar da FPLP. Realizou várias ações contra alvos israelense, tanto interna quanto no exterior, e faz parte da OLP. Também combina ações militares com atividades políticas. Defende a solução de um único Estado na região onde palestinos e judeus possam viver pacificamente. Seu braço armado são as Brigadas de Resistência Nacional. Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral. Dissidência da FPLP, essa organização foi fundada em 1968 por Ahmed Jibril, sendo uma das organizações mais militaristas da região. Nas décadas de 70 e 80 também realizou vários ataques contra soldados sionistas e cooperou com o Hezbollah no Sul do Líbano e com a Síria na luta contra o Isis. Essa organização se se desligou da OLP em 1974, por considerá-la conciliatória, sendo considerada a mais esquerdista e militaristas das organizações de resistência palestina. Seu braço armado são as Brigadas Jihad Jibril. Existem ainda outras organizações que não fazem parte da atual Frente de Resistência, como a Al Fatah, a maior e mais antiga das organizações palestinas, fundada em 1959 por Yasser Arafat. Desenvolveu no passado várias ações guerrilheiras contra Israel, mas envolveu-se em vários acordos de paz que desprestigiaram sua liderança junto aos palestinos, o que resultou em dissidência internas, com líderes mais populares que o atual presidente da ANP. Sua atual liderança é Mahmoud Abbas, que também é o presidente da Autoridade Nacional Palestina. O Fatah aceitou os acordos de Oslo, que reconhecia Israel e atualmente defende a criação de dois Estados – um palestino e outro israelense. Seu braço armado são as Brigadas dos Mártires Al-Aqsa. Existe uma dissidência do Fatah muito forte e com enorme prestígio entre os palestinos, mas que não está na Frente de Resistência atual, a Al Mustaqui (O Futuro) liderada pelo histórico dirigentes do Marwan Bargouthi, preso em Israel desde 2002 e condenado a cinco prisões perpétuas, fundada em 2005. Marwan foi secretário-geral do Fatah, fundador do seu braço militar e um dos principais líderes das duas Intifadas contra Israel. A prisão e as condenações só aumentaram seu prestígio junto aos palestinos e dizem que hoje, se houvesse eleições na região, ele ganharia, inclusive do Hamas e de Abbas. A Al Mustaqui é composta em grande parte por membros da jovem guarda do Fatah que estava em desacordo com sua linha política e com a corrupção na organização. A força de seu prestígio pode ser medida pelo fato de que o Documento de Conciliação Nacional, inspirado por ele, foi aceito por todas as organizações palestinas como base para um futuro governo de unidade nacional a ser alcançado. Existe ainda os Comitês de Resistência Popular (CRP), dissidência do Fatah, fundado em 2000, cujo Líder é Ayman Shashniya e sua ala militar são as Brigadas Al-Nasser Salar al-Deen. Os dados indicam que os CRP são a terceira organização mais forte em Gaza. Seu braço militar é conhecido como Brigadas Al Nasser Salah Al-Deen. Há ainda uma organização dirigida por Mustafá Barghouti (médico formado em Moscou), criada em 2002, com a participação do conhecido intelectual Edward Said, denominada Al Mubadara (Iniciativa Nacional palestina). Mustafá foi candidato a presidente na Palestina em 2006 e obteve um terço dos votos. Sua organização é filiada à Internacional Socialista e propõe uma resistência de massas não violenta a Israel, semelhante ao modelo Ghandi na Índia, e tem apoio entre os grupos laicos palestinos e junto ao movimento pacifista israelense.[4] Além dessas organizações, existem ainda dois partidos comunistas, O Partido Comunista Palestino, PCP, histórico partido comunista da região, que reunia árabes e judeus que atuavam no território da Palestina. fundado em 1919. Quando foi aprovado o Estado de Israel, os comunistas apoiaram a criação do Estado israelense e os comunistas do novo Estado fundaram o Partido Comunista de Israel, que também reivindica sua fundação em 1919. O PCP que se define como marxista-leninista e afirma lutar para ser a vanguarda dos trabalhadores palestinos. Passou por grande turbulência interna após a queda da União Soviética, com a divisão da organização, mas se manteve fiel aos princípios marxistas. O PCP defende o estabelecimento de um único Estado na Palestina onde todos os povos possam viver democrático e pacificamente. Suas ações são mais voltadas pera a organização dos trabalhadores e da população e, aparentemente, não possui um braço armado. Existe ainda o Partido Popular Palestino (PPP), fundado em 1982, dissidência do PCP. Mesmo sendo dissidente, o PPP não se tornou um partido de direita. Participou da primeira Intifada e da delegação para os Acordos de Oslo, em 1993. Nas eleições para o Conselho Legislativo Palestino, de 2006, o PPP formou uma aliança com a Frente Democrática para a Libertação da Palestina e a União Democrática Palestina (a Al Badil, A Alternativa) e essa aliança conquistou dois lugares no Conselho. Tem boas relações com o Partido Comunista de Israel. Em 1997 o PPP também se dividiu com a saída de Mustafá Barghouti para fundar a Iniciativa Palestina. Essas são as principais organizações que atuam na Palestina. Existem muitas outras organizações menores, mas sem a influência destas aqui citadas.[5] . O cotidiano de brutalidades e humilhações As brutalidades contra o povo palestino pelos sionistas ocorrem desde antes da criação do Estado de Israel, mas foram se intensificando à medida que os sionistas ampliavam o confisco de terras na Palestina, após as vitórias Israel nas guerras contra os países árabes (1967/1973), a partir das quais passaram a controlar cerca de 77% do território da região, incluindo Sinai, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Colinas de Golã. Após o Acordo de Oslo e o reconhecimento de Israel pelo Egito e a Jordânia, Israel devolveu o Sinai, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, onde está a sede da Autoridade Palestina em Ramallah. A propósito, a Cisjordânia não é inteiramente dos palestinos, pois pelos acordos 18% ficaram sob o controle da ANP, 22% sobre controle conjunto Israel-Palestina e 60% sobre o controle de Israel. O caráter racista de Israel foi aprovado pelo Parlamento israelense, quando foi definido o caráter judaico do Estado de Israel, medida que institucionaliza a etnia de um povo sobre outro. Mesmo com os acordos, Israel continuou a sua política de assentamentos em Jerusalém Oriental e Cisjordânia, proporcionando aos colonos, que hoje já somam mais de 700 mil pessoas, uma série de benefícios, como subsídios financeiros, sistema de água e eletricidade, além de proteção do Exército e entrega de armamentos, sob o pretexto de