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Eleições presidenciais em Ruanda: candidato independente Philippe Mpayimana em meeting em Kamonyi.

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domingo, 30 de junho de 2024

Eleições presidenciais em Ruanda: candidato independente Philippe Mpayimana em meeting em Kamonyi.

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Candidato independente nas eleições presidenciais de Ruanda, Philippe Mpayimana, aqui em agosto de 2017. AFP - MARCO LONGARI No Ruanda, continua a campanha para as eleições de 15 de julho, onde o chefe de Estado Paul Kagame, no poder há 24 anos, é candidato à reeleição para um quarto mandato. À sua frente estão dois candidatos: o fundador do partido democrático verde, o deputado Frank Habineza, única voz crítica do regime que viu a sua candidatura validada pela comissão eleitoral, e Philippe Mpayimana, candidato independente, pouco conhecido do grande público. . Ele esteve em reunião neste sábado no distrito de Kamonyi. Com a nossa correspondente em Kigali, Lucie Mouillaud Perante uma centena de curiosos reunidos numa rua da aldeia de Rugalika, a menos de uma hora de Kigali, o candidato Philippe Mpayimana detalha o seu programa de campanha. “O primeiro ponto é proteger o que foi alcançado, o segundo ponto é reformar, o terceiro ponto é fortalecer o papel da população”, enumera o candidato. Precisamos ver caras novas, precisamos ouvir o que está errado, o que este ou aquele candidato propõe, é também para o meu país que eu quero isso.” Candidato independente, sem filiação partidária, Philippe Mpayimana era desconhecido no cenário político ruandês antes da sua primeira participação nas eleições presidenciais de 2017. Uma eleição em que obteve menos de um por cento dos votos contra o chefe de Estado Paul Kagame . “Sou um adversário de Paul Kagame, isso não me assusta, mas no sentido ruandês do termo. É a oposição onde cada um pode apresentar a sua posição, defendê-la sem ferir o próximo. Ele é uma das minhas inspirações. Sei o que posso aprender com a sua experiência e o que posso acrescentar”, explica Philippe Mpayimana. A campanha eleitoral continua no Ruanda por mais duas semanas, tanto para as eleições presidenciais como para as legislativas, antes da abertura da votação em 15 de julho. fonte: rfi.fr

A J -1 das eleições presidenciais na Mauritânia: Será ainda mais um embate de 2019: El Ghazouani contra Dah Abeid.

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7 para um assento incluindo o cessante Mohamed El Ghazouani, mas na realidade, é este último contra aquele que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2019: Biram Dah Ould Abeid, do partido anti-escravidão. Mesmo que Hamadi Ould Sid’El Moctar, porta-estandarte de Tewassoul ou Me El Id Mbarreck pudesse jogar desmancha-prazeres. Durante esta campanha eleitoral, Ghazouani, cujas hipóteses poderiam ter sido anuladas se o seu antecessor Mohamed Abdelaziz, seu primo, que se tornou seu inimigo íntimo, sem ele, El Ghazouani estivesse quase numa avenida. A campanha que termina tê-lo-á visto brandir o bónus de saída, ou seja, o balanço, com entre outras coisas a criação da delegação responsável pela luta contra a exclusão e a criação de um fundo de cobertura de saúde: 1.800.000 segurados e 100.000 famílias beneficiaram de seguro de saúde gratuito. Sem esquecer a luta contra o terrorismo, da qual Ghazouani pode orgulhar-se de ser um dos principais intervenientes. Mesmo quando não era presidente, de alto escalão e depois eleito, ele travou uma guerra contra este flagelo. Desde 2011, não houve nenhum ataque terrorista na Mauritânia. Numa sub-região atormentada por esta hidra, este é um facto que deve ser saudado! Naturalmente, os seus adversários queixam-se e contradizem, enfatizando as fraquezas do mandato de El Ghazouani. Há também a questão da juventude que teve destaque nesta campanha. Esta é uma das expectativas incómodas (22.000 tentaram a aventura americana nos últimos 2 anos) que tem sido significativa, desemprego, êxodo (estão desempregados, estes são desafios diários, todos estes temas foram reiterados). Assim, para o activista anti-escravatura Dah Abeid, a coesão social é uma ilusão na Mauritânia e a reconciliação nacional está a retroceder como uma linha de horizonte. E Dah Abeid não seria o que é se não centrasse a sua campanha na questão da escravatura e nas responsabilidades humanitárias dos anos 90. Sem esquecer que a sua narrativa eleitoral aborda uma revisão dos acordos com países estrangeiros na pesca, setores de mineração, gás e agricultura! Emancipado da tutela obscura e briguenta do seu ex-aliado Mohamed Ould Abdel Aziz, El Ghazouani é o favorito desta eleição presidencial (1ª volta), onde procura uma segunda concessão de votos de 1,94 milhões de eleitores. Abalada durante a década de 1970 até 2000 por golpes de estado, a Mauritânia juntou-se lentamente aos países da África Ocidental como aqueles que favorecem a alternância civil. fonte: lepays.bf

Terrorismo: CEDEAO relança o seu projecto de “força de prontidão” para combater o flagelo.

