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domingo, 6 de julho de 2025

O NOVO PACTO DO CONGO, LIÇÕES PARA ANGOLA.

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Em 27 de Junho de 2025, a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda assinaram um acordo de paz em Washington, D.C., saudado por muitos como o início de uma era mais estável na África Central. Após décadas de conflito que devastaram comunidades e prejudicaram o comércio regional, este acordo promete interromper o apoio transfronteiriço a grupos armados e lançar as bases para uma integração económica. Por Christopher Burke (*) Por trás das declarações comemorativas existe uma realidade muito clara. O acordo não trata apenas de paz, mas de quem controlará e lucrará com a imensa riqueza mineral do leste do Congo. Os Estados Unidos, que intermediaram o acordo com apoio do Catar, não esconderam sua ambição de garantir acesso confiável a minerais críticos — recursos cada vez mais vitais para as indústrias globais em transição para energia limpa. Implicações para Angola O Corredor do Lobito está no centro dessa estratégia. Apoiado pelos EUA, o projecto ferroviário e portuário canalizará cobalto, cobre e lítio das minas congolesas, passando pela Zâmbia até a costa atlântica de Angola. O corredor tem um potencial enorme para Angola: modernizar a infra-estrutura, atrair investimentos e posicionar o país como uma rota de exportação fundamental para minerais estratégicos. Isso também levanta questões cruciais sobre soberania, transparência e quem, em última análise, se beneficiará quando potências externas buscam seus próprios interesses. Garantir que projectos de infra-estrutura dessa escala incorporem padrões claros de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) é essencial para Angola. Ao exigir compromissos ESG fortes, Angola pode ajudar a garantir que os investimentos estrangeiros apoiem o desenvolvimento sustentável, respeitem as comunidades e protejam o meio ambiente para as gerações futuras. Era transnacional Movida por objectivos económicos e de segurança, a abordagem de Washington mudou decisivamente da assistência ao desenvolvimento tradicional para parcerias transnacionais. No início deste ano, o governo dos EUA encerrou a maioria das operações da USAID e redireccionou recursos para acordos que servem às prioridades americanas. O acordo entre Congo e Ruanda reflecte essa mudança: minerais e logística em troca de garantias de paz e apoio diplomático. A China continua a expandir sua presença no continente por meio de empréstimos para infra-estrutura e investimentos em mineração. Empresas chinesas na RDC construíram estradas, financiaram instalações de processamento e garantiram contratos de longo prazo com mínimas exigências políticas. Embora esses projectos tragam riscos associados a dívidas e impactos ambientais, Pequim tem demonstrado uma intenção estratégica consistente. Para evitar repetir padrões passados de extracção sem desenvolvimento, Angola deve garantir que quaisquer novos acordos ou parcerias incluam obrigações ESG aplicáveis. Esses requisitos ajudarão a alinhar o investimento estrangeiro aos planos de desenvolvimento nacional e proteger os interesses locais. Lições para a negociação A mensagem é clara para Angola e outros países africanos. Quer estejam negociando com Washington, Pequim ou outros parceiros emergentes, os governos africanos devem abordar as negociações com clareza e cautela. Nenhum actor externo é puramente benevolente. Cada um busca seus próprios interesses, com preocupação limitada para as comunidades locais. O acordo no Congo sublinha a necessidade de instituições fortes para prevenir a corrupção, garantir