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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

3 de Agosto de 1959, Massacre de Pindjiguiti, Bissau.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

Marinheiros, estivadores e trabalhadores das docas foram violentamente reprimidos por funcionários coloniais, polícia e militares, e alguns civis, repressão esta que viria a resultar em cinquenta mortos e cerca de uma centena de feridos. Por Sílvia Roque.
Massacre de Pindjiguiti, Bissau. Reprodução.
Massacre de Pindjiguiti, Bissau. Reprodução.

Sopra um vento de morte no cais de Pidjiguiti.i A 3 de Agosto de 1959, os trabalhadores do porto de Pindjiguitiii, em Bissau, organizaram uma greve reivindicando um aumento de salários. Marinheiros, estivadores e trabalhadores das docas, particularmente aqueles que trabalhavam para a Casa Gouveia, um monopólio comercial intermediário do grupo CUF (Companhia União Fabril), foram violentamente reprimidos por funcionários coloniais, polícia e militares, e alguns civis, repressão esta que viria a resultar em cinquenta mortos e cerca de uma centena de feridos. Esta não foi a primeira greve dos trabalhadores do porto de Bissau. Já em 6 de Março de 1956 tinham existido confrontos entre a polícia e os trabalhadores, os quais, pelos mesmos motivos, organizavam então uma greve. Nessa altura, porém, apesar de algumas detenções, a violência foi contida e os detidos acabariam por ser libertados por ordem do Governador Mello Alvim (Silva, 2006).

Segundo os relatos dos sobreviventes e de outras testemunhas - entre as quais Luís Cabral e Carlos Correia, ambos funcionários da contabilidade da Casa Gouveia e futuros líderes da Guiné-Bissau independente –, perante a irredutibilidade do gerente António Carreira, recusando atender as reivindicações dos trabalhadores, estes resolveram avançar com a greve planeada, concentrando-se no cais e parando toda a atividade. Segundo Luís Cabral, face à ameaça do uso da força, “os trabalhadores em greve fecharam o portão de acesso ao cais de Pijiguiti, apanharam tudo quanto podia servir para se defenderem e aguardaram (…) poucos minutos depois ouviam-se os primeiros tiros: os soldados e a polícia tinham acabado de romper a frágil barragem do portão e penetravam no recinto do cais, atirando impiedosamente contra os grevistas, que, a princípio, ainda tentaram defender-se. Cedo, porém, depois de verem cair muitos companheiros, compreenderam que, diante da cruel realidade, a única solução era procurar fugir do cais, para escapar à morte” (Cabral, 1984). Após a repressão, vários grevistas e simpatizantes nacionalistas foram detidos, alguns torturados pela PIDE, numa frenética caça aos cérebros que estariam por detrás da greve, considerada como algo impossível de ser organizado por indígenas analfabetos.

A atitude do gerente Carreira pode ser encarada como uma demonstração de um poder imune a pressões indígenas, remetendo para quando lhe conviesse o aumento de salários que teria já sido aprovado pela CUF, e é reveladora do contexto de exploração económica e de sujeição política na Guiné. O modelo de controlo económico na Guiné desde sempre assentou fundamentalmente na exploração comercial da atividade existente, desde o tráfico de escravos às produções agrícolas. Para além do controlo da produção agrícola, das receitas das exportações, das receitas do imposto de palhota, era esperado, desta colónia, que garantisse a importação de bens como vinho e têxteis (Galli e Jones, 1987: 38). Neste contexto, o poder de empresas como a Casa Gouveia era incomensurável. Além disso, apenas recentemente, após a 2ª Guerra Mundial, o trabalho forçado tinha começado a ser substituído pelo trabalho assalariado, baseado no entanto, em salários muito baixos (por exemplo, os trabalhadores do porto recebiam parte do salário em senhas para produtos que funcionavam como forma de escoamento para a própria Casa Gouveia) e condições degradantes assentes no autoritarismo, na discricionariedade e na aplicação de castigos de vária ordem.

A repressão de Pindjiguiti acontece numa altura em que o Estatuto do Indigenato continuava ainda em vigor mas também em que os movimentos nacionalistas da Guiné começam a organizar-se com maior intensidade, incentivados pelo contexto internacional mais favorável às independências africanas. Embora existam diferentes versões sobre qual dos movimentos teria sido realmente mais inspirador da greve (Amado, 2006; Silva 2006), é relativamente consensual que algum trabalho de consciencialização e mobilização política tenha tido um papel relevante na organização da mesma.