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A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a colocar de novo em cima da mesa o seu ambicioso projecto de criação de uma “força de reserva” cuja principal missão seria combater o terrorismo. A iniciativa, discutida numa reunião recente em Abuja, reflecte a urgência de reforçar a segurança regional face a uma ameaça crescente. O projeto prevê duas configurações possíveis para esta força. A primeira opção, detalhada por Mohamed Badaru Abubakar, Ministro da Defesa nigeriano, propõe uma força de 5.000 homens, com um custo anual de 2,6 mil milhões de dólares. Uma segunda opção prevê uma força menor de 1.500 soldados, exigindo um orçamento de 500 milhões de dólares por ano. Estas duas propostas sublinham o compromisso da CEDEAO em adaptar-se às restrições orçamentais, respondendo simultaneamente de forma eficaz aos desafios de segurança. fonte: https://lanouvelletribune.info/2024

Morte de Lalla Latifa: Bassirou Diomaye Faye apresenta suas condolências a Mohamed VI e aos marroquinos.

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Este sábado, 29 de junho, é um dia triste para o reino Cherifiano. A princesa Lalla Latifa, segunda esposa do falecido rei Hassan II e mãe do rei Mohamed VI, faleceu. Na sua conta X, o Presidente da República Bassirou Diomaye Diakhar Faye falou sobre esta perda. “Em nome do povo senegalês e em meu nome pessoal, apresento a Sua Majestade o Rei Mohammed VI, à família real e ao irmão povo marroquino, as nossas mais sinceras condolências”, escreveu em particular. Antes de concluir com orações: “Que Allah, o Misericordioso, receba o ilustre falecido em Seu Paraíso.” Mãe de 5 filhos, faleceu aos 78 anos. fonte: seneweb.com

ESTES SÃO OS 10 PAÍSES ONDE NÃO SE PODE TER DUPLA NACIONALIDADE.

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Embora o debate sobre a dupla nacionalidade tenha sido retomado durante a campanha para as eleições legislativas, aqui estão 10 países que proíbem a dupla nacionalidade e exigem uma escolha. Desde que o Rally Nacional anunciou o seu desejo de proibir certas “posições estratégicas” para cidadãos com dupla nacionalidade, tem havido muitas questões sobre a legislação relativa à dupla nacionalidade em França. Qual é a situação no resto do mundo? ÁUSTRIA Um austríaco que adquire voluntariamente outra cidadania, em princípio, perde automaticamente a sua cidadania austríaca. Caso pretenda mantê-la, deverá requerer a dupla nacionalidade e este pedido deverá ser aprovado através de decisão escrita. Dois casos, contudo, constituem excepções: se a dupla nacionalidade for do interesse da República Austríaca ou se for justificada por circunstâncias pessoais “particularmente relevantes”. ESTÔNIA A dupla nacionalidade é proibida na Estónia. As crianças que tenham uma segunda nacionalidade à nascença devem renunciar a ela antes de completarem 21 anos. Os estonianos naturalizados perdem a cidadania estónia se se tornarem cidadãos de outro país ou se ingressarem nas forças armadas ou civis de uma nação estrangeira. OS PAÍSES BAIXOS A lei da nacionalidade holandesa, que data da década de 1980, limita os casos de dupla nacionalidade. “A luta contra a dupla nacionalidade continua a ser um objectivo do meu governo”, disse o Primeiro-Ministro Rutte em 2017. No mesmo ano, porém, 1,3 milhões de holandeses encontravam-se nesta situação. São os cidadãos nascidos noutro país e depois naturalizados que podem manter a sua nacionalidade original, embora sejam encorajados a renunciar a ela. ESLOVÁQUIA Os cidadãos eslovacos perdem automaticamente a sua nacionalidade quando manifestam o desejo de adquirir a cidadania estrangeira. Os únicos casos em que a dupla nacionalidade é tolerada na Eslováquia são: se um eslovaco se casar com uma pessoa estrangeira, se uma criança adquirir a cidadania estrangeira ao nascer ou se um eslovaco adquirir uma nacionalidade estrangeira antes de 17 de julho de 2010. CHINA Conforme estipulado no Artigo 3 da Lei da Nacionalidade Chinesa, a República Popular da China não reconhece a dupla nacionalidade. Qualquer cidadão chinês que adquira uma nacionalidade estrangeira corre o risco de perder a sua nacionalidade chinesa. Os filhos nascidos de um casal franco-chinês que viva no estrangeiro e que tenham adquirido a nacionalidade estrangeira à nascença não têm nacionalidade chinesa. JAPÃO A lei japonesa não reconhece a plurinacionalidade. Qualquer indivíduo com diversas nacionalidades, incluindo japonesa, deve optar por manter ou renunciar à nacionalidade japonesa ao atingir a maioridade, reduzida para 18 anos em 2022. Tem um prazo de dois anos para o fazer. Após este período, o Ministério da Justiça japonês pode retirar-lhe a nacionalidade japonesa. ÍNDIA A Índia não permite dupla nacionalidade. “Em 2022, mais de 225 mil pessoas renunciaram à cidadania indiana, o número mais elevado em mais de uma década”, explica a BBC. IRÃ A República Islâmica não reconhece a dupla nacionalidade. O hábito do Irão consiste em prender os seus cidadãos com dupla nacionalidade por razões políticas, muitas vezes para trocá-los por iranianos detidos no estrangeiro. Esta prática é ainda mais terrível porque, uma vez que o país não reconhece a dupla nacionalidade, é recusada a estes detidos com dupla nacionalidade qualquer assistência consular. A REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO “A nacionalidade congolesa é única e exclusiva. Ela não pode ser detida simultaneamente com outra pessoa”, de acordo com o artigo 10 da Constituição da República Democrática do Congo. Durante a visita de Felix Tshisekedi, Presidente da RDC, a França, em Maio, os franceses de origem congolesa reiteraram o seu desejo de ver legalizada a dupla nacionalidade. A reforma constitucional é cada vez mais considerada pelo governo congolês. CUBA Desde 1976, o artigo 32 da Constituição cubana afirma que “não permite a dupla nacionalidade. Consequentemente, quando uma pessoa obtém a cidadania estrangeira, perde a cidadania cubana. Tenha em atenção que alguns países proíbem os representantes políticos de terem uma nacionalidade diferente da do país onde exercem o seu mandato. É o caso, por exemplo, da Austrália, Bulgária, Domínica, Jamaica, Quirguizistão e Taiwan. “Qualquer pessoa que esteja sujeita a qualquer reconhecimento de lealdade, obediência ou adesão a qualquer potência estrangeira, ou seja súdito ou cidadão ou tenha direito aos direitos ou privilégios de um súdito ou cidadão de uma potência estrangeira (…) será incapaz de ser escolhido ou ocupar cargo de senador ou membro da Câmara dos Representantes”, afirma a Secção 44 da Constituição Australiana. fonte: seneweb.com

