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Postagem em destaque
Tropas ucranianas vão sair do leste do país a bem ou a mal, avisa Putin.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou “libertar” os territ...
quarta-feira, 30 de julho de 2025
3ª CIMEIRA ESPANHA-ÁFRICA: Para continuar a expandir as trocas comerciais.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Madri sediou a terceira Cúpula Espanha-África de 6 a 8 de julho de 2025. O Secretário-Geral da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) e representantes dos governos da Costa do Marfim, Togo e Somália participaram. A relação ibero-africana era o foco das atenções na capital espanhola, especialmente os laços comerciais cada vez mais fortes entre a África e a Espanha. Nada menos que 5 mesas redondas no primeiro dia com cerca de 70 falantes de africanos e espanhóis.
O objetivo desta cimeira era aumentar as oportunidades para empresas ibéricas nos seus setores de excelência, como a construção, as energias renováveis, a dessalinização de águas e a indústria farmacêutica. Atualmente, a África representa 6% das exportações espanholas e 7% das suas importações. Madri, que se orgulha de sua proximidade geográfica com o continente, aspira desempenhar um papel de liderança em setores-chave como infraestrutura, energia renovável e pesca.
Marrocos é o maior parceiro econômico da Espanha na África, seguido pela Argélia, Nigéria, Líbia e África do Sul. O comércio entre a África e a Espanha continua a crescer. Seu volume de quase 30 bilhões de euros no primeiro semestre de 2024 supera o comércio entre a Espanha e a América Latina.
As importações espanholas de hidrocarbonetos africanos aumentaram desde que a Europa decidiu sancionar a Rússia. A Nigéria é o maior fornecedor de petróleo da Espanha e o segundo maior fornecedor de gás, depois da Argélia. A frota pesqueira espanhola, a maior da Europa, está muito presente, do Marrocos a Angola e da Namíbia à África do Sul. Embora dois terços do comércio sejam com o Norte da África, a Espanha é o quinto maior cliente da África Ocidental, à frente da França. Os investimentos espanhóis na África somam 6 bilhões de dólares.
A Espanha, que desenvolveu uma nova rede de Câmaras de Comércio na África, pretende estar mais presente no continente para colaborar, em particular, no combate à imigração ilegal por meio de projetos de formação profissional para jovens.
Alain-Patrick MASSAMBA
ANGOLA: POLÍCIA CONTINUA A MOSTRAR A RAZÃO DA (SUA) FORÇA.
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A Polícia Nacional de Angola disse hoje que foi reposta a legalidade em alguns pontos da província de Luanda, onde, durante a manhã, se registaram actos de vandalismo na sequência de uma paralisação de taxistas, anunciando várias detenções.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da Polícia Nacional, subcomissário Mateus Rodrigues, disse que foram registados, desde as primeiras horas de hoje, actos de vandalismo, que provocaram alteração da ordem e tranquilidade pública em alguns pontos da província.
Na apresentação pública “de repúdio” destas práticas, Mateus Rodrigues disse que foram realizados actos de invasões a estabelecimentos comerciais e outros, que a Polícia desencoraja “vivamente”.
“Queremos desde já apelar aos cidadãos que estão envolvidos neste tipo de práticas para que parem com este comportamento”, disse, sublinhando que a Polícia está a recorrer a todos os seus meios e homens para repor a legalidade.
“Todos os homens e meios de que a Polícia dispõe estão nas ruas para garantir que voltemos à tranquilidade. Neste momento, já foram realizadas várias detenções, estes indivíduos detidos serão conduzidos aos órgãos de justiça, para que possam ser responsabilizados”, referiu.
“Mais uma vez queremos reiterar o nosso repúdio a esses actos, a nossa reprovação pública a esses actos, alertar aos cidadãos que estão envolvidos nestas práticas para que parem e assegurar os cidadãos de bem que tudo está a ser feito para que a situação volte ao normal nas próximas horas”, acrescentou.
Questionado sobre imagens que circulam nas redes sociais de pessoas supostamente feridas nestes actos, Mateus Rodrigues repetiu que as forças estão no terreno, a garantir que a situação volte à normalidade.
“Este caso em concreto de um cidadão que estava estatelado no chão sem poder ser socorrido já está solucionado, já foi possível socorrer o cidadão, agora não conseguimos passar a informação sobre qual é o estado de saúde do cidadão, mas dizer que cada vez mais a situação está a voltar à normalidade em função da acção das nossas forças que estão nas ruas”, salientou, avançado não ser possível, por agora, indicar o número de detidos, “porque as acções ainda decorrem”.
Mateus Rodrigues enfatizou a necessidade de se separar o que está a ocorrer hoje, que, disse, nada tem a ver com um ato pacífico.
“Uma coisa é uma paralisação, que é um ato altamente pacífico, e outra coisa são os actos que nós estamos a verificar. Estamos a verificar verdadeiros actos de vandalismo com roubos, destruição de bens públicos, então, isso não podemos dizer que isso é paralisação”, destacou, rejeitando que haja uma situação fora do controlo da Polícia.
Até quarta-feira, último dia da paralisação, a Polícia vai elevar as medidas “sempre que o nível de ameaça assim o ditar”, frisou.
No início deste mês, o preço do gasóleo passou de 300 para 400 kwanzas por litro (0,28 para 0,37 euros), no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023, levando a um reajuste das tarifas dos transportes públicos.
Face à subida do preço do gasóleo, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) passou de 200 (0,19 euros) para 300 kwanzas (0,28 euros) o preço do serviço de táxis colectivos (transporte ocasional de passageiros) e de 150 (0,13 euros) para 200 kwanzas a tarifa do serviço de autocarros urbanos.
Os taxistas sublinham que se passaram mais de 15 dias sem o Governo “ouvir o grito de socorro dos taxistas”, por isso decidiram, “as Associações e Cooperativas de taxistas ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN, AB-TAXI” paralisar os serviços de táxi nos dias 28,29 e 30 deste mês.
Nas primeiras horas de hoje registaram-se enchentes nas paragens de táxis, em vários pontos da província, com muitos vídeos a circularem nas redes sociais dando conta da situação, dos actos de vandalismo em lojas, autocarros apedrejados, barricadas nas estradas, pneus a arderem.
folha8
ANGOLA: Luanda vive uma onda de protestos nunca antes vivida devido ao aumento do preço dos combustíveis e ao fim de todo o tipo de subsídios sem assistência social para apoiar a população… e aí descobrimos que a Sonangol gasta há anos quantias absurdas de dinheiro em patrocínios em carros de luxo de Fórmula 1. E este carro com os logótipos da Sonangol em locais estratégicos custa uma fortuna à Sonangol, que deveria, no entanto, canalizar estas quantias absurdas para projectos sociais com forte impacto populacional. Por Osvaldo Franque Buela Este carro que tivemos oportunidade de filmar em frente ao hotel onde nos encontramos na cidade de Le Mans participou este ano no famoso circuito das 24 Horas de Le Mans e, enquanto o movia, passou à nossa frente e os logótipos da Sonangol chamaram-nos a atenção. Mas quanto custa este patrocínio ao Estado? Estas despesas são monitorizadas e acompanhadas pelo executivo, ou é uma espécie de extravagância do sistema de gestão de um Estado falhado? O custo da publicidade num carro de corrida nas 24 Horas de Le Mans pode variar enormemente, desde algumas centenas de milhares de euros até vários milhões de euros, ou até mais, dependendo de vários factores. Este carro pertence a uma equipa forte, cujo nome não menciono por respeito aos acordos celebrados com a Sonangol, que lhe são de direito. De acordo com as informações que recebi, comuns neste tipo de parcerias, a visibilidade do lugar é um factor estratégico, sendo necessário pagar, como a Sonangol pagou, para aparecer em bons e melhores lugares, como ilustra a imagem. Os lugares “principais” no automóvel (capot, laterais, spoiler traseiro) são os mais caros devido à sua máxima visibilidade na televisão e em fotos. No entanto, locais menos visíveis (retrovisores, soleiras das portas) são mais baratos. O outro factor que faz subir os preços é a categoria do carro e da equipa: patrocinar uma equipa de topo na categoria Hypercar (a mais bem-sucedida) será consideravelmente mais caro do que patrocinar uma equipa na LMP2 ou na GTE. As equipas de fábrica ou aquelas com uma longa história e um histórico sólido exigirão orçamentos mais elevados. A questão que me coloco é: quem são estas pessoas que estão por detrás deste tipo de despesa e quanto é que isso traz para o país, numa altura em que o Estado não fornece qualquer forma de compensação salarial aos trabalhadores e aos mais desfavorecidos para lidar com o aumento dos preços dos combustíveis. As imagens que circulam em Luanda de agentes da autoridade a saquear empresas são uma ameaça moralmente grave para a sociedade, juntamente com as quantias que o Estado gasta, sem qualquer impacto na população, em parcerias falsas que beneficiam apenas os criminosos por detrás destes esquemas. Ninguém tem uma explicação para este tipo de transacção financeira, pois não sabemos como avaliar o âmbito desta parceria. Um simples logótipo no automóvel é uma coisa, mas uma parceria de patrocínio completa pode incluir direitos de activação, eventos promocionais, acesso à equipa e aos pilotos para campanhas de marketing, conteúdo exclusivo, hospitalidade VIP, etc. Quanto maior for a parceria, maior será o custo, e os nossos parlamentares não podem pedir ao governo que esclareça isso? Das informações limitadas que temos de agências de patrocínio de marcas, encontrámos alguns preços, como um espaço de 80 cm x 50 cm em duas portas, que pode custar cerca de 100.000€. As parcerias de patrocínio no WEC podem começar em algumas centenas de milhares de euros e atingir vários milhões de euros em acordos mais estruturados. Há rumores de que os patrocínios totais para as principais equipas chegam a cerca de 20 milhões de euros. Para uma equipa privada, correr com um carro nas 24 Horas de Le Mans pode custar entre 1,5 e 5 milhões de dólares para o evento em si, mesmo sem incluir os custos de patrocínio. É importante notar que os valores precisos raramente são divulgados publicamente e dependem de negociações privadas entre equipas e patrocinadores. Gostaria apenas de concluir dizendo que, para obter um orçamento preciso, faça a sua pesquisa directamente, contactando as equipas ou agências especializadas em patrocínio desportivo. A realidade é que o MPLA rouba o dinheiro ao povo e investe-o muito mal. É tempo de acabar com este partido mafioso, sanguinário e assassino. Que Deus abençoe Angola e a revolta do seu povo pelo seu futuro.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Preocupados com a insegurança e a possibilidade de escassez de bens, muitos luandenses procuraram hoje abastecer-se nas poucas lojas ainda abertas, temendo as incertezas dos próximos dias. As autoridades angolanas confirmaram a existência de quatro mortos e já detiveram mais de 500 pessoas.
No segundo dia da paralisação convocada pelos taxistas — que degenerou em protestos violentos, actos de vandalismo e pilhagens –, populares ouvidos pela Lusa na capital angolana manifestaram receios face à instabilidade e condenaram os distúrbios, mas reconhecem que há motivos para os protestos, que atribuem sobretudo ao agravamento das condições de vida.
“As pessoas pensam com a barriga, não pensam com a cabeça”, resumiu Feliciano Lussati, jovem professor residente na zona de Benfica, à saída de uma cantina (pequena mercearia local) onde conseguiu comprar pão.
“A situação do país é caótica, é precária e as coisas estão sempre a aumentar. O salário é quase a mesmice”, disse, justificando a legitimidade da greve dos taxistas.
Para Feliciano, a violência que se seguiu “tem que ver com a fome. Quem tem fome não pensa nas consequências”, porque os problemas socioeconómicos do país fazem “com que as pessoas não pensem com a cabeça, pensem com a barriga”.
“Se nós virmos aquilo que nós temos assistido nas redes sociais, as pessoas estão mais a vandalizar centros comerciais, a tirar comida, não é? Então, eu acho que quem não tem fome não estaria aí a invadir uma loja de um particular para tirar dividendos ou para tirar proveito disso, não é? Eu acho que a fome está na base disso, o desespero da população está na base disso”, justificou.
Apesar de no seu bairro a situação estar calma, Feliciano passou estes dois dias praticamente em casa, atento às redes sociais, enquanto ouvia barulho ao longe.
