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PR de Cabo Verde admite falhas no pagamento de salários à primeira-dama, mas diz que valores foram repostos.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... José Maria Neves fala sobre uma intensa campanha de politização, de ...

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

PR de Cabo Verde admite falhas no pagamento de salários à primeira-dama, mas diz que valores foram repostos.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
José Maria Neves fala sobre uma intensa campanha de politização, de procura de ganhos para agendas não declaradas e, pior ainda, de diabolização de pessoas e tentativas de assassinato de caráter. Praia — O Presidente de Cabo Verde revelou que o montante pago à primeira-dama, Débora Carvalho, pela Presidência da República, já foi reposto, reconhece que o órgão errou e lembrou os limites impostos pelo respeito devido ao bom nome e à dignidade das pessoas, de todas as pessoas. “Antes mesmo do pronunciamento dos tribunais, já foi feita a devolução, na íntegra, aos Cofres do Estado, do montante recebido a título de remunerações à senhora primeira-dama”, revelou José Maria Neves numa comunicação ao país nesta sexta-feira, 23, na qual voltou a explicar a decisão da Presidência da República em pagar honorários Carvalho e o seu posicionamento quando a polémica foi despoletada. fonte: VOA

Cabo Verde: Chefe da Casa Civil da Presidência da República exonerado.

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Avelino Bonifácio Lopes, economista, consultor e antigo ministro é nomeado para o cargo Praia — O Presidente de Cabo Verde exonerou o Chefe da Casa Civil, Jorge Tolentino, a pedido deste. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 16, pela Presidência numa nota em que José Maria Neves também anuncia o economista e antigo ministro Avelino Bonifácio Lopes como novo Chefe da Casa Civil, a partir de 1 de novembro. “A Presidência da República agradece ao Embaixador Jorge Homero Tolentino Araújo pelo seu dedicado serviço, augurando-lhe sucessos na sua caminhada”, diz a nota que deseja, ao mesmo tempo, a Lopes “sucessos nas suas novas funções”. fonte: VOA

Denis Sassou-N’Guesso conversou com Umaru Sissoco Embalo antes de ir para Malabo.

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O Presidente congolês, Denis Sassou-N'Guesso reuniu-se, esta quinta-feira, 17 de Outubro de 2024, em Brazzaville, com o seu homólogo guineense, Umaru Sissoco Embalo, antes de se deslocar para Malabo, na Guiné Equatorial, onde participará na cimeira Chefes de Estado e de Governo da CEEAC. Os dois líderes sempre demonstraram o seu desejo de dinamizar, diversificar e fortalecer ainda mais as relações entre os dois países. Jean-Jacques Jarele SIKA / Les Echos du Congo-Brazzavillehttps://lesechos-congobrazza.com

Níger: Place Monteuil agora leva o nome do capitão Thomas Sankara.

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Agora no Níger, a Place Monteuil, localizada em frente à Esquadra da Polícia de Niamey, torna-se “Place Thomas Sankara”, em homenagem ao antigo presidente do Burkina Faso. Foi durante a cerimónia de nomeação de várias avenidas, avenidas, ruas e praças da cidade de Niamey, na terça-feira, 15 de Outubro de 2024. Data que marca também a celebração do 37º aniversário do assassinato do pai da Revolução, em Agosto de 1983. Segundo o Ministro responsável pela Cultura do Níger, Coronel Major Abdourahamane Amadou, esta operação foi iniciada após a observação de que “a maior parte destes locais tinham nomes que não representam marcos no imaginário colectivo dos nossos concidadãos”, justificou. É, portanto, para dar nova vida a estes “heróis locais e nacionais, até pan-africanos, esquecidos e menos valorizados, que se decidiu renomear e nomear determinados espaços da cidade”, acrescentou. fonte: https://www.aujourd8.net/

Senegal: Ousmane Sonko quer revelar o desvio causado por Macky Sall.

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Ousmane Sonko não está zangado com o antigo presidente senegalês Macky Sall. Durante uma intervenção pública, o líder do PASTEF voltou a acusar o governo cessante de ter manipulado os dados financeiros do Senegal, um ataque que relança o debate sobre a gestão económica do país. Segundo Sonko, os resultados de Macky Sall são mais sombrios do que o que foi revelado até agora. “Depois da auditoria às finanças públicas, alguns negaram os factos. Mas não se preocupe, nos próximos dias, todos os senegaleses descobrirão a realidade do que o governo cessante fez”, disse ele, sugerindo que novas revelações poderiam surgir. Sonko também afirmou ter-se reunido recentemente com responsáveis do Fundo Monetário Internacional (FMI) e descreveu estas discussões como “frutíferas”. Prometeu que os senegaleses seriam informados das verdadeiras dimensões dos alegados escândalos financeiros. Apesar da ausência de menção explícita, o ataque de Sonko foi claramente dirigido a Macky Sall, que, numa entrevista recente à imprensa estrangeira, rejeitou estas acusações. Segundo Sonko, o ex-presidente usaria porta-vozes para tentar se defender, mas isso não mudaria a realidade dos fatos. Entre as inúmeras irregularidades denunciadas por Ousmane Sonko estão a falsificação de dados financeiros, a distribuição duvidosa de terras, a sobrefacturação, bem como a exploração de recursos naturais como ouro e diamantes. Ele promete compartilhar essas informações nos próximos dias, reforçando seu compromisso em esclarecer o que chama de má gestão. fonte: https://www.aujourd8.net/

