Ex-ditador vive em Dubai e foi julgado à revelia. Musharraf governou entre 2001 e 2008, tendo chegado ao poder por um golpe de Estado. Decisão é inédita contra um ex-governante num país marcado por regimes militares.

Pervez Musharraf foi considerado culpado por crime de alta traição
O ex-presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi condenado à morte nesta terça-feira (17/12) por um tribunal do país, considerado culpado por crime de alta traição por ter suspenso a Constituição e impor um estado de emergência em 2007.
"Um tribunal especial formado por três juízes condenou Musharraf à morte em Islamabad. A corte determinou que ele cometeu alta traição. Agora, temos o direito de recorrer ao Tribunal Supremo contra a decisão", explicou Azhar Siddique, advogado do condenado, que vive em Dubai há anos e foi julgado à revelia.
Este é o primeiro caso do tipo no Paquistão, que desde a independência, em 1947, teve metade de seus governos liderados por militares. O tribunal, que condenou o ex-presidente por dois votos contra um, tem 48 horas para emitir um veredicto detalhado.
Além do caso pelo qual foi condenado, o ex-militar enfrenta várias acusações, entre elas, a de não ter protegido a vida da ex-primeira-ministra Benazir Bhuto, assassinada em 2007.
Musharraf ocupou a presidência do Paquistão entre 2001 e 2008, chegando ao poder por um golpe de Estado. Ele nega as acusações e se diz vítima de perseguição política.
O processo por alta traição foi aberto em 2013, durante o governo do então primeiro-ministro Nawaz Sharif. Nele, Musharraf foi acusado de impor estado de emergência, suspendendo garantias constitucionais, e de decretar a prisão de dezenas de juízes. Sharif fora destituído do poder por Musharraf em 1999 através de um golpe militar.
Após Sharif voltar à presidência em 2013, seu governo proibiu a saída de Musharraf do país com a denúncia de alta traição, restrição que foi suspensa pelo Tribunal Supremo em 2016.
O próprio Sharif foi deposto em 2017 e mais tarde condenado por corrupção. Ele deixou o Paquistão sob fiança no início deste mês, tendo viajado para Londres para tratamento médico.
MD/efe/lusa/afp/dpa

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fonte: DW África
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