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EXPULSÃO DE TRÊS DIPLOMATAS FRANCESES DO BURKINA: A espessa nuvem entre Ouaga e Paris não está pronta para se dissipar.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... Este é um novo arrepio nas relações já bastante geladas entre o Burk...

terça-feira, 8 de agosto de 2023

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Mohamed Bazoum era o presidente do Níger, livremente eleito em 2021. Foi deposto no mês de Julho de 2023 pela Guarda Presidencial, a que se juntou o Exército. Quando escrevemos, o general Abdourahmane Tchiani, que liderava a guarda presidencial desde 2011, anunciou ser o dirigente máximo da junta militar que assumiu o poder naquele país africano. Por CEDESA (*) Opadrão formal de tomada de poder por um “Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria” (CNSP), parece seguir o golpe de Assimi Goïta no Mali em 2020. Aliás, os métodos são os mesmos: suspensão da ordem constitucional, estabelecimento de recolher obrigatório, fecho das fronteiras. Um estado de excepção que as experiências recentes entre os vizinhos do Sahel atingidos por esta epidemia militar demonstram podem durar meses ou mesmo anos. Contudo, o mais interessante é que as primeiras bandeiras russas começaram a surgir nas mãos de alguns dos manifestantes pró-junta nas ruas da capital nigeriana, tal como aconteceu noutros golpes em países africanos francófonos. Na verdade, a queda de Bazoum pode representar possivelmente a queda de um dos últimos bastiões franceses no Sahel, e muito provavelmente, mais um passo da Rússia na criação de um cinturão “vermelho” nesta região africana, embora nesta altura ainda existam divergências sobre a existência ou extensão da intervenção russa no golpe. Mesmo que a Rússia não tenha tido um papel directo no golpe, pode, de acordo com aquilo que tem sido a sua recente política oportunista em África, aproveitar o momento. Vejamos os recentes golpes de estado militares, a geografia africana, e a forma como a Rússia estabelece o seu cinturão. Começando na costa atlântica temos em 2021, o golpe de estado na Guiné-Conacri levado a cabo por um militar, o coronel Mamady Doumbouya, que de momento implantou um regime autoritário, embora com a promessa de eleições em 2025. Embora, não houvesse aparência russa na génese do golpe, pois a Rússia tinha uma boa relação com Alpha Condé, o presidente deposto, aparentemente, depois do golpe as relações entre a Guiné e a Rússia têm estado a intensificar-se com várias visitas russas ao palácio presidencial em 2022. De todo o modo, Mamady Doumbouya parece, de momento, ser o típico militar nacionalista populista que ainda procura um caminho, e a verdade é que ainda não se pode falar de manifesta influência russa na Guiné-Conacri. Ao contrário do Mali e do Burkina Faso, não é o chefe da junta militar no poder em Conacri que irá a São Petersburgo. O Coronel Mamadi Doumbouya foi representado pelo Dr. Dansa Kourouma (Presidente do Conselho Nacional da Transição) e pelo Dr. Morissanda Kouyaté (Ministro dos Negócios Estrangeiros). Portanto, na Guiné-Conacri ainda não parece estar estabelecido um claro regime pró-russo, mas é caso único nos recentes movimentos golpistas na zona Sahel/centro-africana. Fazendo fronteira com a Guiné-Conacri está o Mali, aqui a situação é bem clara e marca o início efectivo daquilo a que apelidaremos o “cinturão russo”. No Mali houve um golpe de estado em 2021, em que o Coronel Assimi Goïta assumiu o poder. Desde meados de 2022 que estão militares russos no Mali, sendo também confirmada a presença do grupo Wagner. O Mali e Rússia assinaram um acordo de cooperação em segurança, inteligência, gestão de riscos e desastres, combate ao narcotráfico e treino de pessoal. A presença russa é indesmentível, assim como a perda de influência da França no país, que se retirou militarmente, tendo algumas das suas forças ido para o Níger (de onde talvez saiam agora). O presidente do Mali esteve no Fórum Rússia África. Ao lado do Mali, está o Burkina Faso. Aqui o golpe militar foi em 2022, aliás nesse ano houve dois golpes, No golpe final, o oficial Ibrahim Traoré tomou o poder. O resultado da tomada de poder foi a expulsão do contingente militar francês