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domingo, 2 de novembro de 2025
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2025 NA COSTA DO MARFIM: O que ADO fará com sua vitória?
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Na Costa do Marfim, a vitória do presidente Alassane Dramane Ouattara (ADO) nas eleições presidenciais de 25 de outubro é praticamente certa. Isso se torna ainda mais evidente considerando que sua vitória nunca esteve em dúvida, especialmente levando em conta que os outros candidatos são considerados figuras secundárias no cenário político marfinense. Além disso, ele começou a receber felicitações de alguns de seus rivais mesmo antes da apuração final dos votos. Foi o caso de Jean-Louis Billon, um dos quatro adversários do presidente em exercício, que não hesitou em reconhecer a derrota no dia seguinte à votação, dados os resultados iniciais que favoreciam amplamente o chefe de Estado, com algumas regiões registrando índices recordes.
Os desafios para o presidente Alassane Ouattara continuam numerosos.
Isso significa que, enquanto escrevemos estas linhas, a grande incógnita desta eleição, que continua gerando muita discussão e debate além das fronteiras do país, permanece sendo a porcentagem de vitória do presidente natural de Kong. Embora isso esteja longe de ser surpreendente, o que não é menos impressionante é a fragilidade dos seus adversários, que angariaram apenas migalhas, levantando inevitavelmente questões sobre o seu verdadeiro peso político na Costa do Marfim. Isto sublinha a necessidade de estas figuras, que aspiram a liderar o país e a reivindicar o seu lugar no panorama político marfinense, reavaliarem verdadeiramente estes resultados, que não lhes fazem justiça. Espera-se que tirem todas as conclusões necessárias, a menos que a sua participação nesta eleição, que continua a causar alvoroço e debates acalorados nas margens da Lagoa Ebrié, seja motivada por outros imperativos. Porque a política, por vezes, tem razões que o cidadão comum em África não consegue compreender.
Voltando ao candidato do Reagrupamento dos Houphouëtistas para a Democracia e a Paz (RHDP), que esmagou a concorrência para garantir um quarto mandato, a questão é o que fará com esta vitória. E sobretudo, com este novo mandato, cuja legitimidade já alguns dos seus compatriotas questionam. Esta questão torna-se ainda mais pertinente considerando que, após quinze anos no poder, o Presidente Alassane Ouattara ainda enfrenta inúmeros desafios. O principal deles é o de reconciliar os marfinenses entre si, após as profundas divisões de 2010-2011, cujas feridas ainda demoram a cicatrizar. Este desafio permanece ainda mais significativo dada a sua magnitude, como demonstrado pela tensa eleição presidencial de 2025, realizada após a desqualificação de Laurent Gbagbo e Tidjane Thiam, líderes dos dois maiores partidos da oposição, em circunstâncias já conhecidas. O Presidente Ouattara faria bem em priorizar esta questão se não quiser deixar para trás uma Costa do Marfim dividida. Este novo mandato parece particularmente propício a esta tarefa, uma vez que os seus dois principais rivais, o falecido Henri Konan Bédié e Laurent Gbagbo, cujas ambições de retomar o poder por vezes justificaram a sua hesitação em entregar as rédeas à geração mais jovem, estão agora fora da arena política.
Cabe a ADO garantir que os frutos do crescimento econômico beneficiem todos os seus compatriotas.
O primeiro faleceu inesperadamente, enquanto o segundo parece ter perdido toda a esperança de retornar ao poder, anunciando sua aposentadoria política após as eleições legislativas de 27 de dezembro. Em suma, para o que parece ser seu último mandato como chefe da Costa do Marfim, ADO deve se esforçar para deixar sua marca na história com dignidade. Além da recuperação econômica em seu país, da qual ele pode legitimamente se orgulhar, é sua responsabilidade garantir que os frutos do crescimento econômico beneficiem todos os seus compatriotas em um contexto de custo de vida em constante ascensão e desemprego persistente, que continua sendo um desafio significativo. Isso demonstra que, além dos números da vitória, as expectativas dos marfinenses permanecem altas para este quarto mandato de ADO (Alassane Ouattara), que marcará um ponto de virada para o país de Houphouët-Boigny, que emerge de três décadas de rivalidades mórbidas e mortais entre três figuras. E à medida que outras figuras políticas determinadas a desempenhar um papel importante no futuro saem das sombras para declarar suas ambições, surge a questão de saber se o Presidente ADO irá preparar um sucessor para assumir o seu legado e se será capaz de preservar a coesão do seu partido para garantir a continuidade. Além disso, a história agradeceria imensamente se, para além das inúmeras pontes construídas para ligar localidades por todo o país, ele conseguisse construir caminhos que visassem relegar os ressentimentos ao esquecimento, com um firme compromisso de aproximar os seus compatriotas. Mas para que isso aconteça, é necessário que ambos os lados estejam em sintonia.
“Le Pays”
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Samuel