que é necessário para sua defesa. Sob a proteção do exército sionista, os colonos cometem cotidianamente as maiores atrocidades contra a população local, como a expulsão de suas terras, derrubada das oliveiras e destruição de plantações, além da violência e assassinatos de palestinos. Mesmo sendo considerados ilegais pela ONU e pela comunidade internacional, Israel continua estimulando a construção de assentamentos, pois sua política estratégica dos sionistas é expulsar os palestinos dos territórios e ocupar toda a região, pois os sionistas se consideram o povo escolhido e consideram a Palestina Terra Prometida pelo deus bíblico. Numa região com grande tensão hídrica, Israel controla mais de 90% da água do rio Jordão, a eletricidade, as costas marítimas, as fronteiras, as telecomunicações, a entrada e saída de pessoas e alimentos nos chamados postos militares de controle, além da economia palestina. Para garantir seu poderio, Israel gasta anualmente cerca de R$ 120 bilhões com as forças militares e de inteligência, o que lhe permitiu formar um dos mais poderosos exércitos do mundo, com uma vantagem especial que todos sabem, mas poucos denunciam: Israel tem um significativo estoque de armas nucleares. Enquanto o imperialismo estadunidense, com sua dupla moral, fica esbravejando e impondo sanções contra países que buscam o desenvolvimento da energia atômica ou de armas atômicas, como Irã e Coréia Popular, fecha os olhos, protege o imenso arsenal nuclear sionista e finge que não sabe e busca de todas as formas evitar uma investigação internacional sobre o problema. Esse imenso poder militar e econômico é que possibilita aos sionistas realizarem cotidianamente todo tipo de atrocidade contra os palestinos. Trata-se de um dos governos mais repressivos do mundo contra um povo em regime de ocupação. Sob o pretexto de combater o terrorismo, destrói a infraestrutura agrícola dos camponeses palestinos, queima suas plantações e colheitas, derruba com escavadeiras residências e instalações pecuárias para criação de animais daqueles que consideram suspeitos, impõe restrições rigorosas para o movimento dos palestinos, incluindo o fechamento de entrada de vilarejos e estradas. Além disso, o exército sionista realiza permanentemente a repressão e o assassinato seletivo de todos aqueles que considera terrorista, impõe punição coletiva a bairros inteiros, com destruição de encanamentos de água e esgoto onde a resistência palestina realiza atos contra as forças de ocupação, e realiza prisões em massa, especialmente de jovens e crianças quando há protestos contra as arbitrariedades do exército sionista. Um dos elementos mais odiosos da política sionista na região são as chamadas prisões administrativas, medida utilizada largamente nos territórios ocupados para conter os protestos populares contra a ocupação, desde 1967. Essas prisões são inspiradas nas medidas realizadas pelo o império britânico quando este tinha mandato colonial sobre a região da Palestina. São realizadas da maneira mais arbitrária possível, uma vez que, por esse mecanismo, qualquer pessoa pode ser detida sem culpa formada, sem provas, sem defesa, bastando apenas Israel alegar razões de segurança. Como não existe nenhum procedimento que permita que o detido possa se defender, os presos são encarcerados por anos a fio, ressaltando-se que existiram presos que passaram mais de 15 anos nas chamadas prisões administrativas. Antes do início do genocídio contra Gaza existiam mais de sete mil e quinhentos presos políticos palestinos nas masmorras de Israel. Com a guerra até agora já foram detidos mais de 4.500 palestinos. Muitos são torturados da maneira mais selvagem, humilhados e outros mortos e desaparecidos durante a prisão. Em outras palavras, essa opressão cotidiana do povo palestino, que se tornou mais dura após a emergência da extrema-direita no governo de Israel, nos permite definir que Estado sionista é um Estado colonial que rouba as terras palestinas, considera os palestinos cidadãos de segunda classe (animais humanos como diz o atual governo), realiza uma política de apartheid semelhante ao que os racistas faziam na África do Sul, visando a limpeza ética, se utiliza da repressão militar para prender e assassinar os que são suspeitos ou se contrapõe à ordem ilegítima, portanto um governo imoral que pratica o terrorismo de Estado e que deve ser desmantelado para que um dia palestinos e judeus possam viver pacificamente na região. Dessa forma, torna-se claro que a origem da violência na Palestina é de responsabilidade dos sionistas e que todas as formas de resistência contra essa opressão são legítimas. A operação Inundação de Al Aqsa Foi diante dessa conjuntura que a resistência palestina decidiu enfrentar a opressão sionista e realizar a operação Inundação de Al Aqsa. Essa foi uma operação político-militar histórica que pegou de surpresa os sionistas, seu exército e seu serviço de informações que até então era considerado o melhor do mundo. É importante explicarmos que o Exército sionistas é um dos mais bem equipados do mundo, com as armas mais sofisticadas, tanto fabricadas internamente quanto fornecidas largamente pelos Estados Unidos, que também é responsável pelo apoio ao sionismo no poder e pelos massacres contra os palestinos e portanto tem também as mãos sujas de sangue nessa guerra porque. Enquanto isso, a resistência palestina, à exceção da alta mortal de seus combatentes e da convicção da causa pela qual estão lutando, atua com armas quase artesanais. Não tem armas atômicas, nem tanques nem aviões, nem navios de guerra, submarinos e muito menos artilharia pesada. Muitas de suas armas são fabricadas artesanalmente e outras são adquiridas nos países árabes, mas não existe paralelo de comparação com o armamento do exército sionista. Mas como em todas as lutas de libertação nacional, o moral, a convicção, a criatividade, o sacrifício e o conhecimento do terreno das tropas guerrilheiras são fatores fundamentais para se realizar uma guerra de guerrilha contra o inimigo invasor. Como se pôde conhecer posteriormente, o 7 de outubro foi uma operação que levou cerca de dois anos de planejamento pelas organizações da Frente de Resistência[6] e tinha elementos estratégicos que posteriormente se tornaram públicos, tais como: a) infligir uma derrota moral, política e militar ao regime sionista; b) colocar a questão palestina de volta ao debate internacional após o fracasso dos diversos acordos realizados pela OLP; c) libertar o maior número de prisioneiros palestinos em troca de reféns caso a operação fosse vitoriosa; d) obrigar Israel lutar corpo a corpo nos escombros e vielas