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NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou “libertar” os territ...
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Congo Brazaville: O segundo álbum de Abel Dibassa, "Nitu Ntoto", estará em breve no mercado.
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O músico e artista Abel Dibantsa, conhecido por sua voz potente e intensa presença de palco, prepara-se para lançar seu segundo álbum, nove anos após "Succession". Ritmos tão variados quanto frenéticos, como sempre, guitarras afiadas e vocais impecáveis. Ambiência.
Neste domingo, 23 de agosto, ele chega revigorado pelo sol parisiense. De boné na cabeça, sorriso no rosto, Abel Dibantsa está quase em transe ao falar sobre seu novo álbum, com sua alegria contagiante característica. E, quando perguntado por que se passaram nove anos entre o primeiro e o segundo álbum, sua resposta é imediata: "É verdade que levei três anos de trabalho para o primeiro álbum! Mas para o segundo, eu queria dedicar mais tempo, tempo para as letras, tempo para o som, tempo para os vocais...
Este ex-integrante da orquestra Zakala em Brazzaville e da Swédé na África Ocidental, que está de olho nas pistas de dança — foi visto recentemente na Guinguette Africaine em Suresnes, levando a multidão ao delírio — não é nenhum estranho ao gênero. Seu primeiro álbum, "Succession", lançado em 2016 sem gravadora ou promoção, chamou a atenção dos amantes da música. Na mesma linha, "Nitu Ntoto" deve encantar os ouvidos mais exigentes.
BB / Les Echos du Congo-Brazzaville
China e Congo: amigos sinceros apesar da distância geográfica (Fórum aberto por AN Qing, Embaixador da República Popular da China na República do Congo)
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O presidente Denis Sassou N'Guesso está visitando a China a convite de seu homólogo chinês, Xi Jinping. Na ocasião, AN Qing, Embaixador da República Popular da China na República do Congo.
Com o pouso do avião especial em Pequim, o Presidente Denis Sassou-Nguesso iniciou sua nova viagem à China. Jovens chineses, homens e mulheres, o receberam calorosamente no aeroporto, lembrando a visita de Estado do Presidente Xi Jinping ao Congo durante sua primeira viagem ao exterior como presidente, em 2013. Como o Presidente Xi Jinping declarou emocionado no pódio do Palácio do Congresso: "A amizade sino-africana avançará constantemente como a impetuosidade do Rio Yangtze e do Rio Congo".
Apesar da enorme distância entre esses dois rios mundialmente famosos, os povos chinês e congolês estão se aproximando, transcendendo montanhas e oceanos. As trocas amistosas existem há muito tempo entre os dois países.
A China e o Congo deram um belo exemplo na grande família sino-africana, o que se reflete em seus laços de amizade e cooperação de alta qualidade. Nas últimas décadas, as relações China-África experimentaram um rápido desenvolvimento, e o navio da amizade sino-congolesa, com o vento a favor, rumando para um futuro brilhante.
A China apoia firmemente o Congo em seu desenvolvimento independente e próspero e incentiva o Congo a desempenhar um papel mais importante nas questões internacionais e regionais. O Congo sempre adere ao princípio de uma só China e apoia a China em questões que afetam seus interesses fundamentais. Por meio de seus esforços conjuntos, China e Congo escreverão novas páginas nos anais do sucesso coletivo no cenário internacional. Cooperação frutífera com progresso extraordinário.
China e Congo não são apenas amigos confiáveis, marcados pelo apoio político mútuo, mas também parceiros em pé de igualdade para o desenvolvimento econômico comum. Em setembro de 2024, o Congo assumiu a copresidência africana do FOCAC, o que deu um novo impulso à cooperação bilateral.
Nos últimos anos, sob a liderança estratégica dos dois chefes de Estado, a cooperação prática China-Congo tem alcançado continuamente novos avanços, marcados por frutos abundantes, em grande benefício para ambos os povos nas áreas de energia, mineração, finanças, agricultura, comércio, infraestrutura, etc.
Essa amizade inabalável se aprofundou ao longo do tempo. Como diz um ditado africano, "os verdadeiros amigos não fogem quando você se encontra em situações difíceis". Em 1967, quando o Congo enfrentou dificuldades médicas, o governo chinês enviou a primeira missão médica ao Congo.
Por quase 60 anos, médicos chineses têm trabalhado consistentemente na linha de frente para fornecer serviços médicos de qualidade ao povo congolês, escrevendo assim capítulos de solidariedade internacional além-fronteiras. Nas últimas décadas, o governo chinês tem implementado projetos de irrigação e transporte rodoviário para trazer benefícios tangíveis à população local.
O Congo, como um dos primeiros países da África Subsaariana a estabelecer relações diplomáticas com a China, sempre teve em mente os interesses do povo chinês. Votou pela restauração do assento legítimo da China nas Nações Unidas na 26ª Assembleia Geral da ONU.
Não importa quão alta a árvore cresça, nunca devemos esquecer suas raízes. Como disse o presidente chinês: "Não importa em que estágio de desenvolvimento a China esteja, os países africanos são sempre nossos bons amigos diante da adversidade."
Ajuda mútua e solidariedade entre os dois povos. Este ano marca o 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista. Há oitenta anos, o povo chinês travou batalhas ferozes por 14 anos no principal teatro de operações do Oriente e honrou seu compromisso com a justiça humana ao custo de imensos sacrifícios nacionais de 35 milhões de mortos e feridos.
Naquela época, Brazzaville, como capital da França Livre, testemunhou a importante contribuição do povo africano para a vitória da Guerra Mundial Antifascista. Hoje, a China trabalha ativamente por equidade, justiça e cessação das hostilidades.
O Congo, sob a liderança do Presidente Denis Sassou-Nguesso, oferece ativamente mediação sobre a questão líbia e outros temas regionais polêmicos, com o objetivo de criar um ambiente pacífico e estável para a modernização africana.
Nos próximos dias, o Presidente Denis Sassou-Nguesso participará de atividades comemorativas que marcam o 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista, e manterá conversas bilaterais com o Presidente Xi Jinping. Isso proporcionará uma oportunidade para os dois chefes de Estado tomarem medidas concretas para preservar as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial e defender os valores comuns da humanidade.
A história é a melhor lição a aprender para evitar a repetição de erros no futuro. Com o sofrimento da guerra ainda fresco na memória, o povo chinês tem um anseio constante pela paz e tem plena consciência de que a ordem internacional não é a lei da selva.