“Fui comprar pão porque temos que nos prevenir”, sublinhou, admitindo estar preocupado com os efeitos da greve.
Na sua opinião, o desfecho dependerá da capacidade de resposta do executivo.
“O Governo precisa de saber dialogar, tomar medidas próprias e fazer um esforço de maneira que apazigue a situação e haja consenso, porque se a situação continuar por este caminho, infelizmente, nós teremos situações mais preocupantes e a coisa vai ficar feia a cada ano, a cada dia que passa”, comentou.
A capital angolana acordou esta terça-feira ainda marcada pela tensão do dia anterior. Bombas de combustível fechadas e protegidas por forças de segurança, táxis encostados junto a barricadas improvisadas com contentores de lixo, e homens armados — à paisana — a circular em alguns bairros marcam a paisagem.
Na zona comercial do São Paulo, habitualmente fervilhante, quase não se via comércio aberto. Apenas algumas ‘zungueiras’ (vendedoras de rua) carregavam alguidares com água ou fruta. Maria, também vendedora ambulante, moradora no bairro Mundial (Benfica) queixou-se à Lusa da falta de clientes.
“Hoje não há clientes. Por causa do táxi que não está a circular”, disse a vendedora que veio a pé trabalhar.
No dia anterior, a vida “estava mesmo bem difícil (…) não tinha nada para a gente comer. E consegui mesmo só hoje”, desabafa.
Sobre os protestos, cujas causas disse desconhecer, Maria limitou-se a dizer que viu “assaltos nos supermercados” pela televisão.
As marcas da destruição eram ainda hoje visíveis em várias zonas: armazéns com vidros partidos, vestígios de lixo queimado no asfalto, ruas sem moto-táxis nem os típicos azuis e brancos.
Na marginal de Luanda, o vazio contrastava com o habitual movimento. Na Samba, o tráfego intenso foi substituído pelo silêncio apenas interrompido por viaturas que passavam espaçadamente.
O comerciante Moisés Francisco decidiu hoje manter parcialmente aberta a sua cantina, padaria e farmácia — a “MAF” –, apesar do receio. “De manhã aqui estava bastante cheio. Havia muita gente à procura de pão, porque encontravam as lojas fechadas”, relatou. Com medo de tumultos, acabou por suspender o atendimento que só reiniciou porque “a vizinhança estava a chorar”.
No dia anterior “não conseguiram comprar pão”, justificou.
Para Moisés, a paralisação teve fundamento. “A greve foi por causa do aumento dos combustíveis. Pode ser motivo, sim. Mas não é motivo para fazer pilhagem”, criticou. “Estão a sofrer também [os comerciantes], não conseguem prosperar. Isso é um retrocesso, lamentou.
A paralisação dos taxistas foi convocada na sequência do aumento do preço dos combustíveis.
O protesto, que seria pacífico, rapidamente degenerou em violência em várias zonas de Luanda, com lojas saqueadas, transportes paralisados, barricadas nas estradas e relatos de mortes e feridos.
As autoridades angolanas confirmaram a existência de quatro mortos e já detiveram mais de 500 pessoas.
fonte: folha8
POVO MORRE DE FOME ENQUANTO O MPLA GASTA MILHÕES EM PUBLICIDADE À SONANGOL
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Luanda vive uma onda de protestos nunca antes vivida devido ao aumento do preço dos combustíveis e ao fim de todo o tipo de subsídios sem assistência social para apoiar a população… e aí descobrimos que a Sonangol gasta há anos quantias absurdas de dinheiro em patrocínios em carros de luxo de Fórmula 1. E este carro com os logótipos da Sonangol em locais estratégicos custa uma fortuna à Sonangol, que deveria, no entanto, canalizar estas quantias absurdas para projectos sociais com forte impacto populacional.
Por Osvaldo Franque Buela
Este carro que tivemos oportunidade de filmar em frente ao hotel onde nos encontramos na cidade de Le Mans participou este ano no famoso circuito das 24 Horas de Le Mans e, enquanto o movia, passou à nossa frente e os logótipos da Sonangol chamaram-nos a atenção. Mas quanto custa este patrocínio ao Estado? Estas despesas são monitorizadas e acompanhadas pelo executivo, ou é uma espécie de extravagância do sistema de gestão de um Estado falhado?
O custo da publicidade num carro de corrida nas 24 Horas de Le Mans pode variar enormemente, desde algumas centenas de milhares de euros até vários milhões de euros, ou até mais, dependendo de vários factores. Este carro pertence a uma equipa forte, cujo nome não menciono por respeito aos acordos celebrados com a Sonangol, que lhe são de direito.
De acordo com as informações que recebi, comuns neste tipo de parcerias, a visibilidade do lugar é um factor estratégico, sendo necessário pagar, como a Sonangol pagou, para aparecer em bons e melhores lugares, como ilustra a imagem.
Os lugares “principais” no automóvel (capot, laterais, spoiler traseiro) são os mais caros devido à sua máxima visibilidade na televisão e em fotos. No entanto, locais menos visíveis (retrovisores, soleiras das portas) são mais baratos.
O outro factor que faz subir os preços é a categoria do carro e da equipa: patrocinar uma equipa de topo na categoria Hypercar (a mais bem-sucedida) será consideravelmente mais caro do que patrocinar uma equipa na LMP2 ou na GTE. As equipas de fábrica ou aquelas com uma longa história e um histórico sólido exigirão orçamentos mais elevados.
A questão que me coloco é: quem são estas pessoas que estão por detrás deste tipo de despesa e quanto é que isso traz para o país, numa altura em que o Estado não fornece qualquer forma de compensação salarial aos trabalhadores e aos mais desfavorecidos para lidar com o aumento dos preços dos combustíveis.
As imagens que circulam em Luanda de agentes da autoridade a saquear empresas são uma ameaça moralmente grave para a sociedade, juntamente com as quantias que o Estado gasta, sem qualquer impacto na população, em parcerias falsas que beneficiam apenas os criminosos por detrás destes esquemas.
Ninguém tem uma explicação para este tipo de transacção financeira, pois não sabemos como avaliar o âmbito desta parceria. Um simples logótipo no automóvel é uma coisa, mas uma parceria de patrocínio completa pode incluir direitos de activação, eventos promocionais, acesso à equipa e aos pilotos para campanhas de marketing, conteúdo exclusivo, hospitalidade VIP, etc. Quanto maior for a parceria, maior será o custo, e os nossos parlamentares não podem pedir ao governo que esclareça isso?
Das informações limitadas que temos de agências de patrocínio de marcas, encontrámos alguns preços, como um espaço de 80 cm x 50 cm em duas portas, que pode custar cerca de 100.000€.
As parcerias de patrocínio no WEC podem começar em algumas centenas de milhares de euros e atingir vários milhões de euros em acordos mais estruturados. Há rumores de que os patrocínios totais para as principais equipas chegam a cerca de 20 milhões de euros.
Para uma equipa privada, correr com um carro nas 24 Horas de Le Mans pode custar entre 1,5 e 5 milhões de dólares para o evento em si, mesmo sem incluir os custos de patrocínio.
É importante notar que os valores precisos raramente são divulgados publicamente e dependem de negociações privadas entre equipas e patrocinadores. Gostaria apenas de concluir dizendo que, para obter um orçamento preciso, faça a sua pesquisa directamente, contactando as equipas ou agências especializadas em patrocínio desportivo. A realidade é que o MPLA rouba o dinheiro ao povo e investe-o muito mal. É tempo de acabar com este partido mafioso, sanguinário e assassino.
Que Deus abençoe Angola e a revolta do seu povo pelo seu futuro.
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domingo, 27 de julho de 2025
Jornalista da RTP agredido em Bissau.
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Waldir Araújo, da RTP na Guiné-Bissau, foi agredido e assaltado no centro de Bissau. Segundo ele, ataque tem motivações políticas. Caso foi denunciado à polícia.
O jornalista e delegado da Radiotelevisão Portuguesa (RTP) na Guiné-Bissau, Waldir Araújo, foi hoje agredido e assaltado, no centro de Bissau, por desconhecidos, noticiaram vários órgãos de comunicação social locais.
De acordo com Araújo, citado pelos 'media' guineenses, o assalto e a agressão teriam motivações políticas, conforme declarações proferidas pelos agressores, que terão acusado a RTP "de denegrir a imagem da Guiné-Bissau no exterior".
O jornalista, delegado da RTP em Bissau desde 2019, preferiu falar com mais detalhes sobre o sucedido, depois de apresentar queixa à Polícia Judiciária e de receber tratamento médico em casa.
Nas imagens publicadas pelo blogue "Ditadura Sem Consenso", que denunciou a agressão e o assalto, Waldir Araújo aparece com parte do rosto coberto de sangue.
ditadurasemconsenso.blogspot.com
WALDIR ARAÚJO Delegado da RTP-África na Guiné-Bissau, violentamente.
RTP repudia agressão
Este domingo (27.06), o conselho de Redação da RTP manifestou "total solidariedade" com o delegado da estação na Guiné-Bissau, agredido na capital, e pediu uma investigação ao caso, repudiando a violência contra jornalistas.
Num comunicado, o Conselho de Redação da RTP "manifesta a sua total solidariedade para com o jornalista", desejou "votos de rápida recuperação" e reafirmou "o compromisso com a defesa da integridade e segurança de todos os profissionais da comunicação social".
Na mesma nota, o Conselho de Redação da estação pública repudiou "com veemência qualquer forma de violência contra jornalistas, especialmente se motivada pelo exercício livre e responsável da profissão", sublinhando que a liberdade de imprensa "é um pilar essencial da democracia e deve ser protegida em todos os contextos".
"Apelamos ainda às autoridades competentes para uma célere e efetiva investigação judiciária dos factos, de modo a garantir que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados", acrescentou.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros adiantou estar "a acompanhar de perto o caso".
www.dw.com/pt-002
MOÇAMBIQUE: Chapo compara destruição pós-eleitoral à guerra com RENAMO.
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Daniel Chapo diz que destruição na Zambézia durante protestos pós-eleitorais foi superior aos anos da guerra civil. Em Joanesburgo, hoje, pediu união contra extrema-direita que quer "governos fantoches", disse.
"Os danos são piores do que aqueles que a 'Guerra dos 16 anos' causou nestas vilas que estou a fazer referência aqui na província da Zambézia. E é só visto, dito ninguém acredita", afirmou o Presidente de Moçambique,Daniel Chapo, após a visita de três dias que realizou àquela região do centro do país, que terminou ontem.
"São bens públicos e privados, o prejuízo é enorme. Estas vilas que eu estou a falar aqui, Morrumbala, Mocubela e o distrito da Macurra, mesmo durante a 'Guerra dos 16 anos' não houve este nível de destruição que aconteceu durante as manifestações. Durante a 'Guerra dos 16 anos', a RENAMO chegou à vila, invadiu, mas vivia nestas casas", apontou Chapo, assumindo que estas vilas ficaram "totalmente destruídas" nos protestos, incluindo hospitais ou mercearias, apelando à reconciliação nacional.
As autoridades da Zambézia estimaram anteriormente necessitar de 1.500 milhões de meticais (20 milhões de euros) para reabilitar as infraestruturas destruídas nestes protestos pós-eleitorais.
Guerra civil
A guerra civil de Moçambique, também conhecida como a 'Guerra dos 16 anos', opôs as forças do Governo moçambicano, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), de 1977 a 1992, terminando então com o Acordo Geral de Paz, após estimativas de um milhão de mortos e elevada destruição.
Na Zambézia, o chefe de Estado fez um paralelo com as manifestações pós eleições gerais de 09 de outubro até março último e as consequências destas em várias zonas daquela província.
"[a RENAMO, durante a guerra] viviam nesta casa de administrador, viviam nesta secretaria, viviam nesta escola, viviam nesse hospital, viviam até incluindo neste posto policial ou comando policial. Portanto a vila foi ocupada, mas não destruíram, viviam lá. Por isso, quando houve o Acordo Geral de Paz, algumas infraestruturas de algumas vilas sede como estas que estou a fazer referência estavam em condições. Mas estou a dizer uma vila inteira que desapareceu", apontou.
Protestos pós-eleitorais
Moçambique viveu desde as eleições de 09 de outubro de 2024 um clima de agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela FRELIMO, partido no poder, como quinto Presidente.