existente no país e a aproximação à Rússia. Traoré também foi a São Petersburgo. Se repararmos, o Níger, concretizando-se o golpe e a aproximação à Rússia, acrescenta um largo território ao cinturão russo. Faltará na verdade cair o Chade, pois a seguir estão o Sudão e a Eritreia. A Eritreia é uma temível ditadura, onde nunca houve eleições. Juntamente com a Bielorrússia, a Síria e a Coreia do Norte, a Eritreia foi um dos quatro países, sem incluir a Rússia, a votar contra uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que condenava a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Quanto ao Sudão, desde 2017, que há registos da presença do grupo Wagner. O Sudão está entre os poucos países que reconheceram oficialmente a anexação da Crimeia pela Federação Russa e votaram contra a Resolução 68/262 da Assembleia Geral das Nações Unidas (que condenou a anexação russa do território ucraniano), o que demonstrou as relações estreitas entre a Rússia e o Sudão. Em Julho de 2022, a Rússia obteve ouro de instalações da Wagner perto de Abidiya, no Sudão, para apoiar a guerra na Ucrânia. A Rússia é o principal fornecedor de armas para o Sudão. Em Fevereiro de 2023, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, reuniu-se com autoridades sudanesas em Cartum, incluindo o comandante-em-chefe das Forças Armadas Sudanesas, Abdel Fattah al-Burhan, o líder das Forças de Apoio Rápido, Mohamed Hamdan Dagalo, e o ministro das Relações Exteriores em exercício, Ali Al-Sadiq Ali para reforçar as relações e para concluir a revisão de um acordo para construir uma base naval em Port Sudan, que aguarda ratificação do ainda a ser formado corpo legislativo no Sudão. Como se sabe a situação no Sudão é bastante agitada, mas o certo é que existe uma enorme influência russa. Temos assim uma linha quase contínua de leste a oeste de África onde se está a formar um “cinturão russo”. Na prática, falta cair o Chade, onde a influência francesa é grande, mas a instabilidade e a existência de grupos de guerrilha se faz notar. E basta referir que o Chade pode ficar totalmente cercado, pois a Norte na Líbia existe uma forte presença do grupo Wagner, como na fronteira Sul na República Centro Africana, tendo em conta que a Oeste tem o Níger e a Leste o Sudão, pode-se antecipar que o Chade está cercado e em breve poderá completar o “cinturão russo”. Grosso modo, pode-se dizer que o “cinturão russo” corresponde à região do Sahel. Há algumas excepções, como por exemplo, a Mauritânia e o Senegal e alguns acréscimos como a República Centro Africana. Todavia o certo é que está a ser traçada uma linha na areia que divide África, precisamente na zona de intermediação da África subsaariana com a África do Norte. Possivelmente, a intervenção russa não obedeceu a um plano pré-estabelecido, foi aproveitando oportunisticamente vários eventos na área, em que sobressai a inépcia francesa em desenvolver os países e assegurar o apoio da população da região, e as incursões islâmicas. Também é verdade que o controlo russo não é homogéneo em todos os países e a situação é periclitante. Não há dados adquiridos, a não ser a procura dos povos de saídas diferentes das receitas neocoloniais oferecidas pela França e a desatenção geral do Ocidente ao sofrimento desta área do globo, apesar dos discursos politicamente correctos. O espaço ocupado pela Rússia não é tanto o resultado do apelo por qualquer solução de Moscovo, mas o desagrado pela falta de soluções do Ocidente. Mas, que está a ser estabelecida uma “ordem russa” é um facto. Prova recente disso, é a oferta de cereais que Vladimir Putin fez a seis países africanos. Entre eles estão membros deste “cinturão”, quatro, para ser mais preciso: Burkina Faso, Mali, República Centro-Africana e Eritreia. Os dois restantes são o Zimbabué e a Somália. Vê-se obviamente o peso que o “cinturão russo” tem já na definição da política russa. Estabelecida que está a construção do “cinturão russo” na zona do Sahel africano, convém assinalar quais as principais consequências quer globais quer para Angola. A primeira consequência global é a reafirmação política da Rússia. O país demonstra que sabe globalizar uma contenda, não a situando apenas na Ucrânia, mas mundializando-a, reunindo