Em um contexto internacional caracterizado por conflitos e convulsões crescentes, a humanidade se encontra em uma nova encruzilhada. É necessário escolher entre solidariedade e divisão, diálogo e confronto, ganha-ganha e soma zero.
O povo chinês ainda defende a visão de que somente por meio da sinergia entre a China, os países africanos e outros países do Sul Global as forças pela paz podem ser consolidadas no mundo, e somente por meio da abertura de espírito podemos superar divisões e resolver conflitos para um futuro melhor para a humanidade.
Como descreve um poema chinês: "Montanhas verdes estão imersas nas mesmas nuvens e chuvas. Cidades, por mais distantes que estejam, estão sob o mesmo luar". Pretendemos trabalhar lado a lado com os povos africanos e nossos irmãos congoleses para nos posicionarmos firmemente do lado certo da história e do progresso humano, com o objetivo de contribuir incansavelmente para a paz eterna e o desenvolvimento do mundo e para a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
Transcrição: Bertrand BOUKAKA/Les Échos du Congo-Brazzaville/Fonte: ACI https://lesechos-congobrazza.com
Combate à pobreza: China partilha a sua experiência.
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"Alívio da pobreza: experiência e contribuição da China" é o título do livro branco apresentado por Xu Lin, vice-diretor do Departamento de Publicidade do Comitê Central do PCC e ministro do Gabinete de Informação do Conselho de Estado.
Xu Lin apresenta o livro branco "Alívio da Pobreza: Experiência e Contribuição da China"
O Partido Comunista Chinês (PCC) tem impulsionado a campanha de redução da pobreza no país mais populoso do mundo "passo a passo", com "esforços contínuos", e sua abordagem personalizada está entre as "experiências inestimáveis" que levaram ao seu sucesso, disse Wang Zhengpu em uma coletiva de imprensa. Ele respondeu a perguntas da imprensa sobre como a experiência chinesa de alívio da pobreza poderia servir de referência para outros países. A China tirou mais de 770 milhões de residentes rurais da pobreza extrema após adotar reformas abrangentes em 1978, de acordo com um livro branco intitulado "Alívio da Pobreza: Experiência e Contribuição da China", que foi divulgado. O número de chineses que escaparam da pobreza durante esse período representou mais de 70% dos pobres do mundo, de acordo com a linha de pobreza estabelecida pelo Banco Mundial, segundo o livro branco.
A Pobreza Não É Irremediável
O presidente chinês Xi Jinping, que também é secretário-geral do Comitê Central do PCC e presidente da Comissão Militar Central, anunciou em fevereiro que a China havia alcançado uma "vitória completa" na luta contra a pobreza absoluta. Xu Lin, vice-diretor do Departamento de Comunicação do Comitê Central do PCC e ministro do Gabinete de Informação do Conselho de Estado, afirmou que o livro branco oferecia uma "visão panorâmica" da prolongada agenda de redução da pobreza do país. "Os esforços da China para reduzir a pobreza demonstram que a pobreza não é irremediável e não é invencível", afirmou.
Resumindo a experiência que outras nações poderiam querer imitar, Wang Zhengpu afirmou que essas conquistas foram possíveis graças a vários fatores-chave, como o compromisso do Partido e a filosofia "centrada no povo", o crescimento econômico sustentado do país e o amplo envolvimento de atores não governamentais na luta. "Essas são as forças políticas, institucionais e organizacionais do PCC", continuou.
Este ano também marca um ponto de virada para as políticas rurais da China. Anteriormente, as autoridades centrais priorizavam a redução da pobreza rural como parte de um esforço mais amplo para tornar a China uma "sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos" até o centenário do PCCh neste ano.
China Erradicou com Sucesso a Pobreza Absoluta
Embora a China tenha erradicado com sucesso a pobreza absoluta, o país embarcou na revitalização de suas áreas rurais — uma tarefa central para a campanha de modernização do país, que continuará até meados do século.
Para evitar um retorno em larga escala à pobreza, a nova Administração Nacional para a Revitalização Rural continuará monitorando os níveis de renda das famílias ainda vulneráveis, disse Wang Zhengpu.
Também será monitorado se essas famílias têm acesso a moradias seguras, educação obrigatória, assistência médica acessível e água potável — parâmetros adotados para acompanhar o progresso na redução da pobreza, além da linha de pobreza monetária de 2.300 yuans (US$ 351) de renda per capita anual. Esse limite foi estabelecido há mais de uma década e tem sido ajustado anualmente pela inflação. Hong Tianyun, vice-diretor do governo, afirmou que isso corresponde à situação da China.
O governo criou um período de transição de cinco anos, durante o qual as políticas favoráveis adotadas durante o período de redução da pobreza serão mantidas. As autoridades se comprometeram a apoiar o desenvolvimento industrial em regiões menos desenvolvidas e a manter o apoio em toda a sociedade.
Hong Tianyun declarou na coletiva de imprensa que a assistência complementar, sem precedentes em escala mundial, era de extrema importância para os 9,6 milhões de moradores rurais pobres que deixaram aldeias isoladas entre 2016 e o ano passado.
Mais treinamento vocacional será oferecido a essas pessoas e esforços serão feitos para desenvolver indústrias locais capazes de criar empregos que correspondam à demografia local e impulsionar os serviços comunitários, disse ele.
"Trabalharemos para fortalecer o senso de pertencimento e felicidade entre essas pessoas que deixaram suas aldeias isoladas", acrescentou.
Resumo por Jules TIENDREBEOGO
Homossexualidade no Burkina Faso: agora punível com 2 a 5 anos de prisão.
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Na segunda-feira, 1º de setembro de 2025, na Assembleia Legislativa de Transição (ALT), os deputados aprovaram por unanimidade o projeto de lei sobre o Código da Pessoa Física e da Família em Burkina Faso.
