Foto: abola.pt
O primeiro-ministro de Portugal,
Pedro Passos Coelho, acredita que vai ser possível começar a aplicar sem
demoras parte dos 40 milhões de euros que vão disponibilizados à Guiné-Bissau
até 2020.
"Temos condições para não perder muito tempo e começar a executar
alguns desses projetos", referiu o líder do Governo português depois de
assistir à assinatura do Programa Estratégico de Cooperação Portugal -
Guiné-Bissau, para o período de julho de 2015 a dezembro de 2020, hoje, no
Palácio do Governo, em Bissau.
O documento foi assinado pelos ministros dos negócios estrangeiros dos
dois países, Rui Machete e Mário Lopes da Rosa, respetivamente titulares da
pasta em Portugal e na Guiné-Bissau.
O programa visa apoiar o processo de consolidação da democracia e
desenvolvimento do Estado guineense em quase todas as áreas, da defesa ao
desenvolvimento rural, passando pela educação.
As verbas vão ser transferidas à medida que os projetos ficarem prontos
do lado da Guiné-Bissau para poderem ser executados, explicou Passos Coelho.
"O ritmo de execução depende dos projetos que vierem a aparecer.
Não temos uma fatia destinada a cada ano e é natural que uma parte importante
do financiamento se possa concentrar nos primeiros anos", referiu.
O importante, acrescentou, é que "os projetos estejam bem
alicerçados e que depois de serem executados vão ao encontro do que são as
necessidades de diagnóstico que constam do programa de cooperação".
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, reconheceu
que a bola está do lado guineense, e que agora, para além da estratégia, vai
ser preciso capacidade para passar da teoria à prática.
Seja como for, considerou desde já que a cooperação entre a Guiné-Bissau
e Portugal "está de boa saúde e os próximos tempos prometem trazer ganhos
para os dois países, mas obviamente com particular atenção para a Guiné-Bissau
que passa por um período bem mais difícil".
Passos Coelho deixou ainda um apelo à estabilidade, referindo que
"apesar dos importantes progressos já alcançados, a situação permanece
frágil. A credibilidade alcançada dependerá, em muito, da manutenção da
estabilidade política".
A tensão entre o primeiro-ministro da Guiné-Bissau e o Presidente da
República, José Mário Vaz, fez com que, ainda na última semana, o chefe de
Estado discursasse à nação para negar que tivesse um plano para demitir o
Governo - como era admitido em meios diplomáticos e comentado pela população.
A comunidade internacional espera agora que ambos se entendam.
Ainda no que respeita a acordos, o chefe de Governo português entregou
simbolicamente 80 distintivos destinados à Polícia de Ordem Pública da
Guiné-Bissau de um total de 1700 a entregar no âmbito da cooperação policial
entre estados.
Passos Coelho anunciou também que vai ser relançado o projeto de
construção de um novo centro cultural português em Bissau.
Noutro âmbito, ainda durante o verão, os dois países vão assinar o
Programa Quadro de Cooperação Técnico-Militar 2015-2017, "cuja elaboração
está em fase de negociação avançada", referiu Passos Coelho.
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Samuel