CONTESTAÇÃO DA VITÓRIA DA FRELIMO NAS ELEIÇÕES GERAIS EM MAPUTO: Rumo a uma crise pós-eleitoral?

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Daniel Chapo, candidato do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), foi declarado vencedor na capital Maputo, com 54% dos votos, no dia 13 de outubro, pela Comissão responsável pelas eleições. Embora muito parciais, estes resultados já são objeto de disputa pelos três adversários que partilham os restantes votos. São eles o general Ossufo Momade, de 63 anos, candidato da oposição, antigo membro da ex-rebelião, Renamo, Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política do país, e Venâncio Mondiane, independente candidato, um ex-Renamo. Caminhamos para uma crise pós-eleitoral? Estamos inclinados a acreditar nisso. Principalmente porque esses três candidatos não contam para a manteiga. Na verdade, Venâncio Mondiane, este homem de 50 anos, goza de grande popularidade, especialmente entre os jovens. Isto significa que ele constitui o mais sério adversário deste antigo apresentador de televisão e rádio cuja escolha de defender o padrão da Frelimo foi mais do que surpreendente. Porque, se este ex-governador da província de Inhambane, de 47 anos, não é completamente novo na política, é o único candidato do histórico partido moçambicano que não lutou na guerra civil de 1975 a 1992, mas também o mais jovem. Não importa, ele beneficia da experiência da máquina eleitoral da Frelimo que reinou suprema desde a independência de Moçambique. Em qualquer caso, salvo um terramoto, ele deverá sair vitorioso nestas eleições presidenciais, bem como nas eleições locais, para as quais 17 milhões de eleitores foram às urnas em 9 de Outubro. Principalmente porque beneficiou de recursos estatais durante a campanha que durou quarenta e cinco dias. E não é tudo: o presidente da Comissão Nacional Eleitoral, embora seja bispo anglicano no seu estado, é acusado de ser próximo dos detentores do poder. Daí até pensar que a votação é uma conclusão precipitada, é um passo que alguns deram rapidamente. De qualquer forma, aos olhos de muitos observadores, não haverá milagre. A Frelimo fará os outros três candidatos morrerem. E os resultados da capital não dizem o contrário. O mínimo que podemos dizer é que para além da fraude que alguns candidatos já denunciam, a Frelimo continua a gozar da simpatia dos moçambicanos, dado o papel histórico que desempenhou na independência do país. E tudo sugere que, enquanto não desperdiçar esta rica herança, não devemos sonhar com uma alternativa democrática no verdadeiro sentido do termo em Moçambique. O mais importante é conseguir que os resultados sejam aceitos por todos os candidatos. Dito isto, se o candidato da Frelimo está no bom caminho para a vitória contra os outros três candidatos, deve convencer-se de uma coisa: a imensidão dos desafios a enfrentar. Para além das questões económicas, políticas e sociais, existe a questão da segurança. Como prova, estas eleições gerais decorrem num contexto de segurança particular, ao ponto de muitos se questionarem sobre a correcta condução da votação na parte norte do país. Com efeito, desde 2017, a hidra terrorista infiltrou-se na região de Cabo Delgado, onde semeia o terror e a desolação. A violência terrorista dos Shebabs, afiliados ao grupo Estado Islâmico, deixou para trás mais de 4.000 cadáveres e deslocou mais de 600.000 pessoas. Isto significa que a questão não é vencer as eleições, mas sim trabalhar para trazer a paz aos moçambicanos. Em qualquer caso, devemos esperar que a votação seja transparente e que vença o melhor. E para isso, o órgão responsável pela organização das eleições beneficiaria se estivesse à altura do desafio. Porque o mais importante é conseguir que os resultados sejam aceites por todos os candidatos. Um desafio que não se vence antecipadamente. fonte: lepays.bf

INTERPELAÇÃO E RELAXAMENTO DE KEMI SEBA NA FRANÇA: Tudo isso por isso?