Segundo organizações não-governamentais, cerca de 400 pessoas morreram em resultado de confrontos com a polícia, além de destruição de património público e privado, saques e violência, conflitos que cessaram após encontros entre Mondlane e Chapo em 23 de março e em 20 de maio, com vista à pacificação.
O Ministério Público (MP) moçambicano acusou Mondlane de ter apelado a uma "revolução" nos protestos pós-eleitorais, provocando "pânico" e "terror" na população, responsabilizando-o pelas mortes e por mergulhar o país no "caos".
No despacho de acusação, entregue na terça-feira na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, ao ex-candidato presidencial, o MP recorre, como grande parte da prova, aos apelos à contestação, greves, paralisações e de mobilização para protestos feitos nos diretos de Venâncio Mondlane nas redes sociais, ao longo das várias fases da contestação ao processo eleitoral de 2024 em Moçambique.
"Os factos praticados pelo arguido colocaram em causa, de forma grave, bens jurídicos fundamentais, tais como a vida, a integridade física e psíquica das pessoas, a liberdade de circulação, a ordem, segurança e tranquilidade públicas, bem assim o normal funcionamento das instituições públicas e privadas", lê-se.
O MP imputa a Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais, a "autoria material e moral, em concurso real de infrações", os crimes de apologia pública ao crime, de incitamento à desobediência coletiva, de instigação pública a um crime, de instigação ao terrorismo e de incitamento ao terrorismo.
Joanesburgo
Este domingo (27.06), já em Joanesburgo, após visita à Zambézia, que terminou ontem, o líder da FRELIMO e chefe de Estado moçambicano pediu hoje a união dos "partidos libertadores" da África austral contra a extrema-direita que quer levar ao poder "governos fantoches".
"Vamos unirmos mais como um único bloco para enfrentarmos a ameaça que paira sobre os nossos partidos libertadores", afirmou Chapo, ao intervir na Cimeira dos Movimentos de Libertação, promovido pelo Congresso Nacional Africano (ANC), da África do Sul.
"De forma crescente, assistimos à intensificação do apoio a grupos chauvinistas da extrema-direita que recorrem às redes sociais, à Inteligência Artificial, entre outras plataformas, para difundir a desinformação através de discursos populistas de ódio e desqualificação das realizações dos nossos governos e das conquistas dos nossos povos", alertou Chapo, neste encontro, que junta dirigentes e quadros dos partidos históricos da África austral, incluindo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975).
fonte: www.dw.com/pt-002
CONGO BBRAZAVILLE: Banco Mundial investe US$ 100 milhões no projeto PASEL.
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O representante do Banco Mundial no Congo, Clarence Tsimpo Nkengné, indicou em 15 de julho em Brazzaville que o Projeto de Melhoria dos Serviços de Eletricidade (PASEL) é um projeto fundamental para a ambiciosa transformação do setor elétrico no Congo. Financiado com cem milhões de dólares americanos, este projeto sozinho representa aproximadamente 11% do portfólio ativo do Banco Mundial na República do Congo.
“Temos orgulho de apoiar o PASEL, pois ele faz parte dos projetos transformacionais e estruturantes da carteira do Banco Mundial no Congo. Ele foi desenvolvido em menos de doze meses, em colaboração com a AFC e o setor privado. Este projeto desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico do combate à pobreza, em conformidade com o roteiro do Banco Mundial, que enfatiza a eficiência e a promoção do desenvolvimento sustentável”, observou Clarence Tsimpo Nkengné durante o lançamento oficial do projeto de melhoria dos serviços de eletricidade.
O Ministro responsável pela Energia e Hidráulica, Émile Ouosso, por sua vez, destacou que o setor elétrico no Congo enfrenta inúmeros desafios. Infraestrutura obsoleta e mal conservada, resultando em acesso ainda muito limitado e desigual à energia para os cidadãos e prejuízos significativos ao setor econômico e comercial.
“É para corrigir essas fragilidades que o PASEL foi concebido como uma resposta concreta, estruturada e direcionada. Portanto, visa reabilitar e reforçar a linha de alta tensão Pointe-Noire-Brazzaville, que, devido aos seus defeitos, impede que 200 MW cheguem a Brazzaville em excesso. O PASEL também visa fortalecer a governança do setor e garantir um melhor fornecimento de eletricidade aos clientes, em especial por meio da renovação de toda a rede elétrica em Brazzaville e Pointe-Noire”, acrescentou.
O Projeto de Melhoria dos Serviços de Eletricidade (PASEL) é o resultado de um acordo assinado entre o governo congolês e o Banco Mundial em 4 de julho do ano passado, com conclusão prevista para 30 de junho de 2028.
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Congo: Denis Sassou-N'Guesso aguarda relatório exclusivo sobre os estádios construídos durante as municipalizações aceleradas antes de pegar seu chicote.
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O presidente congolês Denis Sassou-N'Guesso solicitou, durante o Conselho de Ministros de 16 de julho de 2025, notícias sobre os estádios construídos durante as municipalizações aceleradas. Ele está esperando uma reportagem exclusiva.
"A natureza abomina o vácuo", como diz o ditado. Essas obras, que custaram bilhões de francos CFA aos contribuintes congoleses, agora não têm mais utilidade. Elas se tornaram marcos para fumantes de cânhamo. Durante o dia, esses estádios são verdadeiras salas de fumo de tabaco indiano. O pior acontece à noite, quando todos estão envolvidos no comércio sexual.
Muitos congoleses que frequentam esses lugares não vão para assistir a uma partida de futebol, mas na realidade vão para comprar bolas de cânhamo ou para pegar uma prostituta ao anoitecer.
Moradores locais contam mais preservativos usados do que vestígios de chuteiras de jogadores de futebol. O que implica que esses estádios foram transformados em quartos de hotel.
O estádio Concorde em Kintélé, perto de Brazzaville, construído em 2013, custou mais de 380 bilhões de francos CFA, incluindo estradas de acesso e desenvolvimento. Este trabalho simbólico é inútil. Não é aprovado de acordo com as regras da FIFA. Nenhuma partida está sendo jogada lá.
Além disso, os militares responsáveis por garantir a segurança do estádio saquearam completamente o prédio, desde os aparelhos elétricos/eletrônicos até os bidês dos banheiros. Tudo foi tirado!
Outros pequenos estádios construídos nas capitais departamentais são usados mais para perseguir ouriços do que para atividades esportivas.
Em outubro de 2017, mais de um mês após assumir o cargo, o Ministro dos Esportes congolês, Hugues Ngouélondélé, realizou uma visita de campo aos estádios Mangandzi e Denis Sassou-N’Guesso, na cidade de Dolisie (sul), como parte do reinício das obras de renovação e operacionalização da infraestrutura esportiva, para que os jovens congoleses possam expressar seu talento em boas condições.
Em seu discurso, o Ministro dos Esportes congolês enfatizou que um dos projetos mais cruciais que podem ser decisivos para o sucesso das ações de seu roteiro é tornar a infraestrutura esportiva operacional e disponível para as crianças congolesas.
Mas desde então, nada foi feito.
Enquanto isso, o trânsito de fumantes de maconha continua dia e noite, e todos podem se envolver em trabalho sexual sem serem incomodados.
Jean-Jacques Jarele SIKA / Os Ecos do Congo-Brazzaville
Foto: DR
Mishttps://lesechos-congobrazza.com
ENTENDEMO-NOS (+OU-) EM PORTUGUÊS.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O Presidente angolano declarou hoje, em Lisboa, que a CPLP é mais do que a língua portuguesa, é cultura e trocas comerciais entre os Estados-membros e que África tem potencial para servir o mundo, com o devido investimento.
OPresidente da República de Angola, João Lourenço, esteve na manhã de hoje no 8.º Fórum EurAfrican, promovido pelo Conselho da Diáspora Portuguesa na Universidade Nova School of Business and Economics (Nova SBE), em Carcavelos (Lisboa), onde foi o orador convidado para a ‘Conversa com os Presidentes’, que encerrou o evento, num diálogo com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, moderado pela directora editorial do Sapo, Joana Petiz.
Para o chefe de Estado angolano e também actual detentor da presidência rotativa da União Africana (UA), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) “é mais do que a língua portuguesa, é cultura, trocas comerciais entre os Estados-membros” e a própria diversidade da língua portuguesa, em termos de sotaques pelo globo, são um “enriquecer da mesma”.
O chefe de Estado português considera a CPLP um projecto que tem influência nos diversos continentes e que pode ser uma ponte entre instituições como a União Africana e a União Europeia, que tem como presidente do seu conselho o ex-primeiro-ministro português António Costa.
“Sabem quem é que desencadeou as cimeiras da União Europeia com África? Portugal. Primeiro em 2000, depois em 2007 e agora a próxima vai ser em Angola”, na capital, entre 24 e 25 de Novembro, indicou Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o presidente da UA, o potencial de Angola e do continente africano, de uma forma geral, não se restringe ao seu potencial humano, ao ter uma população jovem que simboliza o futuro.
“Em relação a África, penso que não nos deveríamos limitar a falar do potencial demográfico. É um facto que África é um continente essencialmente jovem (…) está em vantagem em termos de força de trabalho que pode servir o continente e o mundo”, frisou João Lourenço.
“Portanto, a Europa devia olhar para ele [potencial demográfico] com outros olhos, investir em África, até para evitar que os jovens africanos atravessem o [mar] Mediterrâneo e cheguem à Europa nas condições que conhecemos. Se o investimento for feito em África, não só eles vão servir o continente, como vão servir o resto do mundo, servir a Europa, em melhores condições, mais qualificados, portanto, para ocuparem, digamos, o mercado de trabalho”, reiterou.
Sobre o investimento chinês no continente, o Presidente angolano argumentou que a Europa está em África há cinco séculos e que a China chegou há poucas décadas, por isso, o ‘velho continente’ deveria tirar maior partido dessa vantagem de “ter chegado primeiro”.
“A Europa poderia tirar um melhor proveito, no sentido de serem retiradas vantagens mútuas, do facto de conhecer melhor o continente africano, porque sempre esteve em África”, declarou o chefe de Estado africano.
João Lourenço frisou que África precisa de investimento em infra-estruturas e que, dessa forma, pode solucionar dois problemas mundiais: a fome e a crise climática.
Por um lado, o continente possui as maiores reservas de minerais raros, essenciais para a energia verde e, por outro, “pode ser o celeiro do mundo”.
No entanto, o chefe de Estado reiterou que a falta de investimento faz com que o continente não esteja a evoluir da forma como ambiciona, o que justifica o facto de ainda não se ter conseguido implementar uma zona de comércio livre em África.
“Ainda não conseguimos cumprir com uma das decisões, das mais importantes, da União Africana: da criação da zona de livre comércio continental. Mas só haverá comércio entre os nossos países se existir a possibilidade de locomoção, de mobilidade de pessoas e de bens, o que infelizmente não acontece actualmente”, lamentou.
Na sua opinião, África só se vai desenvolver se investir “fortemente em energia, na sua produção e distribuição”, em meios de transportes e na industrialização.
Por fim, o chefe de Estado angolano frisou que para se atrair investimento é preciso “criar bom ambiente de negócios” e convencer os investidores “que só têm a ganhar se o fizerem”.
Enquanto isso, o Presidente da República portuguesa considerou hoje que às vezes a União Europeia está “concentrada demais” em si e “perde a visão do mundo”, pedindo que se “vire para fora” e tenha “um novo empenho” em África.
Marcelo Rebelo de Sousa fez estes pedidos durante uma sessão no Eurafrican Forum, em Carcavelos (Cascais), que consistiu num diálogo com o Presidente de Angola.
João Lourenço considerou que a Europa pode fazer “fazer mais e melhor” em África, frisando que “o potencial é grande e existem oportunidades” de investimento em sectores como a energia ou as infra-estruturas que trariam benefícios mútuos aos dois continentes.
Depois de ouvir estas palavras, Marcelo Rebelo de Sousa concordou que há um conjunto de sectores nos quais a cooperação entre os dois continentes “é inevitável”, como digital, “alta tecnologia” ou transição energética, e apelou para um “novo empenho europeu na compreensão de África”.