um conjunto de apoios que podem parecer fracos individualmente, mas juntos alcançam extrema relevância estratégica, colocando já em causa a influência francesa na região. De momento, a grande derrotada é a França, mas a Rússia pode projectar outras perdas ou ganhos, dependendo da perspectiva, quer estratégicas quer económicas. Em termos estratégicos é sabido que a zona do Sahel tem uma forte e directa importância estratégica para a Europa em dois âmbitos, no combate ao terrorismo e à migração. Aliás António Costa, primeiro-ministro de Portugal quando o país ocupava a presidência da União Europeia realçou que “O Sahel é uma região estratégica para a União Europeia, tendo em consideração os desafios de segurança e o seu papel no contexto regional mais vasto, incluindo a Líbia, o Golfo da Guiné e a República Centro-Africana” e acrescentou estar a segurança Do Sahel “incontestavelmente ligada à segurança da Europa; é por isso que devemos trabalhar juntos, como iguais, com um objectivo muito claro: alcançar uma paz duradoura e construir juntos uma prosperidade partilhada”. A partir de agora, a Rússia dispõe de uma válvula de pressão em relação à União Europeia em termos de terrorismo e migração, podendo, na prática aumentar ou diminuir os fluxos migratórios de África para as costas europeias. Quanto ao terrorismo islâmico, a Rússia tem sido inimiga deste, contudo, eventos recentes tornaram-na aliada de facto do Irão e por vezes, o “inimigo do nosso inimigo é nosso amigo”. É preciso não esquecer que a insurgência islâmica no Afeganistão nos anos 1980s começou por ser financiada pelos Estados Unidos da América, como forma de enfraquecer a União Soviética. Nada impede que o reverso aconteça. Além disso, este “cinturão” permite uma mais fácil projeção de força, seja política, seja militar, quer em termos formais ou daquilo que se chama “guerra assimétrica”. Abaixo está a República Democrática do Congo, fonte de riquezas imensas que desperta a cobiça mundial. Acima e ao lado da Líbia está o Egipto e o seu canal do Suez. Estes são dois “prémios” que ficam mais próximos a partir do momento em que a Rússia trace uma linha reta de domínio costa a costa em África. Do ponto de vista económico, embora sendo países em pobreza extrema, muitas vezes, o certo é que em termos de recursos minerais e naturais temo algo a assinalar. Em termos muito resumidos, o Mali tem ouro, o Burkina Faso possui vários metais não ferrosos e industriais, o Níger petróleo e urânio, a República Centro Africana, ouro, e por aí adiante. Há um manancial de recursos para explorar. Finalmente, convém reflectir qual o papel de Angola face a um “cinturão russo”. Angola foi tradicionalmente um aliado russo, um dos principais em África. Já não é. O actual Presidente tenta colocar o país como uma potência regional próxima do Ocidente e com boas relações com a China e Rússia, mas tentando resolver os problemas africanos em África. Torna-se evidente que a criação do “cinturão russo” levanta obstáculos de monta a este desejo de Angola. Com uma Rússia forte na intermediação entre o Norte e o Sul de África, o papel de Angola como potência regional fica esvaziado, e tudo se volta a resumir aos embates da Guerra Fria, agora renovada. Assim, o “cinturão russo” choca directamente com os interesses prospectivos regionais de Angola e com o seu desejo de paz e estabilidade no continente. E há um segundo aspecto, que é a promoção que João Lourenço tem feito da normalidade constitucional. O Presidente angolano tem condenado todas as alterações não constitucionais em África. O facto é que as alterações promovidas pela Rússia são não constitucionais, assentam em golpes de força promovidos pelos militares. E, directamente, a estabilidade e segurança nacional angolana ficaria ameaçada se houvesse qualquer tipo de intervenção na República Democrática do Congo que agitasse ainda mais o país do que já está. Nesta medida, no presente momento, Angola não deverá estar a ver com bons olhos o alargamento do “cinturão russo” no Sahel, apesar das relações cordiais que existem entre os dois países. (*) Associação CEDESA – Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de África

Antigo ministro diz que ultimato ao Níger foi "erro” da CEDEAO.