contratos justos e priorizar a agregação de valor local em vez da simples exportação de minerais brutos. Para Angola, isso é uma oportunidade de exigir condições que gerem empregos, desenvolvam habilidades e fortaleçam a soberania, ao invés de servir apenas como ponto de trânsito nas cadeias de suprimentos alheias. Integrar princípios ESG nas negociações contratuais pode fortalecer salvaguardas institucionais, promover a responsabilização e reduzir os riscos de corrupção, além de impulsionar o processamento local e o desenvolvimento das cadeias de valor. O mundo multipolar de hoje já não se define por uma única rivalidade. Angola e seus pares podem aproveitar a concorrência entre Estados Unidos, China, União Europeia e Estados do Golfo para obter melhores resultados. Estruturas regionais como a Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) oferecem poder de negociação colectiva; no entanto, o sucesso exige transparência interna, vigilância contra a captura por elites e uma visão clara de como a riqueza mineral pode servir ao desenvolvimento nacional. O factor BRICS O grupo BRICS, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se recentemente para incluir novos estados-membros e está promovendo bancos de desenvolvimento alternativos e sistemas de pagamento projectados para reduzir a dependência do dólar norte-americano. Para os países africanos, o BRICS oferece acesso a capital, mercados e tecnologia com menos condições políticas explícitas do que muitos credores ocidentais. Embora a flexibilidade do financiamento do BRICS seja atraente, Angola deve ser proactiva ao estabelecer expectativas claras. É essencial incorporar padrões ESG sólidos para evitar que projectos causem danos ambientais, deslocamento de comunidades ou enfraqueçam a governança local. Angola está bem posicionada para ampliar suas parcerias e reduzir a dependência de qualquer potência externa única. Mas a diversificação por si só não basta. É necessário negociar com cuidado para garantir que os acordos com membros do BRICS se alinhem à estratégia de desenvolvimento de longo prazo de Angola e não substituam uma forma de dependência por outra. Um maior engajamento com os países do BRICS também destaca a importância de manter altos padrões de transparência, responsabilidade e benefício local. Embora o BRICS enfatize os princípios de não-interferência e cooperação Sul–Sul, Angola precisa de instituições robustas e estratégias bem definidas para transformar os laços diplomáticos em resultados de desenvolvimento sustentável. Isso inclui fazer cumprir requisitos de conteúdo local, apoiar a transferência de tecnologia e garantir uma divisão justa das receitas em todos os acordos minerais e de infra-estrutura, independentemente do parceiro estrangeiro envolvido. Um momento para acção estratégica O acordo entre a RDC e o Ruanda demonstrou o que é possível quando rivais regionais se sentam à mesa de negociações e revela a rapidez com que potências estrangeiras podem remodelar economias locais para atender a ambições globais. A lição para Angola não é apenas celebrar investimentos em infra-estrutura, mas construir a capacidade de negociar, monitorar e fazer cumprir acordos que protejam os interesses de longo prazo do país. O desenvolvimento verdadeiro exige a integração de princípios ESG para garantir transparência, inclusão social e protecção ambiental. Um desenvolvimento genuinamente inclusivo e sustentável exige 1) coragem para fazer perguntas difíceis, 2) vontade política e disciplina para manter a supervisão e 3) determinação suficiente para garantir que a posição estratégica de Angola beneficie em primeiro lugar seu próprio povo. (*) Consultor Sénior, WMC África