“Porque é que a Europa demora tanto tempo a perceber coisas que são óbvias? Porque a Europa tem-se formado aos bocadinhos e com uma atenção muito grande à geopolítica interna”, considerou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, a UE “às vezes, está muito concentrada, concentrada demais em si mesma, no seu umbigo”, em questões como os alargamentos a outros Estados-membros, o funcionamento institucional, as crises internas e, “agora, recentemente, a guerra na Europa e o investimento em Defesa”.
“De cada vez que a Europa é chamada a concentrar-se em si, perde a visão do mundo, até para explicar porque é que certas questões que aparentemente são europeias, são questões mundiais. E perde a visão, desde logo, das relações com África, e isso tem acontecido muitas vezes”, avisou.
É por esse foco particular nas questões internas, prosseguiu o Presidente da República, que “a Europa é comercialmente, no somatório das suas realidades, muito forte, mas não aparece tantas vezes quanto necessário como potência internacional mundial, nomeadamente no plano económico e financeiro”.
Neste ponto, Marcelo Rebelo de Sousa abordou a 25.ª cimeira UE–China, que se realizou esta quarta-feira, em Pequim, para salientar que viu “com apreço” essa reunião e frisar que não há “razão nenhuma para a Europa não estar atenta à cooperação económica e financeira com a China”.
Marcelo salientou que isso conheceu “anos de paragens”, mas manifestou esperança de que a Europa esteja a começar a perceber que “virar-se para fora é ser maior do que virar-se para dentro”.
“E, ao virar-se para fora, esse fora (…) é um fora dentro, porque é uma realidade que existe fora e dentro da Europa, que se chama África. Parece uma evidência”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa abordou ainda o facto de Angola deter actualmente a presidência rotativa da União Africana (UA), para elogiar João Lourenço por ter assumido “três linhas estratégicas”: a defesa da paz, “uma visão continental com eixos estratégicos de mobilidade a todos os níveis” e uma “mudança de financiamento”.
“Estas três grandes linhas são linhas que só podem ser, e têm de ser compreendidas pela Europa e pela UE, desde já na cimeira entre a UE e a UA”, em Novembro, em Luanda, disse.
Para Marcelo, numa altura em que a “moda parece ser não o multilateralismo” mas “o fechamento”, essa cimeira pode ser fundamental para a Europa perceber melhor a importância da parceria com África e a importância que tem “na balança de poderes mundiais, neste momento e no futuro”.
“A importância que tem na construção de um sistema internacional com regras, com valores e com princípios fiáveis para a economia internacional poder funcionar. Tudo isso está a ser construído”, defendeu.
No final da conversa, instado a deixar uma mensagem, enquanto líder europeu, a África e à UA, Marcelo Rebelo de Sousa disse estar “muito confiante no empenhamento europeu, no que é um salto qualitativo na União Europeia” e numa “nova fase” nas relações entre os dois continentes após a cimeira de Novembro.
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O Comando Militar dos Estados Unidos em África (AFRICOM) quer reforçar a cooperação militar com Angola em vários domínios e vai continuar a sua missão no continente para garantir “segurança e prosperidade” aos africanos, disse o seu subcomandante. Por Domingos António Silva (texto) e Ampe Rogério (foto), da agência Lusa
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Em entrevista à Lusa, em Luanda, o tenente-general John W. Brennan, subcomandante do AFRICOM, afirmou que a organização vai prosseguir as suas actividades no continente africano, porque a administração do Presidente norte-americano já manifestou interesse em continuar a travar as “redes terroristas” em África.
De visita a Luanda, onde se deslocou no âmbito do reforço da cooperação com Angola no domínio militar, o oficial superior das forças armadas norte-americanas referiu que o ministro da Defesa do Governo dos EUA manifestou um claro interesse em manter a actividade do AFRICOM.
“Estamos a trabalhar para ter mais parcerias no continente e poder gerir em união estas futuras crises que possam acontecer. Além disso, na nova administração há mais um discurso sobre o desenvolvimento económico do país, porque, na verdade, o que a nova administração quer é uma África segura e próspera e isso faz parte da missão do AFRICOM”, disse John W. Brennan.
“Neste momento, não há qualquer dúvida da continuidade do AFRICOM”, sublinhou, assegurando que o comando, que conta actualmente com cerca de 5.000 militares em toda África, vai continuar a garantir a segurança nacional a nível dos Estados africanos.
Responsáveis do AFRICOM trabalham em Luanda visando o reforço da cooperação militar e formação de tropas especiais, sinalizou o tenente-general norte-americano, perspectivando explorar novas áreas de cooperação no domínio da segurança com o Governo de Angola.
“O primeiro objectivo desta visita é conseguirmos explorar mais formas de cooperação militar entre os Estados Unidos e Angola, tem havido uma crescente cooperação entre os dois países nos últimos anos e estamos ansiosos para encontrar outras formas de expandir esta relação”, disse.
De acordo com John W. Brennan, forças especiais norte-americanas e angolanas realizaram na quarta-feira, na região de Cabo Ledo, em Luanda, o quinto exercício militar conjunto, desde 2022, uma acção que potencia a parceria entre ambos os países.
Para o oficial superior dos EUA, a segurança constitui o principal ganho para Angola, no âmbito das acções conjuntas com o AFRICOM, observando que, “investindo na segurança, [se está] a investir no desenvolvimento económico de Angola”.
“E, por sua, vez assegurar também os investimentos dos EUA em Angola (…). Oferecendo a Angola exercícios de complexidade superior faz com que Angola também melhore as suas capacidades em termos de segurança, então todos estes exercícios que nós fazemos em África são liderados pelos [dois] Estados”, notou.
Sobre uma possível base militar dos EUA em Angola, o subcomandante do AFRICOM disse que não consta dos planos da organização, salientando que a base do comando continua ativa na Alemanha, sobretudo devido a logística operacional a nível da Europa.
Em relação aos atuais desafios do AFRICOM no continente, o responsável apontou a garantia da segurança dos Estados africanos: “E uma dessas componentes é conseguir evitar os grupos terroristas que podem ameaçar a segurança dos EUA”.
Questionado se a presença da Rússia e da China em África fragilizam as acções do AFRICOM, John W. Brennan salientou que a única base militar externa do território chinês em África está no Djibuti.
Em relação à Rússia, disse que esta “faz operações militares através de empresas privadas em África”.
Brennan acusou ambos os países de recorrerem a “informação falaciosa” e a “propaganda” para “manchar” a imagem dos EUA no continente africano.
Reafirmou que as relações entre os EUA e Angola estão melhores, salientando que o país africano lusófono constitui um espaço para investimentos contínuos e assegurando acções para que angolanos e africanos tenham oportunidades para resolverem os seus problemas internos.
Por sua vez, o embaixador Robert Scott, comandante adjunto para o Envolvimento Cívico-Militar do AFRICOM, enalteceu as relações bilaterais entre Angola e os EUA, potenciadas com investimentos norte-americanos no Corredor do Lobito, tendo referido que a segurança garante prosperidade.
Empresas norte-americanas, observou o diplomata, estão agora mais interessadas em investir em Angola “porque é mais estável e os militares estão a trabalhar para manter a região e garantir estabilidade (…) e isso cria um ambiente propício para investidores”, concluiu.
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Condenação de ex-rebeldes centro-africanos pelo TPI: é apenas justiça!
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O julgamento de dois ex-rebeldes centro-africanos, iniciado em 16 de fevereiro de 2021 perante a Câmara de Julgamento V do Tribunal Penal Internacional (TPI), foi concluído em 24 de julho. Após vários anos de debates contraditórios em um cenário de audiências de testemunhas de acusação e defesa, os juízes proferiram suas […]
fonte: lepays.bf
A conferência de imprensa, em Lisboa (onde volta a estar), do Presidente João Lourenço, foi interrompida no dia 24 de Novembro de 2018 por uma órfã dos massacres, ou genocídio, do 27 de Maio de 1977, que tentava recitar um poema em memória do pai, vítima da repressão ordenada por Agostinho Neto, presidente do MPLA. Recordam-se? Nós recordamos. Por Orlando Castro.
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O Presidente angolano, João Lourenço, permitiu a intervenção, mas não autorizou que declamasse o poema, considerando, pouco depois, questionado pelos jornalistas, que o caso de 27 de Maio de 1977 era “um dossiê delicado” que ainda apresentava “feridas profundas” na sociedade. A segurança encarregou-se da retirar a jovem.
“Peço desculpa, eu sou órfã do 27 de Maio, desculpe comandante”, começou por dizer Ulika dos Santos, dirigindo-se ao Presidente angolano, aproveitando uma pergunta de uma jornalista portuguesa sobre os acontecimentos daquela data.
“Sozinha [Ulika, em língua nacional umbundo], há 41 anos nós temos vindo a atravessar este silêncio ensurdecedor por parte do Governo angolano”, disse Ulika dos Santos, filha de Adelino António dos Santos, então dirigente da juventude do MPLA (partido no poder desde 1975).
“Posso ler o poema pela memória do meu pai? Tive de fugir do meu país devido ao risco de morte do meu pai”, insistiu.
O Presidente João Lourenço ainda deu instruções à segurança para que a deixassem acabar a intervenção, mas não autorizou que declamasse o poema, por se tratar de uma conferência de imprensa, com dezenas de jornalistas portugueses e angolanos.
No final da conferência de imprensa, Ulika foi levada pelos serviços de segurança, enquanto repetia, em lágrimas: “Não estou armada, só vim para ler um poema ao meu Presidente”.
Respondendo à pergunta dos jornalistas, João Lourenço assumiu que o 27 de Maio de 1977 “é um dossiê delicado”, porque “naquela ocasião Angola perdeu alguns dos seus melhores filhos”.
“O Estado angolano já reconheceu em diversas ocasiões, a última das quais muito recentemente, há dias atrás, na voz do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, (…) ter havido excessos por parte do Governo naquela altura e estamos abertos ao diálogo para vermos de que forma, não obstante terem passado décadas deste triste acontecimento, como podemos reparar as feridas profundas que ficaram nos corações de muitas famílias”, concluiu o chefe de Estado.
Estávamos a 17 de Setembro de 2016. O então ministro da Defesa de Angola e vice-presidente do MPLA, João Lourenço, denunciou tentativas de “denegrir” a imagem de Agostinho Neto, primeiro Presidente angolano.
João Lourenço discursava em Mbanza Congo, província do Zaire, ao presidir ao acto solene das comemorações do dia do Herói Nacional, feriado alusivo precisamente ao nascimento do primeiro Presidente angolano.
“A grandeza e a dimensão da figura de Agostinho Neto é de tal ordem gigante que, ao longo dos anos, todas as tentativas de denegrir a sua pessoa, a sua personalidade e obra realizada como líder político, poeta, estadista e humanista, falharam pura e simplesmente porque os factos estão aí para confirmar quão grande ele foi”, afirmou.
João Lourenço nunca se referiu ao caso na sua intervenção, mas o bureau político do MPLA criticou em Julho de 2016, duramente, o lançamento em Portugal de um livro sobre o MPLA e o primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto, queixando-se então de uma nova “campanha de desinformação”.
Em causa estava (continua a estar, estará sempre) o livro “Agostinho Neto – O Perfil de um Ditador – A História do MPLA em Carne Viva”, do historiador luso-angolano Carlos Pacheco, lançado em Lisboa a 5 de Julho de 2016, visado no comunicado daquele órgão do Comité Central do partido no poder em Angola desde 1975.
Carlos Pacheco disse na altura que a obra resulta de uma década de investigação histórica e que “desmistifica” a “glória” atribuída ao homem que conduziu os destinos do movimento que lutou pela libertação do jugo colonial português em Angola (1961/74). Contudo o livro tem sido fortemente criticado em Luanda, por parte de dirigentes e elementos afectos ao MPLA e da fundação com o seu nome.
“A República de Angola está a ser vítima, mais uma vez, de uma campanha de desinformação, na qual são visadas, de forma repugnante, figuras muito importantes da Luta de Libertação Nacional, particularmente o saudoso camarada Presidente Agostinho Neto”, lê-se no comunicado do bureau político.
Na intervenção em Mbanza Congo, João Lourenço, que falava em representação do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, sublinhou que Agostinho Neto “será sempre recordado como lutador pela liberdade dos povos” e um “humanista profundo”.
“Como atestam as populações mais carenciadas de Cabo Verde, a quem Agostinho Neto tratou gratuitamente, mesmo estando ele nas condições de preso politico. É assim como será sempre lembrado, por muitas que sejam as tentativas de denegrir”, afirmou o então ministro da Defesa e hoje Presidente (não eleito) da República.