da Palestina, onde a resistência conhecia o terreno, e realizar uma guerra de guerrilha para a qual o inimigo sionista não estava preparado; d) como Israel reagiria de maneira irracional, a guerra exporia ao mundo a brutalidade sionista contra os palestinos e isso poderia mudar a percepção da opinião pública sobre o regime sionista e obter simpatia para a causa palestina. Pelo visto, muitos desses objetivos estão sendo alcançados mesmo com o terrível sacrifício da população civil que diariamente é bombardeada e massacrada pelo exército sionista. O primeiro dos objetivos foi plenamente alcançado: surpreendido pelas ações da resistência, governo, militares e serviço de inteligência foram pegos de surpresa no dia 7 de outubro e os guerrilheiros, utilizando inclusive de tratores para derrubar o muro em torno de Gaza e parapentes improvisados com metralhadoras, destruíram bases militares sionistas, mataram e sequestraram vários soldados, oficiais e colonos e sequestraram ainda mais de duas centenas de israelenses. Essa operação desmoralizou o mito de invencibilidade do exército sionista, especialmente do seu serviço de informações que era considerado o melhor do mundo. Tudo isso em menos de 24 horas com poucas perdas para a guerrilha, que após a incursão a grande maioria dos guerrilheiros voltou para suas bases com os reféns para os subterrâneos de Gaza. O segundo grande objetivo também foi alcançado porque a causa palestina voltou à ordem do dia nas relações internacionais e muitas pessoas que estavam envolvidas pela propaganda sionista no sentido de que quem criticava Israel era antissemita, começaram a perceber a verdadeira natureza do Estado sionista, sua brutalidade e a opressão com que tratam os palestinos nos territórios ocupados, fatos agora reforçados com as cenas dantescas das atrocidades em Gaza. Além disso, demonstrou também o fracasso da política desenvolvida pela OLP, cuja vacilação e conciliação só trouxe prejuízos e humilhações para os palestinos e que tornou claro que a libertação da região não pode ser realizada a partir de acordos com o inimigo sionista que hoje dirige o Estado de Israel, cujos governos de extrema-direita a estão a serviço da expulsão e da da limpeza ética palestina, além de serem os gendarmes do imperialismo na região. Isso é tão verdade que autoridades dos Estados Unidos já afirmaram que se Israel não existisse era necessário criar um Estado semelhante. O terceiro objetivo até agora não foi ainda alcançado, muito embora já tenha havido troca de prisioneiros entre reféns e palestinos. Mas uma das promessas da Resistência é a libertação de todos os prisioneiros palestinos em troca de todos os reféns em seu poder. Até agora as tentativas de libertar os reféns através das armas por parte de Israel tem sido um rotundo fracasso militar e um desastre político. Na última tentativa, os soldados sionistas terminaram matando por engano e desespero três de seus compatriotas reféns, o que representou uma derrota moral e política para o exército e governo sionista porque o movimento interno em favor de uma troca de prisioneiros por reféns tem aumentado de maneira acentuada, uma vez que quase diariamente há manifestações de milhares de pessoas em Israel em defesa dessa reivindicação. Se a arrogância sionista não levar em conta a capacidade da resistência de reter bem guardados os reféns e insistir em libertá-los pela força das armas poderemos ter um desastre humanitário de grandes proporções. O quarto objetivo está em desenvolvimento, pois Israel destruiu mais de 70% das residências de Gaza e transformou aquela região em monte escombros, mas em contrapartida o exército sionista está sofrendo perdas militares muito maiores que seus dirigentes imaginavam. Uma coisa é bombardear população civil numa região onde não há defesa antiaérea ou artilharia pesada para responder à ofensiva do inimigo, outra é ocupar o terreno onde uma resistência atua como uma espécie de fantasma: aparece nos locais mais inusitados e ataca o inimigo e depois desaparece. Com o apoio de informações da população, volta a atacar tanques, escavadeiras e soldados sionistas realizando uma guerra de desgaste que já impôs severas baixas materiais e físicas ao inimigo. A retirada de várias brigadas militares da região, inclusive a famosa brigada Golani, além do grande número de mortos e ferido que chegam a Israel, é uma prova de que os sionistas são muito valentes para bombardear e matar a população civil, mas no campo de batalha, no corpo a corpo a história é outra. O quinto objetivo também está sendo alcançado. O mundo inteiro acompanha chocado o genocídio e as cenas de destruição que o exército de ocupação vem realizando na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, com a matança indiscriminada de civis, mulheres e crianças. Já foram mortos mais de 25 mil civis, entre eles mais de 10 mil crianças, foram destruídos ou invadidos praticamente todos os hospitais, onde muitas vezes as operações da população ferida estão sendo realizadas sem anestesia porque o exército sionista impede a entrada de medicamentos. Bairros inteiros foram destruídos, com milhares de pessoas soterradas e apodrecendo embaixo dos escombros, centenas de jornalistas mortos para não divulgarem as atrocidades. Enfim, há um banho de sangue contra a população palestina, provando que o objetivo dos sionistas é punir toda a população palestina e ocupar suas terras. Esse genocídio tem levado ao isolamento cada vez maior do Estado de Israel, tanto na ONU quanto em vários países do mundo onde as manifestações contra o genocídio são realizadas diariamente, o que tem mudado a percepção da opinião pública mundial em relação ao sionismo, com milhões em todas as partes do planeta se manifestando em defesa da causa palestina. Israel poderia ser derrotado? Para compreendermos um possível desenvolvimento da guerra em Gaza, é fundamental olharmos para a história mais recente de todos os povos que realizaram lutas vitoriosas de libertação nacional, apesar das forças do inimigo serem muito mais fortes e bem mais equipadas que as forças guerrilheiras. A propaganda sionista tem procurado apresentar Israel como um Estado que tem o direito absoluto de se defender do terrorismo do Hamas, tudo isso para esconder que há uma guerra de libertação nacional na Palestina, organizada por vários grupos guerrilheiros, com amplo apoio junto à população e que suas ações ocorrem em resposta a décadas de opressão contra o povo palestino. Como toda guerrilha, seus dirigentes sabem que não podem enfrentar um exército muito mais poderoso num encontro força contra força, mas numa guerra de guerrilha com