Burkina Faso agora conta com um novo Código da Pessoa Física e da Família. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos 71 eleitores presentes na Câmara. A nova lei inclui 1.113 artigos, divididos em três partes, dezessete títulos e cinquenta e seis capítulos. O objetivo é modernizar e fortalecer o arcabouço jurídico que envolve os direitos da pessoa física e da família em Burkina Faso. O novo Código da Família inclui uma disposição para impedir o abandono de mulheres grávidas. "É porque não sabemos em que tipo de sociedade estamos que não encontramos nosso caminho e que há divórcios", explicou o Ministro Bayala. Entre essas inovações, o Ministro da Justiça enfatizou as disposições relativas às práticas homossexuais e similares. Ele afirmou que "a principal inovação deste novo Código da Pessoa e da Família é a proibição de práticas homossexuais e similares, bem como as penas previstas para esse fim". Cabe destacar que a lei agora prevê penas de prisão de 2 a 5 anos para práticas homossexuais e similares. "Em caso de reincidência nessas práticas, se você não for cidadão burquinense, será simplesmente levado para a fronteira", observou Rodrigue Edasso Bayala, Ministro da Justiça. "A lei prevê pena de prisão de 2 a 5 anos e multa para quem cometer essas práticas homossexuais e similares. Dizemos "assimilado" referindo-nos a todos os comportamentos bizarros. "Se sentirmos que sim, você será levado perante um juiz... em caso de reincidência, se você não for cidadão burquinense, será simplesmente levado para a fronteira." "Isso está muito claro e é uma grande inovação deste Código", explicou o ministro. A nacionalidade burquinense por casamento não é mais automática; a idade mínima para o casamento é de 18 anos para todos; a poliandria é proibida; a possibilidade de mudança da monogamia para a poligamia por decisão conjunta aprovada pelo tribunal; casamentos religiosos e consuetudinários podem ser transcritos para reconhecimento legal estão entre outras grandes inovações.
Jules TIENDREBEOGO
Situação nacional: Membros do Governo realizam intercâmbio com o Corpo Diplomático acreditado no Burkina Faso.
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O Ministro das Relações Exteriores, Cooperação Regional e Burkinabe no Exterior, e seus colegas dos Departamentos de Defesa e Assuntos de Veteranos, Economia e Assuntos Humanitários, mantiveram um diálogo direto em 19 de maio com todos os chefes de missões diplomáticas e postos consulares, bem como com organizações internacionais e interafricanas credenciadas em Burkina Faso.
A reunião, presidida pelo Ministro de Estado da Defesa e Assuntos de Veteranos, focou-se na situação nacional em Burkina Faso, incluindo segurança e defesa, diplomacia, economia, ação humanitária e outras questões diversas.
Para o governo, o objetivo deste diálogo era fornecer informações precisas e precisas aos parceiros diplomáticos e, por sua vez, abordar preocupações e corrigir certas interpretações errôneas sobre a situação nacional em Burkina Faso.
Esta reunião, a quarta do gênero, serve para renovar o espírito de abertura e diálogo, e a disposição das autoridades burkinabes de compartilhar informações precisas de fontes confiáveis com os parceiros.
"Esta sessão também pretende ser um momento de reajustamento e correção de certos acontecimentos atuais. Burkina Faso, Mali e Níger não estão imunes à poluição da mídia em diversos tópicos. E, nesse contexto, é importante que aqueles com informações precisas possam se reunir com os diplomatas e representantes que vocês são, para fornecer informações que também orientarão suas escolhas no fortalecimento da cooperação e das relações com Burkina Faso", enfatizou Sua Excelência Karamoko Jean Marie Traore.
Este fórum também visa "fortalecer a colaboração e a cooperação para que Burkina Faso e os países da ESA possam alcançar seus objetivos focados na busca da felicidade humana", disse o Ministro de Estado, Ministro da Defesa e Assuntos de Veteranos, que está liderando os trabalhos.
O Brigadeiro-General Célestin Simpore lamentou particularmente certos comportamentos que tendem a minar os esforços de combate ao terrorismo, como a desinformação que permeia as mídias sociais.
"Esses comportamentos às vezes nos levam a crer que o terrorismo nada mais é do que um instrumento geopolítico para construir e desfazer Estados, no interesse de certas potências", enfatizou. Ao saudar a abertura do governo burquinense em relação ao corpo diplomático, o Embaixador do Reino de Marrocos, Decano do Corpo Diplomático, Sua Excelência Youssef Slaoui, convidou todos os diplomatas "a aproveitar esta oportunidade única, que demonstra o desejo genuíno do governo por diálogo e intercâmbio, dando conteúdo concreto às discussões e obtendo informações em primeira mão das autoridades designadas, no âmbito da confiança mútua e da sinceridade".
DCRP/MAECR-BE
fonte: www.aujourd8.net
Campanha pelo referendo constitucional na Guiné-Conacri começa em clima tenso!
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6,7 milhões de eleitores registrados são o eleitorado que irá às urnas para o referendo constitucional de 21 de setembro na Guiné.
Ontem, domingo, 31 de agosto, teve início a campanha do referendo sobre a Lei Fundamental. Uma campanha que se desenrola num contexto de tensões políticas, mediáticas e sociais. Em primeiro lugar, apesar de a medida já afetar os partidos políticos, cuja existência foi interrompida desde 5 de setembro de 2021, data da chegada do General Doumbouya, três deles, nomeadamente os principais: o Partido Revolucionário do ex-presidente Alpha Condé e o UFDG de Cellou Dalein Diallo, foram suspensos por 90 dias para permitir a sua reforma. Por que razões? Mais uma camisa de força, com o extintor já colocado em partidos políticos que já não existem de facto. Os seus líderes, exilados ou encerrados num silêncio mortal, não poderão falar muito, especialmente durante esta campanha do referendo, de acordo com a HAAC, a agência de vigilância da comunicação social. O órgão de fiscalização realizou uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 29 de agosto de 2025, para definir o que jornalistas e comunicadores podem e, mais importante, o que não podem fazer. De fato, um decreto da HAAC estipula que os meios de comunicação estão proibidos de segurar microfones, apontar câmeras ou digitar em direção a partidos políticos ou indivíduos em conflito com o Estado. A mesma proibição se aplica a transmissões interativas que abordem a questão do referendo constitucional.
E Boubacar Yacine Diallo, o chefe da HAAC guineense, é preciso: quem contradizer essas medidas terá que lidar com o Ministério da Administração Territorial. Não para parabenizá-lo!
