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quinta-feira, 22 de junho de 2023

TENSÃO PRÉ-ELEITORAL NA RDC: A necessidade de chegar a um compromisso.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
A seis meses das eleições gerais (presidenciais e legislativas), o clima sócio-político é tenso na República Democrática do Congo (RDC). Não sem razão, as composições da Comissão Nacional Eleitoral e do Tribunal Constitucional que são postas em causa pela oposição que pede a sua reforma, bem como o apuramento dos cadernos eleitorais. Alguns, como Martin Fayulu ou o partido do ex-presidente Joseph Kabila, defendem um boicote ao processo eleitoral, enquanto outros simplesmente exigem a organização de "uma nova auditoria independente e transparente do registro eleitoral". Isso significa que poucos meses antes das eleições, facas são sacadas entre os protagonistas da cena política na RDC. Com uma oposição empenhada em obter as máximas garantias de transparência antes da realização das eleições e que continua a correr para as macas, perante um poder que quer fazer questão de honra realizar as eleições "dentro dos prazos constitucionais" tendo para a reeleição do seu candidato a um segundo mandato. Cuidado com o despertar de velhos demônios! O mínimo que se pode dizer é que essas eleições gerais de fim de ano já estão polarizando as atenções em um país onde as eleições sempre foram fonte de tensão, mas também de violência às vezes mortal. Como foi o caso em 2011, quando a oposição denunciou fraude após a eleição de Joseph Kabila ou em 2019, após a proclamação dos resultados a favor de Felix Tshisekedi. Os protestos animados que se seguiram deram origem a atos de vandalismo, saques e outras formas de violência que contribuíram para aumentar o abismo de divisão entre os congoleses. E não muito longe das eleições de dezembro de 2023 que já se avizinham, a crise de confiança entre os atores políticos é ainda agravada por fortes suspeitas num cenário de suspeitas de fraude. E o poder de Félix Tshisekedi não escapa à regra não escrita de desconfiança da oposição que sempre apontou o dedo para a composição dos órgãos eleitorais que são frequentemente acusados ​​pelo CENI e pelo Tribunal Constitucional, mais com razão do que sem razão na RDC como alhures no continente negro, para cavalgar pelo poder no local. Não é Martin Fayulu quem dirá o contrário; aquele que, durante as eleições presidenciais de dezembro de 2018, viu o tapete ser cortado sob seus pés senão roubado de uma vitória que o alcançava, após a renúncia do presidente Joseph Kabila a um terceiro mandato inconstitucional, nas condições conhecidas. E o que aconteceu na Costa do Marfim em 2011, graças às eleições presidenciais que permanecem até então, com as suas três mil mortes, a maior crise pós-eleitoral que o país de Houphouët Boigny nunca viveu? Portanto, cuidado com o despertar de velhos demônios que dormem apenas com um olho em uma RDC onde as eleições costumam rimar com violência e onde as alianças são feitas e quebradas de acordo com os interesses do momento. As autoridades de Kinshasa devem evitar emprestar o flanco Daí a necessidade de se chegar a um compromisso para afastar o azar, de modo a evitar que a crise de segurança que assola o leste do país se acrescente a uma grande crise política. A República Democrática do Congo não precisa disso. É por isso que o poder se beneficiaria em prestar, tanto quanto possível, um ouvido atento às recriminações da oposição. Em todo o caso, deixar de rever de cima para baixo a composição dos órgãos eleitorais, se uma eventual auditoria independente ao caderno eleitoral, pode contribuir para diminuir as tensões políticas, já seria um vencedor. No mínimo, tirará argumentos para que a oposição continue protestando. Basta dizer que as autoridades de Kinshasa devem evitar emprestar o flanco. Porque é do protesto que muitas vezes surge a violência. E quando se trata de eleições, embora geralmente saibamos quando as crises começam, por outro lado, é sempre difícil prever o resultado, muito menos a extensão. E este é um alerta que não é válido apenas para a República Democrática do Congo. Até porque, para além do país de Félix Tshisekedi, já podemos ver o início de tensões eleitorais a ganhar forma em países como a Serra Leoa, Togo, Gabão, República Centro-Africana, Costa do Marfim, onde as facas parecem já desembainhadas entre a oposição e o governo em relação às próximas eleições. Este é o lugar para convocar a classe política africana como um todo, para uma mudança de paradigma. Isso, para inculcar em todos os atores as virtudes da democracia que passam também por eleições limpas que farão a grandeza de nossas nações. Caso contrário, as mesmas causas produzirão sempre os mesmos efeitos. E são os pobres que serão sempre o peru da farsa de políticos de ética duvidosa e dispostos a todo o tipo de compromissos para satisfazer as suas ambições pessoais.

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Samuel

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