apoio das massas, num terreno em que o inimigo não tem a vantagem que teria numa guerra clássica, essa luta pode desgastar o inimigo ao ponto de derrotá-lo como já aconteceu em outras regiões. Não podemos esquecer que uma guerra não é somente a disputa militar entre duas forças opostas mas, como ensinou Clausewitz, a guerra é a continuação da política por outros meios. Portanto, não se pode analisar uma guerra apenas do ponto de vista militar ou da magnitude de um exército em relação a outro. No caso das guerras irregulares, que são a forma clássica dos oprimidos se contraporem aos opressores muito mais poderosos, as regras da guerra são de outra qualidade, tem outras normas e outras dinâmicas. Por isso, nessas guerras, as forças irregulares ampliam as suas chances de derrotar um inimigo mais forte. Os exemplos da guerra de libertação da Argélia contra os colonialistas franceses, dos guerrilheiros cubanos contra o exército de Batista, dos vietnamitas contra os franceses e, posteriormente, contra os Estados Unidos, são exemplos clássicos de como uma força guerrilheira com apoio popular é capaz de derrotar um inimigo muito mais poderoso. Isso não significa que Israel terá o mesmo destino desses exércitos, mas existe uma possibilidade real de que o exército sionista seja derrotado tanto do ponto do vista político quanto militar. O que até agora podemos constatar é que as forças de Israel são muito valentes para bombardear bairros inteiros e matar e humilhar civis, atacar hospitais, afinal os palestinos não contam com defesa aérea para se contrapor à aviação sionista. No entanto, para derrotar a resistência palestina não basta destruir prédios, residências e levar o terror à população civil, é preciso conquistar o terreno. Aí então é que começam as dificuldades da força invasora, porque a resistência palestina, ao atrair o exército sionista para um ambiente ao qual não está acostumado a lutar, melhora a sua capacidade de enfrentar o inimigo e pode golpeá-lo onde ele menos espera, uma vez que os guerrilheiros conhecem melhor o terreno, podem se movimentar sem que os drones e aviões espiões os vejam, além do fato de que podem escolher o melhor momento para alvejar o inimigo levando insegurança e pânico para suas tropas. O que se tem observado é uma enorme capacidade da guerrilha resistir à ocupação. Suas ações realizadas de rua em rua, de casa em casa, em meio aos escombros, atacando e desaparecendo entre túneis e vielas, tem golpeado fortemente o invasor com resultado militares significativos. Apesar da propaganda israelense afirmar a morte apenas de cerca de três centenas de soldados em Gaza, outros meios indicam que até agora já morreram mais de cinco mil soldados sionistas e mais de 10 mil foram feridos e agora lotam os hospitais de Israel. Outro indicador das dificuldades dos sionistas é o fato de que Israel retirou do teatro de operações várias brigadas militares, inclusive a brigada Golani, tida como uma das mais preparadas do exército israelense. Há relato na internet de problemas entre as forças de ocupação, como stress, pânico diante de um inimigo invisível e até mesmo de fogo amigo no enfrentamento com a guerrilha. Até agora nenhum dos objetivos militares de Israel foi atingido: nem a destruição da resistência (que eles sintetizam no terrorismo do Hamas para efeito de propaganda), nem a libertação dos reféns. A guerrilha continua praticamente intacta, operando normalmente e assestando golpes cada vez mais duros às forças de ocupação à medida que vão ganhando experiência no tereno. Aliás, quanto mais o tempo passa mais difícil se torna a justificativa para o banho de sangue em Gaza, principalmente porque o discurso das autoridades israelenses de que é necessário destruir a Resistência e libertar os reféns já não corresponde à realidade. Está claro que o objetivo é transformar Gaza inabitável para que possa ser ocupada pelos sionistas. Aliás, os parentes dos reféns sequestrados comentam abertamente que os reféns estão mais seguros nos túneis da guerrilha do que expostos bombardeios aleatórios que Israel realiza diariamente para espalhar o terror entre a população palestina. Além disso, a própria população de Israel, que já vinha realizando grandes manifestações contra o governo de Netanyahu por suas tentativas de emplacar leis autoritárias no País, já começa a demonstrar cansaço com a guerra e seus resultados desastrosos para sua imagem internacional. Além disso, há ainda outros fatores estão aumentando as dificuldades da ocupação, como as ações realizadas pelo Eixo da Resistência, no Sul do Líbano, em regiões como a Síria, Iraque e Yemen. A partir do Líbano, o Hezbollah continua fustigando as forças israelenses, o que resultou na retirada de dezenas de milhares de israelenses que moravam perto da fronteira com esse País e também fez com que Israel fosse obrigado a manter parte do exército na região para se precaver de uma possível invasão por parte do Hezbollah. Outras forças guerrilheiras também estão atacando bases dos Estados Unidos na região, de onde provem a ajuda militar a Israel. Mas a maior dor de cabeça para os sionistas e o imperialismo dos Estados Unidos é a ação dos houthis, do Yemen, que estão atacando todos os navios que se dirigem a Israel, fato que tem contribuído para reduzir o comércio israelita com o mundo. Isso se tornou tão grave que os Estados Unidos formaram uma coalização para garantir a navegação na região, muito embora até agora sem êxito. O tempo também tem um papel fundamental no desenvolvimento da guerra em Gaza, pois os assassinatos em massa, as práticas genocidas diariamente veiculadas pela televisão, o corte de energia, eletricidade, o impedimento da entrada de caminhões com alimentos às populações atingidas, as humilhações públicas de centenas de palestinos presos e enfileirados apenas com roupas íntimas em campos de detenção, em meio ao frio e humilhações, as mortes de milhares de mulheres, crianças e bebês e a destruição em massa de bairros inteiros são cenas que chocam o mundo inteiro e provocam manifestações de solidariedade em todos os continentes. Esses acontecimentos significam um desastre para as autoridades sionistas, que sempre buscaram construir uma imagem de País democrático, com um exército mais moral do mundo, enquanto as organizações palestinas seriam terroristas bárbaros que assassinam a sangue frio civis israelense. Tudo isso está sendo desmentido pela realidade da guerra. Quem está sendo bárbaro, quem bombardeia civis e mata mulheres e crianças e comete todo tipo de atrocidades contra a população civil é o chamado exército mais moral do mundo. Esse processo tem isolado