A três semanas do referendo, assistimos a uma campanha que está sendo, no mínimo, monitorada de perto, se não controlada por medidas drásticas, tanto para os mais diretamente afetados pelo evento: os partidos políticos, cujos ativistas votarão, e a imprensa, que deve noticiá-lo objetivamente, quanto para os jornalistas. Pedir aos cidadãos que digam SIM ou NÃO é dar-lhes a liberdade de se expressarem... livremente! No entanto, em tal camisa de força, a campanha caminha quase para um voto tendencioso. Isso pode se refletir na participação, mas não importa se o SIM vencer; o certo é que o povo deu sinal verde.
Além disso, o Ministro da Administração Territorial, Ibrahim Khalil Condé, manifestou-se ontem, 31 de agosto de 2025, para tranquilizar a todos de que as forças de segurança (polícia e gendarmaria) estarão em alerta para garantir o bom andamento das eleições. A liberdade é garantida a todos os cidadãos, mas essa liberdade também está ligada à paz e à coesão social, e qualquer um que ameace essa paz será responsabilizado, ele essencialmente insinuou. O tom é calmo e firme, e a mensagem foi transmitida, mesmo que o RPG, a UFDG e outros mantenham sua marcha em 5 de setembro, marcando o quarto aniversário do General Doumbouya no poder.
É óbvio que a atual campanha do referendo ocorrerá em uma atmosfera orwelliana, o que não deve ser surpresa, visto que a Guiné está em transição militar e, especialmente, o soldado à sua frente dá sinais de querer ficar. Ele deve usar todos os recursos disponíveis.
Hoje em Faso
Eleições Presidenciais na Costa do Marfim: Após a Apresentação dos Candidatos, Quem Passará na Seleção do Conselho Constitucional?
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Este é um marco no processo eleitoral que levará às eleições presidenciais na Costa do Marfim. Nesta terça-feira, 26 de agosto de 2025, à meia-noite, a Comissão Eleitoral Independente (CEI) da Costa do Marfim fechou suas portas e tem três dias para apresentar a lista de candidatos ao Conselho Constitucional. No total, 69 candidatos apresentaram suas candidaturas para as eleições presidenciais de outubro.
Entre as figuras proeminentes estão o ex-presidente Laurent Koudou Gbagbo, candidato do Partido Popular Africano da Costa do Marfim (PPA-CI), o neo-marfinense Tidiane Thiam, do Partido Democrático Africano/Rally Democrático da Costa do Marfim (PDCI-RDA), Simone Gbagbo, ex-primeira-dama e candidata do Movimento das Gerações Capazes (MGC), Pascal Affi N'Guessan, da Frente Popular Marfinense (FPI), Jean-Louis Billon, do Congresso Democrático (CODE) e, claro, o chefe de Estado cessante, Alassane Ouattara, do Rally dos Houphouëtistas pela Democracia e Paz (RHDP), que, com a candidatura em mãos, cruzou as portas do CEI ontem à tarde, acompanhado por uma multidão de ativistas entusiasmados. Além desses homens, há uma série de candidaturas de políticos e novatos na política. À margem estão o ex-primeiro-ministro Guillaume Soro (ainda no exílio) e o ex-líder da galáxia dos "patriotas", Charles Blé Goudé, que não estarão presentes.
Com esta etapa concluída, todos os olhares estão agora voltados para o Conselho Constitucional, que terá a pesada responsabilidade de validar os dossiês de candidatura recebidos pelo CEI no prazo de 15 dias. Enquanto aguardamos o dia 10 de setembro, uma questão preocupa a todos: quais candidatos serão selecionados para buscar os votos marfinenses no dia 25 de outubro? O que acontecerá com os candidatos declarados inelegíveis pelo CEI ou cujos nomes não constam no recenseamento eleitoral?
Sem prever o que poderá emergir das vestes dos "sábios" do Conselho Constitucional nas próximas duas semanas, é evidente que as cerca de sessenta candidaturas recebidas pelas equipas do CEI serão analisadas e apenas os candidatos que preencham os requisitos de elegibilidade previstos na Lei Eleitoral serão retidos. Mas, apesar de todas essas considerações, a bola continua na quadra dos juízes, que terão que decidir com total confiança e segurança.
Enquanto aguardamos a publicação da lista final dos candidatos que receberão a unção dos juízes seniores para esta eleição presidencial, e dependendo do status de seu porta-estandarte, as diversas equipes políticas retornam aos seus laboratórios para determinar o curso de ação a ser tomado, bem como as estratégias que o acompanham.
fonte: lepays.bf
Países africanos querem um novo mapa-múndi.
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Para os mais atentos a estas coisas da geografia mundial, as dimensões dos continentes registadas nos mapas-múndi ou planisférios, salta à vista que a gelada Gronelândia bate a África em tamanho. Mas será mesmo assim? Ao descobrirmos que a superfície do continente africano é de 30 370 000 de quilómetros contra 2 160 086 da Gronelândia, vemos que alguma coisa está errada nesta cartografia. É por isso que alguns movimentos querem outro mapa-múndi, onde a África não surja diminuída no seu tamanho real. E já contam com o apoio da União Africana.
A causa disto é que os mapas que até agora seguíamos nas escolas e no dia a dia seguem um modelo do século XVI, apresentado pelo geógrafo e cartógrafo, Gerardus Mercator, em 1569, na Flandres, hoje região da Bélgica. E este defeito do “sistema Mercator”, que estica as regiões mais junto aos polos quando comparados àqueles junto à linha do Equador, resulta numa representação errada das verdadeiras dimensões dos continentes. A Ásia e a Rússia surgem enormes, assim como a Gronelândia e o Canadá. E a África muito modesta, para as suas verdadeiras dimensões, como já vimos.
E agora, a União Africana, representando 55 países, resolveu juntar a sua voz àquelas que nos últimos tempos se vinham manifestando contra esta representação errónea do planeta. A campanha, que já está no terreno, vai no sentido de os países abandonarem os mapas com o sistema de Mercator e adoptarem os modelos criados recentemente e que não distorcem a realidade geográfica dos continentes. Apesar da forma dos continentes ser correcta, a sua proporção surge distorcida, como prova as 14 vezes em que África é maior do que a Gronelândia, mas que Mercator indica o contrário.
Nos últimos tempos, foram várias vozes a querer trazer esta questão para as agendas internacionais. Agora, organizações como Correct the Map (Corrijam o Mapa), lideradas por organizações como Africa no Filter e Speak up Africa, estão na liderança do processo da reforma do mapa de Mercator.