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A ameaça de uma intervenção militar da CEDEAO não se cumpriu imediatamente após o fim do ultimato dado aos golpistas no Níger. A RFI falou com José Brito, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, para quem o ultimato "é um erro", assim como uma intervenção militar, considerando que os únicos que ganhariam com o uso da força seriam os grupos terroristas. “A ameaça de intervenção está sempre [lá]. Agora, dizer ‘Vou intervir a partir desta data’ é um erro. Ao dar uma data de intervenção, ao mesmo tempo cria condições para que as soluções diplomáticas não funcionem. Isso é só pressão. Neste momento, as pessoas não estão disponíveis para aceitar pressões deste tipo. Portanto, eu penso que a CEDEAO errou completamente a dar o ultimato. Em segundo, perante a reacção da opinião pública africana e de vários países que contam, como a Argélia, por exemplo, tomar uma tal decisão, intervir, neste momento, não há condições para uma intervenção porque a opinião pública está contra a intervenção. Se vir as redes sociais, vai ver que é praticamente generalizado, independentemente dos países (Costa do Marfim, Chade, Senegal, etc), que a opinião pública é completamente contra. Portanto, não estou a ver tomar uma decisão que pode funcionar como pode também não funcionar. E qualquer opção tem o pró e contra e tanto pode funcionar como não.” “O que é que a CEDEAO poderia fazer agora, depois de terminado o ultimato? A Itália, por exemplo, veio pedir à CEDEAO para prolongar o ultimato. Isso pode acontecer e é uma opção viável?” “Não é uma questão de ultimato, é mostrar que queremos uma solução pacífica. A questão de fundo é o restabelecimento da ordem constitucional e não é o restabelecimento do Presidente deposto. O problema é a reposição de ordem constitucional que pode levar algum tempo e tem que se negociar. Eu penso também que o tipo de negociação através dos chefes de Estado não funciona. Há especialistas de negociações, há intelectuais africanos com alguma competência nas negociações que se pode utilizar e discutir. É através do diálogo que se pode chegar a uma situação. Há uma coisa que toda a gente está de acordo: é que não pode continuar um regime militar. Isto não é aceitável e tem de mudar. Agora, frente ao facto consumado, tem que ser absolutamente o Presidente deposto? Pode-se negociar e é preciso mostrar uma vontade de negociação e não recorrer a ultimato porque a maioria dos africanos estão contra.” “O envio de uma força militar está a dividir os Estados-membros da CEDEAO. Como é que se explica esta divisão?” “É o sistema de tomada de decisões da CEDEAO. Há já algum tempo que a CEDEAO se transformou num sindicato de chefes de Estado onde dois ou três chefes de Estado tomam a decisão e os outros calam-se. Eu participei em reuniões do chefe de estado da CEDEAO e o sistema, como está montado, dá a possibilidade de pequenos acordos entre grupos de chefes de Estado dentro da CEDEAO e impõe aos outros porque os outros não têm capacidade. O meu país, Cabo Verde, não obstante estar contra esta intervenção, não pode dizer nada neste tipo de decisão. Portanto, a questão a ser revista é o sistema de tomada de decisão a nível das cimeiras dos chefes de Estado porque não estão estudados suficientemente a níveis mais baixos - a nível técnico, a nível diplomático – para apresentar aos chefes de Estado opções para decisão. Chegam lá já com a decisão tomada e avançam sem analisar os pró e contra que a situação complexa exige.” “Atendendo à configuração geográfica do Níger, que faz fronteira com sete países, que consequências poderia haver de uma eventual intervenção militar?” “Há um grupo contente se isso acontecer: são os terroristas que estão lá e que vão ver o enfraquecimento do Estado porque um dos problemas que o terrorismo