internacionalmente Israel, mudado a percepção da opinião pública sobre o sionismo, e aumentando a solidariedade aos palestinos em todos os continentes e colocado na ordem do dia a necessidade de resolução da questão palestina. Uma das iniciativas que demonstram o isolamento de Israel é a denúncia do genocídio em Gaza por parte da África do Sul junto à Corte Internacional da Justiça, em Haia, onde se demonstra com provas concretas a magnitude da matança que os sionistas estão realizando contra a população de Gaza. Para se ter uma ideia, nesses mais de três meses de invasão já foram lançadas em Gaza uma quantidade de bombas 3,25 mais maiores que as bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki. O documento denuncia ainda o fato de Israel obrigar o contínuo deslocamento de milhares de pessoas de uma região para outra e quando a população chega aos locais definidos é bombardeada, acusa a política genocida de matar de fome a população ao impedir a entrada de caminhões de alimentos, denuncia ainda a destruição de bairros inteiros, universidades, mesquitas, o bombardeio de geradores que fornecem energia para os hospitais, o encarceramento de médicos e pessoal de saúde visando dificultar o atendimento dos feridos, a morte de dezenas de jornalistas, entre outras atrocidades. Evidentemente que essa denúncia pode resultar em nada, até mesmo porque os Estados Unidos já saíram em defesa dos sionistas, mas demonstra um isolamento de Israel que até gora não se tinha observado. Além disso, quanto mais o Exército sionista intensifica as barbaridades na região palestina, mais aumenta o apoio popular à resistência. Uma carta recente encontrada numa casa destruída tinha um bilhete na qual os antigos proprietários escreveram que estavam deixando alimentos no armário e dinheiro para os guerrilheiros e que pedia ainda para que tomassem cuidado e se mantivessem vivos. Esse não é um fato isolado, pois o ódio ao invasor só vai aumentar as fileiras da resistência. Afinal, depois de tudo que está acontecendo, para a grande maioria da população, não existe nenhuma outra alternativa do que resistir à brutalidade sionista e lutar, principalmente entre a juventude. Se os sionistas imaginavam que a fome e o terror seriam capazes de levar a população a se revoltar contra a Resistência, erraram completamente. Do ponto de vista da política em geral, o sionismo está muito mais frágil agora do que no início da guerra. E se o conflito continuar sem os resultados esperados, esse governo pode cair e, dependendo da evolução dos acontecimentos, esses dirigentes sionistas poderão até ser julgados e presos por tribunais internacionais. Em resumo, após o 7 de outubro a questão palestina ganha uma nova dimensão. Politicamente, o Estado sionista está derrotado e terá cada vez mais maiores dificuldades para continuar essa guerra de terror contra os palestinos, tanto porque não atingiu os objetivos propostos, quanto porque a opinião pública poderá colocar Israel na mesma condição em que colocou o apartheid sul-africano. E do ponto de vista militar a situação se torna cada vez mais difícil, pois vencer uma guerra não é matar milhares de civis ou destruir cidades inteiras, mas derrotar o adversário armado e ocupar o terreno, o que não está acontecendo. A situação pode evoluir para uma conjuntura na qual o exército, diante da falta de resultado militares concretos no terreno militar, pode ser obrigado a se retirar de Gaza, o que representaria uma derrota humilhante para aquilo que se gabava de ser o mais poderoso exército do Oriente Médio, com o melhor serviço de inteligência do mundo. *Edmilson Costa é secretário-geral do PCB [1] Entre esses episódios bíblicos está aquele em que Moisés, ao voltar com seu povo do exílio no Egito, pediu a deus que separasse as águas do mar para todos pudessem passar. As águas se abriram e os judeus passaram, mas todos os soldados egípcios que vinham em seu encalço morreram afogados porque o mar milagrosamente se fechou. Já a chamada diáspora judia, a partir dos anos 70 depois de Cristo, quando os romanos derrotaram Jerusalém, é também um fato pouco crível, uma vez que os romanos nunca exilaram nenhum povo naquela região. Eles dominavam o povo, escravizavam os prisioneiros de guerra, e o resto da população continuavam no local vivendo e pagando impostos para os romanos. Realmente, parece um conto de fadas esses episódios do povo hebreu. Somente uma mente pouco informada pode acreditar que o mar se abriu e fechou por ordem de deus para favorecer povo hebreu. Além disso, naquela época a região era dominada pelos egípcios e não teria sentido os judeus saírem do Egito, onde supostamente estavam escravizados, para voltaram a uma região dominada ... pelos egípcios. (In Shlomo Sand. Como surgiu o povo judeu. Le Monde Diplomatique, dez. 2023) [2] Altman, Contra o sionismo. Retrato de uma doutrina colonial e racista. São Paulo: Alameda, 2023. [3] Os acordos de Oslo foram firmados na capital da Noruega, em 1993, entre Yitzhak Rabin, por Israel, e Yasser Arafat, pela Palestina. [4] Por uma nova Palestina. Entrevista de Mustafá Barghouti a Ignacio Ramonet para o Le Monde Diplomatique. Maio de 2008. [5] As informações sobre o Partido Comunista da Palestina e o Partido Popular Palestino foram obtidas na Wikipedia, tendo em vista que as informações sobre essas duas organizações não foram encontradas em outras fontes, nem mesmo na Solidnet, página que reúne os Partidos Comunista do mundo inteiro. [6] As organizações que compõem a Frente de Resistência e que organizaram o 7 de outubro são as seguintes: Hamas, Jihad Islâmica, Frente Popular para a Libertação da Palestina, Frente Democrática para a Libertação da Palestina e Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral. pravda.ru

