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quarta-feira, 30 de julho de 2025
ANGOLA: Luanda vive uma onda de protestos nunca antes vivida devido ao aumento do preço dos combustíveis e ao fim de todo o tipo de subsídios sem assistência social para apoiar a população… e aí descobrimos que a Sonangol gasta há anos quantias absurdas de dinheiro em patrocínios em carros de luxo de Fórmula 1. E este carro com os logótipos da Sonangol em locais estratégicos custa uma fortuna à Sonangol, que deveria, no entanto, canalizar estas quantias absurdas para projectos sociais com forte impacto populacional. Por Osvaldo Franque Buela Este carro que tivemos oportunidade de filmar em frente ao hotel onde nos encontramos na cidade de Le Mans participou este ano no famoso circuito das 24 Horas de Le Mans e, enquanto o movia, passou à nossa frente e os logótipos da Sonangol chamaram-nos a atenção. Mas quanto custa este patrocínio ao Estado? Estas despesas são monitorizadas e acompanhadas pelo executivo, ou é uma espécie de extravagância do sistema de gestão de um Estado falhado? O custo da publicidade num carro de corrida nas 24 Horas de Le Mans pode variar enormemente, desde algumas centenas de milhares de euros até vários milhões de euros, ou até mais, dependendo de vários factores. Este carro pertence a uma equipa forte, cujo nome não menciono por respeito aos acordos celebrados com a Sonangol, que lhe são de direito. De acordo com as informações que recebi, comuns neste tipo de parcerias, a visibilidade do lugar é um factor estratégico, sendo necessário pagar, como a Sonangol pagou, para aparecer em bons e melhores lugares, como ilustra a imagem. Os lugares “principais” no automóvel (capot, laterais, spoiler traseiro) são os mais caros devido à sua máxima visibilidade na televisão e em fotos. No entanto, locais menos visíveis (retrovisores, soleiras das portas) são mais baratos. O outro factor que faz subir os preços é a categoria do carro e da equipa: patrocinar uma equipa de topo na categoria Hypercar (a mais bem-sucedida) será consideravelmente mais caro do que patrocinar uma equipa na LMP2 ou na GTE. As equipas de fábrica ou aquelas com uma longa história e um histórico sólido exigirão orçamentos mais elevados. A questão que me coloco é: quem são estas pessoas que estão por detrás deste tipo de despesa e quanto é que isso traz para o país, numa altura em que o Estado não fornece qualquer forma de compensação salarial aos trabalhadores e aos mais desfavorecidos para lidar com o aumento dos preços dos combustíveis. As imagens que circulam em Luanda de agentes da autoridade a saquear empresas são uma ameaça moralmente grave para a sociedade, juntamente com as quantias que o Estado gasta, sem qualquer impacto na população, em parcerias falsas que beneficiam apenas os criminosos por detrás destes esquemas. Ninguém tem uma explicação para este tipo de transacção financeira, pois não sabemos como avaliar o âmbito desta parceria. Um simples logótipo no automóvel é uma coisa, mas uma parceria de patrocínio completa pode incluir direitos de activação, eventos promocionais, acesso à equipa e aos pilotos para campanhas de marketing, conteúdo exclusivo, hospitalidade VIP, etc. Quanto maior for a parceria, maior será o custo, e os nossos parlamentares não podem pedir ao governo que esclareça isso? Das informações limitadas que temos de agências de patrocínio de marcas, encontrámos alguns preços, como um espaço de 80 cm x 50 cm em duas portas, que pode custar cerca de 100.000€. As parcerias de patrocínio no WEC podem começar em algumas centenas de milhares de euros e atingir vários milhões de euros em acordos mais estruturados. Há rumores de que os patrocínios totais para as principais equipas chegam a cerca de 20 milhões de euros. Para uma equipa privada, correr com um carro nas 24 Horas de Le Mans pode custar entre 1,5 e 5 milhões de dólares para o evento em si, mesmo sem incluir os custos de patrocínio. É importante notar que os valores precisos raramente são divulgados publicamente e dependem de negociações privadas entre equipas e patrocinadores. Gostaria apenas de concluir dizendo que, para obter um orçamento preciso, faça a sua pesquisa directamente, contactando as equipas ou agências especializadas em patrocínio desportivo. A realidade é que o MPLA rouba o dinheiro ao povo e investe-o muito mal. É tempo de acabar com este partido mafioso, sanguinário e assassino. Que Deus abençoe Angola e a revolta do seu povo pelo seu futuro.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Preocupados com a insegurança e a possibilidade de escassez de bens, muitos luandenses procuraram hoje abastecer-se nas poucas lojas ainda abertas, temendo as incertezas dos próximos dias. As autoridades angolanas confirmaram a existência de quatro mortos e já detiveram mais de 500 pessoas.