vai-se nutrir é justamente a não existência do Estado. Vai amplificar a inexistência de Estado. Não é uma intervenção militar que vai recriar o Estado com administração e com tudo isso. Então, o primeiro impacto de tudo isto vai ser o alargamento dos terroristas não somente no Sahel, mas também nos Estados da costa. Já tivemos na Costa do Marfim, Benim, Togo, Gana e pode chegar ao Senegal, na Mauritânia temos problemas… Vai ser o alastramento do movimento terrorista. O que é a Líbia hoje? A Líbia não é mais um Estado, são grupos muitas vezes ligados a movimentos terroristas e eles mesmos ligados a potências estrangeiras que estão a mandar e é um país que não existe praticamente. Portanto, vamos ter isto e isto pode ter consequências extremamente graves a nível dos outros países que, neste momento não têm terrorismo. Depois, tem o ressentimento das populações africanas e não devemos esquecer que o movimento pan-africanista - contrariamente ao que se diz que é nutrido pela Rússia – este sentimento de pan-africanismo é algo que está na alma do africano hoje em dia. O jovem africano tem informação, sabe como é que o país foi colonizado, sabe que depois da colonização os países são independentes – entre aspas porque continuam a mandar os interesses económicos sobre eles - e com toda a história por detrás de tudo isto há um ressentimento grande com a presença de tropas estrangeiras – neste caso do Níger, da França e dos Estados Unidos e isto vai ser difícil de impedir. Com as redes sociais, este movimento vai continuar e alastrar-se também em toda a África.” “Essa animosidade contra a França está a acontecer mas, ao mesmo tempo, na semana passada o Presidente deposto Mohamed Bazoum escreveu um artigo no Washington Post a pedir apoio à comunidade internacional e disse que se nada for feito há um risco de a região ficar sob influência russa. Um investigador norte-americano disse mesmo que um líder dos golpistas se encontrou com um líder do grupo Wagner no Mali. Ou seja, não há o risco de se passar de uma influência para uma outra influência estrangeira? E estamos perante o fim da “Franceafrique” como defendeu o historiador e filósofo Achille Mbembe numa tribuna no Le Monde?” “Não ponho a situação como “Ou França ou Rússia”. A África não quer escolher nem a França nem a Rússia. Quer parceiros - seja russos, americanos, franceses - tudo para lutar contra os problemas que África está a passar. Portanto, não ponho a situação de “um ou outro”. Os africanos não querem imperialismo russo nem imperialismo francês. Isto é evidente. Não querem. A questão é: como é que vamos ser parceiros. É trabalhar juntos e criar condições e instituições em África que permitam efectivamente a governança do Estado melhorar porque se o terrorismo está a avançar é porque há adesão da população. Estas populações são populações que vivem numa pobreza extrema, muitas vezes sofrem também de corrupção. Tudo isto tem de ser visto como um problema a ser resolvido e África deverá contar com parceria de potências externas a África mas dentro de um quadro acordado. Temos de negociar e isso é trabalho de União Africana, é trabalho da CEDEAO. E não aceitar também, como é o caso da CEDEAO, golpes de Estado institucionais onde, como na Guiné-Bissau, por exemplo, há mais de um ano não há parlamento. Levou tempo para fazer a eleição, depois fez a eleição, há três meses que houve eleição e não há governo ainda porque o Presidente não quer. Tudo isto é anticonstitucional. Guiné-Bissau e outros exemplos assim. Portanto, a CEDEAO tem de ter critérios iguais para todos e não somente ver quando há um facto consumado de golpe de Estado para intervir. É antes que tem de se intervir.” fonte: rfi.fr

SUSPENSÃO DA ASSISTÊNCIA OFICIAL AO DESENVOLVIMENTO E DO APOIO ORÇAMENTAL DA FRANÇA: Desde que Burkina assuma a responsabilidade!