Embora as caraterísticas desta repressão – menor expressividade do número de mortos por comparação com acontecimentos violentos em outras colónias e o facto de a violência irromper como resposta a uma greve e não de forma premeditada – tenham levado, por vezes, ao questionamento da sua denominação como massacre, a verdade é que os massacres não são fenómenos uniformes. Os acontecimentos de Pindjiguiti constituíram, por um lado, uma expressão real de uso excessivo da violência contra civis sem possibilidade de defesa, com requintes de teatralização desse excesso - são exemplos disso a referência a um comandante militar que teria atirado sobre cada uma das cabeças daqueles que se haviam refugiado no mar ou ainda ao facto de apenas a corajosa reivindicação das mulheres junto do Palácio do Governador ter impedido que os corpos fossem queimados e acabassem por ser restituídos às famílias - precisamente procurando neutralizar potenciais resistências ao colonialismo através do medo instigado pelo terror da violência sem restrição. Por outro lado, estes acontecimentos revestem-se de uma carga simbólica que viria a revelar-se fundamental na construção social e política do martírio e do heroísmo dos povos da Guiné como fundamentos da gesta de resistência e de libertação e da construção do Estado e da Nação.

Os acontecimentos do 3 de Agosto foram uma lição histórica para o nosso povo africano e para a direção do nosso partido (Cabral, 1965). A revolta e o massacre de Pindjiguiti seriam desde logo encarados e apresentados como o momento charneira que conduziria à reorientação do movimento nacionalista, e em particular do PAIGC, para a luta armada e para uma ação centrada na mobilização nas zonas rurais, em lugar dos centros urbanos, onde o poder colonial facilmente poderia conter as ações. A justificação da luta armada como única estratégia viável, em 1961-63, baseia-se na demonstração da falta de abertura do poder colonial que Pindjiguiti comprovava. São ainda frequentes as referências ao massacre, em memórias escritas e documentos de análise histórica, como o momento em que vários resistentes nacionalistas ganharam ou aprofundaram a sua consciência política e/ou iniciaram o seu percurso de clandestinidade: Domingos Ramos, Carlos Correia, Luís Cabral, são alguns dos exemplos.

Ao mesmo tempo, este percurso nacionalista pós-Pindjiguiti significa ainda o forjar de uma resistência moderna ao colonialismo, assente fundamentalmente no princípio da unidade entre povos e que procura diferenciar-se das resistências passadas, mobilizadas, muitas vezes, através de solidariedades étnicas. Inúmeras revoltas tinham ocorrido entre as décadas de 1920 e 1960, assim como foram constantes várias formas de resistência pacífica (fuga aos impostos, fuga ao trabalho forçado, boicotes, emigração para zonas remotas, queima das palhotas) (Forrest, 2003). No entanto, Pindjiguiti surge simbolicamente como o início de uma resistência que, ao contrário das outras, foi bem-sucedida, expulsando o poder colonial. Esta ideia é sintetizada num poema de Hélder Proença com referência aos mártires: “e o seu sangue floriu no 24 de Setembro [data da proclamação da independência] / secando as flores negras do imperialismoiii.”

A Liberdade nasceu no Pindjiguiti !!!ivApós a independência, a memória de Pindjiguiti seria mobilizada como um dos símbolos e fundamentos do Estado independente, indissociável do Partido, e, uma vez mais, da necessidade de unidade. A independência é celebrada como uma reposição da justiça que honra os mártires do colonialismo, com enorme destaque para as vítimas do massacre. É assim que o 3 de Agosto é declarado feriado nacional e que, entre 1975 e 1980, é levada a acabo uma série de iniciativas que consolidam a centralidade do imaginário do massacre.

As celebrações do feriado nacional, neste período, são vividas como momentos de grande intensidade, com enorme destaque e desenvolvimento na imprensa, contando com a presença dos sobreviventes, os quais são chamados a dar o seu testemunho às novas gerações, incorporadas na JAAC - Juventude Africana Amílcar Cabral. Contam ainda com a participação de convidados internacionais, nomeadamente representantes de outros movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas. Nos discursos de líderes guineenses e cabo-verdianos, tal como nos dos convidados, os marinheiros de Pindjiguiti incarnam o sacrifício de todos os outros povos, também eles massacrados em Mueda, Baixa do Kassange, Batepá ou até mesmo Wuatuay (Timor-Leste), acontecimentos que testemunham uma violência colonial partilhada e os laços estabelecidos pela luta internacionalistav.

Ao mesmo tempo, Pindjiguiti surge associado à consolidação da lealdade à luta reinterpretada como a continuação do projeto político do PAIGC, “o único partido legítimo representante do nosso povo tanto da Guiné como de Cabo Verdevi”. Trair a construção da “Pátria guineense-caboverdeana” torna-se sinónimo de trair “todos os sacrifícios consentidos”, a “bravura, com tanta grandeza e coragem que hoje nos dá uma força nova, uma grandeza nova para prosseguir”vii.

