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terça-feira, 6 de março de 2012

Teresa da Silva Neto: ‘Se exiStem bolsas para os alunos, porque não financiar as instituições privadas?

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

As instituições privadas de ensino superior têm uma associação.Existe também uma espécie de clube dos reitores para ir trabalhando com e exigir coisas e até criticar as políticas universitárias do Executivo?
Existe uma Associação das Instituições do Ensino Superior Privadas Angolanas (AIESP), que agora presido e que funciona cá nas nossas instalações.

Não lhes ocorre a criação de um clube de reitores para darem contributos e exigirem, chateando mesmo, o que acham de direito?
Não. Na associação organizamonos no sentido de apoiarmos o Ministério da Ciência e Ensino Superior.
Posicionamo-nos como um apoio do ministério, com o compromisso na melhoria do funcionamento das instituições. Não é para chatear nem para sermos sombra do Ministério.
Entendem-se todos nesta associação?
Entendemo-nos. Temos muito boas relações e discutimos os assuntos de forma séria, apesar das amizades que existem e apesar da concorrência que também existe entre as instituições.

E trata-se de uma concorrência que não é para brincadeiras…
Não é fácil.
Falando em concorrência, já se diz que algumas universidades estão mais como um objecto de negócios para os seus promotores que propriamente como uma casa para criar e expandir o conhecimento. Preocupa-a o que se diz sobre a qualidade do ensino nas nossas universidades?
Sim. A qualidade do ensino das nossas instituições tem de ser discutida e avaliada, porque somos muitas instituições privadas de ensino superior e a ideia que se cria é sobre o que, exactamente, temos estado a fazer nas instituições. Na Universidade Metodista de Angola (UMA) temos a consciência que não estamos aqui para sermos mais uma, o nosso desafio é para sermos a melhor instituição. Queremos investir nos quadros que são formados na instituição com qualidade. É nisso que apostamos, tanto ao nível do Conselho de Administração que se preocupa em comprar o que nós solicitamos, como ao nível da reitoria em que estamos preocupados em organizar a questão pedagógica, começando pela selecção dos estudantes, os docentes e sobre o que temos estado a leccionar nas nossas aulas. Todos os nossos cursos técnicos, fundamentalmente nas engenharias, é importante que os estudantes tenham aulas práticas em laboratórios.

Como reage quando se depara com universidades que não cuidam da questão da formação de qualidade… mais preocupadas com o negócio que propriamente com a boa formação?
O nosso foco de conversa na associação é exactamente este.
Porque temos na associação pessoas que são reitores e que também são os gestores das instituições. O reitor, muitas vezes, é a pessoa que gere a área pedagógica e todos nós sabemos que temos compromissos.
Se és um reitor de uma instituição e acobertas coisas desta natureza, porque é negócio, sem preocupação com a formação dos estudantes, isso é muito mau. Mas o que eu percebo é que os incentivos, as dificuldades que existem, a busca, têm estado a levar a que as instituições não sejam vistas como negócio, porque esta não é a ideia. Penso que isso fica fora das expectativas que as instituições têm estado a criar.

A UMA está a crescer. É o projecto inicial que o dita ou as oportunidades é que vão surgindo?
Quando uma pessoa se dispõe a uma tarefa destas tem já o projecto definido. O que queremos ser hoje, amanhã e o que queremos ser no futuro. Nós começámos com um projecto inicial que dizia que o nosso espaço inicial de leccionação seria em Luanda, na Baixa, onde estamos, construindo de seguida um edifício lá atrás. E depois de tudo consolidado pretendemos sair deste espaço em que estamos instalados. Crescer é a ideia inicial e temos marcado passos aos poucos. Temos de sustentar o que nos propusemos fazer.

Daqui a um ano teremos a UMA toda no Kaop Park?
Toda não. No Kaop temos os cursos novos, nas áreas de ciências da saúde e desportos e aqui temos os cursos voltados para a área tecnológica. Temos um terreno na área de Catete que creio que será o lugar para o grosso da nossa expansão.