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Definitivamente, o eixo Paris-Ouagadougou está se deteriorando cada vez mais. É o mínimo que podemos dizer. De fato, após a saída do embaixador francês e da força Saber da capital de Burkinabé, num contexto de denúncia dos acordos militares, a tensão parecia ter diminuído um pouco entre as duas capitais a ponto de Paris, diz-se, s estava prestes a nomear um novo embaixador para Ouaga. Foi entretanto que a França, para surpresa de todos, decidiu suspender a ajuda ao desenvolvimento e o apoio orçamental ao país dos homens honestos. A notícia, como um cutelo, caiu no dia 6 de agosto, mesmo quando Burkina Faso atravessa uma crise multidimensional que afeta permanentemente os diversos setores de sua economia. Por que chegamos a isso? Por que Paris conseguiu tomar tal medida contra Ouagadougou que, hoje mais do que ontem, precisa do apoio de seus parceiros? As autoridades francesas motivaram a sua decisão pela situação prevalecente no Níger, na sequência do golpe contra o Presidente Mohamed Bazoum. Porque, enquanto a França apoia a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) nos seus esforços para restaurar o presidente deposto cuja proximidade a Paris era conhecida por todos, Ouagadougou juntou-se a Bamako, para apoiar os golpistas, ameaçando mesmo lutar ao lado de Niamey no evento de intervenção militar da organização da África Ocidental. Conclui-se, portanto, que as autoridades de Burkina Faso estão pagando por suas escolhas políticas e diplomáticas. Sem dúvida, eles devem esperar medidas de retaliação, especialmente porque, além disso, abordaram o mestre do Kremlin que atualmente está em desacordo com os ocidentais e isso, por causa da invasão da Ucrânia. Ouagadougou, para ser honesto, deveria ter visto as coisas acontecerem. E agora que ela se depara com um fato consumado, ela não tem escolha a não ser assumir total responsabilidade. Este é o preço a pagar quando escolhemos permanecer soberanos. De fato, em sua luta contra o imperialismo, as autoridades de Burkinabé teriam mostrado consistência se, em sua determinação de romper com a antiga potência colonial, tivessem assumido a liderança na renúncia pública à ajuda ao desenvolvimento e ao apoio orçamentário da França. Eles não o fizeram até que foi a França que, por um motivo ou outro, decidiu privá-los disso. Agora, quais podem ser as consequências? Quando soubermos que a ajuda oficial ao desenvolvimento financia determinados sectores e áreas negligenciadas através de empréstimos e outras formas de apoio, poderá o Burkina Faso preencher o vazio deixado pela França, sobretudo neste contexto em que a prioridade das prioridades continua a ser a reconquista do território sob o controle de grupos terroristas armados? Em todo o caso, tudo leva a crer que as populações pobres vão brindar; eles que já estão pagando um preço alto por causa da situação nacional que é caracterizada por um ambiente econômico sombrio em um contexto de alto custo de vida. Dito isso, embora seja verdade que grandes nações prosperam na dor e na adversidade, Burkina Faso não precisa se ofender. Tem agora uma grande oportunidade de traçar o caminho do seu progresso e da sua independência política e socioeconómica, e assim sair da postura de eterno assistido como fazem muitos outros países. Mas vai exigir uma dose extra de adversidade. Burkina será capaz? Estamos esperando para ver. Ainda assim, tal sacrifício exige que os burkinabes se ponham a trabalhar e que os dirigentes façam questão de combater certas más práticas, neste caso o peculato e a corrupção, que continuam a ser verdadeiros estrangulamentos para o desenvolvimento de África. Com efeito, se, passados ​​sessenta anos, a ajuda oficial ao desenvolvimento não contribuiu para o desenvolvimento de muitos países africanos, é em parte devido à má governação, tanto que assistimos a um contínuo empobrecimento das populações numa altura em que uma minoria prospera . Soma-se a isso o fato de que a maioria dos parceiros recupera com a mão esquerda, o que dá com a direita. Como prova, em muitos projetos e programas na África, trabalham especialistas europeus, americanos, etc., cujos salários muitas vezes engolem, no final, boa parte da ajuda oficial ao desenvolvimento. Tanto é assim que os resultados estão muito atrasados. O que faz com que algumas pessoas digam que os ocidentais estão trabalhando para manter a África na pobreza, na dependência e na pobreza, a fim de continuar a explorá-la melhor. fonte: lepays.bf

Níger: beninense Bertin Koovi dissocia-se das decisões da CEDEAO e da UEMOA.