Em 1979 é inaugurado o monumento aos Mártires de Pindjiguiti no local aproximado das ocorrências. A inauguração coincide com a organização de um Simpósio internacional sobre o “Significado Político do Massacre de Pindjiguiti”, no qual Aristides Pereira discursou durante uma hora, considerando que “3 de Agosto de 59 foi precisamente a face oposta à tentativa dos colonialistas em travar a marcha da história do povo”, provocando exatamente a reação oposta e tornando-se por isso “no marco estratégico na luta contra o colonialismo”viii. Este discurso seria publicado pelo PAIGC com o título “Materializar os ideais dos Mártires de 3 de Agosto”, consolidando a construção da memória pública do massacre pelo partido.

O lugar de Pindjiguiti na construção da memória da luta de libertação e na fundação da Nação e da identidade guineense é particularmente central na poesia. A primeira publicação após a independência, a obra coletiva Mantenhas para quem luta (1977, Conselho Nacional de Cultura), reúne catorze jovens poetas, entre eles António Soares Lopes Júnior (Tony Tcheka) e José Carlos Schwarz, investidos de uma missão de criação de uma “poesia de combate”, “militante” que contribuísse para forjar uma consciência coletiva. Nesta coletânea, para além da memória de Amílcar Cabral, é à memória de Pindjiguiti que estes poetas mais se dedicam (Augel, 1998: 93-96), merecendo a designação no Prefácio da obra como “meninos da hora de Pindjiguiti”. Também na música se destaca o tema “Sol Garandi” dos Super Mama Djombo: “Na Pindjiguiti na utru ladu/ Pobis di no tchon fasidu limaria/ Na mon di colonialistas” (Em Pindjiguiti, em outros lados/ Os povos da terra foram tratados como animais/ Na mão dos colonialistas). É de notar que o próprio massacre teve um impacto na evolução da música guineense como instrumento de integração nacional. José Carlos Schwarz em entrevista ao Diário de Lisboa, em 1976, explicava que “depois de 59, as tabernas passaram a ser fechadas às sete horas (…) as autoridades coloniais impuseram o fecho das tabernas para impedir as reuniões e o trabalho político” acabando por levar ao quase desaparecimento do N’gumbé que se “tocava nos bairros populares, suburbanos”, mas com origens no campo; assim, “esmagado o N’gumbé (…) proliferam, em contrapartida, os conjuntos de influência europeia e americana”, “até que - a opressão gera resistência - também na música os jovens começaram a erguer-se”, levando à criação dos Cobiana Djazz com um princípio muito claro desde o início: “cortar com o passado” e “cantar em crioulo” (Augel, 1998: 395-401).

Além Pindjiguiti virou lagoa com cisnes imaculados nenúfares e gente-bem que vem e se instala sob o plasma do meu sofrimento e Morésix espreitando nas persianas do silênciox. Em 14 de Novembro de 1980, a Guiné-Bissau inicia uma nova fase política. O golpe de Estado conduzido por Nino Vieira conduz ao fim do projeto de Estado binacional e à separação entre Cabo Verde e Guiné-Bissau. No entanto, o massacre continua a ter um lugar relevante na consolidação e legitimação do PAIGC enquanto personificação da Nação. Se, até 1983, a data do massacre continua a merecer algum destaque na imprensa oficial, a partir de 1984, no entanto, a evocação de Pindjiguiti e do feriado de 3 de Agosto desaparecem das primeiras páginas do Jornal Nô Pintcha, e são remetidos para pequenas notícias nas quais, porém, os relatos dos sobreviventes continuam a constar (ex. 1985). Em 1996xi, Pindjiguiti desaparece completamente do conteúdo do Jornal. Curiosamente, nesse mesmo ano, em que Pindjiguiti é esquecido, no mês de Agosto, é dada grande cobertura à morte do General Spínola, incluindo um elogio ao mesmo por parte do Presidente Nino Vieira. Em 1997, nas vésperas do conflito militar que viria a assolar Bissau a 7 de Junho de 1998, mantém-se a ausência de referências ao massacre e ao feriado nacional que o evoca.