Uma das queixas repetidas sobre as universidades em Angola prende-se com o facto de não terem um corpo docente próprio e fixo. Como é que a UMA vê este problema, quer escapar disso ou rendeu-se aos chamados turbo-docentes?
No nosso país temos este problema com os professores. Também temos alguma falta de sentido de carreira, mas não é só no ensino. Há professores a leccionar há muitos anos, mas não temos a cultura de fixação numa universidade, com um gabinete, para desenvolver pesquisas. Acho que esta política, de estabelecer o docente, não existe ainda. Até porque se o docente não está em várias universidades está numa empresa qualquer, além da universidade. Face a isso, nós temos contado com professores estrangeiros, poucos, mas são os que nos garantem uma certa segurança.
Os professores nacionais, estamos a fidelizar os que trabalham connosco há mais tempo. Este é o caminho que temos seguido. O nosso próprio projecto aposta na política de fidelização de quadros. Esta semana irei conversar com os colegas de outras instituições privadas sobre este assunto. O ideal é termos quadros próprios.
‘Ainda temos o problema dos professores que mal conseguem

comunicar com os estudantes’ “Até porque hoje todos querem dar aulas, mas não é bem assim, quem vai dar aulas tem de ter didáctica”

A falta da fixação de quadros não decorrerá também do facto de algumas instituições assumirem de alguma forma o efémero da sua existência? Não têm revistas para publicação de ensaios científicos, não criam gabinetes ou centros de pesquisa, não têm professores fixos… não será na perspectiva do baixo investimento porque, se calhar, daqui a dez ou quinze anos fecham as portas porque o negócio poderá já não ser rentável?
Diria que não, é tudo muito novo no nosso país. Mas até o Estado já decretou que as pessoas devem leccionar até duas instituições no máximo. Até porque em Luanda já nem é possível a pessoa deslocarse por três/quatro instituições. Na verdade as pessoas mal davam aulas, aquilo era mais uma forma de ganhar dinheiro. Hoje, um dos projectos da nossa associação visa exactamente a formação e fixação de quadros, tal como a pesquisa e a publicação.
Porque usamos livros produzidos no estrangeiro, mas precisamos também de ter material produzido por nós.
Estamos a criar condições para isso, para que esta cultura se instale nas instituições. Cá, na Metodista, daqui a alguns dias vamos inaugurar a reprografia, que ajudará as pessoas que queiram fazer publicações.
Temos mesmo de formar os nossos quadros, até porque hoje todos querem dar aulas, mas não é bem assim, quem vai dar aulas tem de ter didáctica … ainda temos o problema dos professores que mal conseguem comunicar com os estudantes. Na ideia de formarmos os nossos quadros, nós firmámos protocolos com universidades portuguesas como as de Coimbra, de Évora e do Porto, justamente para nos ajudarem a formar os nossos quadros.

São universidades com prestígio
São. E podem ajudar-nos muito.

No ano passado foi publicado um ranking das universidades africanas em que Angola não ficou bem na fotografia. A publicação de obras científicas, no nosso caso a não publicação, pesou na classificação?
Também. É por aí que passa o nosso desafio. Mas não vamos correr muito, vamos dar um passo de cada vez.
Primeiro temos de formar bons professores. A cada ano que falta vamos contratando pessoas para os lugares que estão por preencher, estamos a formar equipas com professores nacionais e vamos buscando gente de fora para os lugares em que não temos ainda nacionais para os preencher, ou quando nos trazem mais conhecimento.

Abrem este ano um curso de cardiopneumologia, como o farão sem um hospital associado?
Não, não temos um hospital nosso, mas estamos apenas no primeiro ano.
O que vamos precisar depois é de instituições para estágios. Pela especificidade do curso, não precisaremos de um hospital associado. Iremos solicitar acordos ou vagas para o estágio nos hospitais existentes. Até porque já temos esta experiência, os nossos estudantes em análises clínicas e saúde pública são os primeiros com curso superior, em Angola. Eles fizeram estágios nos hospitais e ficaram, convivendo com técnicos que mesmo não tendo um curso superior, têm uma experiência acumulada importante.
Vamos formar técnicos para trabalhar com os médicos cardiologistas.

E o campus para formação nas áreas dos desportos?
Esta formação irá ao encontro das preocupações que a sociedade e o governo têm expressado sobre esta matéria. Os angolanos gostam de desportos. Recebemos recentemente o CAN de futebol e percebemos que as pessoas estão cada vez mais engajadas com as selecções nacionais das várias modalidades. É uma área que além da questão da saúde das pessoas poderá também trazer retornos importantes para o país.