“Em contrapartida”, disse ainda João Lourenço, os “seus detractores não terão nunca uma única linha escrita na História, porque mergulhados nos seus recalcamentos e frustrações, não deixarão obra feita digna de respeito e admiração”.
“Não terão por isso honras de seus povos e muito menos de outros povos e nações. A História encarregar-se-á de simplesmente ignorá-los, concentremos por isso nossas energias na edificação do nosso belo país”, disse João Lourenço.
Sabendo o que dizia mas não dizendo o que sabe, João Lourenço alinhava (e alinha) na lavagem da imagem de Agostinho Neto numa altura em que, como sabe o regime, os angolanos começam cada vez mais a pensar com a cabeça e não tanto com a barriga… vazia.
Terá João Lourenço alguma coisa a dizer aos angolanos sobre os acontecimentos ocorridos no dia 27 de Maio de 1977 e nos anos que se seguiram, quando dezenas de milhar de angolanos foram assassinados por ordem de Agostinho Neto?
Agostinho Neto, então Presidente da República, deu o tiro de partida na corrida do terror, ao dispensar o poder judicial, em claro desrespeito pela Constituição que jurara e garantia aos arguidos o direito à defesa. Fê-lo ao declarar, perante as câmaras da televisão, que não iriam perder tempo com julgamentos. Tal procedimento nem era uma novidade, pois, na história do MPLA tornara-se usual mandar matar os que se apontavam como “fraccionistas”.
O que terá a dizer sobre isto o agora Presidente da República, general João Lourenço?
Agostinho Neto deixou a Angola (mesmo que João Lourenço utilize toda a lixívia do mundo) o legado da máxima centralização de um poder incapaz de dialogar e de construir consensos, assim como de uma corrupção endémica. E os portugueses que nasceram e viveram em Angola, ainda hoje recordam o papel que teve na sua expulsão do país. Antes da independência declarava que os brancos que viviam em Angola há três gerações eram os “inimigos mais perigosos”.
Em 1974, duvidava que os portugueses pudessem continuar em Angola. Em vésperas da independência convidava-os a sair do país. E já depois da independência, por altura da morte a tiro do embaixador de um país de Leste, cuja viatura não parara quando se procedia ao hastear da bandeira de Angola, dirigiu-se, pela televisão, aos camaradas, para lhes dizer que era preciso cuidado, pois nem todos os brancos eram portugueses.
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COSTA DO MARFIM: AHOUA DON MELLO, CANDIDATO À PRESIDÊNCIA... Ato de indisciplina ou estratégia de guerra do PPA-CI?
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A decisão agora é oficial. Ahoua Don Mello, vice-presidente do Partido dos Povos Africanos – Costa do Marfim (PPA-CI), responsável pela promoção do pan-africanismo, confirmou a sua candidatura às eleições presidenciais de outubro próximo, a 23 de julho de 2025. Esta decisão surge num contexto marcado por incertezas em torno da participação de Laurent Gbagbo, […]
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fonte: lepays.bf
O CARDEAL PHILIPPE OUEDRAOGO A SEUL, SOBRE A CRISE DE SEGURANÇA NO SAHEL: “As gerações futuras perguntarão: o que vocês estavam fazendo quando a África estava queimando?”
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Não é a religião que mata. Essas são as ideologias do ódio. E nossa responsabilidade é desmascará-las. Foi o que observou o Arcebispo Emérito de Ouagadougou, Cardeal Philippe Ouédraogo, ao falar sobre a situação de segurança em Burkina Faso durante a reunião da fundação pontifícia da qual participou nos dias 10 e 11 de julho de 2025 em Seul, Coreia do Sul. O Arcebispo, deste pódio, apelou a toda a humanidade para que apoie urgentemente o seu país na luta contra o terrorismo.
Em primeiro lugar, gostaria de dirigir à nossa augusta assembleia uma cordial saudação da África, de Burkina Faso, em particular da Igreja da Família de Deus de Ouagadougou, da qual sou Arcebispo Emérito desde 16 de dezembro de 2023. Permitam-me saudar particularmente Sua Eminência Andrew Cardeal YEOM SOO-JUNG, Arcebispo Emérito de Seul. Criados cardeais juntos em 22 de fevereiro de 2014 pelo Papa Francisco, continuamos amigos. Com ele, damos graças a Deus pela frutífera cooperação missionária entre a arquidiocese de Seul e a de Ouagadougou.
Ao Reverendo Padre John PAK e a todos os organizadores, expresso minha sincera gratidão pelo gentil convite para participar do décimo aniversário da organização da Igreja que Sofre na Coreia.
"A Igreja em Burkina Faso, uma testemunha de Esperança diante da perseguição do extremismo islâmico violento" é o tema proposto para minha apresentação. Sinceros agradecimentos pelo seu interesse no sofrimento da nossa humanidade, da nossa casa comum. Estou entre vocês para testemunhar como filho e pastor de uma terra devastada pelo terrorismo violento em Burkina Faso, no Sahel da África Ocidental. Vim para levar a voz de um povo sem voz, que sofre, mas luta para permanecer de pé com dignidade e paz verdadeira.
Nossa apresentação-testemunho evoluirá em diversas perspectivas, incluindo:
– A tragédia da violência terrorista no Burkina Faso
– A missão e o testemunho da Igreja Católica
– O desafio da consciência mundial.
EU . A tragédia da violência terrorista no Burkina Faso
Por quase uma década, Burkina Faso se tornou, apesar de tudo, palco de uma violência multifacetada, persistente, assassina e metódica. Uma violência que se enraizou e se espalha cegamente entre a população. O país caiu gradualmente em um ciclo de instabilidade marcado por ataques mortais, sequestros, destruição de infraestrutura estatal e privada, deslocamento em massa de populações, sem mencionar sucessivos golpes militares... Várias regiões do país foram afetadas.
Os números são impressionantes. De acordo com dados do ACNUR, OCHA e relatórios cruzados de ONGs nacionais e internacionais em 2024:
–Mais de 8.000 pessoas foram mortas em ataques direcionados, confrontos armados ou assassinatos de civis inocentes. E isso sem contar os desaparecidos, os feridos, os mutilados física e psicologicamente.
– Mais de 2,2 milhões de pessoas deslocadas internamente foram registradas até o momento, a maioria das quais são mulheres, crianças e idosos. Famílias inteiras vivem em condições precárias, em acampamentos improvisados, sem acesso estável a água, comida, educação ou assistência médica básica.
– Há mais de 35.000 refugiados burkinabes que fugiram para países vizinhos (Togo, Gana, Benim, Costa do Marfim), em situações de insegurança alimentar aguda.
– Quase 6.000 escolas foram fechadas, privando mais de um milhão de crianças do direito básico à educação. Uma geração inteira está sendo sacrificada.
– Centenas de centros de saúde estão destruídos ou fechados. A cobertura de saúde está entrando em colapso. A desnutrição infantil está aumentando exponencialmente. O acesso a cuidados psicológicos é quase inexistente.
– Centenas de milhares de hectares de terras agrícolas estão abandonados. O tecido econômico local está desintegrado. Mercados, celeiros e estradas são controlados ou minerados.
Esta tragédia vai além das fronteiras de Burkina Faso. Faz parte de uma dinâmica saheliana, até mesmo regional e global. Ela desafia a África, ela desafia a humanidade. Por exemplo, Mali, Níger e Burkina Faso, diante da tragédia do terrorismo, formaram a Confederação dos Estados do Sahel. O que esses países estão vivenciando hoje é a consequência da desordem global, um acúmulo de fraquezas ignoradas, silêncios cúmplices e, às vezes, uma geopolítica cínica. Esta não é mais uma crise pontual. Esta é uma crise existencial. Uma crise de civilização. E exige uma resposta humana, espiritual, institucional e moral à altura do drama vivido pela população.
Nesta perspectiva, o Papa Francisco, na sua Encíclica Fratelli Tutti, desafia-nos claramente:
“O sofrimento de um povo não é algo distante. É um chamado para redescobrir a consciência de que somos uma comunidade global.” (Fratelli Tutti, §25).
II. Violência sem fronteiras religiosas
Diante dessa trágica realidade, muitas pessoas, de longe, procuram dar uma explicação simplista: a de um conflito religioso entre cristãos e muçulmanos. No entanto, quando olhamos mais de perto, quando ouvimos as populações envolvidas, quando examinamos as histórias de sobreviventes, autoridades consuetudinárias, pastores e imãs, surge outro quadro muito mais complexo.
É verdade que houve ataques a igrejas. É verdade que padres, catequistas e fiéis cristãos foram mortos durante celebrações litúrgicas ou por causa de sua fé. É verdade que comunidades cristãs inteiras foram forçadas a fugir, e que templos e igrejas foram queimados, profanados ou fechados.
Mas é igualmente verdade que:
– mesquitas foram atacadas, algumas durante as orações de sexta-feira.
– imãs foram executados porque pregavam uma versão moderada e pacífica do Islão
– Escolas corânicas foram fechadas ou destruídas.
– Aldeias de maioria muçulmana foram atacadas indiscriminadamente.
Na realidade, todas as comunidades são afetadas. Todas as religiões estão de luto. A religião está sendo usada para poder, controle e terror.
É preciso dizer claramente: grupos armados violentos não têm religião. Eles têm uma ideologia. E essa ideologia não tem outro objetivo senão semear a divisão, opor comunidades, quebrar a solidariedade tradicional que une os burkinabes além das afiliações religiosas. Eles se baseiam na ignorância, em feridas mal cicatrizadas, em frustrações acumuladas, para colocar as pessoas umas contra as outras.
No entanto, Burkina Faso tem uma longa tradição de coexistência religiosa pacífica. Esse tecido social é hoje visado justamente por ser um baluarte contra o extremismo. Ao destruir locais de culto, estigmatizar grupos e semear o medo, grupos extremistas buscam destruir não apenas vidas humanas, mas também um modelo social, uma herança comum de fraternidade.
Portanto, não caiamos na armadilha: rejeitemos o medo, a confusão e o discurso divisivo.
O conflito atual não é religioso. É política, econômica, identitária, geoestratégica. Ela se disfarça de religião para se legitimar, mas na realidade a trai. E nesta tempestade, a Igreja de Burkina Faso continua a proclamar alto e bom som: “Somos chamados à unidade, à paz e ao amor mútuo. »
É por isso que devemos ser lúcidos, corajosos e profundamente enraizados na nossa fé para não cairmos na armadilha da divisão. Porque uma comunidade dividida é uma comunidade enfraquecida:
“Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. » (Marcos 3:25)
Neste espírito, o Santo Padre recordou na Declaração de Abu Dhabi (2019):
“O terrorismo não é causado pela religião ou crenças religiosas, mas pela má interpretação de textos sagrados e políticas injustas. »
Não é a religião que mata. Essas são as ideologias do ódio. E nossa responsabilidade é desmascará-los.
fonte: lepays.bf
quarta-feira, 23 de julho de 2025
Muita séria essa informação: "Guineense no corda sentido!" - Vale a pena ler: Guiné-Bissau Não Se Venda Dignidade, Justiça e Futuro!
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Não sou guineense. Nem tenho a pretensão de me imiscuir nos vossos assuntos internos – Apenas, um irmão cabo-verdiano, em luta e em sonhos.
O que aqui deixo é um apelo, sincero e comovido, de alguém que observa de fora, mas que deseja profundamente o progresso de um povo irmão, dono de uma história rica, de uma cultura vibrante e de um potencial imenso, chamado Guiné-Bissau, considerado um exemplo de coragem e bravura, este país destacou-se pela determinação do seu povo, que, lado a lado com o povo irmão de Cabo Verde, enfrentou e derrubou o colonialismo com firmeza e heroísmo, tornando-se símbolo de resistência e luta pela liberdade.
