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domingo, 7 de dezembro de 2025
GOLPE NA GUINÉ-BISSAU: Será que a CEDEAO conseguirá recuperar a sua credibilidade?
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Em 1º de dezembro de 2025, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) enviou uma delegação de alto nível à Guiné-Bissau, após o golpe de Estado que interrompeu abruptamente o processo eleitoral. Isso ocorreu enquanto o então presidente, Umaro Sissoco Embaló, e seu principal adversário, Fernando Dias da Costa, reivindicavam a vitória nas eleições presidenciais de 23 de novembro. Liderada pelo então presidente da organização da África Ocidental, o presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio, a missão visava reafirmar a autoridade da organização sub-regional e pressionar as novas autoridades militares a acelerarem ao máximo a transição. Em termos diplomáticos, a missão buscou dialogar com as novas autoridades e atores políticos para discutir as condições para o retorno à ordem constitucional. O objetivo era obter um cronograma claro e preciso para o retorno à ordem constitucional por parte das autoridades interinas.
A situação na Guiné-Bissau representa um verdadeiro teste para a CEDEAO.
O mínimo que se pode dizer é que, mantendo-se fiel aos seus princípios, a organização sediada em Abuja está cumprindo seu papel. A questão é se ela ainda é capaz de assumir uma posição firme, dados os seus reveses passados. Seus sucessivos fracassos diplomáticos em outras partes do mundo, decorrentes de uma abordagem desorganizada na gestão de situações nesses países, fizeram com que perdesse toda a credibilidade perante a população. Essa situação levou à saída dos três países do interior da organização sub-regional, que, independentemente do que se diga, encontra-se enfraquecida. Pois é sabido que a união faz a força. E é justo dizer que a CEDEAO também extraía sua força do número de seus Estados-membros. Mas hoje, a organização da África Ocidental, que se destacou em crises como as de Serra Leoa e Gâmbia, parece estar buscando seu antigo prestígio. Em suma, após a amarga experiência com os países da Aliança Sahel, a situação na Guiné-Bissau representa um verdadeiro teste para a CEDEAO dentro de sua própria área geográfica. Será que ela conseguirá restaurar sua credibilidade? O tempo dirá. Assim como o tempo dirá se a CEDEAO optará por usar influência ou incentivos junto aos novos governantes de Bissau. Tudo indica que será muito difícil para a CEDEAO garantir a continuidade do processo eleitoral e a publicação dos resultados, de modo a respeitar a escolha do povo da Guiné-Bissau. Especialmente porque a Comissão Eleitoral, para a qual todas as atenções estavam voltadas, anunciou que não consegue divulgar os resultados das eleições presidenciais; os relatórios das assembleias de voto foram confiscados em certas regiões pelos militares. No entanto, é precisamente sobre esta questão que a CEDEAO poderia ter afirmado a sua autoridade nesta crise no país de Amílcar Cabral, uma crise que claramente decorreu de um golpe de Estado orquestrado pelo Presidente Embaló para mascarar a sua derrota e encobrir os seus rasto, assegurando uma saída negociada com os seus opositores. Contudo, dada a sequência de eventos que culminou na posse do General Horta N'Tam como Presidente da Transição e no estabelecimento de um governo de transição, tudo indica que a CEDEAO terá uma tarefa árdua na situação da Guiné-Bissau para fazer ouvir a sua voz.
Resta saber se a CEDEAO se adaptará à realidade no terreno na Guiné-Bissau.
E os riscos são ainda maiores para a CEDEAO, uma vez que, para além da suspensão do país das suas instituições, não é claro como poderia contestar fundamentalmente um processo de transição que parece já ter sido concebido e iniciado pelos seus arquitetos. Menos claro ainda é que poder de influência tem para forçar os opositores de Embaló a renunciarem imediatamente ao poder. Em todo caso, após o choque da intervenção militar no Níger, onde sofreu uma derrota humilhante, e as duras sanções econômicas impostas na época contra o Mali e o Níger — que, além de diminuírem sua popularidade entre as populações desses países, também demonstraram suas limitações —, fica a dúvida sobre qual carta a CEDEAO pretende jogar na Guiné-Bissau para restaurar sua imagem. Isso ilustra o quão cautelosa a CEDEAO está sendo em relação à questão da Guiné-Bissau, que parece ainda mais volátil dada a experiência anterior da organização da África Ocidental neste país.
De fato, em sua tentativa de mediar entre os atores políticos no período que antecedeu as eleições, foi sumariamente rejeitada pelo então presidente, Umaro Sissoco Embaló, que ordenou a expulsão de sua delegação. De qualquer forma, agora que deu o passo decisivo, resta saber se a CEDEAO se adaptará à realidade no terreno na Guiné-Bissau ou se conseguirá impor sua própria agenda.
fonte: lepais.bf
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Samuel