“Praia/Cabo verde - (Rádio Comercial, 13 de
Abril de 2013) - A ONU, União Africana (UA), Cabo Verde e Brasil
reuniram-se ontem na Praia para concertar acções para o debate sobre a
Guiné-Bissau, que se realizará em Maio no Conselho de Segurança das Nações
Unidas, em Nova Iorque.”
In, http://www.gbissau.com/?p=5450.
Abram os olhos Camaradas, aqui está o perigo de
uma demora na resolução de problemas que muitos de nós conhecemos só no formato
e não no seu conteúdo, temos como exemplo esta crise global na Guiné-Bissau. Vista
como um conjunto de problemas separados entre si, mas que formam um super
problema, que, no entanto, constatamos os menos atentos a insistirem em
soluções de chapa importada, trazida de outras realidades politicas e sociais
que não a nossa, para introduzir à força, sem pelo menos lapidar as arestas, com
o intuito de facilitar a adaptação necessária hoje, nesta Guiné-Bissau actual.
É o que parece quando vemos uma equipa de “concertação” que prepara uma reunião
para se discutir os problemas da Guiné-Bissau e, na sua configuração parece que
é “alérgica” aos da Terra, ou talvez não, mas ressalta à vista a hipótese de
uma resistência estranha em democracia por parte dos mesmos.
Este passo poderia ser melhor pensado antes de
agir, para se evitar elações menos favoráveis à transparência deste processo na
presente conjuntura. Sem complexos, com maior sabedoria acerca da profundidade
real dos factos tratados, objectiva e subjectivamente, revistos com frontalidade.
Tendo em conta os ânimos exaltados, os pré-conceitos implícitos nas acções de
grupos diferenciados no terreno, com os seus pontos de vista, alguns obstáculos
complexos dentro dum conflito político e militar que se arrasta há vários anos.
É um lugar comum repetir esta constatação que
acabei de afirmar quando se fala da Guiné-Bissau, e no entanto, não é menos
verdade, que estes “representantes” que se prepararam em reuniões, também eles,
não substituem o Povo ou os seus legítimos representantes, sim, ainda vive
gente no País.
Não vá o diabo querer repetir a “história” dos
descobrimentos de há séculos, vamos ter de perguntar novamente quem “descobriu”
quem (se a visita ou o dono da Casa), i. é, estão a repetir o erro de há um ano
atrás, quererem falar dos outros na sua ausência, nas costas, na tentativa de
ignorar a sua dignidade política, cultural e a presença física, ocupando os seus
lugares de direito (lideres civis e políticos), na mesa das
conversações/preparação desta reunião, já em andamento, pelos vistos, para a
conclusão de trabalhos a apresentar em Maio deste ano no C. S. N. U. em Nova Iorque , é?.
Pois parece que é o que está este grande grupo a tentar fazer, pôr de lado o Guineense, como no início deste conflito, e são eles: a ONU, a União Africana (UA), Cabo Verde e Brasil, “bailando” em reuniões mascadas de “concertação” para um debate sobre a Guiné-Bissau (sem a prata da Casa), que se realizará em Maio, segundo dizem, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, perguntamos, é uma reunião secreta?!
Porque não estão representadas as forças
cívicas e politicas do País, não digo em Nova Iorque , por imperativos da política
internacional, dada a “situação de transição” que tem sido um obstáculo em
quase tudo, mas por favor, não pintem a realidade de cor de rosa para
disfarçar, estamos atentos, só.
Vai ser uma festa em que a noiva irá nua com
certeza (País), por recusar trajar com vestes importadas, e orgulhosamente por preferir
um pano dy pymty, da Terra Sagrada, mas que estes amigos desconhecem ou não
valorizam.
Por isso então, este conflito prefere a nudez
que não se despe fora de Casa, como a única forma de iluminar mentes
adormecidas nesta altura do campeonato, pousando olhos nos olhos, em qualquer
lugar do mundo, como outrora, quando se “despiu”, fazendo brilhar, com
dignidade no discurso de um intelectual revolucionário dos anos /60, na voz
activa de – Amílcar Cabral – que hoje, vozes dissonantes, de desconhecidos alérgicos
aos donos da Terra, vão falar por nós, passear à custa de consensos colados com
cuspo de “amigos”, num coro desafinado, falando apenas do formato deste conflito
que arrasta, sem o conhecimento do recheio na voz própria e do Povo, só.
Se não é permitido ao noivo entrar na
“igreja”, como pode haver “casamento”? Isto levanta uma suspeição que em nada
irá beneficiar o espírito positivo que todos queremos, será isto verdade ou
estou a sonhar, como pode ser possível fazer isto com um País que tem um Povo
dentro, o próprio não fazer parte destes preparativos, mas, ficar a aguardar por
resultados de uma reunião feita longe de tudo e de todos, completamente
fechados sobre si, não, aqui há gato!
Isto é um sinal de desconfiança negativa do
filho da Guiné-Bissau como testemunho num percurso onde vão falar do próprio.
Tendo sido afastados de pensar os seus próprios pensamentos/problemas,
recebendo ordens de fora para dentro, já fragilizados, não conseguem unir as
diferenças, num denominador comum de interesse colectivo ao serviço da Nação.