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Preso em 14 de outubro pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), depois colocado sob custódia policial em Paris, o influenciador de origem beninense, Kémi Seba, foi libertado em 17 de outubro de 2024, sem processo judicial imediato, segundo o seu advogado. , Eu Juan Branco. Isto significa que, no final, não encontrámos nada contra Gilles Robert Stellio Capo Chichi, presidente do movimento Pan-Africanista de Emergências, cuja detenção teve o efeito de uma bomba. O activista arriscava trinta anos de prisão se fosse considerado culpado das acusações contra ele. Tudo isso, somos tentados a nos perguntar diante do grande clamor que o caso causou? Na verdade, o homem era “suspeito de fornecer informações a uma potência estrangeira com o objetivo de provocar hostilidades ou atos de agressão contra a França”. Para dizer a verdade, esta forma de fazer as coisas assemelha-se, em muitos aspectos, às práticas dos países do Gondwana. Porque, como num país dito de direitos humanos, onde a liberdade de opinião e de expressão é sagrada, podemos proceder à prisão de um cidadão com passaporte diplomático, sem garantir provas irrefutáveis contra ele? O mínimo que podemos dizer é que a DGSI não fez nenhum favor aos líderes franceses. Porque não há dúvida de que este caso do activista Kémi Seba contribuirá para manchar a imagem de França e tornar o activista mais solidário. Em qualquer caso, traz ânimo para aqueles que acusam as autoridades francesas de visarem um africano cujo único crime é denunciar o imperialismo ocidental. Kémi Seba se beneficiaria se colocasse um pouco de água em seu vinho Dito isto, se Kémi Seba foi libertado sem acusação imediata, é porque os caçadores da DGSI terão capturado uma “grande caça” por nada. Pelo contrário, França terá oferecido publicidade gratuita ao influenciador o que irá, sem dúvida, reforçar o seu índice de popularidade. E não ficaríamos surpresos se, nos próximos dias, o influente aliado da Rússia e do Sahel liderasse uma campanha de demonização contra a França, que está a perder neste caso. Estamos ainda mais inclinados a acreditar nisso porque a França não encontrou nada que o mantivesse detido, nem o extraditasse para o seu país de origem, o Benim, como temia ainda mais o seu advogado, obter em troca a libertação do presidente deposto Mohamed. Bazoum, como alguns suspeitavam. Quanto à hipótese da troca, Kémi Seba acabou por ser um prisioneiro irrecuperável? Temos motivos para pensar assim. Em primeiro lugar, Kémi Séba poderia ter sido um prisioneiro incômodo para o inquilino do Marina Palace que está a fazer todos os possíveis para normalizar as suas relações com o Níger, cujas autoridades gentilmente ofereceram ao Pan-Africanista um passaporte diplomático. Em segundo lugar, o Presidente Tiani, que bombardeou Kémi Seba como conselheiro especial, não disse uma palavra sobre a prisão deste último. Um sinal, sem dúvida, de que não estava disposto a discutir uma possível troca de prisioneiros com a França, que acusava constantemente, com ou sem razão, de querer desestabilizar o seu país. No entanto, se Kémi Seba escapou impune, deve saber que é porque a França é um Estado de direito onde a justiça é independente. Porque, se estivesse sob outros céus, ele teria sido colocado na masmorra sem qualquer outro tipo de julgamento. Ele está certamente a travar uma luta nobre pela libertação total do Continente Negro, mas parece errar nas suas contradições que beiram a incoerência. fonte: lepays.bf

Bola de Ouro Africana 2024: a cerimônia será realizada em Marrocos em dezembro.

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Já conhecemos o país que sediará os Prémios CAF para a distinção Bola de Ouro Africana de 2024. É Marrocos, que acolherá o evento desportivo no dia 16 de dezembro. Tal como nas duas últimas edições, o reino Cherifian foi escolhido para a cerimónia pela Confederação Africana de Futebol (CAF), segundo o canal desportivo marroquino Arryadia, que divulgou a informação citando o Gabinete Executivo da CAF. Para esta edição de 2024, os favoritos são o nigeriano Ademola Lookman (Atalanta Bergamo), o guineense Sehrou Guirassy (Borussia Dortmund), o marroquino Brahim Diaz (Real Madrid) e o burquinense Edmond Tapsoba (Bayer Leverkusen). fonte: seneweb.com

Laurent Gbagbo: Jacques Chirac “não é o único chefe de Estado que me pediu dinheiro…”.