O aparente esquecimento ou a progressiva menorização de Pindjiguiti na memória oficial não impede que, em 1988, a Direção Geral da Cultura produza uma banda desenhada de vulgarização e consolidação da memória (ver Veiga, 1988) ou que prossigam as celebrações oficiais do feriado. No entanto, estas começam também a ser marcadas por um acentuar da dimensão laboral da contestação de 1959, e já não tanto como uma celebração da sua dimensão anticolonial. Em 1993, uma greve de marinheiros marca o aniversário do massacre. Desde então, periodicamente o feriado de 3 de Agosto é também usado pelos sindicatos como momento de protesto pela falta de pagamento de salários e outros motivos de reivindicação económica. Durante as celebrações de 2014, enquanto Domingos Simões Pereira desafia “todos os guineenses para criarmos um museu da resistência em honra e em memória de todos os resistentes e todas as pessoas que puseram as suas vidas em causa pela liberdade e pela dignidade”, o Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné afirma “que os sonhos dos mártires de Pindjiguiti ainda não foram realizados, devido aos atrasos nos pagamentos de salários” (Página Global, 2014). Já em 2017, “as principais organizações sindicais, a UNTG e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes não tomaram parte oficialmente na cerimónia de homenagem aos mártires de Pindjiguiti em protesto contra o não cumprimento, por parte do executivo, do acordo de reajuste salarial, bem como em protesto contra a subida de preços dos produtos da primeira necessidade” (O Democrata, 2017).

Pindjiguiti torna-se, assim, também, no símbolo da desilusão com os rumos da política pós-colonial, irrompendo como momento de referência para a crítica à governação, aos desvios ao projeto revolucionário do PAIGC ou à indiferença social. Tony Tcheka, por exemplo, retorna a Pindjiguiti, já não para celebrar a luta e a independência mas para relembrar o ideal traído e sem frutos, tanto no poema “Perdão ao poeta”, anteriormente citado, como em “Ode a Pindjiguiti”: “Pindjiguiti é um sonho alado embalado ninado e assumido em colos minguados de muitas mães sem direito a parto” (Augel, 2012: 109).

O massacre de Pindjiguiti continua, hoje, a ser mobilizado por diferentes grupos sociais e políticos com objetivos distintos. Presente ainda na memória coletiva, este é acionado tanto como prova da legitimidade histórica de alguns atores políticos como, pelo contrário, enquanto referência à degenerescência e à traição do ideal libertador.


Versão alargada do capítulo: Roque, Sílvia (2018), 3 de Agosto de 1959, Massacre de Pidjiguiti, Bissau, in Miguel Cardina e Bruno Sena Martins (org.), As Voltas do Passado: A guerra colonial e as lutas de libertação. Lisboa: Tinta-da-China, 33-39.

Sílvia Roque é, desde 2008, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, tendo sido investigadora júnior entre 2005 e 2007 no mesmo centro. É ainda Professora Auxiliar Convidada do Mestrado em Estudos Africanos, no ISCTE-IUL desde 2017. Doutorada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (2014), recebeu, em 2015, o Prémio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa pela sua tese de doutoramento. Realizou ainda um mestrado em Estudos Africanos (2007), no ISCTE-IUL-Instituto Universitário de Lisboa, e é licenciada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (2002). Desde 2005 tem trabalhado em projectos de investigação no domínio das Relações Internacionais, em particular na área de Estudos para a Paz. Para além da Guiné-Bissau e de El Salvador, países onde concentrou a maior parte da sua investigação, colaborou ainda em projectos de investigação em Portugal e em Moçambique. Além disso, tem colaborado com organizações da sociedade civil e organizações internacionais na realização de estudos, formação e cooperação que visem a compreensão e a diminuição de várias expressões de violência (nota biográfica publicada no site do CES).

Referências bibliográficas

Amado, Leopoldo (2006) “Simbólica de Pindjiguiti na óptica libertária da Guiné-Bissau”. Disponível em: http://guineidade.blogs.sapo.pt/15548.html(link is external). Acesso 09.03.2018.

Augel, Moema Parente (1998) Ora di kanta tchiga. José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz. Bissau: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas.

Augel, Moema Parente (2012) “Espaços de pertencimento: Palmares e Pindjiguiti na poesia afro-brasileira e na guineense” Via Atlântica 22: 99-114. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/51684>(link is external). Acesso em: 09 mar. 2018. doi:http://dx.doi.org/10.11606/va.v0i22.51684(link is external)..

Cabral, Amílcar (1965) “Uma lição histórica” in Bragança, Aquino; Wallerstein, Immanuel (orgs.) (1978) Quem é o inimigo? II. Lisboa: Iniciativas Editoriais.

Cabral, Luís (1984) Crónica da Libertação. Edições O Jornal, reproduzido por Fernando Casimiro no blogue: http://www.didinho.org/Arquivo/PINDJIGUITIMEMORIASDEUMAREALIDADEPRESENTE...

fonte: esquerda.net

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