E o campus tem capacidade para receber quantos estudantes?
Temos capacidade para até duas mil pessoas, mas este ano estamos à espera de cerca de mil estudantes.
É um espaço generoso, temos uma pista de atletismo grande e adequada à modalidade, temos dois ginásios, multiusos e um menor para sessões com ginástica rítmica, etc. É um espaço para o desporto.

Passaremos então a ter treinadores com curso superior?
Acho que sim. Mas o espaço, além da formação, serve também para as pessoas, para as escolas. Temos lá uma piscina, campos de ténis, um court de ténis, campo de golfe… é um espaço preparado para quase todos os desportos.

Mas aí no Kaop Park está num sítio com dificuldades de acesso, não?
Isso já não se coloca em Angola, é só começar o funcionamento e logo surgirão as formas de lá chegar. Para já, a via está boa… temos estado a falar com o Ministério da Juventude e Desportos, explicando o que temos e vendo em quê que o Governos nos poderá ajudar. Somos uma instituição do ensino superior privada, é verdade, mas nós formamos cidadãos angolanos e julgo que é aqui que o Estado nos pode ajudar. De facto não estamos para ganhar dinheiro, apenas, temos de ver o que estamos a fazer, estamos a formar quadros.
Temos de produzir viveiros, é o que nos falta em Angola. Eu vivi mais de uma dezena de anos no Brasil e sei um pouco como é que aquele país se tornou num dos maiores exportadores de jogadores, começa-se pela base. Estas boas experiências podemos segui-las.

Até que ponto a UMA segue a doutrina metodista?
Nós somos uma universidade metodista, temos a nossa doutrina e seguimos aquilo que nós apregoamos.
Eu sou pastora da Igreja Metodista também, além de reitora da universidade. Nós queremos que os nossos estudantes saiam da universidade com uma marca. Neste ano de 2012, os candidatos a nossos estudantes, e nós, fizemos ao longo de uma semana um encontro, e estamos a falar de cerca de cinco mil candidatos, e com todos eles conversamos, já para acautelar, sobre o que nós gastaríamos que eles fossem como estudantes e profissionais no futuro. Dentro de todos os currículos da universidade há uma disciplina de ética cristã. Não é no sentido de tornar todos adventistas, o que pretendemos é formar bons profissionais para o mercado do trabalho. Eu, na qualidade de reitora, gostaria que os nossos estudantes, em qualquer lugar em que fossem pudessem levar um bocadinho que fizesse a diferença, no relacionamento, no profissionalismo, na qualidade do trabalho. Se pregamos isso também devemos ensinar aqui. A nossa divisa é passarmos a doutrina metodista e pedir que eles sejam tolerantes.

Não há resistências à doutrinação? É como tudo, há pequenas resistências, não podemos esperar que saia tudo bonito. As pessoas às vezes perguntam porquê que tenho de ter esta disciplina se eu não sou?
Nós explicamos, tu não és mas estás. É como pessoas ligadas a outras igrejas que dizem não poder vir às aulas às Sextas-feiras. Dizemos tu não podes na tua igreja, mas aqui não é bem assim.
Tudo passa pelo diálogo. A conversa é o mais importante. É como dizer vou dar um não, mas um não bem dado, um não que sabe a sim.
Não há facilitismos por ser da igreja. não sabe, reprova!
“reprova-se. Quem não sabe reprova. É só ir ver a pauta para a admissão”
E a taxa de aproveitamento, aqui reprova-se muito ou também se insiste até à aprovação do aluno?
Reprova-se. Quem não sabe reprova. É só ir ver a pauta para a admissão. Reprova-se, aqui não há facilitismos porque é da Igreja, não.
Não sabe, reprova. O que eu digo aos alunos é que se apliquem nos estudos, que aproveitem os períodos de borla para se ocuparem na biblioteca. Há que aplicar-se.