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As sanções impostas pela CEDEAO e pela União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) aos golpistas nigerianos não recebem o consentimento do Presidente da Aliança Iroko, Bertin Koovi. É por isso que ele se dissocia das medidas da CEDEAO e da UEMOA contra o povo irmão do Níger. Os Presidentes e Chefes de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reuniram-se com urgência no domingo, 30 de julho de 2023, em Abuja, sob a presidência do atual Presidente da organização Ahmed Bola Tinubu, para investigar o golpe de Estado perpetrado pelo General Abdourahmane Tchiani e seus homens em 26 de julho de 2023. No final da reunião, os Chefes de Estado da CEDEAO impuseram fortes sanções contra a junta militar do Níger. Um ultimato de sete dias, mas que expira no domingo, 06 de agosto de 2023, à meia-noite, foi dado a esta junta militar para liberar o poder e restaurar a ordem constitucional. As sanções impostas pela CEDEAO e pela União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) aos golpistas nigerianos não recebem o consentimento do Presidente da Aliança Iroko, Bertin Koovi. É por isso que ele se dissocia das medidas da CEDEAO e da UEMOA contra o povo irmão do Níger. Ele deu a entender que o Sindicato Autônomo dos Magistrados do Níger condenou o golpe contra a ordem constitucional, mas criticou as sanções da CEDEAO e da UEMOA. "Isso é o que todos deveriam fazer", disse ele. Ao condenar o golpe, Bertin Koovi condenou da mesma forma a CEDEAO e a UEMOA que, segundo ele, tomaram sanções injustas contra o povo nigeriano. “As quebras do contrato de prestação de serviços no Porto Autónomo de Cotonou, a interrupção do fornecimento de eletricidade ao Níger por parte da Nigéria têm que base legal? Está escrito no contrato que um golpe no Níger é força maior para quebrar o contrato? Perguntou o presidente da Aliança Iroko. É isso que torna cada país autônomo. Para Bertin Koovi, “a integração econômica será difícil, mas impossível nessas condições”. Ele indicou que a Rússia está em guerra com a Ucrânia, mas ainda assim o gás russo ainda é entregue à Ucrânia e passa por este país (Ucrânia) para os países europeus. Ele acrescentou que a Rússia continua pagando os custos de travessia do gasoduto para a Ucrânia. Por isso ele dizia que “o negro tem que aprender a respeitar um contrato”. “A propósito, a vontade política está acima da lei e do direito? ele se perguntou. Para Bertin Koovi, “se amanhã o Níger levar o Benin e a Nigéria e até mesmo a UEMOA e a CEDEAO a tribunal, o Níger não ganhará o caso? ". Ele está disposto a apoiar o presidente Mohamed Bazoum, cuja dor ele compartilha e os momentos difíceis pelos quais está passando. Apoie o retorno à ordem constitucional, porém ele quer poder manter o cérebro e pensar. Por mais que condene o golpe, condena todas as medidas desiguais e suicidas que vão arruinar a economia do Benim e de países como a Nigéria onde o quilo de carne já aumentou 50%. Aquele que não estava de acordo com o Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) mas também não era a favor de uma ação militar contra o Níger. Hoje, o presidente da Iroko Alliance defende que “o povo do Níger defenda a sua soberania nacional custe o que custar”. Ele está envergonhado porque "o Benin decidiu seguir este caminho de distração" enquanto o Togo tem um porto que não parou de funcionar. Ele lamenta não ouvir "aqueles que devem falar, se expressar" e "o povo de Benin dá sua opinião". "Quando a pobreza aumentar, você entenderá", disse ele. Koovi se dissocia de Talon Apoiando o presidente Patrice Talon pela construção do Benin e pelo progresso que ele dá ao Benin, Bertin Koovi se dissocia do Chefe de Estado beninense sobre o assunto do fechamento da fronteira do Benin com o Níger e o fechamento do porto do Benin para mercadorias em trânsito para o Níger. Por mais que condene o fim de um processo democrático, ele se desvincula das medidas tomadas pelo Benin. Bertin Koovi apóia o presidente Patrice Talon, mas não vai apoiá-lo em uma decisão que equivale a colocar uma corda em seu pescoço. “O que acontecerá com os transportadores de Parakou e de outros lugares”, disse antes de continuar: “Nas medidas tomadas por Patrice Talon e Benin, há alguma compensação para os transportadores, para