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Na sua obra intitulada “Eles sabem que eu sei tudo: a minha vida em Françafrique”, Robert Bourgi afirmou que Laurent Gbagbo tinha dado 3 milhões de dólares a Jacques Chirac em 2002. O antigo presidente da Costa do Marfim confirmou recentemente as declarações do conselheiro político franco-libanês durante uma entrevista com Alain Foka. Quando o ex-jornalista da RFI lhe perguntou se tinha medo de dizer não ao Sr. Chirac, a sua resposta não poderia ser mais clara: “Não é uma questão de medo. Em primeiro lugar, é uma surpresa ver um chefe de Estado francês pedir-me dinheiro.” “Ele está acostumado com os fatos” “Fiquei surpreso, atordoado, atordoado”, continuou Laurent Gbagbo, acrescentando que Chirac não foi o único líder que lhe pediu dinheiro. A segunda é “africana e é costume fazê-lo”, declarou o natural de Gagnoa, que não quis revelar a sua identidade. “Depois, fora do microfone, posso sussurrar o nome dele no seu ouvido”, sussurra ele para Alain Foka para acalmá-lo. Ele me disse: “Laurent, não sou ingrato, poderei lembrar disso” Sobre Chirac, sublinha que lhe telefonou depois de receber os 2 mil milhões de francos CFA e lhe disse: “Laurent, não sou ingrato, vou lembrar-me disso”. Mas “pelas minhas costas, a França e o Burkina Faso estão a montar uma rebelião que vem atacar-me”, explicou o antigo líder costa-marfinense, um pouco como que para apontar a ingratidão do líder francês da altura. fonte: seneweb.com

Senegal: “Diomaye-Sonko”: Amadou Bâ mostra suas garras.

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Dirigindo-se aos seus activistas em Parcelles Assainies, o chefe da lista da coligação “Jamm ak Njarin” arranhou o conjunto Diomaye Faye – Ousmane Sonko. "[...]. Eles [Diomaye e Sonko] só têm 6 meses à frente do país. E foram eleitos por 5 anos. Se você vir um único senegalês que está feliz com este regime, mostre-me , pelo contrário, todos estão estressados”, disse Amadou Bâ, ecoado por Bès Bi. Depois do ex-presidente Macky Sall, esperava-se que o seu antigo primeiro-ministro acusasse o novo regime de falsificar os números financeiros do país. "Quem não sabe fala. Quem sabe fica calado", brinca. Eu disse que preferia observá-los para ver até onde vão levar o país. Achei que teriam de 2 a 3 anos. teste, eles ainda não tiveram um mês, e os senegaleses estão reclamando em todos os níveis 'Xamonna ni fii la laniou Dieum' mas, 'jubbanti weesul', sua responsabilidade. Amadou Bâ insiste: “Um governo não pode perder tempo a lamentar-se e a gritar. É eleito para tranquilizar e encontrar soluções”. fonte> seneweb.com

ANGOLA: NOBEL DA DEMAGOGIA PARA O GENERAL.