Tenho acompanhado, com atenção e tristeza, o cenário político da Guiné há já algum tempo. E o que se revela aos olhos de qualquer observador externo é uma nação sufocada por práticas que comprometem o seu futuro. O maior problema da Guiné-Bissau não é a falta de recursos( todos sabem disso…), nem de inteligência, nem de um povo ansioso por mudança. O maior problema é a persistência de parasitas do sistema, “políticos empresários do estado” e, digo mais… até membros do sistema judicial que trocaram os princípios básicos de uma sistema que deveria ser decente por favores, influência e dinheiro sujo. Há algo profundamente errado quando a justiça se curva aos interesses do terceiro. Quando os tribunais se tornam palco de manipulações. Quando os homens da toga, aqueles que deveriam ser os últimos bastiões da integridade, carater e coerência se deixam comprar por dinheiro sujo, calando verdades, atrasando processos, revogando sentenças em nome de interesses ocultos. Senhores magistrados, juristas, advogados: o vosso diploma vale mais que qualquer maço de notas oferecido por quem quer que seja, inclusive (e sobretudo), do atual regime. Não há dinheiro que compre a dignidade de um povo. Não há cargo que valha o sacrifício de um país inteiro. O vosso silêncio, a vossa omissão e a vossa cumplicidade custam caro não a vocês apenas, mas aos vossos filhos, netos, à nova geração que nascerá já com as mãos atadas se nada for feito agora. E aqui me dirijo diretamente à classe militar da Guiné-Bissau: Homens e mulheres de farda, a vossa missão é sagrada. Sois guardiões do povo, da soberania e da legalidade da república. A vossa farda não é um símbolo de privilégio de circunstancias, de manipulações, mas de responsabilidade para com o vosso povo. Honrem-na. Recusem o suborno. Não se deixem seduzir pelas migalhas daqueles que roubam do povo para manter o poder. Ser militar é servir. É proteger. É sacrificar-se, se necessário, por um bem maior. Quando vos rendem dinheiro para silenciar-vos, para afastar-vos do vosso dever, estão a transformar-vos em cúmplices da miséria, da injustiça e da vergonha nacional. O povo espera de vós coragem, e não submissão. Espera firmeza, e não complacência. Espera exemplo, e não omissão. Governar e fazer cumprir as leis da república é um ato nobre e só aqueles que têm verdadeiro sentido de Estado podem alcançar esse desígnio. A história não se esquece dos que serviram com honra. Mas também não perdoa os que traíram o povo em troca de benesses imediatas. Se não, vejamos o exemplo do que se passou em Burkina Faso, onde um jovem militar, movido por coragem e verdadeiro patriotismo, assumiu os destinos do país e pôs fim ao sofrimento do seu povo através de políticas de nacionalismo e soberania. Não se tratou de vaidade pessoal, mas de compromisso com a pátria. A Guiné-Bissau também pode renascer se os seus militares forem dignos do povo que dizem proteger. Se forem imparciais, incorruptíveis e determinados a romper com os esquemas de dominação e corrupção que minam a pátria. Aos políticos e governantes da Guiné, deixo esta súplica: não se vendam. Não vendam a pátria. Não traíam a memória dos que lutaram pela vossa terra. Lembrem-se de Amílcar Cabral, o homem que recusou conforto, recusou vantagens, recusou um bom emprego em Portugal porque entendeu que a liberdade do seu povo valia mais que qualquer bem material. Ele pagou com a vida. Pagou caro, mas com honra. É hora de romper com o ciclo da corrupção. De estabelecer uma nova cultura: intransigente à impunidade, intolerante à compra de consciências, vigilante dos princípios republicanos. Guiné-Bissau precisa de uma elite que pense além do seu umbigo. Que veja o país com olhos de futuro. Que não aceite mais ser manipulada por chefes políticos travestidos de benfeitores. Dinheiro sujo não constrói escola, não alimenta hospitais, não gera empregos. Dinheiro sujo apenas envenena, enfraquece e mata silenciosamente uma nação inteira. Homens e mulheres da justiça, da educação, da política, da sociedade civil, e acima de tudo, vocês, soldados e oficiais da república, não aceitem mais o dinheiro de quem corrompe. Não permitam que a Guiné continue de joelhos diante da mentira. O mundo vos observa, mas mais importante ainda: os vossos filhos também.
fonte: bambaramdipadida.blogspot.com (transcrito por djemberem.blogspot.com).
quarta-feira, 16 de julho de 2025
Desenvolvimento de PME no Benim: Presidente Patrice Talon valida o plano estratégico 2024-2029 da ADPME.
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Reunido em Conselho de Ministros em 23 de abril de 2025, o governo beninense aprovou o plano estratégico 2024-2029 da Agência para o Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas (ADPME). O objetivo desta medida é estruturar e impulsionar de forma sustentável o ecossistema empreendedor nacional. De acordo com o relatório oficial, este plano "visa permitir que a Agência tenha uma ferramenta de planeamento de médio prazo e um quadro de programação para todas as suas intervenções durante o período de referência". Também permitirá que a ADPME "faça escolhas estratégicas com vistas à implantação de suas ferramentas operacionais", no cumprimento de sua missão de orientação, apoio, financiamento e facilitação de acesso a mercados para MPMEs. O documento é acompanhado por um plano de ação detalhado e uma estrutura de medição de desempenho, "em uma abordagem mista envolvendo todos os principais participantes do ecossistema empreendedor no Benim". A visão do plano é ambiciosa: "Até 2029, micro, pequenas e médias empresas beninenses, com uma rede fortalecida, surgirão e contribuirão para a transformação estrutural da economia beninense." Para garantir uma implementação rigorosa, "o Ministro das Pequenas e Médias Empresas e da Promoção do Emprego é instruído a assegurar a operacionalização eficaz das ações selecionadas", de acordo com a ata do Conselho de Ministros.
fonte: .latribunedelacapitale.info
Morte de Muhammadu Buhari: Nigéria perde uma figura emblemática de sua história.
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Morte de Muhammadu Buhari: Nigéria perde uma figura emblemática de sua história.
Londres, 13 de julho de 2025 — O ex-presidente nigeriano Muhammadu Buhari morreu neste domingo aos 82 anos em uma clínica de Londres, após uma longa doença. A notícia, confirmada por seu ex-porta-voz Garba Shehu, provocou uma onda de emoção na Nigéria e em outros lugares. Uma viagem marcada pelo rigor e pela polémica
Nascido em 1942 no estado de Katsina, Buhari se estabeleceu como uma figura-chave na política nigeriana. Oficial militar por formação, ele chegou ao poder em 1983 por meio de um golpe de estado, antes de ser deposto dois anos depois. Trinta anos depois, ele retornou à vanguarda como presidente eleito, tornando-se em 2015 o primeiro líder da oposição a derrotar um presidente em exercício na história democrática da Nigéria. Seu mandato, renovado em 2019, foi marcado por uma luta feroz contra a corrupção e a insegurança, em especial contra o Boko Haram. Mas seu estilo austero e decisões controversas — como a proibição do Twitter em 2021 — também atraíram críticas ferozes. Reações e homenagem nacional
O atual presidente, Bola Ahmed Tinubu, expressou sua "profunda tristeza" e ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro em todo o país. O vice-presidente Kashim Shettima foi enviado a Londres para acompanhar os restos mortais do ex-chefe de Estado até sua repatriação.
Nas ruas de Abuja, Lagos e Kano, as homenagens se multiplicam. Nas redes sociais, milhares de mensagens prestam homenagem à memória de um homem cuja carreira moldou diversas gerações. Detalhes do funeral oficial serão anunciados nos próximos dias. Uma herança contrastante
Enquanto alguns elogiam sua integridade e seu desejo de restaurar a ordem, outros apontam os excessos autoritários de seu primeiro mandato e os limites de suas reformas econômicas. “Buharismo”, um termo frequentemente usado para descrever seu estilo de governança, continua sendo um tópico de debate entre historiadores e cientistas políticos. A morte de Muhammadu Buhari marca o fim de uma era para a Nigéria. Entre o rigor militar e as aspirações democráticas, sua trajetória ilustra as tensões e esperanças de um país em busca de estabilidade. Quer a história se lembre de seus sucessos ou de suas contradições, uma coisa é certa: Buhari deixou uma marca indelével no cenário político africano.
fonte: .latribunedelacapitale.info
Guerra de liderança dentro da maioria presidencial: o fogo arde sob as cinzas.
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(Talon terá sucesso no desafio de coesão dentro de sua trupe?). Faltando menos de um ano para as eleições gerais de 2026, a maioria presidencial no Benin, embora aparentemente unida em torno do presidente Patrice Talon, está enfrentando rachaduras. Tensões latentes e batalhas por influência entre figuras-chave ameaçam a coesão interna e colocam em questão a capacidade do chefe de Estado de manter a harmonia dentro de suas tropas à medida que esses prazos cruciais se aproximam. Nem tudo são flores na maioria presidencial. Embora todos os jogadores pareçam estar unidos em torno da liderança de Patrice Talon, as frustrações estão surgindo e provavelmente acabarão sendo vistas. De fato, a reforma do sistema partidário, iniciada durante o primeiro mandato do presidente Talon, teve como objetivo racionalizar o cenário político beninense agrupando os vários partidos existentes em grandes blocos. Essa abordagem resultou na criação de várias entidades dentro da maioria: a União Progressista para a Renovação (UPR) e o Bloco Republicano (BR), Moelle-Bénin e o Rally Nacional. Embora essa polarização tenha permitido maior clareza política, ela também, inevitavelmente, cristalizou ambições internas e rivalidades de liderança.
Vozes discordantes e ambições demonstradas
Vários sinais indicam uma crescente excitação na maioria. Por um lado, figuras como Jacques Ayadji, um aliado do regime, exibem posições que, embora às vezes matizadas, podem ser percebidas como uma forma de distanciamento ou crítica construtiva. Por outro lado, personalidades como Bertin Koovi não hesitam em denunciar publicamente o que percebem como disfunções. Suas intervenções regulares, marcadas por críticas, mesmo que às vezes ignoradas por alguns, destacam pontos internos de atrito e insatisfação que o governo está lutando para conter. Essas vozes, embora nem sempre estejam no centro do sistema, ressoam na opinião pública e podem inspirar outros atores menos visíveis. Além das personalidades, a rivalidade mais significativa se manifesta no nível dos dois gigantes majoritários: o UP-R e o BR. Esses dois partidos, que deveriam trabalhar juntos harmoniosamente, estão envolvidos em uma corrida silenciosa pela liderança e controle da ação governamental. A disputa entre os dois blocos por cargos-chave, visibilidade na mídia ou direcionamento de políticas públicas se tornou comum. Cada partido busca mostrar que está liderando a visão presidencial, que é mais eficaz, mais leal ou que representa melhor a base eleitoral. Essa competição, saudável em seu princípio democrático, às vezes pode degenerar em atrito quando ambições individuais ou coletivas prevalecem sobre o interesse superior da coesão da maioria. Nomeações para cargos estratégicos, decisões orçamentárias e até intervenções públicas estão se tornando áreas discretas, mas reais, de confronto.
fonte: lanouvelletribune.info/2025/07
“Depois de uma longa luta…”: Kylian Mbappé de luto anuncia notícia de partir o coração.
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Com o coração pesado, Kylian Mbappé compartilhou uma notícia terrível. Lorenzo, o menino de 10 anos que ele havia acolhido, faleceu após uma longa batalha contra a doença. O jogador do Real Madrid lhe prestou uma homenagem emocionante.
No dia 19 de janeiro, Lorenzo, de 10 anos, viveu um verdadeiro conto de fadas. Sofrendo de glioblastoma, um câncer cerebral incurável, seu sonho era ver e conhecer seu ídolo: Kylian Mbappé. Comovido com a história da criança, o jogador do Real Madrid fez de tudo para realizar seu desejo. E quando dizemos tudo, queremos dizer tudo mesmo! O internacional francês não fez as coisas pela metade, já que para a ocasião, o antigo colega de Neymar fretou um avião privado para Lorenzo e a sua família, convidando-os a Madrid para assistirem a um jogo do Real Madrid, sentados na tribuna VIP do estádio Santiago Bernabéu. E isso não é tudo! Após o apito final, Lorenzo teve o privilégio de conhecer vários jogadores do Real Madrid, incluindo Vinícius Júnior e Jude Bellingham, além do presidente do clube, Florentino Pérez.
fonte: actu.voici.fr
África: Trump deporta migrantes não africanos para este país.