Racionalização dos gastos do Estado: Ousmane Sonko chama o governo a prestar contas.

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Numa circular dirigida aos ministros, o Primeiro-Ministro Ousmane Sonko destacou a importância de uma gestão rigorosa das finanças públicas. O objectivo desta abordagem é “racionalizar as despesas do Estado” para “optimizar” os resultados e “impactos” esperados. Pensando nisso, emitiu pedido específico para fornecimento de diversos documentos essenciais. Ousmane Sonko exige a transmissão, até 1 de julho de 2024, de uma série de informações detalhando as atividades financeiras de cada ministério e das agências a eles afiliadas. As informações necessárias incluem: Inventário de contratos e acordos: Cada ministério deve fornecer uma declaração completa de todos os acordos assinados com empresas especializadas, sejam elas jurídicas, contábeis ou de outra natureza. Inventário de recrutamento: É necessário relatório detalhado das contratações realizadas nos últimos três anos (2022, 2023, 2024), incluindo contratos permanentes (CDI) e contratos a prazo (CDD). Inventário de contratos de publicidade: Os ministérios também devem apresentar relatórios sobre contratos de serviços de publicidade assinados. O Primeiro-Ministro também instruiu os ministros a “absterem-se de participar em qualquer convenção até novo aviso”. Ousmane Sonko insistiu “na veracidade das informações prestadas e na diligência na execução”. fonte: seneweb.com

Senegal: Litoral: Ousmane Sonko fará revelação sobre “um fato grave” neste domingo.

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O Primeiro-Ministro, Ousmane Sonko, expressou recentemente a sua preocupação relativamente às operações repentinas de despejo e organização iniciadas por certas autoridades locais. Nas suas plataformas sociais, indicou que “durante vários dias, o governo notou uma onda repentina de despejos e desorganização levada a cabo pelas autoridades locais”. O Primeiro-Ministro anunciou uma visita oficial a Colobane neste domingo, 30 de junho de 2024, pelas 15h30, onde entregará uma mensagem do Presidente da República. Esta declaração antecede outra visita prevista à praia de Hanse Bernard, onde o primeiro-ministro pretende informar a população de “um facto grave” no âmbito das investigações em curso no litoral. fonte> seneweb.com

RDC: “Lumumba foi enviado para libertar este país”, diz Léon Nkanga, um dos seus companheiros de viagem.