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O Governo do MPLA (no Poder em Angola há 49 anos) diz pela milionésima vez que vai mobilizar mais recursos no Orçamento Geral do Estado de 2025 para que, de forma progressiva, todas as crianças que estão no sistema público de educação (mais de cinco milhões estão fora) possam beneficiar da merenda escolar, no âmbito do Programa de Alimentação Escolar. A garantia é do general João Lourenço, Presidente da República, Presidente do MPLA e Titular do Poder do Executivo, cargos inerentes ao facto de ser o único proprietário do reino. Ao apresentar o Estado da (sua) Nação, João Lourenço disse que o Programa de Merenda Escolar cobriu, no ano lectivo passado, pouco mais de um milhão de alunos, e vai continuar a merecer atenção do Executivo, porque os dados demonstram que, “nas localidades onde melhor executamos este programa, é maior a frequência escolar, maior a taxa de sucesso escolar e mais baixa a taxa de abandono escolar”. Uma descoberta, reconheça-se, digna de figurar nos anais da história da… humanidade. “A componente social continua a ser essencial para que tenhamos sucesso no processo educativo, particularmente para as crianças de famílias mais carenciadas”, sublinhou o general João Lourenço, certamente com vontade de repetir a sua tese de que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500. O general João Lourenço aproveitou a oportunidade para enaltecer o papel importante que algumas empresas têm desempenhado no apoio ao Programa de Merenda Escolar, no âmbito da responsabilidade social. “Neste, como em muitos outros domínios, a parceria entre o Estado e o sector privado afigura-se acertada. Apelo, por isso, ao nosso sector empresarial privado a juntar-se a esta iniciativa”, acrescentou com o seu habitual brilhantismo capaz de cilindrar o próprio La Palice. Ainda no domínio do apoio social escolar, o Chefe de Estado destacou o contributo essencial que o Projecto de Empoderamento da Rapariga e Aprendizagem para Todos (PAT II) está a prestar, apoiando raparigas no domínio da saúde sexual e reprodutiva. O projecto prevê ainda disponibilizar bolsas de estudo, para reduzir os custos das famílias, cujos filhos frequentem o I Ciclo do Ensino Secundário, abrangendo até 2025 cerca de 900 mil alunos. O general João Lourenço garantiu igualmente que o Governo (do MPLA há 49 anos) vai continuar a prestar atenção ao Programa de Alfabetização e progredir na expansão e melhoria da educação especial, para que o país tenha uma educação cada vez mais inclusiva. Programa que, por culpa dos portugueses, João Lourenço não frequentou o que o leva a dizer se “haver necessidade” em vez de se “houver necessidade”. “O presente ano lectivo contará, por isso, com mais 237.689 alunos comparativamente ao anterior, elevando o número de alunos matriculados no ensino geral para 9. 253.713, tendo estado disponíveis para a iniciação e a 1.ª classe um total de 1.600 mil vagas para ingresso pela primeira vez”, assegurou. O Presidente da República apelou aos vários agentes à observância rigorosa dos planos de distribuição, para que as crianças recebam efectivamente, e em tempo útil, os seus manuais. “Não podemos continuar a aceitar e a permitir que manuais escolares estejam a ser comercializados nos mercados, quando deviam ser gratuitamente distribuídos aos alunos”, declarou o general com a sua habitual erudição, típica de quem acha que pintar riscas nos burros os transforma em zebras. O também Titular do Poder Executivo informou que o sector já está a implementar os novos suplementos remuneratórios para os professores do ensino superior e investigadores científicos e a melhorar a abordagem da formação contínua dos docentes, com a atribuição de 202 bolsas de estudo para docentes das instituições públicas do ensino superior que se encontravam a realizar formação por conta própria. “É essencial continuarmos a aprimorar os mecanismos de apoio social aos estudantes, nomeadamente através das bolsas de estudo. Foram, por isso, concedidas 10 mil novas bolsas de estudo internas, perfazendo 31 mil bolsas atribuídas”, realçou. Sobre o Programa de envio de 300 licenciados e mestres para universidades de referência, João Lourenço informou que 15 médicos concluíram a sua formação em diversas especialidades na Universidade de São Paulo, no Brasil. As obras de reabilitação do Centro Nacional de Investigação Científica estão, garante, na sua fase final e decorrem a bom ritmo as obras de construção do Parque de Ciência e Tecnologia de Luanda, garantiu o Presidente João Lourenço, que espera estarem disponíveis à comunidade de investigação científica durante o ano de 2025. SERMOS BONS NÃO NOS CHEGAVA… «Tenho o doloroso dever de comunicar aos meus amigos e familiares, a morte hoje em Luanda, do saudoso Senhor Ernesto Sasoma, o homem que me ensinou a falar a língua portuguesa, o suficiente e necessário para me poder matricular na escola 32 em 1962/3 em Nova Lisboa», escreveu em Março Lukamba Gato a propósito do falecimento do Professor Ernesto Sasoma. Quando o mais alto magistrado de Angola, general João Lourenço, diz “se haver