A discussão reacendeu-se nos últimos anos e agora com o apoio de uma organização como a União Africana. O site da campanha deixa clara a sua visão deste problema, do ponto de vista dos países em desenvolvimento: “O mapa de Mercator não trata apenas de representar de forma incorrecta o tamanho do Sul Global – trata-se de poder e percepção. É preciso mudar isso.”
A solução, defendem, passa pela adopção do projecto Equal Earth, lançado há sete anos, que mantém as áreas proporcionais e correctas, sem distorção dos continentes. Quem se mostrou muito contente foi o criador deste projecto, o geógrafo americano,Tom Patterson, com o endosso da UA e os seus 55 Estados.
Patterson dá razão aos países africanos considerando que a distorçáo e a diminuição de África “é uma crítica extremamente legítima”. A necessidade de representar os continentes com mais precisão, levou algumas escolas de Boston, nos Estados Unidos, a adoptar o modelo de mapas Gall-Peter.
Mas este ainda ‘esticava’ os países, na sua representação geográfica. O projecto de Patterson foi concebido com professores da uma universidade australiana e um engenheiro de software esloveno, de uma empresa da Califórnia. Em Fevereiro do próximo ano, no encontro com líderes, na Etiópia, a União Africana deverá tomar a sua decisão oficial sobre a adopção do mapa Equal Earth.
Joaquim Arena
fonte: anacao.cv
Cabo Verde representado no “Government Leadership and AI Summit” na Nigéria.
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O Secretário de Estado da Economia Digital, Pedro Lopes, lidera uma missão oficial à Nigéria que decorre até ao próximo dia 5 deste mês. A agenda inclui a participação em eventos de destaque em Abuja e Lagos ligados às TIC. Da comitiva fazem parte também duas startups nacionais. O foco da visita incide em iniciativas de cooperação tendo em vista capacitar jovens, com destaque especial para mulheres, nas áreas da Inteligência Artificial, programação e inovação digital.
Abuja será o ponto de encontro para a assinatura de um acordo de apoio à iniciativa “Code the Future – Cabo Verde Rising”, promovida pela She Code.ai, no âmbito do programa Digital Africa Corridor (DAC).
Pedro Lopes vai participar na iniciativa “Government Leadership and AI Summit” onde será orador ao lado do Bosun Tijani, Ministro das Comunicações e Economia Digital da Nigéria, Dahlia Khalifa, Diretora Regional do International Finance Corporation – IFC, Matthew Verghis, Diretor do Banco Mundial na Nigéria, Karl Olutokun Toriola, CEO da MTN Nigéria e VP para África Francófona e Robin Njiru, da Amazon Web Services – AWS.
Presença de Startups nacionais
Na segunda fase da missão, a delegação seguirá para Lagos, onde o Secretário de Estado participará também como orador no painel “One African Silicon Valley or Many”, integrado no GITEX Nigéria Startup Festival.
Neste painel, Pedro Lopes partilhará a perspetiva de Cabo Verde sobre a criação de ecossistemas de inovação, ao lado de Temi Kolawole (Ilorin Innovation Hub) e Russ Shaw (Global Tech Advocates).
Cabo Verde estará representado também por duas startups nacionais, Help Me, de Johnny Pina, e ShetTech, de Ruhana Miranda que integram a missão com o apoio da Pró-Empresa.
Por Claudia da Cruz
fonte: anacao.cv
Repensando o ensino superior em Cabo Verde.
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Por: Raffaella Gozzelino* e João Resende-Santos**
Cinquenta anos depois da independência, o sistema educativo cabo-verdiano enfrenta uma crise prolongada e estrutural, cujos contornos ultrapassam a mera dimensão financeira. Persistem fragilidades profundas, que comprometem o desenvolvimento humano, a equidade social e a sustentabilidade económica do país. Como demonstram estudos científicos internacionais, um sistema de ensino de qualidade é um fator decisivo para o crescimento e a mobilidade social. Contudo, os nossos resultados são desanimadores. É necessário atacar a raiz do problema.
Centrando-nos no ensino superior, assistimos à criação de instituições sobredimensionadas, a formação de estudantes sem preparação adequada e a atribuição de diplomas com fraca relevância no mercado de trabalho. Desde a criação da primeira universidade, em 2001, assistiu-se a uma multiplicação de instituições, polos regionais e programas de formação. Governos de ambas forças políticas acabaram por adotar esta lógica de improvisação, de crescimento quantitativo, desprovida de mecanismos eficazes para garantir a qualidade de desempenho de gestores, docentes, e estudantes, comprometendo seriamente a credibilidade do setor, a sua sustentabilidade financeira, e a sua articulação com as necessidades de desenvolvimento do país. A elevada taxa de abandono escolar e desemprego qualificado refletem o desperdício prolongado de recursos públicos e a cobardia política na implementação de reformas estruturais. Dos alunos inscritos no primeiro ano do ensino superior, em 2021/2022, quase 40% tinham abandonado a escola quatro anos depois em 2024/2045. Na universidade pública, 1.424 estudantes ingressaram no primeiro ano em 2016/2017, mas, quatro anos mais tarde, apenas 797 se encontravam inscritos no quarto ano. No ano letivo de 2021/2022, 1.456 estudantes matricularam-se no primeiro ano de licenciatura; no 2022/2023, apenas 677 destes estavam inscritos no segundo ano, uma taxa de abandono de cerca de 54%.
A crise da educação em Cabo Verde é de natureza sistémica, com raízes no ensino primário, acentuada no secundário e agravada no ensino superior. Em 2019, os exames nacionais dos 2º e 6º anos revelaram taxas de reprovação superiores a 70% em Matemática e Língua Portuguesa. Face a este desempenho alarmante, teríamos de refletir sobre a relevância da introdução da língua materna no ensino básico, de forma a promover uma passagem gradual a língua portuguesa, entre outras. Contudo, o problema reside na baixa qualidade do ensino, independentemente da língua utilizada. Organizações multilaterais e parceiros técnicos internacionais têm alertado para a fraca pertinência dos conteúdos curriculares e a ausência de estratégias nacionais para o desenvolvimento do ensino técnico e profissional pós-secundário. A nossa economia carece de profissionais com competências técnicas intermédias, enquanto proliferam os licenciados sem formação prática ou perspetivas reais de emprego, resultado de um sistema ineficiente, centralizado e incapaz de fomentar a inovação institucional.