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Léon Nkanga, ex-companheiro de Patrice Lumumba. © RFI/Joseph Kahongo Foi um dos primeiros a acreditar na luta de Patrice Emery Lumumba pela independência da RDC. Léon Nkanga, antigo chefe de secção do partido político MNC, continua a ser um fervoroso apoiante do nacionalismo do herói nacional congolês. Aos 88 anos, ele é também uma das raras testemunhas ainda vivas em Kisangani, reduto político de Lumumba. A RFI encontrou-se com ele por ocasião do 64º aniversário da independência do país. De nosso correspondente à Kisangani, Joseph Kahongo RFI: Você era próximo de Lumumba, mesmo antes da independência. Aqui em Kisangani, você foi até líder de seção do partido dele, o MNC. Conte-nos sobre o seu primeiro encontro com este herói da independência congolesa. Léon Nkanga: Foi um acidente. Acompanhei a conferência Pan-Africana que se realizou no Gana, em Accra. Lumumba foi um dos que participaram deste encontro e fiquei curioso para ouvi-lo e vê-lo pessoalmente. Ele também apresentará um relatório sobre esta conferência pan-africana. Ele também realizou reuniões em Kisangani. Eu trabalhei em um banco. Quando pedi ao meu chefe que me permitisse ouvir Lumumba em sua reunião, ele recusou categoricamente. Ele até me ameaçou: se eu fosse lá corria o risco de ser demitido. Eu fiz ouvidos moucos. No hotel onde foi realizado o primeiro encontro de Lumumba, ele fez o público entender por que tínhamos que pedir independência, o que era “independência”. Foi aí que entendemos que independência era mudança, ser livre porque estávamos numa colónia belga. E quando chegou à delegação da Chefia Wagenia, ficou surpreso ao ver que, entre os nativos da cidade de Kisangani, havia apenas duas pessoas. Não havia muitos deles. E ele me fez a pergunta: “Vocês, Wagenias, não querem independência?” » Respondi brevemente que havia muitas pessoas que não entendiam o que era independência. Ele nos dará um cartão de visita para que possamos vê-lo. E no sábado fomos [na casa dele], mas foi difícil chegar. Quando me aproximei da porta, quem estava lá não quis nem que eu lhe mostrasse o cartão de visita. Eu era um pouco jovem e dei um soco no nariz dele. Naquele momento, lá dentro, [eles entenderam] que as pessoas estavam brigando. Fui eu quem causou este incidente e foi por causa deste incidente que fomos recebidos. Patrice Emery Lumumba estava rodeado pelos secretários, Sr. Salumu Bernard, mas também pelo Governador Jean-Pierre Finant. Nesse ponto ele começou a nos explicar o que era independência. Por que você acreditou na luta de Lumumba pela independência do Congo? A própria história, até mesmo da Igreja. Ele era como um dos profetas, meus mensageiros. Digo-vos que Lumumba foi enviado para libertar este país. Ele viu muito longe, disse que éramos escravos no nosso país. Mas queríamos nos libertar, tínhamos que governar este país nós mesmos. Kisangani tem a reputação de ser um reduto político de Patrice Emery Lumumba, embora nem sequer seja a sua terra natal. Por que e como Lumumba conseguiu se estabelecer aqui? Lumumba foi aceito por toda a população de Kisangani. Quando houve eleições, obteve 84,6% dos votos nesta cidade. Mas ele não estava em casa. Era um hábito dos habitantes de Kisangani: ainda antes da chegada de Lumumba já existiam os árabes; Tippo Tip chegou, foi recebido em Kisangani. Que anedotas você guarda da vida de Lumumba aqui, quando a cidade ainda se chamava Stanleyville? Eu vou te surpreender. Havia belgas que queriam formar pessoas em direito. Deram aulas para os “evoluídos”, e Lumumba, não sabemos que dom ele tinha, mas entendia com facilidade. E disse aos seus professores: “Senhor, você está explicando mal, deixe-me explicar aos meus colegas e eles entenderão rapidamente o que você está explicando. » Quando ele começou a explicar aos colegas, eles entenderam. [Os belgas] decidiram então deixá-lo de lado e disseram: os outros estão no primeiro ano e você [Lumumba], você estará no segundo ano. Lumumba era um gênio. Qualquer pessoa que falasse com Lumumba sabia que havia algo de Deus nele. Ele foi enviado por Deus para salvar este país. Fui um dos primeiros administradores nomeados por Lumumba, e quando fui enviado para Bafwasende, então a 90 quilómetros de Bafwasende, na estação base de Bomili, havia um dirigente, reformado, sargento-mor em 1912 da força pública, que tinha uma distrito próprio. E neste bairro havia uma capela onde os padres vinham celebrar a missa semanal. E quando dissemos em suaíli “São José, São Pedro”, ele disse “São Lumumba”, então os padres belgas recusaram-se a celebrar missa nesta capela, porque ele tinha santificado Lumumba e não o fez, não tinha o direito de faça isso. Quando a independência foi declarada em 30 de junho de 1960, vocês estavam aqui em Kisangani, em Stanleyville. Como foi aquele dia em que você ouviu o discurso de Lumumba no rádio? Todos ficaram exultantes, as pessoas ficaram exultantes ao saber que havíamos nos tornado independentes. E sobretudo, os poucos intelectuais que entenderam a palavra “independência” porque muitos não entenderam isso. Como você viveu todo o período que antecedeu o assassinato de Lumumba? Que notícias recebeu dele quando esteve detido em Thysville, hoje Mbanza-Ngungu? As pessoas não ficaram felizes ao saber que o seu líder, Lumumba, o libertador do Congo, foi detido em Thysville. Todos estavam infelizes, todos os seus apoiadores. Sessenta e quatro anos após a independência, o que resta de Lumumba, do seu espírito, da sua luta pela independência? Da sua luta pela independência... O governo da República Democrática do Congo deveria perceber que pode cuidar, como antes da independência, das estradas, dos produtos agrícolas que estão apodrecendo dentro do país devido às más condições das estradas. Lumumba fez o que fez. Somos independentes. Agora, 64 anos depois, quantos governos existiram? Se o nosso governo cuidar das condições das estradas, não viveremos mais essa situação calamitosa que temos, a fome. Qual organização? Não nos falta nada, temos todas as cabeças, mas não sabemos exatamente porque é que as coisas não funcionam bem, porque é que há caos, por causa do descontentamento da população. A população não é bem considerada. fonte: rfi.fr

João Lourenço quer sentar Tshisekedi e Kagame à mesa de negociações.