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O governo Trump causou ondas de choque ao enviar dezenas de migrantes de volta para El Salvador. Alegando agir em nome da segurança nacional, ela os transferiu para a prisão do CECOT, sem julgamento ou provas concretas, desafiando ordens judiciais. Esses indivíduos, em sua maioria venezuelanos, foram detidos em condições severamente criticadas por organizações de direitos humanos. Esse precedente, amplamente denunciado no cenário internacional, prenunciou novos métodos expeditos na gestão migratória dos Estados Unidos.
Uma expulsão inesperada para Eswatini
Desta vez, o executivo americano voltou sua atenção para o sul da África. Em 15 de julho, cinco estrangeiros foram forçados a deixar os Estados Unidos a bordo de um voo fretado especialmente para Eswatini, um pequeno reino sem litoral entre a África do Sul e Moçambique. Foi o que a administração publicou em sua conta X (antigo Twitter). Este grupo é composto por cinco homens de diversas origens: Cuba, Laos, Vietnã, Jamaica e Iêmen. Todos tinham em comum um status imigratório considerado irregular por Washington e condenações criminais.
fonte: lanouvelletribune.info/2025/07
ANGOLA: FOME É RELATIVA. POBREZA TAMBÉM.
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O programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN) chega ao fim, após sete anos de implementação, com balanço positivo, apesar de a insegurança alimentar persistir no sul do país, disse hoje a coordenadora.
OFRESAN, financiado pela União Europeia com 65 milhões de euros, foi executado entre 2018 e 2025 nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, com foco na redução da fome, da pobreza e da vulnerabilidade climática.
“O balanço do programa FRESAN é claramente positivo, resultado de um trabalho de articulação entre as várias áreas sectoriais que concorrem para a segurança alimentar e nutricional”, afirmou à Lusa Patrícia Carvalho, coordenadora geral do programa, destacando as áreas da agricultura, saúde, nutrição, protecção civil, ambiente e meteorologia.
Patrícia Carvalho destacou, em particular, “o apoio directo às comunidades no acesso à água, um dos pilares estruturais do programa”.
O FRESAN foi implementado por quatro parceiros principais — Camões IP, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e hospital Vall d’Hebron — em articulação com o Governo de Angola, bem como organizações não governamentais e parceiros locais.
Dados fornecidos pelo FRESAN indicam que foram construídas mais de 500 infra-estruturas de água beneficiando mais de 300 mil pessoas e apoiados 16.175 camponeses e pastores.
Destaca-se ainda a capacitação de 12.186 membros de cooperativas e associações agrícolas e o reforço da capacidade de comercialização de produtos agrícolas para 3.955 agricultores, superando os 1.750 previstos inicialmente.
O programa permitiu também instalar seis estações meteorológicas automáticas integradas no sistema do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Angola (INAMET) e promoveu escolas de campo para agricultores e campanhas de educação nutricional com foco nos primeiros mil dias de vida das crianças.
Apesar dos avanços, os indicadores continuam preocupantes, já que a intervenção criou capacidade técnica e institucional, mas não eliminou as causas estruturais da fome.
Por isso, os resultados alcançados só poderão ser sustentados se houver continuidade e reforço das intervenções, coordenação intersectorial e soluções a longo prazo, salientou.
“Obviamente que um dos factores críticos é que se consiga, de alguma forma, ao longo do tempo, perpetuar estes resultados, dar-lhe consistência e escala, mas também nesse sentido reforçar que todas as intervenções estão de facto alicerçadas em outros programas e projectos do Governo [angolano]. Entendemos que o caminho futuro permitirá consolidar estes resultados e dar-lhe uma maior escala”, sustentou.
O encerramento do programa decorre esta semana com uma cerimónia oficial no Namibe, antecedida por visitas de campo, debates e uma gala cultural, evento que reúne representantes do Governo angolano, da União Europeia e das várias agências e organizações não governamentais envolvidas.
MILHÕES ALIMENTAM-SE DE… FOME
Opresidente do “Tchota Angola”, plataforma de Organizações Não-Governamentais (ONG), Toni-A-Nzinga, afirmou no dia 26 de Novembro do ano passsado que a fome no país (a tal que segundo o general João Lourenço não existia e depois passou a relativa) ganhou “proporções desafiantes”, questionando as celebrações dos 50 anos de independência com “milhares de cidadãos em condições miseráveis”. Vinte milhões de angolanos são pobres, recorde-se.
De acordo com o pastor evangélico, que na altura falava na abertura da “Conferência Nacional Sobre Recursos Naturais: Fome e Riqueza”, a fome em Angola ganhou “proporções muito desafiantes”, apesar dos abundantes recursos naturais, traduzidos em “malefícios” para os cidadãos.
“Este ano a pobreza está mais forte (…), todos precisam de reflectir com seriedade sobre este fenómeno da fome que assola o nosso país. Mesmo com a exploração permanente dos recursos, mesmo após o fim da guerra civil há 22 anos, a fome aperta e os desafios são maiores”, lamentou Toni-A-Nzinga.
Para o presidente do “Tchota Angola”, plataforma da sociedade civil angolana focada na gestão e exploração dos recursos naturais, todas as forças vivas do país devem encontrar soluções para os problemas de hoje e “não apenas um grupo de cidadãos que dirige o país”, criticou, aludindo ao Governo, do MPLA há 50 anos.
A riqueza do país “deve reflectir-se na melhoria das condições de vida dos cidadãos e não nas viaturas e casas de luxo que construímos”, salientou.
Toni-A-Nzinga questionou também os termos e motivações das celebrações dos 50 anos de independência de Angola, a serem assinalados em 11 de Novembro de 2025, quando “milhares de cidadãos vivem em condições miseráveis”. Recorde-se que o general João Lourenço não se cansa de dizer que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500.
“Isto é celebração?”, questionou, considerando que “enquanto as populações estiverem a viver em condições miseráveis, (…) não estamos independentes”.
Toni-A-Nzinga criticou a postura dos políticos que, no seu entender, no parlamento, defendem apenas a militância e não a cidadania para o desenvolvimento inclusivo e democrático do país. “Para Angola ser democrática todos devem participar no processo de cidadania”, notou, apontando para a necessidade de “todos os cidadãos acordarem” em prol do desenvolvimento equilibrado e inclusivo do país, salientando que os recursos naturais “devem ser uma bênção e não malefício” para os cidadãos.
O contraste entre a abundância de recursos naturais e a situação de fome nas comunidades afectadas pela exploração, situação dos direitos humanos em contexto de exploração de recursos naturais e os desafios para transparência na indústria extractiva são alguns dos temas em abordagem nesta conferência.
Milhares de cidadãos, entre políticos, activistas e demais atores da sociedade angolana, marcharam no sábado, em Luanda, contra a fome.
Em Angola não há, formal e legalmente, pena de morte. Isso não impediu, por exemplo, o então Presidente Agostinho Neto de mandar matar milhares e milhares de angolanos nos massacres de 27 de Maio de 1977.
Em Angola não há, formal e legalmente, pena de morte, mas há 20 milhões de pobres, há crianças a morrer à fome. Muitas famílias abandonam as suas cubatas e as suas aldeias à procura de qualquer coisa que sirva para enganar a barriga… vazia. As crianças são geradas com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.
Em Novembro de 2021, a Unicef queria garantir o tratamento imediato da desnutrição severa de 10 mil crianças no sul de Angola, região que enfrentava (e continua a enfrentar) uma das piores crises dos últimos 40 anos, anunciou a organização. Ao que parece, o MPLA (que está no Poder há 50 anos) desconhecia que o sul de Angola faz parte de… Angola!
A Unicef adiantava na altura estar a trabalhar com os governos de províncias do sul de Angola num projecto financiado pela Direcção de Protecção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO) que visava “fornecer serviços nutricionais essenciais de qualidade para crianças menores de cinco anos de idade”.
A agência da ONU falava do aumento da insegurança alimentar e um número cada vez maior de crianças a sofrer de desnutrição. A morrer de fome, dizemos nós. E dizemos há muito, muito tempo. Mas, é claro, formal e legalmente Angola não tem pena de morte.
A Convenção sobre os Direitos da Criança é o tratado internacional mais ratificado em toda história. Nunca mais chega a altura de todos os dias do ano serem dia das crianças. Então em África, então em Angola…
Como sempre, Angola ratificou a Convenção em 1990 manifestando desta forma o seu pleno compromisso com a realização de cada direito da criança. Contudo, as nossas crianças continuam a ser geradas com fome, a nascer com fome e a morrer, pouco depois, com… fome. Mas, relembre-se que formal e legalmente Angola não tem pena de morte.
O Governo do MPLA mostra, também nesta matéria, que assinar “coisas”, legislar, propagandear é a sua principal arma. Quando toca a cumprir é que o rabo torce a porca…
“O cenário actual é desafiador mas é importante que esta crise não se transforme numa crise dos direitos da criança. Falhar com a criança e os seus direitos hoje, é falhar com o presente e o futuro. Nenhuma sociedade prospera se os direitos da criança não forem protegidos”, afirmou em tempos Ivan Yerovi, representante da Unicef em Angola. Mas, dirá o MPLA, em Angola, formal e legalmente, não há pena de morte.
Angola fracassou no alcance das metas definidas no protocolo internacional dos 11 compromissos da criança, dizem analistas angolanos para quem é necessário que o Governo do MPLA tenha (como é seu dever) um papel mais activo para que se cumpram esses objectivos.
Os 11 compromisso são “a esperança de vida ao nascer”, a “segurança alimentar e nutricional”, o “registo de nascimento”, a “educação da primeira infância”, “a educação primária e formação profissional”, “ justiça juvenil”, “prevenção e redução do impacto do VIH/SIDA nas famílias e nas crianças”, “a prevenção e combate à violência contra criança”, “a protecção social e competências familiares”, “a criança e a comunicação social, a cultura e o desporto” e “a criança no plano nacional e no Orçamento Geral do Estado”.
Recordar-se-á o general João Lourenço que o seu partido/Estado garantiu que “o Governo iria materializar o estabelecido nos instrumentos jurídicos, nacionais e internacionais, aplicáveis à protecção e à promoção dos direitos inalienáveis da pessoa humana e da criança em particular”?
Como anedota até não esteve mal. Mas a questão das nossas crianças não se coaduna com os histriónicos delírios de um regime esclavagista que as trata como coisas. Seja como for, formal e legalmente, Angola não tem pena de morte, e isso basta…
fonte: folha8
CHINA “APROVA” CONTAS À MODA DO MPLA.
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O director-geral da Unidade de Gestão da Dívida (UGD) angolana destacou hoje a trajectória descendente da divida à China, maior credor de Angola, que diminuiu, desde 2023, mais de dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros).
Dorivaldo Teixeira, que falava na apresentação do balanço do Plano Anual de Endividamento (BPAE) referente ao 1.º semestre de 2025, referiu que o Governo angolano tem vindo a diminuir a dívida com a China, sobretudo a colacteralizada com o petróleo (empréstimo em que o petróleo é usado como garantia ou colateral para pagamento do financiamento).
“Há dois anos estávamos com cerca de dez mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), actualmente ao fecho do primeiro semestre estamos a cerca de 8,9 mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de euros), a nossa perspectiva é que provavelmente até final do ano essa dívida esteja no limiar dos 7,5 mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros)”, referiu.
No primeiro semestre de 2025, a dívida governamental angolana atingiu os 61,9 mil milhões de dólares, sendo 16,7 mil milhões de dólares (14,1 mil milhões de euros) dívida interna e 45,2 mil milhões de dólares (38,3 mil milhões de euros) dívida externa.
Quanto ao serviço da dívida externa, Dorivaldo Teixeira sublinhou que a execução está dentro dos parâmetros, actualmente no limiar dos cinco mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) “em linha com aquilo que é a programação”.
O responsável frisou que, face ao nível de incerteza conjuntural, Angola viu limitada a sua capacidade de aceder aos financiamentos externos, que servem sobretudo para cobrir a execução de projectos já financiados.
“Para a execução do Orçamento Geral do Estado, temos estado a recorrer ao financiamento interno maioritariamente”, sublinhou.
Do ponto de vista do endividamento externo regista-se uma descida contínua, um espaço que tem sido assumido maioritariamente pelo endividamento interno, 99% feito com taxa fixa, acrescentou Dorivaldo Teixeira.
“A necessidade de nós utilizarmos mais endividamento interno para conseguir satisfazer as necessidades de financiamento das actividades do Estado, é também uma meta do ponto de vista da estratégia de médio e longo prazo, pretendemos criar condições para que seja possível o Estado angolano financiar-se mais internamente do que externamente, [mas] vamos precisar sempre de endividamento externo”, disse.