Mas há também o problema da má preparação com que os alunos chegam ao ensino superior.
Isto é um problema nas universidades. Temos estado a falar entre nós e também com os ministérios do Ensino Superior e da Educação, porque a preparação de base é assunto do Ministério da Educação…

Mas não recebem um produto em condições…
Eu diria que o problema nem é das políticas do Ministério da Educação, hoje, eu acho que já nem passa por aí, com as reformas que foram feitas.
Acho que há também um relaxamento por parte dos encarregados de educação, que criaram na cabeça a ideia do facilitismo… o aluno pode até preparar-se para uma prova de admissão, por exemplo, mas o pai já está a pensar em como fazer caminhos para pedir ajuda, mas nunca, ao longo do ano lectivo, acompanhou o desempenho do filho na escola.
Depois vêm dizer que o filho é muito inteligente… pois, é inteligente porque ele o diz, o pai não o acompanha.
Acho que há disso, porque as pessoas vêm mal preparadas. Há quem não saiba escrever. Pode-se ler uma carta de um aluno que vai entrar na universidade e ficar triste. Vimos agora o que foi o exame de acesso, nas provas de português, nas provas de matemática… a desculpa é o stress, mas há quem escreva universidade com “c”, metodista com “z”… é complicado.

Alguns destes acabam por entrar nas universidades. Como se trabalha com eles?
Quando se fazem as provas de acesso as vagas vão sendo preenchidas de acordo com as notas. A primeira vaga é preenchida pela nota mais alta e assim se vai descendo até á última nota. Há pessoas que ficam de fora e acho que é uma pena, porque deveríamos ter uma chance, o ano propedêutico, ou ano zero.
Este ano zero deveria existir, onde o estudante ficaria a preparar-se para a universidade e depois ter acesso ao ensino superior. Já tivemos, mas veio uma ordem para abandonarmos. Mas hoje há estudantes a reclamar eles mesmos pelo ano zero, que consideram importante. Ainda recentemente se soube que mais de quarenta mil pessoas concorreram às provas de acesso da Universidade Agostinho Neto… existem candidatos, existem poucas vagas e o índice de aprovação, mesmo assim, deixa muito a desejar.

Temos, portanto, uma sociedade moldada pela mediocridade, sendo a grande maioria da população jovem…
Não o diria. Não podemos rotular a sociedade desta forma, acho que não. Só pelo facto de muita gente querer entrar para o ensino superior, eu diria que há interesse na formação. Agora, é preciso que se entenda universidade não como o ponto de obtenção do diploma, mas como o ponto de obtenção de formação para podermos ser úteis ao país. São jovens e têm de saber o que querem fazer.
Acho que tem de partir de casa a ideia e orientação para que ele pense ‘vou me formar para no futuro ser um quadro de qualidade’. Nós, a maior parte das pessoas da nossa direcção, não tivemos a sorte de nos formarmos no nosso país, fomos formar-nos fora e voltámos, mas com a ideia de nos formarmos e voltarmos para sermos úteis ao país. Penso que as pessoas que agora têm condições de estudar no nosso país têm de pensar da mesma forma: vou formar-me em Angola para dar o meu melhor.

Portanto, a busca da melhor qualificação é mesmo o objectivo. Acha que o Estado deveria subsidiar as universidades privadas?
Sim. É como disse: as universidades são privadas mas são parceiras do governo, ou do Estado, porque o produto que vão apresentar terá sempre um impacto na nossa sociedade. Há a necessidade de existir um financiamento às universidades privadas. Se hoje existem bolsas de estudo para formar quadros que estão nas instituições, incluindo as privadas, porque não financiar as instituições privadas por aquilo que têm estado a fazer?

Isto teria uma relação directa com o aumento da qualidade do ensino, ou com a produção científica?
De alguma forma ajudaria. Veja a montagem de laboratórios, que são muito caros, porque para um curso técnico a instituição tem de ter laboratórios. Ajudaria. Acho que o governo deveria pensar nisso, em financiar as instituições privadas.
Claro que se deveria avaliar o grau de retorno. Há pouco tempo pôs a questão de algumas universidades poderem estar a vislumbrar o seu fim para daqui a uma década, por exemplo, é aí que se tem de ver as coisas.
Eu defendo a ideia que as instituições sejam avaliadas, para que não ande cada uma a dizer que é a melhor. Tem de haver uma avaliação, que é o que, ao que parece, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior a procurar fazer.