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Presidentes João Lourenço, de Angola (esq), Paul Kagame, do Ruanda (cen) e Felix Tshisekedi, da RDC, Luanda, 21 Fevereiro 2020 Primeira-ministra da RDC, Judith Suminwa Tuluka, descarta qualquer negociação com o Ruanda e apela a "ações fortes e sanções específicas" ABIDJAN — Os presidentes da República Democrática do Congo (RDC), Felix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, poderão reunir-se "muito em breve" para conversações sobre a situação no leste da RDC, apesar das posições extremadas entre os dois. Em declarações em Abidjan na quinta-feira, 27, o Presidente angolano afirmou, que "estamos atualmente a negociar, a nível ministerial, com vista a podermos reunir muito em breve os dois chefes de Estado da RDC e do Ruanda, para uma relação directa intercâmbio sobre a necessidade urgente de alcançar uma paz definitiva". João Lourenço, que termina hoje uma visita de dois dias à Costa do Marfim, sublinhou que "a única saída é resolver este conflito à volta da mesa de negociações". Entretanto, também ontem, a primeira-ministra da RDC, Judith Suminwa Tuluka, descartou qualquer negociação com o Ruanda, e apelou a "ações fortes e sanções específicas" contra Kigali. “Acredito que o Chefe de Estado foi claro: não vamos negociar com as pessoas que nos atacam”, disse Suminwa Tuluka durante uma visita a Goma. Tuluka visitou um campo para refugiados deslocados pela violência onde um atentado bombista de 23 de maio atribuído aos rebeldes do M23 matou 35 pessoas. “Os esforços diplomáticos...devem forçar o agressor a parar”, disse ela, acrescentando que “estamos aqui para procurar todas as formas possíveis para encontrar uma solução para os seus problemas”. Na terça-feira, Lourenço manifestou a sua “profunda preocupação” com a situação de segurança no Kivu Norte. O Presidente angolano tem mediado o conflito na região oriental do Kivu do Norte, no leste da RDC, onde os rebeldes M23 apoiados pelo Ruanda lutam contra as forças de Kinshasa desde finais de 2021. Os rebeldes conquistaram vastas áreas de território ao longo dos últimos anos, cercando quase completamente Goma, a capital provincial do Kivu do Norte. Em fevereiro, o Governo dos Estados Unidos condenaram o apoio do Ruanda ao grupo M23 apelou aos rebeldes que cessem as hostilidades. Numa declaração, o Departamento de Estado criticou a deterioração da situação naquela zona “causada pelas ações do grupo armado M23 apoiado pelo Ruanda que é alvo de sanções pelos Estados Unidos e ONU”. O Departamento de Estado apelou ao governo do Ruanda para retirar imediatamente todas as suas forças do Congo e apelou aos rebeldes para se retirarem das suas atuais posições perto de duas áreas urbanas na província do Kivu Norte. “É essencial que todos osEstados respeitem a soberania e integridade territorial mutual e responsabilizem os responsáveis por abusos de direitos humanos no leste do Congo”, concluiu a nota do Departamento de Estado. C/AFP

Rebeldes do M23 apoiados pelo Ruanda tomam cidade-chave no leste da RDC.

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Os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, apoderaram-se de uma cidade estratégica no leste volátil da República Democrática do Congo, disse um funcionário local à AFP no sábado, 29. "Kanyabayonga está nas mãos do M23 desde sexta-feira à noite", disse o funcionário administrativo sob condição de anonimato. Kanyabayonga situa-se na frente norte do conflito na província de Kivu do Norte, que tem sido abalada pela violência desde 2021, quando o M23 (Movimento 23 de março) retomou a sua campanha armada na região. A cidade é considerada uma via de acesso aos grandes centros comerciais de Butembo e Beni, no norte. Kanyabayonga alberga mais de 60.000 pessoas, bem como dezenas de milhares de pessoas que fugiram para lá nos últimos meses, expulsas das suas casas pelo avanço dos rebeldes. A cidade situa-se no território de Lubero, o quarto território da província do Kivu Norte em que o grupo entrou, depois de Rutshuru, Nyiragongo e Masisi. "A população está lá (em Kanyabayonga), especialmente aqueles que se deslocaram do território de Rutshuru para Lubero", disse o funcionário administrativo. "Já não têm para onde ir, a desolação é total, a população está cansada", acrescentou. Um residente disse à AFP que o M23 pediu aos residentes para ficarem em Kanyabayonga, durante uma reunião no centro da cidade realizada pelo porta-voz do M23, Willy Ngoma, no sábado. "Eles vão chegar a Kinshasa, até onde vamos continuar a fugir?", disse o residente, acrescentando que os rebeldes estão a "prometer-nos paz". "Estamos a assistir a um afluxo de pessoas deslocadas de Miriki, Kirumba e Luofu para o Norte", disse o administrador militar do território de Lubero, o coronel Alain Kiwewa. "É uma situação que nos preocupa", acrescentou. Fontes locais disseram à AFP na sexta-feira, 28, que os combates entre as forças congolesas e os rebeldes estavam a intensificar-se em torno da cidade. Os habitantes das cidades fora de Kanyabayonga também testemunharam combates. "Durante toda a noite soaram balas", disse um líder juvenil em Kayna, que fica a cerca de 17 quilómetros (10 milhas) a norte de Kanyabayonga. O líder dos jovens, que não quis dar o seu nome, disse que aqueles que tinham vindo da zona de Kanyabayonga para a cidade "passaram a noite debaixo das estrelas" e estavam com medo. "Já não sabemos a que santo recorrer", disse. Em Kirumba, a cerca de 25 quilómetros (15 milhas) de Kanyabayonga, a população está em "estado de pânico", disse um líder da sociedade civil sob condição de anonimato. "Já não nos podemos mexer, para onde é que vamos? Não sabemos para onde ir", conta o residente. Os confrontos "estão a provocar a deslocação de civis", afirmou o Gabinete Conjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos no seu relatório mensal de sexta-feira. "As organizações humanitárias que prestam apoio às pessoas deslocadas suspenderam as suas actividades por razões de segurança", acrescentou. fonte: VOA

ANGOLA: NÃO TERÁ SIDO O COROLÁRIO DE TANTA INCOMPETÊNCIA?

