
O Atacante disse que críticas acontecem porque ele emite mais opiniões na atualidade
Foto: Alan Morici / Terra
O ex-jogador Ronaldo respondeu as críticas que sofreu na tarde
desta quinta-feira, em frente à sede 9ine da agência que ele é dono, na zona Oeste de São Paulo.Cerca de 30 pessoas
do movimento Juntos! manifestaram contra suas recentes declarações sobre hospitais
e protestos durante a Copa do Mundo.
Durante a ação, manifestantes gritavam: "ô Ronaldo, preste atenção, povo
não quer estádio, quer saúde e educação".
Através do Facebook, o
ex-jogador respondeu na mesma moeda: “ôô galera, presta atenção! Eu pago meus
impostos por saúde e educação! Ôô galera, se liga então! Não é na minha agência
que rola corrupção!”.
Ronaldo disse que levou
a situação na esportiva e tentou explicar o
porque de ter falado para “baixar o cacete” durante os protestos. “Quando falei em ‘baixar o cacete’,
deixei bem claro que me referia aos vândalos, que se aproveitam da boa
intenção das manifestações pacíficas para saquear estabelecimentos e depredar
patrimônio público”.
O ex-jogador também deixou clara sua insatisfação com a política
do País. “A minha vergonha é política. Única e exclusivamente. Fora de campo,
que fique claro, de uma vez por todas: os meus anseios, como brasileiro, são os
mesmos de vocês. Pago altos impostos e pouco desfruto do que é público”, e
ainda completou: “ô galera! Preste atenção! Na Copa eu torço, manifesto na eleição!”.
Confira na íntegra a resposta
de Ronaldo:

Ôô galera, presta atenção! Eu
pago meus impostos por saúde e educação! Ôô galera, se liga então! Não é na
minha agência que rola corrupção! Ôo galera, qual a intenção? Ninguém aqui é
contra a sua manifestação!
Levei
na esportiva a baderna que alguns manifestantes do coletivo "Juntos!"
fizeram hoje na porta da 9ine WPP. Porque não é possível que alguém esteja
realmente levando isso a sério, é? Acho lamentável o tempo e a energia
desperdiçados. Não é aqui, onde há vários funcionários trabalhando, nem de mim,
que vocês devem cobrar nada. Eu não sou político, sou cidadão comum! Minha
honestidade não é vulnerável, nem está à venda. E estou tão insatisfeito quanto
vocês!
Quando
falei em "baixar o cacete", deixei bem claro que me referia aos
VÂNDALOS, que se aproveitam da boa intenção das manifestações pacíficas para
saquear estabelecimentos e depredar patrimônio público. Alguém em sã
consciência apoia esse tipo de comportamento?
Estamos
às vésperas de sediar o maior evento midiático do planeta, com 32 bilhões de espectadores
em audiência acumulada no total de jogos. A Copa do Mundo, para mim e para
tantos, sempre foi um sonho. Infelizmente, não pude desfrutar do prazer de
jogá-la em casa, mas nunca imaginei que trabalhar voluntariamente para
recebê-la aqui pudesse me render tantos desafetos.
O fato é que as pessoas estão confundindo as coisas.
1° - Ninguém merece ser
insultado por qualquer opinião – seja ela boa ou ruim – a respeito da Copa.
Visões distintas não justificam agressões. Quem quer curtir tem o direito de
curtir sem culpa, sem pressão, sem imposição.
2°
- “Não faz sentido achar que festa de aniversário é hora adequada para mamãe e
papai discutirem a relação. Poderemos debater nossos problemas com a
profundidade e a urgência que eles merecem quando as visitas forem embora. A
Copa não é do governo, a Copa é nossa.” (Nizan Guanaes)
A
minha vergonha é política. Única e exclusivamente. Mas o que entra em campo no
dia 12 de junho é o nosso futebol. É o futebol do mundo. É a miscigenação. É a
riqueza cultural. É o esporte pela paz, pela ciência, pela sustentabilidade e
pelo respeito à diversidade étnica. É a nossa seleção – a mais vezes campeã –
rumo ao Hexa!
Fora
de campo, que fique claro, de uma vez por todas: os meus anseios, como
brasileiro, são os mesmos de vocês. Toda a infra-estrutura de que o Brasil carece interfere diretamente na
minha qualidade de vida. Não sou alheio ou indiferente aos nossos problemas
sociais. Para pobres e ricos, a honestidade custa caro por aqui. Pago altos
impostos e pouco desfruto do que é público. Sem saúde, educação, transporte e
segurança de qualidade, sou obrigado a recorrer aos serviços particulares - ou
seja, pago duas vezes. E nunca esqueci as minhas origens, sei também o que é
ter o serviço público como única opção.
Mas
represento o futebol, quero que a Copa seja linda e ponto final. Não há
politicagem na minha posição. Tanto não há que deixo clara a minha desaprovação
ao governo. Repudio a corrupção; sou prejudicado por tudo que prejudica cada
brasileiro; e também desejo uma melhor e mais transparente gestão para o
Brasil. Só não permito que a minha visão política me deixe cego para os
inquestionáveis legados da maior competição internacional de esporte único
sediada no nosso país.
A
frustração com o governo deve se refletir nas urnas, e no engajamento político
de cada cidadão para que as campanhas não se aproveitem tanto do analfabetismo
funcional gerado pela cultura de massa. Mas as eleições são em outubro. A Copa
do Mundo é agora!
Devemos
permitir que a política do nosso país, que já nos priva de tantas coisas,
também nos prive agora de viver essa alegria?
Ôô
galera! Preste atenção! Na Copa eu torço, manifesto na eleição!
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Samuel