Já solicitaram ao Estado este apoio?
Temos solicitado de alguma forma.
Solicitamos, por exemplo, a isenção de impostos para os produtos a usar nos laboratórios, para livros…

E a resposta tem sido positiva?
Não propriamente. Existe uma lei, mas não tem sido praticada, nesta questão dos impostos. Esta tem sido a nossa luta constante. Acho que nisso já seria uma ajuda. Porque as alfândegas têm o documento que isenta de impostos este tipo de materiais, mas isso não é aplicado. É lamentável.

E a política do Estado para o ensino superior, o que lhe parece, precisa de arranjos?
Eu acho que a cada ano que passa sentimos melhorias. Só a ideia de se ter aumentado o número de instituições, públicas e privadas, já é um avanço. Antigamente tínhamos uma única para todo o país, hoje existe abertura, o que mostra que o Estado tem estado a investir naquilo que é o principal, a formação. Nenhum país sobrevive sem gente formada.

Tanto a Universidade Metodista quanto as outras universidades angolanas vão falando das suas ligações às universidades de prestígio lá fora, mas não falam de alianças internas.
Não há notícia de um aluno da Faculdade de Medicina Veterinária do Huambo, por exemplo, beneficiar de um programa de intercâmbio com uma universidade de Luanda…
A ideia do intercâmbio ao nível nacional já existe. Nós fazemos intercâmbios com a Universidade de Évora, por exemplo, por causa das engenharias, por força do nosso curriculum que tem uma estrutura idêntica à deles. As outras universidades, acho que a dificuldade é um pouco esta, temos currículos desfasados. Mas existe já uma política do ministério que pretende balizar os currículos, porque se saio de uma universidade do Huambo, no quarto ano, tenho de encontrar em Luanda uma estrutura curricular igual ou aproximada. A Metodista lança este ano os primeiros formados, tínhamos que nos adequar, os intercâmbios vão aparecendo ao longo do processo. Por exemplo, falou do caso de um aluno do Huambo, nós, agora, com o curso de engenharia agropecuária, nós temos de ir buscar a experiência do Huambo que é o único curso no país. Na área da arquitectura, nos colóquios que se vão organizando, lidamos muito com as universidades que também têm cursos de arquitectura, participamos em palestras, etc. Não é ainda como gostaríamos, são parcerias ainda tímidas, mas o caminho a fazer é exactamente este.

Mesmo nas parcerias internacionais o que se vê é o receber, livros, professores, etc., mas não se dá conhecimento, não se recebem cá estudantes de fora.
Mas nós temos uma experiência, há tempos recebemos aqui um grupo de pessoas de uma universidade que pretendem fazer connosco um intercâmbio na área da gestão, um estágio, e nós mandando estudantes para lá. Penso que tudo isso tem a ver com a política interna de cada instituição, qual é o olhar que têm as pessoas que estão à frente. Eu tive esta experiência, sei que é boa. Até para a elaboração do trabalho de fim de curso estas experiências têm valor. Nós temos estado a trabalhar neste sentido, de levar os nossos estudantes para fora. Os nossos estudantes de arquitectura são privilegiados porque já o fazem, viajam e voltam com outras experiências, além dos professores com experiência internacional que temos.

Perfil
Teresa da Silva Neto é natural de Luanda, mas cresceu no Uige.
É a mais nova reitora de uma universidade angolana e uma das duas únicas mulheres com este cargo (a outra é Laurinda Oigard, da Universidade Privada de Angola). Casada e mãe de rês filhos, todos eles nascidos no Brasil, mas com nomes angolanos, como Makiesse e Kidi.
Formou-se em teologia e em pedagogia. Fez um mestrado em ciências da religião e publicou, no fim dos estudos para o seu doutoramento na Universidade de Campinas (Brasil), o livro História da Educação e Cultura de Angola.
Filha de pai metodista e mãe católica, foi católica até aos vinte anos. Diz que foi ao Brasil criança e voltou senhora. Foi lá que se casou com o angolano Adriano Domingos Neto.
Afirma ter uma boa relação com os profissionais e alunos da universidade. Dirige uma instituição que alberga cerca de oito mil pessoas, entre estudantes, docentes e funcionários. A Universidade metodista lecciona um total de 18 cursos.
José kaliengue

fonte: OPAIS

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Samuel

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