No segundo dia da paralisação convocada pelos taxistas — que degenerou em protestos violentos, actos de vandalismo e pilhagens –, populares ouvidos pela Lusa na capital angolana manifestaram receios face à instabilidade e condenaram os distúrbios, mas reconhecem que há motivos para os protestos, que atribuem sobretudo ao agravamento das condições de vida.
“As pessoas pensam com a barriga, não pensam com a cabeça”, resumiu Feliciano Lussati, jovem professor residente na zona de Benfica, à saída de uma cantina (pequena mercearia local) onde conseguiu comprar pão.
“A situação do país é caótica, é precária e as coisas estão sempre a aumentar. O salário é quase a mesmice”, disse, justificando a legitimidade da greve dos taxistas.
Para Feliciano, a violência que se seguiu “tem que ver com a fome. Quem tem fome não pensa nas consequências”, porque os problemas socioeconómicos do país fazem “com que as pessoas não pensem com a cabeça, pensem com a barriga”.
“Se nós virmos aquilo que nós temos assistido nas redes sociais, as pessoas estão mais a vandalizar centros comerciais, a tirar comida, não é? Então, eu acho que quem não tem fome não estaria aí a invadir uma loja de um particular para tirar dividendos ou para tirar proveito disso, não é? Eu acho que a fome está na base disso, o desespero da população está na base disso”, justificou.
Apesar de no seu bairro a situação estar calma, Feliciano passou estes dois dias praticamente em casa, atento às redes sociais, enquanto ouvia barulho ao longe.
“Fui comprar pão porque temos que nos prevenir”, sublinhou, admitindo estar preocupado com os efeitos da greve.
Na sua opinião, o desfecho dependerá da capacidade de resposta do executivo.
“O Governo precisa de saber dialogar, tomar medidas próprias e fazer um esforço de maneira que apazigue a situação e haja consenso, porque se a situação continuar por este caminho, infelizmente, nós teremos situações mais preocupantes e a coisa vai ficar feia a cada ano, a cada dia que passa”, comentou.
A capital angolana acordou esta terça-feira ainda marcada pela tensão do dia anterior. Bombas de combustível fechadas e protegidas por forças de segurança, táxis encostados junto a barricadas improvisadas com contentores de lixo, e homens armados — à paisana — a circular em alguns bairros marcam a paisagem.
Na zona comercial do São Paulo, habitualmente fervilhante, quase não se via comércio aberto. Apenas algumas ‘zungueiras’ (vendedoras de rua) carregavam alguidares com água ou fruta. Maria, também vendedora ambulante, moradora no bairro Mundial (Benfica) queixou-se à Lusa da falta de clientes.
“Hoje não há clientes. Por causa do táxi que não está a circular”, disse a vendedora que veio a pé trabalhar.
No dia anterior, a vida “estava mesmo bem difícil (…) não tinha nada para a gente comer. E consegui mesmo só hoje”, desabafa.
Sobre os protestos, cujas causas disse desconhecer, Maria limitou-se a dizer que viu “assaltos nos supermercados” pela televisão.
As marcas da destruição eram ainda hoje visíveis em várias zonas: armazéns com vidros partidos, vestígios de lixo queimado no asfalto, ruas sem moto-táxis nem os típicos azuis e brancos.
Na marginal de Luanda, o vazio contrastava com o habitual movimento. Na Samba, o tráfego intenso foi substituído pelo silêncio apenas interrompido por viaturas que passavam espaçadamente.
O comerciante Moisés Francisco decidiu hoje manter parcialmente aberta a sua cantina, padaria e farmácia — a “MAF” –, apesar do receio. “De manhã aqui estava bastante cheio. Havia muita gente à procura de pão, porque encontravam as lojas fechadas”, relatou. Com medo de tumultos, acabou por suspender o atendimento que só reiniciou porque “a vizinhança estava a chorar”.
No dia anterior “não conseguiram comprar pão”, justificou.
Para Moisés, a paralisação teve fundamento. “A greve foi por causa do aumento dos combustíveis. Pode ser motivo, sim. Mas não é motivo para fazer pilhagem”, criticou. “Estão a sofrer também [os comerciantes], não conseguem prosperar. Isso é um retrocesso, lamentou.
A paralisação dos taxistas foi convocada na sequência do aumento do preço dos combustíveis.
O protesto, que seria pacífico, rapidamente degenerou em violência em várias zonas de Luanda, com lojas saqueadas, transportes paralisados, barricadas nas estradas e relatos de mortes e feridos.
As autoridades angolanas confirmaram a existência de quatro mortos e já detiveram mais de 500 pessoas.
fonte: folha8
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Samuel