É apenas um dos diagnósticos possíveis no meio
de tantos outros, esta rejeição da participação directa do Estado, para
falarmos directamente dos nossos próprios problemas, seja onde for e não o
contrário. Ficarmos em Casa à espera de receber os recados depois é um erro
crasso novamente cometido, como no inicio deste conflito, quando Portugal
demarcou-se recusando a falar para dentro da Guiné-Bissau, hoje ninguém duvida
que esta atitude agudizou mais ainda as dificuldades de compreensão entre as
partes interessadas.
O que é que "eles" vão lá dizer sozinhos, pergunto, sem primeiro se sentarem na mesma mesa de preparação desta mesma reunião, com os da CASA primeiros interessados, e falarem dos vários diagnósticos deste processo politico, económico e social em crise profunda, as suas dificuldades generalizadas que mais não são do que a razão fulcral deste embuste político no País.
O que é no mínimo anti-pedagógico esta atitude politica da parte deste grupo que descrimina o papel sociopolítico do Guineense representando-se a si próprio, adivinhamos uma fraca politica tendenciosa, uma vez que as forças cívicas e politicas no País, continuam de fora, em segundo plano, à espera de um rebuçado ou bolo, que há de vir de fora para a Guiné-Bissau "engolir" sem mastigar, sem desconfiar, como miúdos a comer e calar, na hora do lanche.
Este movimento estranho, parece alinhar por
baixo numa estratégia de promoção de um conjunto de leis e ordens, para
concluir no Conselho de Segurança das Nações Unidas, seguidamente viajar dentro
de um envelope para se cumprirem na Guiné-Bissau, isto é triste.
Porquê assim, perguntamos nós. Que tratamento é este?
Porquê assim, perguntamos nós. Que tratamento é este?
Que sirva de exemplo, para uma boa reflexão profunda
dentro de Casa. Ninguém duvidará, daqui por pouco tempo, acerca disto poder correr
mal se este nó cego, no entanto não mostrar uma das pontas, pelo menos, para
sairmos da crise quanto antes, será muito mau sinal para todos nós.
Quem sabe não funcionando esta reunião de
“concertação” agora, seja o argumento forjado para uma entrada de forças
estrangeiras no território nacional, enfim, o que identifica bem com o clima de
“chantagem” que temos constatado em certos discursos na comunicação social,
quando fazem entender que serão os últimos “cartuchos” desta comunidade
internacional a jogar na Guiné-Bissau, e acabando, não há mais, será tolerância
“0” , ou talvez
não, pergunto?
Este esforço podia tornar a “sintonia” pensada e desejada por V. Excias. ainda mais harmoniosa, não acha Sr. Ministro. Cabíamos mais uns quantos ilustres Guineenses na Sala VIP do aeroporto da Cidade da Praia, já que até se coloca a hipótese abrangente da, “à assinatura de um Pacto de Regime, elaboração de um calendário eleitoral, criação de um Governo inclusivo e à realização de eleições gerais antes do fim do ano…”. Com tudo isto na agenda, meu Deus, não se lembraram da melhor parte (os interessados), pois há aqui um erro crucial e antidemocráticos meus senhores, que ainda vamos a tempo de o corrigir, só.
António Patriota esteve
Penso que vai fazer falta mais qualquer coisa para corrigirmos este trajecto descuidado, porque deixou uma má imagem, de prepotência, arrogância, frieza e imaturidade na análise de conflito desta natureza na Guiné-Bissau.
Penso que de entre todos os participantes, o Dr. Ramos Horta, é aquele que tem mais conhecimentos sobre o País (Guiné-Bissau), destacando este conflito político-militar, penso que não foi talvez quem orientasse este trajecto da concertação de “ideias” como se diz, sim, porque esperamos muito mais do nosso Prémio Nobel da Paz. Confiamos na sua experiência politica, administrativa e social de campo, por isso, temos fé e convicção ainda mais forte, acreditamos num final feliz, uma vez que, pelos vistos, não fazemos parte nas reuniões de preparação e nem avançamos sequer como ouvintes para lado nenhum, só.
Fazemos apelo ao seu estatuto de cidadão Guineense conferido a V. Excia, quando pisou o solo Guineense como representante das Nações Unidas, ganhou mais uma Nacionalidade, por competência, maturidade, amor e afectividade de um Povo, que agora olha para si como um amigo do peito e coração, como um filho da Terra, um Guineense do mundo inteiro, um internacionalista da paz universal e da liberdade do Povo oprimido, lembra bem, Che Guevara nesta missão.
Lembrará, com certeza, do Guineense até ao fim da sua vida, como um irmão, um camarada, um amante da Paz se Deus quiser.
DR. RAMOS HORTA, VÁ E FAÇA POR NÓS TODOS, O QUE NÃO PODEMOS FAZER
Justamente por isto, saberemos explorar e apurar sensibilidades que rodeiam as partes deste conflito, tirando as melhores conclusões, talvez só assim, possamos avançar com transparência total neste processo, pisando firmemente o solo, rumo à vitória que todos nós desejamos e, principalmente, este Povo Guineense. Viva a Guiné-Bissau.
Djarama. Filomeno Pina.
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Samuel