ANGOLA: MINISTÉRIO. DA VERDADE… OFICIAL

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“Qualquer sentido de auto-preservação étnica é moralmente inaceitável. É tempo de os portugueses abraçarem a sua extinção de uma vez por todas”, afirmou (embora não estivesse escrito no texto que estava a ler e que foi distribuído aos – supostos – jornalistas), Lídia Jorge no discurso de 10 de Junho. A verdade é esta, mesmo que o Ministério da Verdade diga o contrário. Por Orlando Castro No seu livro “1984”, George Orwell diz que o Ministério da Verdade é um dos quatro que compõem o governo do fictício Estado totalitário de Oceânia. O Ministério da Verdade é responsável pela propaganda e pela falsificação de documentos históricos, garantindo a narrativa pró-governo. A sua função principal é alterar registo para que estes espelhem a versão oficial da história promovida pelo Partido — garantindo que a instituição sempre esteja certa e a sua narrativa seja a única verdade. Com este enquadramento, até porque ser Jornalista me impede de ser funcionário de qualquer Ministério da Verdade, eis o texto «O Jornalismo ainda pode ser vertical?» de Eugénio Costa Almeida, publicado em Outubro de… 2006. «Até onde pode ir a liberdade de um jornalista? Essa começa a ser uma grande questão neste século. Ainda nos recordamos que dois jornalistas levaram à queda de um poderoso – e porque não afirmar, querido – presidente dos EUA, Richard Nixon: relembremos o caso Watergate. Relembram-se como dois jornalistas do Washington Post, conseguiram fazer que Nixon se demitisse. Depois disso, o jornalismo sério nunca mais foi o mesmo. Os jornalistas deixaram de temer pela vida e puderam denunciar todos os podres que enviesavam na e pela sociedade. Parecia que, salvo nas sociedades hipócritas e ditatoriais, os jornalistas começavam a ser não olhados como párias e importunos indivíduos que só se metiam onde não eram chamados, mas tão só como a primeira linha contra o mal-estar e contra as duplicidades reinantes nas sociedades ditas livres e justas. Puro erro. Relembremos Carlos Cardoso, cuja morte será, uma vez mais recordada em 22 de Novembro. Morreu porque denunciava a corrupção reinante entre alguns dirigentes e pseudo-dirigentes moçambicanos. Uma morte ainda hoje não clarificada e que, pasme-se, aquele que está considerado como um dos autores deste ignóbil assassínio e que tem sempre negado a sua autoria, vem agora inocentar um dos eventuais autores morais do mesmo. Se não é culpado como pode negar que a personalidade em questão também não é autor moral do crime. Um paradoxo a juntar a outros inexplicáveis e que levaram à morte daquele que Mia Couto considerou como um Homem que lutava pelos outros, pelos mais simples. E que com a sua morte terá morrido “um pedaço do país, uma parte de todos nós”. Mas não é só em Moçambique que esta situação se põe. Vejamos um caso mais recente. Em Portugal, um dos seus melhores jornalistas, representante da LUSA no Canadá, foi pura e simplesmente demitido do seu cargo por ser incómodo. Fernando Cruz Gomes foi funcionário da LUSA durante 20 anos. Durante esse período defendeu sempre a isenção e o combate ao despotismo reinante, nomeadamente, a subserviência que reina entre alguns jornalistas “yes-men” do poder instituído. Recusou, vezes sem conta, largar a sua “cátedra” “antes livre que subserviente” ao ponto de ter recusado o cargo de Director da LUSA proposto pelo Governo de Santana Lopes. Pois quando nada o fazia prever eis que o actual Governo – e não esqueçamos que o “dono” da LUSA é este Governo de Sócrates – decide mandá-lo para as agruras do desemprego. E porquê? Talvez porque o Governo de José Sócrates deseje que a verdade instituída seja preservada. E qual é? Muito simples. A verdade de querer criar um órgão que sirva as Comunidades lusófonas espalhadas pelos vários cantos do Mundo. Então não já existe a LUSA para esse fim? Ou será que a LUSA passa a ser o órgão cada vez mais difusor das não-realidades dos PALOP? Alguém viu, até hoje, alguma notícia que ponha em causa o status quo existente nos PALOP. Alguém viu algum artigo menos favorável à demissão do poder legitimado pelo voto popular na Guiné-Bissau? Apontem-mo. Mas não. A verdade deste Governo passa pela colocação de personalidades em determinados lugares de relevo como a Caixa Geral de Depósitos para onde foi colocado um bancário que nunca terá sido mais que um “pequeno” director (e há muitos que nem chegam a Directores) e que por esse facto preferiu ser um membro do aparelho; o Tribunal de Contas para onde foi colocado um insigne Historiador; ou nas incontáveis reuniões entre a italiana ENI e o Governo para a questão GALP, esteja um advogado que, por acaso, até é uma relevante personalidade no aparelho socialista. Ah! Na mesma GALP para onde foi um socialista cuja gerência numa Câmara, onde esteve durante alguns anos, começa a ser questionada por casos menos claros. Não estão em causa as suas qualidades profissionais anteriores; mas parecem não estar, nem estão, vocacionadas para os novos cargos. Que registos mostra a nova gerência da CGD? Quais os resultados da actual superintendência do Tribunal de Contas; os últimos relatórios apresentados reflectem, como veio rapidamente a terreiro defender-se um Ministro, a um assunto de Governos anteriores. E qual têm sido os resultados das conversações entre o Governo e a ENI ao ponto desta ameaçar fazer uma OPA sobre a GALP? Parece que a competência neste casos – e, repito, nestes casos – está longe de ser a esperada. E por causa disso o Jornalismo perde um dos seus expoentes – por acaso até parece ser presidente da Associação Internacional de Jornalistas; interessante, não é? – que preferia manter a espinha erecta a submeter-se ao poder instituído. Mas se o caso de Cruz Gomes é o mais actual e visível não é o único. Outros há que também começam a ver a sua vida profissional a ser posta em causa por trabalhos incómodos sobre questões tão prementes como a inoperância da CPLP, do Instituto Camões e da própria LUSA. E, paradoxo dos paradoxos – ou talvez não – até estão em órgãos ditos independentes. Mas será que o são quando na sua compra esteve a mãozinha do actual Governo no despacho que deu o grupo comunicacional a uma entidade já detentora de outros órgãos informativos? Como diria um insigne jornalista da nossa praça (Orlando Castro) há muitos a confundirem “obra-prima do Mestre com a prima do mestre-de-obras” e enquanto assim for dificilmente Portugal poderá sair da mesma letargia e dificilmente conseguirá evitar cair no fosso do 4º Mundo. Até quando?» folha8