necessidade” em vez de “se houver necessidade”, não se está a falar de uma variante angolana da língua portuguesa. Está a falar-se de ignorância e iliteracia. Mas não está só, reconheço. E então quando se junta, seja na esfera pública ou na privada, a impunidade da incompetência… temos o retrato exacto desta Angola do MPLA. Como certamente nos diria Samuel Pedro Chivukuvuku, em vez de todos lutarmos pela excelência para conseguirmos ser bons, lutamos por ser apenas bons e assim não passamos da mediocridade. Acresce que, por gozarem de impunidade institucional, os medíocres consideram-se excelentes e deles será o reino… Quando a então ministra da Educação, Ana Paula Tuavanje Elias, falava de “compromíssio” em vez de “compromisso”, não se está a falar de uma variante angolana da língua portuguesa. Está a falar-se de ignorância, iliteracia e valorização da impunidade. No dia 3 de Maio de 2022, o ministro das Relações Exteriores angolano, Téte António, destacou a “relação secular” de Angola com a língua portuguesa e considerou a comemoração do Dia da Língua como um ganho da diplomacia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Mesmo que a língua portuguesa seja assassinada todos os dias, até mesmo e sobretudo pelos mais altos dignitários do país. “Ao falar da língua portuguesa, permite-se falar do legado de, já no século XV, os nossos ancestrais terem tomado a decisão de assumirem a língua portuguesa como a língua da corte, à época as escolas eram florescentes e aí já circulavam professores”, afirmou Téte António. Segundo o ministro angolano, que presidiu na altura, em Luanda, à cerimónia solene alusiva ao Dia Mundial da Língua Portuguesa, Angola tem uma relação secular com a língua portuguesa, porque em alguns reinos, como do Congo, já se falava na época o português. “Porque na região teriam sido abertas as primeiras escolas não tradicionais e terá sido a primeira região africana a dedicar-se no ensino de uma língua de origem não africana”, descreveu. “Dedicar-se no ensino” ou “dedicar-se ao ensino”? O Presidente da República, João Lourenço, exigiu em Junho de 2020 mais qualidade no ensino e considerou a formação do homem como uma aposta para “corrigir muitas deficiências” que o sector enfrenta. Tem razão. E, reconheça-se, não é por culpa do MPLA que só está no Poder há… 49 anos. Citando o vernáculo do próprio presidente, se “haver” necessidade, os angolanos aceitam um “compromíssio” (agora citando a ex-ministra da Educação, Ana Paula Elias) para assim continuar por mais 51 anos. Em Outubro de 2021, o Governo do MPLA disse que o processo de harmonização curricular do ensino superior em Angola poderia entrar em vigor no ano académico 2022-2023 em todas as províncias do país. Harmonizar significaria aumentar a qualidade, significaria valorizar exclusivamente a competência e banir não só a bajulação como a impunidade? O anúncio foi feito no dia 5 de Outubro de 2021, pela ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário, no acto solene de abertura do ano académico 2021-2022, presidido pelo Presidente da República, João Lourenço. De acordo com a ministra, o processo de harmonização curricular estava a ser conduzido por professores e especialistas de ordens profissionais que compõem as comissões curriculares nacionais. No quadro da melhoria da formação de professores, Maria do Rosário deu a conhecer que se encontrava em fase de conclusão o primeiro ano de três cursos de mestrado em metodologias de educação nos domínios da infância, ensino primário e ensino da língua portuguesa, e estavam a ser capacitados 66 docentes para se tornarem formadores nos institutos superiores de ciências da educação. Os estudantes destes cursos de mestrado estavam a ser formados numa universidade portuguesa parceira e iriam frequentar estágios pedagógicos em Angola, com apoio de instituições públicas. Recorde-se, como mero exemplo, que Angola reiterou, em Nova Iorque (EUA), a inclusão do Português como língua de trabalho do Instituto Internacional dos Provedores de Justiça (IOI). A reafirmação foi feita pela provedora de Justiça de Angola, Florbela Araújo, durante a reunião dos directores do IOI, Região África, que decorreu no Fórum Cultural Austríaco, orientado pela presidente regional e provedora de Justiça do Quénia, Florence Kajuju. Em Portugal, o Governo criou em 2022 um programa específico para os refugiados aprenderem a língua portuguesa. O programa foi considerado “essencial para apoiar” os refugiados na “integração e autonomia, seja na escola, no mercado de trabalho ou no dia-a-dia”, segundo a então ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Ana Catarina Mendes. A ministra anunciou a criação de um programa de aprendizagem da língua portuguesa específico para refugiados, particularmente os provenientes da Ucrânia, com o propósito de apoiar a integração na comunidade. Sobre este assunto, registe-se que foi considerada “inconstitucional” a tese do Folha 8 que dizia: “Todos devemos aprender com quem sabe mais e ensinar quem sabe menos”. Isto porque se institucionalizou a regra de que ser ignorante é um acto revolucionário. folha8

