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sábado, 25 de maio de 2013

Bonga no Top da World Music.

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A informação foi avançada pelo cantor à reportagem de O PAÍS, em Luanda, momentos antes de ter participado do concerto de C4 Pedro.

O músico realçou que o referido álbum, foi inspirado nas vivências de bairro e já vendeu até ao momento 80 mil cópias, número que segundo ele poderá crescer tendo em conta o nível de vendas em curso.

Considerou, que a sua presença no Top é um reconhecimento internacional. Pela primeira vez na história um músico angolano lidera o Top da World Music. Humorado e num jeito que lhe é peculiar, clarificou que a sua carreira artística vai bem de saúde, sobretudo quando se tem uma casa de discos em França, Lusafrica, a mesma da Cesária Évora e um agente artístico francês, a Troi The Family. 

Realçou que há muito que isso acontece, não propriamente com as mesmas casas de discos, o mesmo produtor e o mesmo agente artístico, mas com outras casas de renome internacional.

Sem esconder a sua satisfação em relação ao Top, referiu que o disco continua a ter temas muito importantes para a sociedade angolana e chegou muitíssimo bem, e que, na sua óptica, os programadores de rádios e televisão deveriam ter muito empenho programá-lo nos seus estúdios. Questionando sobre os motivos que o levaram a atribuir ao álbum o título “Hora kota”, Bonga considerou ser um chamamento a ligação dos mais novos com os mais velhos, apelando aos mais velhos para imporem sem bater e sem prender ninguém. A título de exemplo, referiu-se à educação antiga que teve nos anos idos, ainda que no tempo da colonização. Foi a ela que resistiram e, caso não houvesse tal resistência, hoje não haveria semba. Apelou à sociedade e aos governantes para se pautarem por tal reconhecimento, apoiando os demais kotas que ainda existem.

Dever-se-ia, de facto, apoiar a raiz, por ser esta responsável pelo caule, seguindo-se a própria árvore e, posteriormente, os frutos, que são a própria juventude que muitas vezes é criticada porque ninguém a educou e tão pouco lhe deu escolarização. Argumentou que o aclamado “Hora kota” e outros temas estão muito bem encaminhados, mas infelizmente no Top destacou-se apenas o “Kambwa” devido às suas características normais e pertinentes, tendo apelado à sociedade para que descobre o disco todo, ouvindo com muita calma e atenção o que estas letras querem dizer de facto. 

Preservar para a posteridade 

O músico adiantou igualmente que uma das estratégias usadas para manter presente as mensagens e harmonia nas músicas foi o facto de manter preservadas as tradições culturais do país e não ter nenhum complexo com a coisa do branco, pois se tal assim acontecesse estaria a falar tal qual se fala na televisão apenas para impressionar o inglês e não o angolano. 

Aos 40 anos de actividade artístico-profissional, Bonga tem no mercado igual número de discos gravados, alguns dos quais reeditados em várias capitais na Europa. 

Percursor do semba, leva-o aos palcos internacionais, arrastando multidões, relevando as cores da nossa bandeira e orgulho da pátria. 

Bonga completará, a 5 de Setembro próximo, 70 anos e almeja dar uma grande festa no país, caso os miúdos que cantaram Bonga e outros angolanos com quem fez parceria de grande nível tiverem a coragem de se juntar a ele no dia do seu aniversário para fazerem um banquete de kandandos. Se tal se concretizar, argumentou, será óptimo e assim finalmente dirá que o reconhecimento do valor está de facto ali, assim como alguns responsáveis ao nível do Governo, sobretudo do Ministério da Cultura, que lhe atribuíram o Prémio Nacional de Cultura e Artes ao nível da música. 

“Poderei dizer, não há kijila, não há makas, estamos bem, sobretudo com esta referência tremenda e cada vez a considerar-me um referência de peso, quando sou solicitado a trabalhar com a juventude, principalmente nas músicas que eles compõem hoje”, disse. 

A par disso considerou importante o, o facto ter vindo inúmeras vezes para o país, especialmente para ajudar os miúdos da terra nas suas composições e noutras parcerias. 

Sublinhou que a ausência de tal reconhecimento a este nível implicaria que algumas razões estariam a impedir que isso acontecesse, e assim questionaria: “porque é que andam a apregoar a paz, a concórdia, harmonia, a felicidade do povo angolano? Não podemos mais colocar reticências, senão começo a pensar que há aí coisas do antigamente que ainda não passaram”. 

Estariam assim a contrariar certos dísticos que são programados ou falados por gente responsável. 

“Temos a nossa maneira de falar, como aliás o brasileiro assim o fez com a língua portuguesa”. 

Encorajou igualmente a sociedade angolana a ter a coragem para melhor entender as coisas e a sí própria, incentivando-a a dialogar em línguas nacionais, de modo a que se reconheça a grande família angolana como mais importante que os estrangeiros que os nos vêm visitar. 

Bonga realçou, que continua a fazer a sua cultura no exterior e assim vai continuar.

Recordou ainda que, no exterior do país, poucos estrangeiros dão confiança aos angolanos, sendo ele uma excepção por ter feito desporto em Portugal, levantando bandeiras, crachás, medalhas e agora na música vende muito os seus discos, assinalando que a maior parte do público que vai aos espectáculos é estrangeira. “Enchem as casas de espectáculo, mas não é obcecado no seguimento da sua cultura”. 

O “Kambwa”

Segundo o autor, Kambwa retracta a história pitoresca de dois cães que têm dois proprietários, um dos quais rico e o outro pobre. Até que os dois patrões decidem ir embora por razões várias e os dois cães são abandonados. 

Um dia, os mesmos cães encontram-se na rua e o cão pobre olha e diz para o cão rico: você que estava bem, comia muito bem. “Cada um é livre de tirar as suas ilações”, concluiu. 

fonte: OPAÍS

 

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Samuel

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