CIMEIRA ENTRE O PRESIDENTE AMERICANO E CINCO LÍDERES AFRICANOS: Quando os interesses guiam a conduta de Trump.

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De 9 a 11 de julho de 2025, Donald Trump receberá cinco líderes africanos em Washington para uma cúpula sem precedentes com foco muito econômico. Estes são os presidentes do Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal. Poucos dias antes, o governo Trump reuniu vários chefes de Estado e de governo do continente para […] Para acessar este artigo você deve comprar o acesso clicando neste link: Acesso a um artigo político fonte: lepays.bf

CONFIRMAÇÃO DA CONDENAÇÃO DO PRIMEIRO-MINISTRO OUSMANE SONKO: Uma expressão da força das instituições.

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O primeiro-ministro senegalês, Ousmane Sonko, ainda não está fora de perigo. Pelo contrário, ele ainda está em baixa, apesar de ter se tornado o número 3 da República. De fato, condenado quando ainda fazia parte da oposição, ele acaba de ver sua pena confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Continuação […] fonte:lepays.bf

Gabão: O presidente Brice Oligui Nguema lança seu partido político, a União Democrática dos Construtores.

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O presidente gabonês Brice Clotaire Oligui Nguema lançou seu partido político, a União Democrática dos Construtores (UDB), em 5 de julho de 2025, em Libreville. Reunindo ex-executivos do PDG e ex-opositores, a UDB pretende ser um partido de transformação social, ancorado na social-democracia. O chefe de Estado ressaltou que a UDB não será uma ferramenta de poder, mas de reforma. Com o lema "Inclusão - Desenvolvimento - Lealdade", o partido pretende se tornar a principal força política do país antes das eleições de setembro. Mays Mouissi será sua secretária geral. O UDB promete primárias internas e governança inclusiva, especialmente para mulheres e jovens. fonte: seneweb.com

Togo: 19 manifestantes condenados após protestos contra o presidente Gnassingbé.

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No Togo, 31 pessoas foram julgadas neste sábado após as manifestações de 26, 27 e 28 de junho, que exigiram a saída do presidente Faure Gnassingbé e causaram a morte de sete pessoas. O tribunal condenou 19 manifestantes a um ano de prisão, dos quais 11 meses foram suspensos, enquanto outros 12, incluindo um menor, foram absolvidos. A defesa critica prisões consideradas arbitrárias, às vezes realizadas nas casas dos réus. fonte: seneweb.om

“O corpo dela é uma cena de crime”: Influenciadora Soraya Riffy é violentamente atacada e estuprada em sua casa em Marselha.

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A influenciadora Soraya Riffy foi violentamente atacada e estuprada por vários agressores em sua casa em Marselha (Bouches-du-Rhône), na noite de sexta-feira, 4 de julho, para sábado, 5 de julho. Uma verdadeira noite de horror. Três meses após sua primeira agressão, a influenciadora Soraya Riffy foi vítima de um assalto violento em sua casa em Marselha (Bouches-du-Rhône) na noite de sexta-feira, 4 de julho. Uma queixa foi registrada por violência agravada, sequestro e estupro. Seu advogado, Tom Michel, disse no Instagram que a mulher de 30 anos estava em casa quando um vizinho, que havia "perdido as chaves", tocou a campainha por volta das 21h. Após abrir a porta, ele lhe deu um soco brutal no nariz, antes de levar outros indivíduos armados para dentro do apartamento. fonte: seneweb.com

Burkina Faso: A Autoridade Superior de Controle do Estado cita suspeitas de vistos fraudulentos, ordens de missão falsificadas e...

