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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

CONTESTAÇÃO DA VITÓRIA DA FRELIMO NAS ELEIÇÕES GERAIS EM MAPUTO: Rumo a uma crise pós-eleitoral?

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Daniel Chapo, candidato do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), foi declarado vencedor na capital Maputo, com 54% dos votos, no dia 13 de outubro, pela Comissão responsável pelas eleições. Embora muito parciais, estes resultados já são objeto de disputa pelos três adversários que partilham os restantes votos. São eles o general Ossufo Momade, de 63 anos, candidato da oposição, antigo membro da ex-rebelião, Renamo, Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política do país, e Venâncio Mondiane, independente candidato, um ex-Renamo. Caminhamos para uma crise pós-eleitoral? Estamos inclinados a acreditar nisso. Principalmente porque esses três candidatos não contam para a manteiga. Na verdade, Venâncio Mondiane, este homem de 50 anos, goza de grande popularidade, especialmente entre os jovens. Isto significa que ele constitui o mais sério adversário deste antigo apresentador de televisão e rádio cuja escolha de defender o padrão da Frelimo foi mais do que surpreendente. Porque, se este ex-governador da província de Inhambane, de 47 anos, não é completamente novo na política, é o único candidato do histórico partido moçambicano que não lutou na guerra civil de 1975 a 1992, mas também o mais jovem. Não importa, ele beneficia da experiência da máquina eleitoral da Frelimo que reinou suprema desde a independência de Moçambique. Em qualquer caso, salvo um terramoto, ele deverá sair vitorioso nestas eleições presidenciais, bem como nas eleições locais, para as quais 17 milhões de eleitores foram às urnas em 9 de Outubro. Principalmente porque beneficiou de recursos estatais durante a campanha que durou quarenta e cinco dias. E não é tudo: o presidente da Comissão Nacional Eleitoral, embora seja bispo anglicano no seu estado, é acusado de ser próximo dos detentores do poder. Daí até pensar que a votação é uma conclusão precipitada, é um passo que alguns deram rapidamente. De qualquer forma, aos olhos de muitos observadores, não haverá milagre. A Frelimo fará os outros três candidatos morrerem. E os resultados da capital não dizem o contrário. O mínimo que podemos dizer é que para além da fraude que alguns candidatos já denunciam, a Frelimo continua a gozar da simpatia dos moçambicanos, dado o papel histórico que desempenhou na independência do país. E tudo sugere que, enquanto não desperdiçar esta rica herança, não devemos sonhar com uma alternativa democrática no verdadeiro sentido do termo em Moçambique. O mais importante é conseguir que os resultados sejam aceitos por todos os candidatos. Dito isto, se o candidato da Frelimo está no bom caminho para a vitória contra os outros três candidatos, deve convencer-se de uma coisa: a imensidão dos desafios a enfrentar. Para além das questões económicas, políticas e sociais, existe a questão da segurança. Como prova, estas eleições gerais decorrem num contexto de segurança particular, ao ponto de muitos se questionarem sobre a correcta condução da votação na parte norte do país. Com efeito, desde 2017, a hidra terrorista infiltrou-se na região de Cabo Delgado, onde semeia o terror e a desolação. A violência terrorista dos Shebabs, afiliados ao grupo Estado Islâmico, deixou para trás mais de 4.000 cadáveres e deslocou mais de 600.000 pessoas. Isto significa que a questão não é vencer as eleições, mas sim trabalhar para trazer a paz aos moçambicanos. Em qualquer caso, devemos esperar que a votação seja transparente e que vença o melhor. E para isso, o órgão responsável pela organização das eleições beneficiaria se estivesse à altura do desafio. Porque o mais importante é conseguir que os resultados sejam aceites por todos os candidatos. Um desafio que não se vence antecipadamente. fonte: lepays.bf

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Samuel

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