Eleições nos EUA: uma democracia que não permite oposição.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O regime norte-americano considera-se o mais democrático do mundo. É o que sempre disseram aos quatro ventos os presidentes dos Estados Unidos, e o que seu sistema monopolista de comunicação sempre propagou para o mundo inteiro. Isso já se tornou senso comum, comprovando uma das mais famosas máximas dos nazistas: uma mentira repetida mil vezes acaba tornando-se verdade (na consciência do grande público). Mas como um sistema pode ser considerado democrático se há somente dois partidos, que não divergem em nada nos principais assuntos nacionais e internacionais, e que, como muitos sinalizam há tempos, não passam de dois lados da mesma moeda? Para as eleições presidenciais de novembro deste ano, o roteiro é o mesmo de sempre: Partido Democrata vs. Partido Republicano. Mesmo que a maioria dos eleitores não concorde com as candidaturas de Joe Biden e Donald Trump, como apontou levantamento da Reuters/Ipsos de 25 de janeiro: “em geral, uma maioria absoluta de americanos (52%) não está satisfeita com o sistema de dois partidos e quer uma terceira escolha.” Esse sentimento não é de hoje. Já em 2008, quando as presidenciais opuseram Barack Obama (D) a John McCain (R), 47% dos eleitores consultados pela Gallup desejavam uma alternativa a democratas e republicanos. Em outubro de 2023, o mesmo instituto apontou que 63% dos americanos achavam que os dois partidos fazem um “trabalho tão ruim” de representação popular que é preciso um terceiro grande partido. Uma terceira pesquisa, de outro instituto de grande prestígio nos EUA, o Pew Research Center, mostrou, em 24 de abril, que 49% dos eleitores substituiriam tanto Biden quanto Trump como candidatos nestas eleições, se tivessem a “capacidade” de decidir quem seria o candidato de cada partido. Mesmo com tamanha insatisfação, que evidencia uma oposição do povo americano ao regime bipartidário, essa oposição não se materializa em um partido político com chances de vitória. Apenas em oito ocasiões na história dos EUA (a primeira em 1848 e a última em 1992) um terceiro candidato obteve mais de 10% dos votos populares. E somente em duas delas ele conseguiu ficar à frente de um dos dois candidatos principais, mas nunca na frente dois dois, ou seja, nunca conseguiu se eleger. Essas duas exceções de terceira via que chegaram em segundo lugar foram John Breckinridge, pelos Democratas de Lecompton, em 1860, e Theodore Roosevelt, pelo Partido Progressista, em 1912. Há mais de cem anos aos americanos não é dada nenhuma opção que não seja o candidato do Partido Democrata ou o candidato do Partido Republicano, ainda que, como mostram as pesquisas, os eleitores exijam essa terceira opção. Mas a pulsante democracia dos EUA não atende à vontade de seus cidadãos em seu momento mais importante, a eleição presidencial! De fato, os partidos e candidatos que tentam concorrer com o regime bipartidário são sistematicamente impedidos pelo aparelho eleitoral. Poucos conseguem se qualificar para aparecer nas cédulas eleitorais, cujos critérios variam em cada estado. As pesquisas de intenção de voto não mencionam nomes que não sejam os do candidato democrata e do candidato republicano – pouquíssimas citam um terceiro ou quarto candidato. A imprensa não noticia as atividades dos outros candidatos, nem tampouco os entrevista. Para participar dos debates promovidos pela Comissão de Debates Presidenciais, o candidato precisa ter ao menos 15% das intenções de voto nas pesquisas (como, se seu nome sequer é mencionado?) e aparecer em um número suficiente de cédulas para ter chance de vencer no Colégio Eleitoral. Todo o aparato do regime norte-americano (justiça eleitoral, instituições, imprensa, mecanismos de busca) funciona como se houvesse apenas dois candidatos: o democrata e o republicano. E, de fato, essa é a realidade. Os outros quatro ou cinco que realizam a proeza de superar as dificuldades para aparecer na cédula não concorrem efetivamente. Esse mesmo aparato, encabeçado pelo governo dos EUA, costuma exigir dos outros países – principalmente aqueles que não aceitam a interferência americana – que realizem eleições onde todos os candidatos tenham oportunidades iguais de vitória. É claro que essas exigências são apenas um artifício para forçar uma mudança de regime nos países a serem dominados. O próprio regime norte-americano não oferece nenhuma chance para a oposição vencer as eleições – e nem mesmo aceita observadores internacionais, apenas “acompanhantes”. Mas não é só isso. O buraco é muito mais embaixo. Os pobres coitados que, após muito sofrimento, conseguem se candidatar contra a máquina bipartidária e não terão a menor chance de vencê-la na verdade não são nem mesmo uma oposição consentida. Eles simplesmente não são oposição. Expoente dessa tese é Robert Kennedy Jr. Ele desistiu de sua candidatura pelo Partido Democrata para se candidatar como independente. Mas, apesar de ter saído do Partido Democrata, o Partido Democrata não saiu de RFK Jr. Suas propostas não são muito diferentes daquelas dos dois partidos hegemônicos – de fato, em toda a história, sempre houve um bloco de democratas e de republicanos com propostas distintas da cúpula partidária, com inclinação social e mais isolacionista. O filho do ex-senador Robert F. Kennedy e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy sequer é um outsider: a prova mais cabal disso é seu fiel apoio ao genocídio promovido por EUA/Israel em Gaza. Assim como os democratas e republicanos, RFK Jr. está no bolso da burguesia que controla o regime americano. É por ser uma oposição de fachada que Kennedy tem o melhor índice de intenções de voto entre os candidatos da terceira via desde as eleições de 1996. As raras pesquisas que mencionam seu nome o apresentam com um índice de entre 10% e 15% de intenções de voto. Mas a razão de tal desempenho é menos um acordo por parte dos eleitores com o seu programa do que uma rejeição ao bipartidarismo (particularmente à disputa Biden vs. Trump) ou uma simpatia pela sua tradicional família. Uma pesquisa publicada no ano passado pela CNN mostrou que 39% daqueles que pretendem votar em RFK Jr. sequer têm uma opinião formada sobre ele, ou seja, mal o conhecem. Só o escolheram porque não pertence ao partido Democrata ou Republicano. Além de RFK Jr., outros cinco candidatos irão aparecer nas cédulas eleitorais de menos da metade dos estados. Logo, não terão a menor chance de fazer cócegas ao bipartidarismo. Os restantes cinco partidos que tentaram concorrer sequer obtiveram o acesso ao registro na cédula de votação de um único estado. Na prática, todos eles são completos desconhecidos pelo eleitorado americano. E, ainda que os eleitores os conhecessem, perceberiam que seus programas e ideologia são cópias mal formuladas daqueles dos partidos Democrata e Republicano. Todas as tentativas de se criar um partido realmente distinto dos irmãos siameses foram sabotadas e suprimidas pelo sistema ditatorial americano. Foram os casos do Partido Progressista, que durou somente dois anos (1912-1914), do Partido Comunista e do Partido dos Panteras Negras (estes dois últimos brutalmente perseguidos e reprimidos pelo Estado). Com efeito, o sistema político dos Estados Unidos não permite oposição, embora a maioria dos cidadãos queira uma. Essa é a verdadeira democracia mais perfeita que o homem já criou! Deus salve a América! pravda.ru

Imprensa brasileira faz lavagem cerebral sobre eleições pelo mundo.