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O escritor angolano Carlos Pacatolo apontou a elevada abstenção e a mudança sociodemográfica do eleitorado como a base para o decrescente domínio do MPLA, partido no poder desde 1975, no sistema partidário de Angola. Oautor do livro “O Domínio Decrescente do MPLA no Sistema Partidário em Angola” 2008-2022, lançado em Luanda, numa cerimónia bastante concorrida, que contou com a participação de várias personalidades da sociedade civil angolana, políticos e académicos, concluiu também que a estratégia de coligação usada pela oposição, liderada pela UNITA, nas eleições gerais de 2022, contribuiu também para esse decréscimo do domínio do MPLA. Em declarações à Lusa, o investigador, doutor em ciência Política e Relações Internacionais, pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, referiu que na obra foi feita uma reflexão a partir dos dados eleitorais oficiais, que permitiu concluir que de 2008 a 2022 “o MPLA tem vindo a decrescer”. “Apesar de ser o partido que domina o nosso sistema partidário, esse domínio é caracterizado por um decréscimo. É essa a constatação que motivou a nossa investigação, tentar compreender o que nos pode ajudar a explicar porquê que o MPLA domina, mas de forma decrescente, ao longo das últimas quatro eleições”, salientou. Carlos Pacatolo sublinhou que o MPLA é um partido dominante no sistema partidário, porque por quatro vezes consecutivas ganhou as eleições, contudo, vai decrescendo mesmo “na arena da competição democrática desequilibrada, a favor de quem governa, a favor de quem tem o controlo de todos os meios, a favor de quem tem o controlo do Estado”. “Não obstante esse contexto, o que nós vemos é que ele vai decrescendo, isso é que motivou a nossa curiosidade académica, a nossa investigação, para tentarmos perceber o que é que está a acontecer com a sociedade angolana, sobretudo o que é que está a acontecer com os eleitores angolanos”, frisou. “Será que deixaram de votar, será que vai diminuindo o número de pessoas que votam ou está a acontecer algo para além do óbvio? Para além dos dados que nós analisamos, seja de inquéritos de opinião, seja de entrevistas, dão-nos várias pistas de compreensão desse domínio decrescente do MPLA”, acrescentou. Segundo o escritor, desde logo, “salta à vista que há uma mudança do eleitorado, há um eleitorado cada vez mais jovem”, mas que também vota menos, sem se saber as razões, havendo apenas a certeza que “quem conseguir mobilizar esse eleitorado para o voto pode ter um desempenho eleitoral surpreendente”. “O que nós também sabemos é que além dessa mudança demográfica que está a ocorrer no eleitoral angolano, o facto de a oposição se ter apresentado de forma coligada nas eleições de 2022, numa coligação que chamamos de coligação de vontade, contribuiu também para um decréscimo ainda mais acentuado daquilo que tem sido o domínio do MPLA, na medida em que, pela primeira vez, a UNITA chega a 90 deputados”, disse. Nas últimas eleições, ajuntou Carlos Pacatolo, o MPLA deixou de ser o partido que dominava com maioria qualificada para maioria absoluta, o que aponta para desfechos ainda desconhecidos. De acordo com o autor, uma das respostas que os dados mostram é a elevada abstenção, de eleitores que tradicionalmente votariam no MPLA, e, sobretudo, nessas últimas eleições não votaram, que “quando questionados entre votar no MPLA e votar na oposição, preferem votar no MPLA, mas quando questionados entre não votar e votar no MPLA, eles escolhem abstenção”. “Basta pensarmos que em 2022, a abstenção chegou aos 55%, é muita abstenção, o maior desafio é mobilizar esses descontentes, é mobilizar esses que decidem não votar, quem conseguir essa proeza seguramente ganha as eleições”, frisou. Carlos Pacatolo destacou igualmente que o eleitorado mais jovem não vota “por razões de voto identitário”, ou seja, porque é militante ou os pais também foram, mas com um sentido de voto mais avaliativo, sobretudo sobre o desempenho do Governo. Este livro publicado agora foi tese de doutoramento do escritor, em 2023, que pensa já avançar para uma investigação sobre as razões da abstenção eleitoral. AGORA É QUE VÃO APANHAR CAFÉ!!! No dia 24 de Fevereiro de 