O ensino superior não pode ser reformado de forma isolada, mas a falta de responsabilização nas estruturas administrativas e académicas agrava o problema. No entanto, nos discursos oficiais persiste a promessa de abertura de mais polos universitários, ignorando a evidência empírica da sua insustentabilidade, que os leva a encerrar rapidamente, permanecer inativo ou em grave deficit financeiro. Ao longo dos últimos 25 anos, o crescimento do ensino superior tornou-se um projeto baseado no clientelismo político e regionalismo, sem planeamento estratégico sobre qualidade, empregabilidade, ou disponibilidade de docentes qualificados.
A criação tardia da Agência Reguladora do Ensino Superior representa um passo positivo. Contudo, as suas capacidades são ainda limitadas e pouco autónomas, dificultando as suas reais funções. Somente uma abordagem integrada e estrutural poderá proporcionar uma solução duradoura, porque o modelo atual reflete e aprofunda as desigualdades sociais existentes.
Enquanto os decisores políticos e as autoproclamadas “elites económicas” optam por universidades estrangeiras ou escolas privadas para os seus filhos, mostrando o pleno conhecimento da realidade local, o sistema público serve sobretudo jovens de famílias trabalhadoras, que são, muitas vezes, os primeiros da sua geração a frequentar às universidades. Promete-se-lhes uma formação superior, sem a correspondente qualidade e com escassas perspetivas de inserção profissional, perfeitamente consciente do fracasso moral e político que representa. Esta dualidade social, quase segregacionista, repete-se noutros setores, como a saúde e os transportes. Urge corrigir esta distorção, com um conjunto de soluções que assentam em três reformas centrais:
Ensino superior gratuito nas instituições públicas e em áreas estratégicas para o desenvolvimento;
Criação de um exame nacional de acesso rigoroso;
Adoção de sistemas internacionais de acreditação institucional e implementação de estruturas internas de garantia da qualidade.
É tempo de:
1. Redimensionar e recentralizar o sistema
O setor do ensino superior deve ser significativamente reduzido e reorganizado. Atualmente, existem 11 instituições e múltiplos polos universitários, maioritariamente criados por motivações políticas e sem capacidade docente ou financeira. Para um país com pouco menos de 500 mil habitantes, esta estrutura é insustentável. A Universidade Pública ofereceu 41 licenciaturas em 2024, mais dos 35 de universidades centenárias e internacionalmente reputadas como a Universidade de Coimbra. A concentração de recursos em menos instituições, com forte investimento na qualidade pedagógica, científica e infraestrutural, redimensiona o sistema, aumentando a sua eficiência, sustentabilidade e adequação à padrões internacionais. A implementação de um sistema rigoroso de acreditação, de exame nacional de acesso e processos seletivos próprios de cada instituição resultará, inevitavelmente, na diminuição significativa do número de instituições e de estudantes no ensino superior.
Defendemos a gratuitidade do ensino superior exclusivamente nas instituições públicas, que pode ser implementada com o fim do financiamento estatal para estudantes que optem por frequentar universidades estrangeiras. A criação de um fundo especial para apoiar estudos no exterior em áreas estratégicas, condicionado ao compromisso formal e vinculativo de regressar e trabalhar em Cabo Verde, poderá assegurar que o investimento público se traduza em retorno efetivo para o país, fortalecendo setores prioritários e mitigando a fuga de cérebros. Existem diversas modalidades possíveis para o apoio financeiro, incluindo a atribuição diferenciada de bolsas e auxílio habitacional com base no rendimento familiar ou na região de origem do estudante.
Em todos os casos, o apoio deverá estar sujeito à manutenção de um alto desempenho em cada semestre, garantindo que o investimento público seja retribuído em forma de excelência académica e contributo efetivo para o desenvolvimento do país. Propomos igualmente que o estatuto de “finalista” seja atribuído apenas após a conclusão com êxito de todos os exames e requisitos académicos, tendo em conta que muitos estudantes acabam por não concluir os estudos após a participação na cerimónia de graduação e premiação simbólica.
2. Criar um sistema de qualidade e avaliação rigorosa
É imprescindível estabelecer um sistema nacional de acreditação alinhado com padrões internacionais reconhecidos. Apenas as instituições que possuam acreditação válida deverão estar autorizadas a emitir diplomas académicos. A inexistência de mecanismos internos de avaliação e controlo de qualidade permite que gestores, docentes e estudantes operem sem responsabilização. Infelizmente, temos um país sem uma cultura de medição de resultados e impacto das ações promovidas, em quase todos sectores. Só nos últimos quatro anos que os primeiros passos de avaliações têm estado introduzidos no ensino básico, sob pressão do Banco Mundial, mas não temos uma base empírica e científica para uma quantificação internacionalmente comparativa da qualidade da educação em todos níveis. Urge institucionalizar – e aplicar na prática – avaliações regulares e objetivas de desempenho docente (no que se refere ao ensino, aos serviços institucionais, e a investigação), sendo este o parâmetro que teria de nortear a sua progressão de carreira, o que não acontece no sistema vigente. Muitos professores reivindicam, com razão, a falta de recursos para investigação. Contudo, o país dispõe de muitos temas relevantes que deveriam ser objetos de pesquisas. A sistematização desses dados não exige elevados recursos financeiros e permitiria uma significativa poupança no recrutamento de consultores externos, que conduzem os estudos.
Avaliações de aprendizagem dos estudantes e da possibilidade de frequentar o ensino superior teriam de ser implementadas com exames nacionais para garantir um acesso baseado em mérito e não em uma dependência institucional de propinas como fonte de financiamento interno. As avaliações de desempenho e credibilidade dos gestores é igualmente importante, pois seus reconhecimentos a nível nacional e internacional reforça a capacidade institucional para atrair investimentos, apoio técnico e cooperação académica estratégica. O mérito, e não o compadrio, deve caraterizar as contratações a todos os níveis, as promoções de carreira e a atribuição de bolsas. É necessário introduzir uma cultura de produtividade e responsabilização exigindo os mais elevados padrões e qualificações do corpo docente. Dados não oficiais indicam que atualmente cerca de 37% dos docentes da universidade pública têm doutoramento. A maioria dos professores detém um grau de mestrado, contudo, um número preocupante nem esse nível de qualificação alcança.