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Uma reportagem recente da TV Globo apontou que 2024 é o ano com mais eleições pelo mundo nos últimos tempos. Em alguns países, elas serão uma celebração e um termômetro para medir a força da democracia, enquanto em outros elas não passam de uma farsa para consolidar regimes ditatoriais. Não é difícil adivinhar quem é o grande exemplo de eleição democrática e quem são os maiores exemplos de farsa ditatorial, segundo a Globo… A reportagem mostrava imagens de Joe Biden e de Donald Trump no momento em que citava as eleições “democráticas” e imagens de Vladimir Putin e Nicolás Maduro quando falava das eleições de fachada. A cobertura nos principais veículos que formam o monopólio de comunicação no Brasil é uníssona: as eleições nos EUA são democráticas e as eleições nos países cujos governos são “adversários” dos EUA são fraudulentas. Foi assim que se tratou as eleições presidenciais na Rússia, realizadas em março. Embora Putin tenha um apoio real enorme dentro da sociedade, que gira em torno dos 87% de votos que recebeu, indicando que as urnas foram fiéis à correlação de forças políticas no país, os veículos de imprensa brasileiros trataram de acusar Putin de manipular as eleições. Não houve nenhuma manchete positiva nos três grandes jornais (Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo) durante o mês de março. Em compensação, as negativas representaram cerca do dobro das manchetes que poderiam ser consideradas neutras – com muito esforço e bondade do analista em relação a esses jornais. O Globo falou que era uma “eleição de cartas marcadas”, por exemplo. Alexei Navalny, um blogueiro treinado e financiado publicamente pela CIA, desconhecido pela esmagadora maioria dos russos, foi retratado como mártir e símbolo da violência do regime contra seus opositores, com grande destaque no noticiário após a sua morte. Nada foi dito sobre os 160 mil ataques cibernéticos contra o sistema eleitoral russo, a maioria dos quais originados dos Estados Unidos e do Reino Unido, conforme denunciaram as autoridades eleitorais russas. Por outro lado, há anos existe uma forte campanha na imprensa acusando a Rússia de interferir em eleições pelo mundo, principalmente nos EUA. As eleições na Rússia não foram tão atacadas e manipuladas pelo noticiário brasileiro, contudo, quanto as venezuelanas. Ainda a ocorrer no meio do ano, o pleito presidencial no país vizinho tem sofrido uma gigantesca campanha de desestabilização e desprestígio pelos grandes jornais do Brasil. Folha e Estadão copiam um ao outro em manchetes de papagaio como as que chamam o governo venezuelano de “ditadura de Maduro”. Unem-se ao Globo para espalham uma campanha de intensa desinformação, retratando a oposição (que desde a ascensão do chavismo já tentou inúmeros golpes de Estado) como democrática e vítima da ditadura, embora a Venezuela tenha tido quase 30 eleições e referendos nos governos Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Uma notícia que se espalhou por todos os tentáculos do monopólio propagandístico brasileiro – que, por sua vez, é uma extensão do aparato de propaganda de Washington – foi a da foto de Maduro repetida várias vezes na cédula eleitoral. Os jornais utilizaram o fato para indicar que Maduro manipula o voto dos eleitores para que votem nele e não em seus opositores. A realidade, contudo, é que na cédula aparecem os candidatos apoiados por cada partido, com o nome do partido junto com o seu candidato. Como a candidatura de Maduro é apoiada por 13 partidos, sua foto aparece 13 vezes, e os outros candidatos também aparecem tantas vezes quantos partidos os apoiam. Todas as notícias sobre o governo e a candidatura Maduro são extremamente negativas e mesmo as que um observador benevolente possa considerar neutras, na verdade não passam de propagação de estereótipos negativos, levando em consideração que a campanha contra a Venezuela existe há mais de dez anos com muita força e a maioria dos leitores e telespectadores já se acostumou a pensar que o país é uma ditadura onde o povo é oprimido pelo regime. Só se fala da suposta perseguição à oposição, da suposta falta de transparência, embora haja 13 candidatos e o Centro Carter (do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter) considere as eleições venezuelanas as mais transparentes do mundo, com verificação dupla: eletrônica e impressa. Sobre isso, o monopólio da comunicação se cala. Precisa passar a impressão ao público que na Venezuela não existe um pingo de democracia e só a derrubada do chavismo fará com que ela apareça. Esse é exatamente o mesmo discurso do governo dos EUA. Afinal de contas, a imprensa brasileira não passa de um porta-voz da opinião do imperialismo americano. E, como tal, além de mentir sobre as eleições em países cujos governos não se dobram à sanha opressora dos EUA, essa mesma imprensa louva as eleições americanas. Nem na TV, nem nos jornais, nem nas rádios, nem nos grandes websites há qualquer mínimo questionamento sobre a lisura do processo eleitoral americano. Não importa que o país seja uma ditadura bipartidária onde democratas e republicanos não passam de dois lados da mesma moeda. Não importa que a vontade dos eleitores valha menos do que o resultado dos colégios eleitorais (afinal, ao contrário das “ditaduras” russa e venezuelana, as eleições “democráticas” nos EUA são indiretas). Não importa que o dinheiro dos grandes banqueiros, industriais, comerciantes e latifundiários seja o maior impulsionador das campanhas, e que esses só apoiam os candidatos que lhes jurarem fidelidade e lhes prometerem as maiores benesses se for eleito. De fato, quem queira se eleger precisa se ajoelhar para esses grandes capitalistas, que na verdade controlam com mão de ferro todo o sistema político norte-americano. A imprensa trata esse negócio evidentemente corrupto como algo natural e inerente à democracia. Claro, porque ela própria faz parte disso: se nem mesmo a americana cita os outros candidatos, é óbvio que suas sucursais brasileiras não irão noticiar as atividades dos pobres coitados que concorrem como parte (aqui sim!) dessa eleição de cartas marcadas. Biden e Trump são idosos que já não conseguem articular bem as palavras e o atual presidente mal consegue controlar sua locomoção. Praticamente todos os dias ele comete alguma gafe vergonhosa que viraliza nas redes sociais, mas a imprensa finge que isso não acontece. A Folha de S.Paulo, contudo, se regozija em publicar uma matéria sensacionalista com o título “Maduro tenta mandar mensagem em inglês a Biden e vira alvo de piadas”, demonstrando seu capachismo e preconceito, como se Biden soubesse falar espanhol – aliás, os americanos são completamente ignorantes de outros idiomas e estão pouco se lixando para aprendê-los, mas a Folha acha que um presidente hispânico tem a obrigação de falar inglês. Maduro e Putin são os responsáveis por criar “obstáculos para eleitores votarem”, como disse o Estadão, mas é nos Estados Unidos onde os cidadãos são, na prática, desincentivados a votar, pois o pleito ocorre em dia de trabalho normal e o trabalhador sequer tem tempo de acorrer às urnas – além de desconhecer os candidatos. Os partidos democrata e republicano são apresentados como rivais, mas essa mesma imprensa não consegue esconder que nos assuntos que realmente importam eles sempre estão de mãos dadas e nenhum se opõe ao regime (esse sim, um regime no sentido de ser uma ditadura) americano, pois os dois são os representantes desse regime. Na Venezuela ou na Rússia os opositores pagos pelos EUA são falsamente retratados como combatentes da liberdade para retirar a elite corrupta do poder. Nos EUA, que é tão ditatorial que nem sequer existe essa oposição (de forma organizada), a oposição popular desorganizada não é considerada oposição pela imprensa. É como se o povo fosse a favor da “democracia” americana, e os que não o são merecem o desprezo como antidemocráticos e marginais. Não se enganem: o que estamos lendo e ouvindo dos apresentadores, repórteres e comentaristas não é a verdade e nem mesmo uma opinião honesta. É pura propaganda muito bem articulada em uma rede monopolística para manter os súditos do império ignorantes da opressão que sofremos desse mesmo império. A imprensa capitalista não passa de um instrumento da burguesia para enganar o povo, e num país como o Brasil, praticamente colonizado pelos EUA, essa imprensa é porta-voz da metrópole contra os nossos interesses. pravda.ru