De acordo com Dorivaldo Teixeira, o ‘stock’ da dívida desde 2022 tem estado a cair anualmente dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros).
Face à volatilidade do preço do petróleo, o Estado angolano assume sempre “uma posição de cautela”, disse Dorivaldo Teixeira, acrescentando que tem sido monitorado o comportamento do preço do petróleo e desenhados cenários que permitam reagir, havendo essencialmente racionalidade da despesa.
Segundo o responsável, num contexto de maior incerteza, Angola tem estado a honrar as suas responsabilidades, salientando que as reservas internacionais do país aumentaram, de 14 mil milhões de dólares para 15,5 mil milhões de dólares, com o endividamento a reduzir.
“É um contexto de incerteza em que limita do lado de quem investe a alocação de capital, mas parece-nos que há sinais positivos do nosso lado”, sublinhou, destacando que a percecção de risco associada a Angola está muito ligada ao preço do petróleo.
Relativamente ao mercado dos Eurobonds, Angola tem um vencimento em Novembro de cerca de 864 milhões de dólares (733,4 milhões de euros), desafio que o Estado está a “criar condições” para o enfrentar.
Dorivaldo Teixeira disse que os números são animadores, mas exige vigilância, porque a dívida angolana contém elementos de risco, “por exemplo a exposição muito alta à moeda externa”.
DÍVIDA À CHINA? SÃO JINGUBA…
Há pouco mais de um ano (Março de 2024) o embaixador chinês em Angola, Zhang Bin, repetia a tese habitual, aprovada pelo Presidente do MPLA, que a negociação da dívida entre Pequim e Luanda era “amistosa”. Ou seja, para além de o paraíso ficar mais próximo, o general João Lourenço tem mais um forte motivo para dizer que o MPLA fez mais em 50 anos do que Portugal em 500…
Zhang Bin acrescentou que os países precisam de empréstimos para se desenvolver e que, para resolver as questões da dívida, devem resolver as questões do desenvolvimento. O brilhantismo analítico dos chineses nada deve ao do MPLA. Ou vice-versa.
As declarações foram feitas durante uma conferência de imprensa em Luanda, onde fez um rescaldo da visita de então do Presidente angolano, general João Lourenço à China, na qual se fez acompanhar – mostrando o alto nível da democracia e do Estado de Direito do seu reino – do Presidente do MPLA (João Lourenço), do Titular do Poder Executivo (João Lourenço) e do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas (João Lourenço).
“De facto, alguns países africanos têm dificuldade em pagar as suas dívidas e a China presta atenção a esta questão”, disse Zhang Bin, sublinhando que a China ofereceu, em 2020, uma moratória da dívida aos países mais vulneráveis e assinou acordos de reformulação da dívida com vários países.
Durante a visita de João Lourenço, recorde-se, foram negociados novos termos para o pagamento de “pequena” dívida de Angola à China, 17 mil milhões de dólares (15,7 mil milhões de euros), e que dava a Angola (há 50 anos nas mãos do MPLA) o título de maior devedor africano à China.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, disse na mesma altura, em Shangdong, que o acordo não envolvia uma moratória, mas sim uma “refundação da mecânica de reembolso”, que envolve uma diminuição da reserva de garantia associada às prestações.
Zhan Bing sublinhou que a China não faz “exigências ou pressões” em termos de dívida e que as negociações entre Angola e China neste domínio têm sido “amistosas”, levando à suspensão de pagamentos em 2020 e à “harmonização de divida” (“mecânica de reembolso” em linguagem do MPLA), através de um mecanismo que optimiza o serviço de dívida.
“Este ajustamento de harmonização reuniu consensos das duas partes e é uma resolução razoável e satisfatória que dá uma base sólida para a futura cooperação China-Angola”, realçou o diplomata.
Questionado sobre os casos judiciais que envolvem a China International Fund (CIF) e antigos dirigentes angolanos de topo, como Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino do Nascimento Fragoso “Dino” e o ex-vice-presidente e ex-patrão da Sonangol, Manuel Vicente, que terá desviado milhões de dólares da petrolífera estatal angolana através de negócios com a CIF, adiantou que a empresa foi fundada e registada em Hong Kong e os seus investimentos em África nada têm a ver com o Governo chinês. “É uma empresa privada”, reforçou.
Segundo Zhang Bin, China e Angola assinaram depois desta visita uma parceria de cooperação estratégica global, evoluindo para um nível mais elevado das relações entre os dois países.
Da visita resultou a assinatura de 12 novos acordos de cooperação bilateral, entre os quais se destacam os sectores do comércio e investimento nas áreas de agricultura, indústria e recursos minerais.
O embaixador referiu ainda que, em termos acumulados, as empresas chinesas já investiram em Angola cerca de dois mil milhões de dólares e manifestou a intenção de aprofundar os laços interculturais, já que nos últimos anos “têm avançado mais” as relações económicas e comerciais e políticas.
“Cerca de 50 mil chineses trabalham e vivem em Angola, mas não há muito angolanos lá, a minha missão é envidar esforços para melhorar esta situação”, frisou o diplomata.
Em Setembro de 2023, o director do departamento de mercados emergentes da Oxford Economics considerou que Angola e Moçambique eram os estados lusófonos africanos em maior risco de uma reestruturação da dívida, o que seria um processo muito demorado.
Em resposta a questões então colocadas pela Lusa, Gabriel Sterne disse que “os dois países lusófonos africanos mais em risco de uma reestruturação da dívida soberana são Angola e Moçambique, apesar de ambas as economias terem estado melhor devido aos níveis de produção e preço do petróleo e do gás natural”.
Falando no seguimento de um relatório em que analisou a influência da competição entre o Fundo Monetário Internacional e a China nos processos de reestruturação da dívida, Gabriel Sterne afirmou que “ambos os países continuam com um elevado risco de sobreendividamento soberano, com as taxas de juro (para emissões de dívida) nos mercados internacionais acima de 10%, o que provavelmente significa que é demasiado caro para eles irem ao mercado”.
Assim, continuou, “para entrarem em ‘default’ [incumprimentos nos pagamentos de dívida soberana], só é preciso que haja mais um choque negativo nas matérias-primas”.
A análise de Gabriel Sterne incidia sobre as diferenças entre a China e o FMI, não só na abordagem, mas também nos mecanismos de resolução das dívidas dos países mais endividados e no papel de cada um destes intervenientes no futuro.
Nos últimos anos, a China tornou-se um parceiro financeiro incontornável no panorama mundial, sendo um dos principais investidores em África e um dos maiores credores dos países africanos, que constituem uma boa parte dos países mundiais em sobreendividamento e com dificuldades em servir a dívida e, ao mesmo tempo, lançar os investimentos públicos necessários para sustentar o desenvolvimento.
Os credores oficiais internacionais têm criticado a postura da China em não aceitar perdas ou adiamentos dos pagamentos da dívida soberana, a que se junta a opacidade dos termos dos empréstimos, as consequências do incumprimento, que chegam ao corte de relações diplomáticas, e o facto de a China emprestar sem exigir contrapartidas em termos de reformas económicas ou políticas.
A necessidade de uma nova arquitectura mundial, defendida pela generalidade dos actores financeiros, tornou-se mais premente no seguimento da crise económica originada pela pandemia de covid-19, que afundou as economias e foi particularmente dura para os países da África subsaariana, retirando-lhes ainda mais espaço de manobra orçamental.
O aumento da dívida pública destes países e o envolvimento cada vez maior do FMI na região foram duas das consequências, depois de um período em que as medidas de alívio da dívida, como a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) ou o Enquadramento Comum, se sucederam, mas não foram suficientes nalguns casos, como os da Zâmbia, o primeiro país a entrar em incumprimento financeiro a seguir à pandemia.
Questionado sobre as características da relação entre Angola e China, que é um dos maiores credores e compradores do petróleo angolano, e como a ‘guerra’ pela influência entre China e FMI pode ter um impacto em Angola, Gabriel Sterne respondeu que “Angola é um caso particularmente interessante, já que tem a maior percentagem de dívida à China, na sua dívida total, a nível mundial, o que significa que as ligações entre os dois países são profundas”.
No entanto, “significa também que se houver um ‘default’, o alívio da dívida por parte da China teria necessariamente de ser parte da solução, o que, por seu turno, quer dizer que qualquer processo desse género levará muito tempo a resolver”, apontou.
Para países como Angola e Moçambique, com níveis de dívida elevada face às receitas e face ao próprio Produto Interno Bruto do país, o analista defendeu a necessidade de manter um controlo das contas públicas e continuar com reformas que atraiam investidores internacionais.
“A melhor coisa, para além de ter sorte com os preços do petróleo e gás, é fazer um esforço adicional com uma política orçamental cautelosa para construir almofadas de segurança, já que uma crise da dívida em grande escala seria muito dolorosa”, concluiu.
Energia e transportes foram os sectores que beneficiaram de empréstimos chineses ao MPLA (Angola), entre 2000 e 2022, num total de 45 mil milhões de dólares (42 mil milhões de euros), um quarto do montante concedido pela China a África neste período. Angola é, recorde-se, o país que mais dinheiro deve à China.
Os dados do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston mostram que o maior empréstimo das últimas duas décadas destinou-se à petrolífera do MPLA, a Sonangol.
Angola contratualizou 258 empréstimos, somando 45 mil milhões de dólares, o que representa mais de um quarto (26,5%) do total emprestado pela China a África, tendo o mais recente sido atribuído no ano passado pela empresa estatal de defesa para a tecnologia aérea (CATIC).
Energia e transportes foram os sectores que mais consumiram dinheiro chinês – 25,9 e 6,2 mil milhões de dólares, respectivamente – absorvendo mais de metade dos empréstimos.
Em anos mais recentes, as verbas foram afectas sobretudo aos sectores da Defesa (recorde-se que Angola está em paz total desde 2002) e Tecnologias da Comunicação.
Em 2021, foi assinado um acordo com o banco Export-Import da China (Chexim) para um projecto de segurança pública e vigilância anticrime, no valor de 79,7 milhões de dólares, e uma extensão do contrato de assistência técnica à Força Aérea com a CATIC, por 30,3 milhões de dólares.
Em 2022, a CATIC concedeu um novo empréstimo ao governo angolano no valor de 18,6 milhões de dólares para aquisição de equipamentos, bens e serviços militares para a Força Aérea.
O banco estatal chinês CHEXIM foi, desde 2000 dos principais financiadores do governo angolano (do MPLA há 50 anos) através de empréstimos nas mais diversas áreas, mas foi o também estatal do Banco de Desenvolvimento da China (CDB) que concedeu a maior verba neste período, num contrato único de mil milhões de dólares atribuído em 2013 à Sonangol, petrolífera do MPLA.
A base de dados não refere os fins a que se destinava o crédito para a petrolífera angolana, que é descrito apenas como “Sonangol Development”.
Na área da energia outros empréstimos relevantes são os 838 milhões de dólares da central de ciclo combinado do Soyo, concedido em 2015 pelo ICBC (Banco Industrial e Comercial da China) e os projectos de electrificação de Luanda (452 milhões de dólares concedidos pelo CDB) e do Zaire (405 milhões de dólares do ICBC e China Misheg), com contratos assinados em 2016 e 2018, respectivamente.
No sector dos transportes os financiamentos mais caros foram o do porto do Caia (932 milhões de dólares em 2016), reabilitação de estrada Caxito-Nzeto (619 milhões de dólares em 2007) e estrada Nzeto-Soyo (509 milhões de dólares em 2015) e compra de 5.500 autocarros, todos via CHEXIM.
A base de dados CLA Database, iniciada em 2007, usa várias fontes para contabilizar os empréstimos chineses concedidos a África e estima que, entre 2000 e 2022, um total de 39 entidades financiadoras chinesas assinaram 1.243 empréstimos num total de 170 mil milhões de dólares (cerca de 160 mil milhões de euros) com 49 governos africanos e sete instituições regionais.
Esta base de dados apresenta apenas o valor dos empréstimos contratualizados, que não são equivalentes à divida total já que contemplam apenas os contratos e não os desembolsos, reembolsos ou incumprimentos.
fonte: folha8
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