2006, Carlos Pacatolo publicou um emblemático texto, intitulado “Agora é que vão apanhar café!!!”, que recordamos agora, na íntegra: «Há quatro anos, num belo domingo 24 de Fevereiro de 2002, encontrava-me numa das Igrejas do Lobito a meditar, momentos antes da Missa Dominical das 10h00. Nesse instante, entra uma senhora amiga, na casa dos seus 50 anos, toca-me no ombro esquerdo e diz «sekulu wafa, kalye wendi k’ondalatu! v’ukanoli o café k’imbo lyamale!» (1). Confesso que entendi o que disse, mas não compreendi e nem consegui fazer o devido enquadramento. Intrigado, tentei concentrar-me na missa que estava prestes a começar. Quando terminou a missa, saí da Igreja e fiquei lá fora a conversar com amigos. Eis que aparece o nosso pároco que se junta ao grupo e participa da conversa. Dada a nossa proximidade, seguimos juntos para almoçar. Durante o almoço vieram-me as frases da senhora e disse-as ao padre, na esperança que ele me ajudasse a fazer o devido enquadramento. Para meu espanto, jovem da casa dos vinte anos, aquelas palavras tinham uma verdade histórica que eu desconhecia completamente. No rescaldo da guerra imediatamente a seguir a Independência, entre os anos de 1976 a 1978, houve uma brutal escassez de alimentos e paralisação dos campos de algodão e café do norte de Angola. Para fazer face a esse desafio, o governo de Angola reeditou a guerra do Kwata-Kwata (2) nas terras do planalto e sul de Angola (3) afim de obter trabalhadores agrícolas indispensáveis para revitalização da agricultura nas roças do norte. Se com a independência, os camponeses do planalto e sul de Angola puderam sonhar com o fim do seu recrutamento forçado para aquelas roças, a sua reedição por um governo independente foi um golpe duríssimo na sua ilusória liberdade. O líder da UNITA, Jonas Savimbi, agastado com a fraqueza e quase exaustão das forças que conseguiram sobreviver à retira das cidades, em direcção as matas do leste (Jamba), onde se reorganizará a luta de resistência, aproveitará esse facto mais a presença dos cubanos para mobilizar aqueles camponeses e relativos à sua causa. O aproveitamento político desse facto e o apelo à resistência a guerra do Kwata-Kwata e a invasão cubana atraiu para as matas muita gente farta da opressão e brutalidade das roças. Conta a história que foi assim que Savimbi conseguiu pôr fim à guerra do Kwata-Kwata. É bem conhecida a máxima Umbundu que Savimbi usava com frequência «ise okufa, etombo livala» (4). Talvez isso explica, em parte, porque pessoas da minha geração naturais das zonas do planalto e sul de Angola tenham crescido em meios onde os adultos nutriam (e nutrem) uma grande admiração e respeito, quando não devoção, pelo mais velho (Savimbi), que consideravam seu libertador tanto da opressão colonial quanto da opressão do novo governo, malgrado todos os dizeres verdadeiros ou não das atrocidades do mais velho. Mas para os nascidos depois da independência continua a existir muitas coisas difíceis de compreender, hoje, porque a história foi-lhes negada por muito tempo. Os que a viveram preferem calar, quando não a contam com muita amargura, sendo difícil distinguir o facto da sua recriação. Dessa forma aprendi mais um pouquinho da nossa difícil e complicada história política. (1) Morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados; (2) Guerra do Kwata-Kwata: literalmente, guerra do apanha-apanha. Foi desencadeada pelas autoridades coloniais para apanhar camponeses e enviá-los às roças, sobretudo do norte de Angola. As famosas levas de contratados Ovimbundu ou Bailundo; (3) Planalto e Sul de Angola: pessoalmente, não gosto de usar essas expressões, mas servem para identificar o antigo corredor do Planalto de Benguela ou zonas de povoamento Ovimbundu; assim como, as zonas do norte, identificam as de povoamento Kimbundu mais Kikongo (roças do Uíge); (4) Prefiro antes a morte, do que a escravatura. É um forte apelo a resistência por justa causa: manter a dignidade e a honra do convento. Mas não se compreende plenamente sem a sua complementar: «na floresta, a árvore que não obedece ao vento quebra». Isto é, quando a resistência não é possível, a sabedoria aconselha obediência para sobreviver e contar a história.» fonte: folha8