SODIAM ARRECADA 12 MILHÕES DE EUROS EM DIAMANTES.

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A diamantífera estatal angolana (do MPLA) Sodiam arrecadou 12,9 milhões de dólares (11,9 milhões de euros) com a venda de 44 diamantes, avaliados num total de 1.493 quilates. Segundo um comunicado da Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam), as 44 pedras licitadas na quarta-feira eram provenientes das minas de Somiluana, Lulo, Kaixepa, Tchegi, Chitotolo, Luele e Catoca, tendo participado no leilão 37 empresas internacionais. As sessões de avaliação decorreram entre 7 e 15 de Outubro, nas instalações da Sodiam, sendo as licitações submetidas por via electrónica. No comunicado, o presidente do Conselho de Administração da Sodiam, Eugénio Bravo da Rosa, refere que “este leilão permitiu aferir que, apesar da situação pouco favorável do mercado internacional, onde se verifica uma fraca demanda e elevados níveis de stock nas principais praças, o preço para determinadas categorias das produções angolanas mostrou-se de certo modo satisfatório”. O responsável da Sodiam sublinha, na mesma nota de imprensa, que os resultados do leilão permitirão “um certo alívio” à pressão sobre a tesouraria das sociedades mineiras e acrescentou que “os diferentes agentes da indústria continuarão a trabalhar em conjunto para encontrar medidas visando minimizar os impactos desta fase negativa do mercado”. A Sodiam é a empresa estatal responsável pela comercialização de diamantes de Angola produzidos em 18 minas kimberlíticas e aluvionares. Recorde-se que, no passado dia 30 de Agosto, o Governo do general João Lourenço disse que Angola estava a comercializar os diamantes produzidos no país a metade do preço praticado há dois anos, devido ao contexto internacional, com impacto negativo nas empresas, economia e projectos sociais. Apesar de tudo parecia, parece, que nem os diamantes ajudam o Presidente João Lourenço a provar que o MPLA fez mais em 50 anos do que Portugal em 500! Falando a alguns jornalistas, o secretário de Estado dos Recursos Minerais, Jânio Correia Vítor, disse nesse dia que “a nossa arrecadação de receitas está hoje pela metade e isso tem muito a ver com a situação internacional. Estamos a vender hoje (os diamantes) pela metade de preço do que vendíamos há dois anos”. De acordo com o governante, os preços praticados actualmente têm impacto negativo nas empresas produtoras do mineral, e também na economia do país e nos projectos sociais de desenvolvimento local, no âmbito da responsabilidade social. Jânio Correia Vítor deu conta, por outro lado, que pelo menos nove milhões de quilates de diamantes tinham sido já produzidos até Agosto, sem avançar o volume de receitas, salientou que até Dezembro as autoridades esperam ultrapassar a barreira dos 10 milhões, sobretudo com a entrada em produção da mina do Luele. O responsável falava em conferência de imprensa de apresentação da II Conferência Internacional de Diamantes de Angola (AIDC, na sigla inglesa 2024) agendada para os dias 23 e 24 de Outubro em Saurimo, província da Lunda Sul. “Angola: Investir juntos para fazer a diferença na comunidade” é o lema da conferência, iniciativa do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola que deve juntar perto de 250 participantes de países de África, Ásia, América e Europa. Investigação geológica mineira, exploração de diamantes em Angola, lapidação, inovação tecnológica e a logística na indústria e no sector semi-industrial são alguns dos temas agendados para esta edição do AIDC 2024. Já no passado dia 7 de Agosto, a administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA), revelou que os preços dos diamantes angolanos ficaram 30% a 55% abaixo do planificado no primeiro semestre de 2024. O administrador executivo da ENDIAMA, Laureano Receado Paulo, disse que, “de facto, a situação do mercado dos diamantes não está muito satisfatória. Hoje temos, praticamente, vendas abaixo de 30% a 55% do preço planificado. Se se mantiverem os níveis actuais dos preços provavelmente vamos experimentar algumas dificuldades até o final do ano”. O responsável, que falava na abertura do workshop de balanço semestral de produção de diamantes neste ano e perspectivas para o futuro, sinalizou também um conjunto de desafios que actualmente o subsector dos diamantes enfrenta. De acordo com o gestor, o segmento da produção dos diamantes em Angola só poderá melhorar com o conhecimento geológico para a descoberta de novas minas, realçando que já decorrem trabalhos para a melhoria do sistema de desmonte, carregamento, transporte e tratamento de diamantes. “Continuamos também a dar ênfase à questão relacionada com questões económicas, teremos de trabalhar sempre no sentido de reduzir os custos ambientais e também constitui para nós uma grande missão a questão da responsabilidade social”, frisou. Laureano Receado Paulo apontou ainda a necessidade de aumentar a capacidade produtiva e investigativa a nível da mina de Catoca, uma das maiores minas do país, para a manutenção da sua produção até os próximos 20 anos, referindo que a mina do Luele estava em fase de consolidação. “Neste momento temos em fase muito avançada dois projectos da ENDIAMA que é o Chambacanda e o Luaximba, que poderão, num futuro breve, aumentar o ciclo produtivo a nível do subsector dos diamantes”, concluiu. Segundo o portal Minas de Angola, pelo menos 4,2 milhões de quilates de diamantes foram produzidos nos primeiros cinco meses de 2024 em Angola, período em que o país arrecadou 288 milhões de dólares. As minas de Catoca e Luele produziram a maior parte dos diamantes neste período, nomeadamente 88% da produção retirados de depósitos primários e 12% dos depósitos secundários. O ano passado, Angola apresentou as suas potencialidades mineiras na Conferência Mining INDABA 2023, na África do Sul, promovendo também os minerais necessários para a transição energética. Segundo o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, que chefiou a delegação angolana ao evento, a divulgação do potencial mineiro do país visava atrair investidores para a prospecção e pesquisa desses minerais em solo angolano. “Para esta conferência nós trazemos especificamente a promoção dos minerais que são necessários para a transição energética, não queremos com isso dizer que estamos apenas a preocuparmo-nos com os minerais importantes para a transição energética, mas divulgar o potencial que o país tem”, disse o ministro. Em declarações à margem da conferência, que congregou vários operadores do sector mineiro do continente africano e não só, Diamantino Pedro Azevedo também destacou a presença de empresas angolanas no evento. “Trazemos a parte institucional, onde damos a conhecer como as empresas podem obter os direitos mineiros para que possam desenvolver a sua actividade no nosso país, bem como as infra-estruturas que já possuímos de apoio à indústria mineira”, referiu. As acções e potencialidades de Angola a nível da indústria mineira foram abordadas num painel específico, tendo o ministro mantido contactos com dirigentes de várias empresas mundiais do sector e com instituições financeiras interessadas em financiar o sector mineiro angolano. Folha 8 com Lusa

