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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

SENEGAL: Jornada até o fim da noite política (por Adama Ndiaye).

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O Senegal atravessa uma fase crítica, preso entre uma crise econômica sem precedentes e uma crescente ameaça à segurança regional. Diante desse duplo perigo existencial, a reação esperada da elite política seria uma onda de união nacional. Claramente, o país está testemunhando um espetáculo de irresponsabilidade. Economicamente, o país está à beira da falência. A revelação de dívidas ocultas, combinada com a dinâmica do mercado, levou o Senegal à "zona de crise da dívida". Os indicadores são alarmantes. O spread (prêmio de risco) dos títulos senegaleses em relação aos títulos do Tesouro dos EUA atingiu 1.077 pontos-base (bps) nesta quarta-feira, um recorde histórico, segundo dados do JPMorgan Chase & Co. Esse nível, bem acima do limite de 1.000 bps que caracteriza a crise, isola o país dos mercados de capitais globais, colocando-o ao lado de emissores fragilizados como Moçambique e Gabão. Essa estagnação econômica não é uma inevitabilidade popular, mas sim o resultado de escolhas políticas passadas. O legado do qual o ex-presidente Macky Sall se vangloria hoje é, na realidade, um legado de cinzas, como confirmam auditorias e instituições de renome. Enquanto isso, a segurança regional é um alerta. Apesar da dedicação do Exército, a preocupação é legítima diante dos acontecimentos no Mali. O bloqueio imposto a Bamako pelos jihadistas do JNIM é um sinal claro: eles sonham em estabelecer um Estado teocrático e espalhar sua ideologia mortal. Como alertou o Professor Ibrahima Thioub, se o Mali entrar em colapso, o efeito dominó na Senegâmbia representa uma ameaça real. Diante dessas duas frentes — financeira e de segurança — o que as elites estão fazendo? Estão envolvidas em disputas internas, lutas pelo poder dentro da maioria presidencial, trivialidades oportunistas e uma estratégia de terra arrasada por parte da oposição. Em suma, um grupo de indivíduos irresponsáveis. Embora o ex-presidente Sall seja o principal responsável pelo legado econômico, seus "herdeiros" não estão imunes a críticas. O governo dá a impressão de estar sobrecarregado pela situação, e seus planos e contraplanos revelam uma incapacidade de encontrar soluções inovadoras. A maior falha reside no silêncio ensurdecedor diante da ansiedade pública. Nem o presidente Bassirou Diomaye Faye nem o primeiro-ministro oferecem ao povo uma mensagem de verdade, realismo, esperança e mobilização. Pior ainda, o Poder Executivo está protagonizando mais uma saga tragicômica de conflitos internos. Longe de ser uma repetição do conflito entre Dia e Senghor — onde existiam diferenças ideológicas fundamentais —, a parceria Diomaye-Sonko dá a impressão de uma batalha de egos e liderança, um verdadeiro tapa na cara de um povo confrontado com as ameaças gêmeas da falência e da insegurança. Nestes tempos incertos, o país precisa fundamentalmente de coesão e unidade, bem como de um forte senso de responsabilidade. Isso não implica unanimidade estéril em todas as questões, mas exige que a elite se una em torno daquilo que compartilhamos: o destino da Nação. Os políticos, sejam quem forem, estão destinados a vir e ir, mas o Senegal permanecerá. Autor: Adama Ndiaye

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Samuel

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