Uma grande proporção do corpo docente em todas instituições exerce funções em regime de tempo parcial. As horas contratuais atribuídas para além da docência frequentemente não são dedicadas à investigação. Caso a instituição necessite de horas adicionais para atividades letivas, estas são compensadas como “extra”. Torna-se, portanto, necessária uma reforma abrangente da função pública, que assegure a utilização plena e eficiente de todas as horas contratuais atribuídas aos docentes.
3. Diversificar caminhos pós-secundários com ensino técnico profissional
A maioria dos jovens cabo-verdianos não precisa, nem se beneficia, de um percurso universitário. Em 2023, Cabo Verde tinha 9.088 alunos matriculados no ensino superior, sendo 2.495 no último ano de licenciatura. No entanto, o Instituto Nacional de Estatística indica que, em 2021, apenas 1.569 novos empregos formais foram criados em todo o país. A nossa economia, dominada por microempresas, comércio informal e turismo, dificilmente consegue absorver anualmente mais de 1.000 licenciados. Exige, prioritariamente, técnicos intermédios qualificados em áreas práticas como hotelaria, construção, tecnologias e indústrias criativas.
Contudo, nem as instituições nem o governo demonstram preocupação com as estatísticas dos diplomados do ensino superior, no que se refere a taxa de emprego, a natureza e relevância das funções desempenhadas, bem como ao tempo decorrido até a obtenção do primeiro contrato laboral. Muitos graduados permanecem em estágios não remunerados, uma situação omitida nas estatísticas oficiais de desemprego. Um indicador preocupante da falta de confiança no sistema de ensino superior são as longas filas de jovens nos diversos centros de visto para emigração.
4. Implementar uma “mobilidade académica inversa”
É fundamental considerar essa medida para elevar a qualidade dos currículos universitários e mitigar a escassez de docentes locais qualificados. Cabo Verde deve acolher de forma mais proativa docentes e investigadores estrangeiros, com possibilidade de lecionar inteiros cursos nas nossas instituições e colaborar na atualização dos conteúdos curriculares. As nossas competências serão reforçadas e o acesso a saberes mais especializados será proporcionado, colmatando exigências do mercado e encorajando docentes em atualizar conhecimentos, rumo à internacionalização. O estabelecimento dessas parcerias com países interessados contribuiria para atenuar a crise financeira das nossas instituições. Muitos docentes estrangeiros se encontram remunerados pelas instituições de origem ou pelos programas de mobilidade, financiados por entidades empenhadas em garantir a presença de capital humano qualificado nos países onde operam. É evidente que esta iniciativa pode igualmente promover a aproximação com a nossa diáspora qualificada, que permanece disponível para contribuir apesar das condições adversas com que, frequentemente, é recebida. Contributos externos podem ser integrados com ideias locais para reformular objetivos de aprendizagem. Numa economia estruturalmente incapaz de gerar empregos suficientes e confrontada com múltiplos obstáculos ao crescimento, as aptidões técnicas e comportamentais, como empreendedorismo, criatividade, autoaprendizagem, trabalho em equipa, resolução de problemas, pensamento crítico e comunicação, assumem um valor primordial para que os indivíduos possam adaptar-se, inovar e contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável do país.
5. Racionalizar o financiamento com critérios de eficiência e indicadores de produtividade
O problema não é apenas a escassez de recursos mas o seu uso ineficiente. Em 2020, o governo gastou mais de 28 milhões de euros no setor, sem resultados proporcionais em termos de formação de capital humano. De forma similar, o programa de desenvolvimento de capital humano, financiado pelo Banco Mundial, teria de ser baseado em metas e indicadores de desempenho, de impacto, de transparência na alocação de recursos, bolsas e/ou apoio institucional. Essa ferramenta permitiria garantir um ambiente de trabalho competitivo, incentivando a atualização contínua de conhecimentos e produtividade. O ensino superior não dispõe, atualmente, de um sistema que exija, monitorize, quantifique e avalie o desempenho pedagógico e científico. A remuneração e estabilidade laboral não estão associadas à critérios de mérito ou resultados objetivos, desincentivando o envolvimento em iniciativas que não tenham retorno financeiro direto, impacto na progressão na carreira, ou visibilidade profissional. Pouco importa se um docente presta serviços institucionais significativos: o salário e o vínculo laboral mantêm-se garantidos. Entre os indicadores relevante da qualidade de ensino, a avaliação da satisfação dos estudantes, que teria de ser enviada diretamente a uma entidade externa, como forma de evitar fenómenos de assédio académico. Outros indicadores pertinentes incluem o número de dissertações orientadas, as participações em financiamentos competitivos, os montantes de financiamento obtidos, o número de artigos publicados em revistas científicas com revisão por pares, o número de comunicações proferidas em conferências nacionais e/ou internacionais, a inscrição em programas de formação especializada, a criação de patentes, entre outros.
6. Redefinir a missão do ensino superior, introduzindo dados e evidência na tomada de decisão
As universidades não devem ser apenas distribuidoras de diplomas, mas fomentar o pensamento crítico, a investigação aplicada, a inovação social e o desenvolvimento local. A atual obsessão com números, mais cursos, mais alunos, mais polos, deve ser substituída por uma missão clara: formar cidadãos e profissionais com competências relevantes, consciência cívica e capacidade de contribuir para o progresso do país. A criação de um comité internacional de avaliação contribuirá para garantir o cumprimento dessa missão e a transparência institucional, sobretudo se os seus relatórios forem dirigidos diretamente a entidades externas. Para tal, será necessário assegurar um nível de autonomia sem precedentes, facilmente alcançável caso este órgão seja posicionado acima do Conselho Geral da Universidade e composto por profissionais internacionalmente reconhecidos, com carreiras consolidadas nas áreas-chave da instituição sob sua supervisão.
Não é possível gerir o setor sem dados. Cabo Verde carece de estatísticas fiáveis sobre taxas de abandono, tempo de conclusão dos cursos, qualidade da formação e inserção no mercado de trabalho, dentro e fora de Cabo Verde. A ausência de dados abre espaço para decisões arbitrárias e infundadas, fomenta interpretações e discursos populistas e perpetua um alarmante desperdício de recurso, com retorno praticamente nulo ou pouco significativo. A construção de um sistema nacional de estatísticas do ensino superior é urgente e a sua integração nas instituições existentes não arrecadaria ulteriores investimentos por parte do Estado.
