O PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, avisou sábado o Presidente da República que caso não retome o diálogo com as restantes figuras do Estado, nomeadamente o primeiro-ministro, pode retirar a confiança política a José Mário Vaz.

Foto: João Bernardo Vieira
Este caminho, segundo disse o porta-voz do
partido, João Bernardo Vieira, assume contornos de “uma luta directa, política
e judicial pela sua destituição”.
João Bernardo Vieira vai mais longe e alerta que esta crise pode conduzir à necessidade de convocação de eleições antecipadas presidenciais e legislativas.
João Bernardo Vieira vai mais longe e alerta que esta crise pode conduzir à necessidade de convocação de eleições antecipadas presidenciais e legislativas.
Na reunião de emergência do seu bureau político, realizada sexta-feira, cujos detalhes foram divulgados sábado, o PAICG manifestou o seu apoio ao presidente do partido e primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, e criticou veementemente “as repetidas atitudes” do Presidente da República “de desrespeito pelos símbolos nacionais e da República e pelas datas históricas”.
José Mário Vaz é responsabilizado pelo seu próprio partido pelas consequências que podem advir “do eventual bloqueio institucional decorrente”. O primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, acusou quinta-feira o Presidente da República de provocar instabilidade no país e prometeu recorrer a todos os mecanismos legais para impedir a destituição do seu Governo.
O Parlamento aprovou no mesmo dia uma moção de confiança ao Governo, colocando o Presidente da República numa situação difícil. A moção de confiança foi aprovada um dia depois do Presidente da Assembleia Nacional, Cipriano Cassamá, ter alertado para a possibilidade de o Presidente da República derrubar o Executivo.
A moção de confiança, a segunda num mês e meio, foi aprovada por unanimidade pelos 85 deputados presentes, que ao longo de todo o dia discutiram a situação política do país. A votação decorreu pelas 22:00h locais.
“Mais uma vez, o Parlamento mostrou o seu compromisso inequívoco para com a estabilidade do país”, referiu Cipriano Cassamá, depois de aprovada a moção de confiança.
Sobre o alerta que lançou na quarta-feira, Cipriano Cassamá considerou que não cometeu “nenhuma inconfidência” ao levar para o debate parlamentar a conversa que manteve com o Presidente e após a qual alertou para a possibilidade de José Mário Vaz derrubar o Governo. “Fi-lo em nome da estabilidade”, concluiu.
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Samuel