INVESTIMENTO DO PRESIDENTE CHADIANO: Déby filho enfrenta uma montanha de desafios

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É isso ! O Chade já não é um país em transição. Com efeito, o primeiro presidente da Quinta República, Mahamat Idriss Déby Itno, eleito a 6 de Maio por sufrágio universal, foi investido no dia 23 do mesmo mês, durante uma grandiosa cerimónia realizada na capital, Ndjamena. Uma investidura que marca o regresso do país à ordem constitucional e que vira definitivamente a página de uma transição de três anos, iniciada em abril de 2021, um dia após o trágico desaparecimento de Débypère, morto em combate em condições ainda por elucidar . Ainda assim, com esta tomada de posse do filho que substituiu o pai, que governou o país com mão de ferro durante mais de trinta anos, é a dinastia Deby que continua no Chade. E o facto é tanto mais significativo quanto a cerimónia de 23 de Maio teve lugar na presença de uma infinidade de personalidades de alto nível de África e de outros lugares, incluindo o actual presidente da União Africana, o mauritano Mohamed Ould Cheikh el Ghazouani, mas também representantes dos presidentes franceses, Emmanuel Macron, e dos presidentes russos, Vladimir Poutine, que estão entre os raros chefes de estado ocidentais que felicitaram o novo homem forte do Chade. O novo presidente terá que trabalhar para silenciar as armas entre irmãos chadianos O mínimo que podemos dizer é que ao ser eleito no primeiro turno com mais de 60% dos votos, o general Mahamat Idriss Deby Itno alcançou os seus objetivos, ao legitimar o seu poder através das urnas. E isto já é uma vitória para o Chade, que está a restabelecer a ligação com uma ordem constitucional que, esperamos, rimará doravante com o respeito pelas regras do Estado de direito, tendo em conta a pedra de chumbo que caiu sobre os detractores da junta ao longo de todo o processo. uma transição que se destacou especialmente pela restrição de espaços de liberdade e pela repressão de vozes dissidentes. E estamos à espera para ver se com a mudança de estatuto, Deby-fils, do auge da legitimidade conquistada nas urnas, mudará de ideias na perspectiva de uma verdadeira transição democrática no seu país. É aqui que o Chade experimentará progresso na sua marcha rumo ao progresso. É também por isso que iremos escrutinar os primeiros passos do recém-formado juramentado, para saber se ele fará uma ruptura ou se fará parte da continuidade de uma política da qual há motivos para reclamar. É por isso que a configuração da futura equipa governamental poderá dizer muito sobre a orientação do poder do filho do outro, dependendo se dará lugar de destaque aos civis ou aos militares. De resto, desafios não faltam ao general-presidente, de quarenta anos, que não tem ilusões sobre a necessidade de consolidar a legitimidade do seu poder adquirida no final de uma eleição contestada pela oposição e considerada pouco boa”. credível". » por observadores internacionais. A começar pela reconciliação nacional face à ruptura do tecido social e às rebeliões armadas ainda em curso. Com esta tomada de posse de Deby-fils, abre-se uma nova página na história do Chade Isto mostra o quanto o novo presidente terá de trabalhar para silenciar as armas, primeiro entre irmãos chadianos, num contexto de segurança regional geralmente marcado pela luta contra a hidra terrorista. Não esquecemos os exilados políticos ainda dispersos e que apenas aguardam condições favoráveis ​​para assinarem o seu regresso a casa. Há também a questão da revitalização da economia nacional arruinada pela guerra e pelo elevado custo de vida, que continua a ser, com o combate à corrupção e ao desemprego juvenil, uma das fortes expectativas dos seus compatriotas. Por último, mas não menos importante, há a questão da gestão transparente e eficiente das receitas petrolíferas, que condiciona em grande medida o desenvolvimento económico e social de um país que depende fortemente da riqueza do ouro negro. Bem como a escolha de parceiros internacionais com vista a consolidar o lugar e a imagem do Chade como um importante actor político nesta parte central de África. Em qualquer caso, a sua atractividade para os investidores estrangeiros dependerá da estabilidade política do país. E com esta tomada de posse de Deby-fils, abre-se uma nova página na história do Chade. Em todo o caso, todo o mal que lhe desejamos é que saiba corresponder às expectativas dos seus compatriotas e que a sua acção à frente do seu país faça parte da lógica de conduzir o Chade para um amanhã melhor. lepays.bf

NEGOCIAÇÕES PARA O RETORNO DA AES NO ESPAÇO CEDEAO: Missão impossível?

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O tempo do processo de retirada definitiva da Aliança dos Estados do Sahel (AES) da CEDEAO, de acordo com o prazo regulamentar da instituição sub-regional, está a contar. Dentro de cerca de 7 meses, Burkina Faso, Mali e Níger deverão ser considerados os “ex” da organização regional da África Ocidental. De qualquer forma, para os regimes no poder nos três estados, o vinho já acabou. Só falta beber. Eles irão refazer seus passos? Provavelmente não. Entretanto, e do lado da CEDEAO, nenhuma iniciativa parece excessiva para tentar trazer a troika “para casa”. Na verdade, o parlamento da CEDEAO decidiu, em 21 de maio, na abertura da sua 2ª sessão extraordinária, a criação de um comité de mediação ah hoc para trabalhar com todas as partes interessadas com vista a convencer a AES a não desistir. Este anúncio do parlamento surge na sequência do apelo lançado pelo Presidente da Comissão da CEDEAO para que tudo seja feito para evitar a saída dos três estados do espaço CEDEAO. A estas iniciativas podemos acrescentar o convite do Conselho de Anciãos da CEDEAO aos países da AES, a fim de reconsiderarem a sua posição "no interesse da unidade comunitária, da coesão, do interesse geral das suas populações e da integração regional". Bem como a mediação solicitada às novas autoridades senegalesas para mudar a opinião da AES! Devemos saudar as iniciativas que visam preservar a unidade e a sobrevivência da CEDEAO Porquê esta insistência por parte da CEDEAO em manter membros que já não se sentem preocupados com os princípios de integração sub-regional que apoia? Devemos admitir que a saída da AES da CEDEAO representa uma enorme perda, sob vários ângulos, para? o órgão sub-regional. Basta dizer que a saída do Burkina, do Mali e do Níger da CEDEAO enfraquece enormemente a organização. E então, a CEDEAO tem esta responsabilidade histórica de mais uma vez tomar a iniciativa de um diálogo com a AES na esperança de preservar e fortalecer as conquistas da integração na África Ocidental. No entanto, a CEDEAO será ouvida pelos militares no poder na AES? Estará a organização sub-regional numa missão impossível quando conhecemos a determinação dos países do Sahel em completar o seu projecto e até expandi-lo a outros? Será que a AES, agora no grupo russo, concordará em voltar atrás? Devemos esperar o tempo para dar o seu veredicto. Mas já há motivos para felicitar as iniciativas que tendem a preservar a unidade e a sobrevivência da CEDEAO. Aconteça o que acontecer, a CEDEAO deve considerar apenas, acima de tudo, os interesses do povo. Nesta dinâmica, ela deve ter a humildade de reconhecer que cometeu erros que a mergulharam hoje numa zona de turbulência e de tirar deles todas as lições. Michel NANA lepays.bf

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