ANGOLA: PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO, COLECCIONADOR DE INIMIGOS.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Oposição Interna: Os exonerados frequentemente tornam-se críticos internos do governo de João Lourenço, criando uma oposição dentro do próprio partido. Isso tem resultado em manobras políticas que têm minado a autoridade do presidente. É importante realçar que em alguns casos, os exonerados buscam alianças com a oposição, para se vingar e recuperar a influência perdida. Por Malundo Kudiqueba Aperda de poder e acesso a recursos causa um ressentimento profundo entre os exonerados. Para muitos, a política no MPLA é um meio de enriquecimento pessoal, e a perda dessa oportunidade é um golpe significativo. A exoneração pública é muitas vezes vista como uma humilhação, alimentando ainda mais o rancor contra o presidente. Aqui vai o extracto de uma “conversa” entre João Lourenço e um dos seus ministros. Ministro – Tenho uma pergunta filosófica para o presidente: como explica tanta falsidade e deslealdade política no MPLA. Os ministros são amigos quando são nomeados, mas depois de exonerados, transformam-se em inimigos? Presidente – Eu geralmente dou um sorriso e digo: “Bem-vindo ao clube dos descontentes! O clube dos descontentes dentro do MPLA tem vindo a ganhar membros e adeptos todos dias. Já agora para tua informação a adesão para este grupo é gratuita, caso estejas interessado.” Ministro – E o presidente já teve algum ex-aliado que virou inimigo e teve a coragem de reclamar directamente? Presidente – Sim, já. Mas como é hábito, mantive a minha calma e disse: “Meu caro, você tem toda a razão de estar chateado. Ao longo desses anos que estou neste cargo aprendi algo muito interessante: A diferença entre um amigo e um inimigo na política é que o inimigo é mais honesto nas suas críticas!” Ministro – E qual é a sua reacção quando o presidente percebe que alguém que era seu “amigo” virou um crítico feroz? Presidente – A política é um campo onde as lealdades podem mudar rapidamente e onde os amigos podem se transformar em críticos. Ministro – E como o senhor explica ganhar créditos quando um ministro faz bom trabalho? Presidente – Há um ditado que diz o seguinte: “O sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão.” Então, quando tudo está bem, todo mundo quer um pedaço do crédito. Se um ministro estiver a fazer um bom trabalho, eu fico com a medalha de ouro e ele recebe uma menção honrosa. Afinal de contas sou sempre criticado pela incompetência dos meus ministros. Tenho que ter algum beneficio (concluiu o presidente João Lourenço, piscando o olho direito). Ministro – Será que o presidente concede uma segunda oportunidade aos ministros que desviam verbas no exercício dos seus cargos? Presidente – Segunda oportunidade? Ah, claro! Mas só se a primeira chance não envolver um buraco maior do que o orçamento! Ministro – E como o presidente explica a mudança de atitude dos políticos depois de saírem dos cargos? Presidente – Bem, é incrível como um ex-ministro que nunca teve uma palavra negativa a dizer enquanto estava no cargo de repente se transforma no crítico mais feroz do governo. É como se descobrissem uma nova vocação! Acredito que, para alguns, é uma forma de lidar com a “síndrome de abstinência de poder”. Eles precisam encontrar uma nova maneira de se manterem relevantes e notados. Ministro – E o presidente já teve que lidar com um político que fez de tudo para tentar voltar ao seu favor? Presidente – (sorrindo) Ah, meu caro ministro, claro que já. A política é cheia de reviravoltas e retornos inesperados. Deixe-me contar uma história engraçada sobre isso. Uma certa altura, um ex-ministro que eu tinha exonerado apareceu no meu gabinete. Ele entrou com uma postura humilde, mas eu podia ver o brilho da determinação nos olhos dele. Começou a falar sobre como havia reflectido, mudado e estava pronto para contribuir de novo. Concedi o ex-ministro nova oportunidade. Não posso generalizar até porque já tive boas e más experiências. Ministro – E qual a sua resposta para essas tentativas de retorno? Presidente – Cada caso é um caso mas na maior parte das vezes digo sempre que a porta já está fechada. Não podemos continuar a repetir os mesmos erros. Ministro – E o que o presidente tem a dizer sobre “reconciliações” políticas? Presidente – Ah, as reconciliações são como festas de aniversário às quais você não queria ir. Se a pessoa realmente quer reconciliar-se, ela vai ter que trazer um presente que seja mais do que uma conversa de meia hora! Ministro – Que presente é que o presidente João Lourenço gostaria de receber dos seus ministros? Presidente – Os meus ministros não têm aquilo que eu gostaria de receber. Atenção: – Não estou a falar de dinheiro. O que realmente gostaria de receber dos meus ministros é uma amizade pura e genuína. Eles não podem dar isso. Ministro – Então o senhor vê a política como um ciclo de altos e baixos? Presidente – Exactamente! É como uma montanha-russa: tem altos, baixos e loopings inesperados. O segredo é gritar de alegria durante as descidas e segurar firme nas subidas! Ministro – E se o presidente pudesse dar um conselho final para enfrentar as traições e críticas? Presidente – A política é um jogo onde traições e críticas são inevitáveis. E lembre-se, mesmo os melhores líderes enfrentam traições e críticas. Fico triste com as críticas injustas mas tenho a minha consciência tranquila. Isso é que interessa! Ministro – Então, se eu cometer um erro grave, devo ser julgado sozinho… Presidente – Exactamente! Ministro que rouba deve pagar pelos seus actos. O crime é intransmissível. “Muitos dos nossos camaradas estão a sujar a marca MPLA”. Ministro – E o senhor não acha que isso pode ser um pouco injusto? Presidente – “Injusto é ser criticado pela vossa incompetência.” “Eu dou oportunidades, vocês não aproveitam e depois sou o culpado? Já não tenho paciência para vos aturar. Não vejo a hora de abandonar tudo isto.” Ministro – E quanto às críticas que o presidente recebe pela incompetência dos seus ministros? Presidente – Na política, há uma regra que deve ser levada em consideração: “Quando algo dá errado, a culpa é do líder. Quando dá certo, o mérito é de todo partido.” É como um jogo de futebol. Quando a equipa perde, o treinador é o primeiro a ser criticado. Quando a equipa ganha, os jogadores recebem os aplausos. “Para falar a verdade, e no meu caso em concreto, tenho recebido mais apupos do que aplausos.” Ministro – E o senhor não acha que deveria ser mais duro com os seus ministros? Presidente – Sabe, eu sempre digo que a política é como uma dança. Se você pisa demais nos pés dos teus parceiros, ninguém vai querer dançar contigo. Claro, às vezes é preciso puxar ou esticar a corda e avisar que há limites. Não posso ser duro. Estou fragilizado e todo mundo sabe disso. Ministro – E o presidente não se sente mal por não ajudar mais os seus ministros? Presidente – Ah, claro que me sinto, mas a responsabilidade é como uma peça de teatro. Se o actor comete um erro no palco, o director não abandona o palco para fazer correcções! Ministro – Então a responsabilidade é individual, mas o sucesso é colectivo? Presidente – Exactamente! Se você se sai bem, nós celebramos juntos. Se você falha, você é o principal protagonista da história! Ministro – Mas como assim? Presidente – Se você erra, é uma óptima chance de aprender. E se você faz um bom trabalho, é uma oportunidade para brilhar! Ministro – Excelente conselho, senhor Presidente! Vou seguir essas palavras de sabedoria! Presidente – Óptimo! E se algum dia você precisar de mais conselhos ou de uma boa risada, você sabe onde me encontrar! Ministro – Assim será! Até a próxima! Presidente: Até à próxima! Nota. Este é um texto de ficção e qualquer semelhança com a actual realidade angolana é, ou não, mera coincidência. folha8

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