“MESTRE DOS BATUQUES” NUMA OUTRA ANGOLA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O escritor angolano José Eduardo Agualusa descreve o seu novo livro “Mestre dos batuques”, que lança em 25 de Outubro, em Portugal, como “alternativa” à história oficial da colonização numa Angola que “são muitos países, muitas nações”. Agualusa, em entrevista à Lusa, em Maputo, com ta que, “de certa maneira é um falso romance histórico, na medida em que acompanha a história de Angola até um certo ponto, e a partir dali é uma outra história (…) Tem uma história alternativa, o Reino do Bailundo, que nunca chega a submeter-se ao poder colonial português, permanece independente até à independência de Angola”. O escritor, que habitualmente reside na Ilha de Moçambique, revelou que no novo livro regressa aos finais do século XX, no planalto central de Angola, para narrar a história do Reino de Bailundo, oferecendo, a partir daí, uma visão alternativa do que pode ter sido a história de um país, sobretudo no período colonial português. “O livro começa no planalto central de Angola no início do século XX e é narrado por uma mulher que está nos dias de hoje a contar a história que, no fundo, é da sua família e de uma herança que ela recebeu”, explicou. A partir do “Mestre dos batuques”, Agualusa defende que a colonização portuguesa em Angola, tal como em Moçambique, durou sete décadas, contrariamente aos 500 anos referenciados nas versões oficiais. “É, em grande medida, sobre o Reino do Bailundo, que foi um dos últimos reinos em Angola a render-se ao poder colonial. Toda zona do planalto central de Angola, que tinha vários reinos como Bailundo, Bié, Huambo, permaneceram independentes até século XX”, declarou o escritor luso-angolano. “Normalmente, quando pensamos na história do colonialismo, sempre se repete esta ideia de que os portugueses estiveram em Angola 500 anos, não é verdade. Isso é verdade para as cidades do litoral, mas não é para, por exemplo, no planalto central de Angola que esteve sob o domínio colonial, na verdade, relativamente pouco tempo, 70 anos”, acrescentou Agualusa. Com a obra, o escritor volta igualmente ao lugar de infância, explorando paisagens e geografias que estão guardadas na memória. “Angola são muitos países no fundo, são muitas nações e muitas vezes essas diferentes nações conhecem-se mal. Acredito que, assim como as populações do centro do planalto central conhecem mal a história, por exemplo, do reino do Congo, provavelmente a maior parte das pessoas que vivem no norte não conhece tão bem a história das populações do sul”, disse. A literatura é uma das soluções para fornecer visões alternativas sobre a história, visando a construção de uma nação: “Acho que é sempre bom ter várias perspectivas. Neste caso, é uma perspectiva angolana, mas mais do que isso, é uma perspectiva a partir daquela região do planalto central de Angola. Porque a história de Angola é muito diferente se olhada a partir de Luanda ou do Huambo ou do Bailundo”. José Eduardo Agualusa, que vive entre Angola e Moçambique, com passagens recorrentes entre Portugal, Alemanha e Brasil, nasceu na cidade angolana do Huambo (então Nova Lisboa), em 13 de Dezembro de 1960, tendo estudado Agronomia e Silvicultura. Na calha tem também, avançou, um livro baseado na “experiência real” de viver na Ilha de Moçambique, província de Nampula, que descreve como sendo “carregada de história”: “Comecei a escrever e ainda não sei bem o que é, quando a gente começa a escrever não sabe bem o que é. O que estou a escrever não sei se vai dar um romance, espero que dê, mas que passa pela minha experiência directa na ilha de Moçambique, e este é mais um testemunho”. Agualusa publicou em 2020 o romance “Os vivos e os outros”, ficcionando um encontro entre escritores que decorre na Ilha de Moçambique, norte do país, onde vive desde 2016, e que agora volta ao seu processo criativo, retratado com recurso a testemunhos recolhidos no local. “Não sei até que ponto terá ficção, mas é mais um testemunho, uma recolha de histórias de pessoas da ilha”, disse o escritor. Romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil, vários dos seus livros têm sido distinguidos com prémios como o Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído a “Nação Crioula”, 1998), e o Independent Foreign Fiction Prize (“O Vendedor de Passados”, 2004) , tendo sido igualmente finalista do Man Booker Prize e do International Dublin Literary Award com “Teoria Geral do Esquecimento” (2012). Lusa

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