7. Exame Nacional de Acesso
O exame nacional de acesso garante equidade e justiça no ensino superior. Tanto a admissão, quanto o apoio financeiro devem basear-se no mérito, na transparência dos processos e no desempenho académico comprovado. A prática atual carece de controlos e assenta em decisões arbitrárias, favorecendo famílias com capacidade financeira para pagar propinas ou com ligações privilegiadas, em detrimento de indivíduos potencialmente talentosos, mas economicamente desfavorecidos e incapazes de suportar os custos universitários. Ao assegurar que apenas estudantes com preparação académica adequada e aptidão intelectual são admitidos, o exame de acesso prepara-os também da melhor forma para o progresso académico e a conclusão bem-sucedida dos seus estudos. O sistema vigente manipula deliberadamente para o insucesso, permitindo a entrada de alunos não qualificados, despreparados ou para quem a universidade poderá não ser a melhor opção.
Cabo Verde, beneficiando de um estatuto especial na União Europeia, compromete-se a adotar normas e padrões europeus, sendo legítimo exigir os mais elevados níveis de desempenho académico a todos os estudantes. A competição é global. Além do exame nacional de acesso, destaca-se a importância das provas seletivas internas às universidades, como instrumentos complementares para garantir a qualidade dos estudantes admitidos. Estas provas permitem que as instituições filtrem candidatos de acordo com os requisitos específicos dos seus cursos, assegurando que os estudantes possuem as competências necessárias para acompanhar os currículos exigentes.
Estamos conscientes de que a introdução do exame nacional de acesso poderá aprofundar desigualdades devido à dualidade entre o ensino secundário público e privado. Estudantes de escolas privadas, maioritariamente filhos das classes média-altas, beneficiam de uma vantagem educativa, não só pela qualidade do ensino, mas também porque os seus pais podem custear apoio extra e preparação específica para exames. Famílias economicamente vulneráveis não dispõem desses recursos. A solução passa também pela melhoria substancial da qualidade do ensino secundário público, que deveria ser tratada com urgências.
8. Estabelecer um novo contrato social para o ensino superior
Mudança exige coragem, sobretudo política. Urge um novo pacto entre Estado, instituições, professores, estudantes e sociedade civil, para que o setor da educação, tal como os setores da saúde e dos transportes, seja protegido do partidarismo e interferências políticas. Nenhuma reforma é possível sem resistência. Estamos conscientes do que a nossa proposta aquí vai ser impopular até com os alunos e as suas famílias, já que pretende mais rigor de desempenho e um setor altamente reduzido. Contudo, o colapso do atual modelo e o continuo desperdício de recursos é mais perigoso. Não podemos sacrificar milhares de jovens num sistema que promete inclusão, mas gera desigualdade e desemprego ou subemprego. Nós, académicos cabo-verdianos na diáspora e colaboradores próximos das universidades nacionais, falamos a partir de uma experiência vivida. Não ignoramos os professores empenhados e dedicados, os programas de mérito, os projetos de investigação relevantes, bem como os alunos exemplares e talentosos das várias ilhas. Reconhecemos que muitos lutam contra as adversidades com profissionalismo e resiliência, mas sem reformas estruturais profundas, esses esforços individuais continuarão a ser exceções dentro de um sistema disfuncional.
É tempo de reunir vozes diversas, para debater reformas urgentes do ensino em Cabo Verde, porque o nosso futuro depende disso!
*Prof.ª Dr.ª Raffaella Gozzelino, PhD – Fundadora de Diáspora Mundi e Group Leader na NOVA Medical School, Universidade NOVA de Lisboa.
** Prof. João Resende-Santos, PhD – Bentley University, USA.
fonte: anacao.cv
Pagamento do Subsídio de Regresso às Aulas inicia-se a partir de 5 de setembro.
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Os valores variam entre 2.500 e 4.000 Escudos, conforme a faixa etária
O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) vai apoiar as famílias Cabo-verdianas com o Subsídio de Regresso às Aulas, destinado a descendentes de segurados inscritos até 31 de agosto.
De acordo com a medida, as crianças dos 4 aos 15 anos vão receber o subsídio de forma automática, enquanto os jovens a partir dos 15 anos devem apresentar comprovativo de frequência escolar para terem acesso ao benefício.
Os valores variam entre 2.500 e 4.000 Escudos, conforme a faixa etária, e o pagamento terá início a partir do dia 5 de setembro.
Segundo o Governo, esta iniciativa reforça o compromisso em garantir mais apoio social e promover a igualdade de oportunidades no início do novo ano letivo.
fonte: opais.cv
Navio Espanhol traz sete toneladas de ajuda humanitária para Cabo Verde.
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Embarcação transporta 720 kits de higiene da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, suficientes para apoiar 3.600 pessoas durante um mês
Um navio da Marinha Espanhola partiu de Las Palmas com sete toneladas de ajuda humanitária para Cabo Verde, destinada às famílias afetadas pela tempestade de 11 de agosto que provocou nove mortos e dois desaparecidos.
fonte: opais.cv
Recolhidas urina e fezes de Putin durante as viagens no exterior.
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Um guarda-costas de Vladimir Putin tem a função de coletar as fezes e urina do presidente russo durante viagens ao exterior. O material é guardado em uma maleta especial e enviado de volta a Moscovo.
A prática tem como objectivo impedir que serviços de inteligência estrangeiros tenham acesso a informações sobre a saúde do presidente russo.
A revelação foi feita pela ex-agente da DIA, Rebekah Koffler, que hoje dirige a consultoria Doctrine & Strategy. Segundo koffer, citada pela imprensa internacional, Putin adopta a medida por receio de que seus resíduos biológicos sejam usados contra ele.
fonte: folhademaputo.co.mz
Bolsonaro é julgado a partir de hoje.
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Jair Bolsonaro e sete membros da sua cúpula são julgados a partir de hoje por tentativa de golpe de Estado, num julgamento que pode sentenciar o ex-Presidente brasileiro a mais de 40 anos de prisão.
Este grupo, chamado de “Núcleo 1” ou “Núcleo Crucial”, responde por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.
Além de Bolsonaro, vão a julgamento o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha e ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República Augusto Heleno; o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Neto.
O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), presidido por um colectivo de cinco juízes, foi marcado para cinco datas: 2, 3, 9, 10 e 12 de Setembro.
fonte: folhademaputo.co.mz
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