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O relatório anual de 2023 da Alta Autoridade de Controle do Estado e Combate à Corrupção (ASCE-LC) revela irregularidades durante uma operação de inspeção de três dias em Ouagadougou. Dos 533 veículos públicos fiscalizados, 64 apresentaram anomalias como ausência ou falsificação de ordens de missão, itinerários não respeitados ou presença de pessoas não autorizadas. fonte_ seneweb.com

Senegal: Trump (também) precisa tandem do Diomaye-Sonko.

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Bassirou Diomaye Faye foi convidado por Donald Trump. E o Senegal já está fervilhando de especulações. Nas salas de estar, assim como nos sets, as línguas são soltas. Alguns veem isso como uma contradição, outros como um compromisso. Mas sejamos claros: este convite não é uma coincidência diplomática, nem um favor das circunstâncias. Ela responde a uma realidade implacável: o Senegal importa. E Trump sabe disso. Esta cúpula Estados Unidos-África, marcada para 9 a 11 de julho em Washington, não é apenas uma reunião formal. É uma manobra estratégica. Donald Trump está convocando a África, não por cortesia, mas por necessidade geopolítica. Os Estados Unidos precisam se restabelecer em um continente onde recuaram, abandonando o campo para potências concorrentes como China e Rússia, cuja influência, tanto econômica quanto de segurança, está se tornando mais visível a cada dia. Neste jogo de influência, o Senegal é um nó vital. Posição geográfica estratégica, relativa estabilidade política em uma região problemática, forte liderança dentro da CEDEAO e agora – a cereja do bolo – status de produtor de petróleo e gás. O país não é mais um personagem coadjuvante. Ele se torna um ator que ouvimos, um parceiro que convidamos, um peão que não podemos perder. Deveríamos, portanto, fazer um julgamento sobre as intenções do Estado senegalês, em nome de uma linha soberanista afirmada pelo primeiro-ministro Ousmane Sonko? Não. Porque diplomacia não é um anel. E recusar humilhações não significa boicotar cúpulas. Ousmane Sonko estava certo em ficar indignado com a recusa de vistos americanos às nossas Leoas do Basquete. Ele estava certo em pedir uma doutrina de cooperação baseada no respeito mútuo. Mas este episódio — por mais chocante que seja — não deve nos fazer esquecer a lógica geral. A verdade é que Trump não teve escolha a não ser incluir Bassirou Diomaye Faye em sua lista. Imaginemos por um momento o oposto: uma África francófona representada sem o Senegal? Uma cúpula de segurança sem o país que compartilha uma fronteira vital com Mali e Mauritânia? Uma discussão sobre gás sem o coproprietário do megaprojeto GTA com Nouakchott? Inimaginável. O elenco fala por si. Trump convidou Joseph Boakai (Libéria), Oligui Nguema (Gabão), Umaro Embaló (Guiné-Bissau) e Mohamed Ould El-Ghazaouani (Mauritânia). Diomaye Faye completa esse círculo naturalmente. Porque o Senegal, apesar do peso da sua dívida, carrega consigo uma promessa energética e política. A de um país jovem, carregado por um presidente saído da prisão, eleito por vontade de mudança, cujo discurso não treme, mas cuja mão permanece estendida. Uma mão que seria imprudente rejeitar para Trump. Porque hoje a necessidade é compartilhada. O Senegal precisa diversificar suas parcerias. Os Estados Unidos precisam restau rar sua presença. Mas desta vez, em novas bases. Trump, fiel ao seu estilo frontal, está numa lógica de poder. Ele quer retomar o controle, especialmente depois de suas apostas no Oriente Médio. Ele vê a África como uma alavanca e o Senegal como uma chave. Diomaye Faye, por sua vez, caminha sobre uma linha tênue: entre a afirmação da soberania e o desejo de cooperação respeitosa. Se eles se encontrarem, não será para agradar as câmeras, mas para influenciar o futuro. Porque diplomacia não é uma questão de humor, mas de altura. O Senegal pode conversar com Pequim sem temer Washington. Ele pode dizer não sem se separar, negociar sem se ajoelhar. O presidente Diomaye está ciente disso. Assim como Trump. fonte_ seneweb.com

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