os comerciantes, para os despachantes, para os pobres beninenses que vivem do porto e da actividade do Níger no Benim? ". Um contrato segundo o presidente da Iroko Alliance “não pode ser suspenso por uma decisão, uma vontade política”. É por isso que pediu aos líderes africanos que “parem de copiar os outros” e a União Europeia. Para ele, “a CEDEAO pode ir à guerra no Níger até vencer” mas segundo ele esta guerra será sempre ilegal, não legalmente fundamentada. “A União Europeia aprendeu isso da maneira mais difícil com a Rússia”, insistiu. Bertin Koovi apoia o Presidente Patrice Talon mas quer que todos saibam que se opôs à decisão de fechar a fronteira com o Níger e à rescisão do contrato de prestação de serviços do Porto Autónomo de Cotonou com o Níger. Pede, pois, ao povo do Níger que perdoe o Benim por ter sucumbido à pressão de forças de que não tem ideia da força do incómodo. A este respeito, reafirmou o seu apoio ao povo do Níger na sua busca pela liberdade e emancipação do neocolonialismo na paz e na não-violência. “Façam-nos orgulhosos de sermos africanos. Defenda sua soberania sem armas. Não é com armas que você derrotará o invasor CEDEAO. Está na não-violência”, enfatizou. fonte: https://lanouvelletribune.info/2023

Níger: os militares nomeiam um primeiro-ministro.

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Nascido em Zinder em 1965, Zeine é formado pela Escola Nacional de Administração (ENA) em Niamey, bem como pelo Centro de Estudos Financeiros, Econômicos e Bancários de Marselha e Paris-I. Além de sua experiência nacional, ele também atuou como Representante Residente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em vários países africanos. O Níger está experimentando um novo desenvolvimento político desde o recente golpe. Os militares no poder revelaram, na noite desta segunda-feira, a sua escolha para o cargo de primeiro-ministro: Ali Mahaman Lamine Zeine. O anúncio foi feito pelo Coronel-Major Amadou Abdramane durante uma transmissão na televisão nacional. Ali Mahaman Lamine Zeine não é estranho à governança no Níger. Sob o regime do ex-presidente Mamadou Tandja, ocupou cargos-chave como chefe de gabinete em 2001 e ministro das finanças no ano seguinte, contribuindo significativamente para a melhoria da situação econômica do país. Nascido em Zinder em 1965, Zeine é formado pela Escola Nacional de Administração (ENA) em Niamey, bem como pelo Centro de Estudos Financeiros, Econômicos e Bancários de Marselha e Paris-I. Além de sua experiência nacional, ele também atuou como Representante Residente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em vários países africanos. O contexto atual é tenso. O Níger ainda vive um período de incerteza, especialmente com o ultimato da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que acabava de expirar. Esta organização regional alertou os militares sobre as possíveis consequências, incluindo intervenção, se não restabelecessem o cargo do presidente deposto, Mohamed Bazoum. Essa tensão é agravada pelo fato de Bazoum estar detido em sua residência particular desde o golpe. Com o anúncio desta nomeação, o Níger encontra-se numa encruzilhada crucial da sua história. A decisão dos militares mostra a intenção de criar uma estrutura governamental, enquanto a comunidade internacional e regional continua a acompanhar de perto os desenvolvimentos, esperando um rápido retorno à ordem constitucional. fonte: https://lanouvelletribune.info/2023

Níger: o regime militar insensível às ofertas de diálogo.

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O regime de golpe militar do Níger apareceu na terça-feira indiferente às ofertas de negociações da África Ocidental e dos Estados Unidos para evitar a possibilidade de intervenção militar para restaurar a paz. Dois dias antes de uma cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a situação no Níger, os militares no poder em Niamey disseram que não podiam acomodar uma delegação da organização regional por razões de segurança”. “O atual contexto de raiva e revolta das populações na sequência das sanções impostas pela CEDEAO não permite acolher a referida delegação na serenidade e segurança exigidas”, indica uma carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros nigeriano enviada segunda-feira à CEDEAO. A carta, de que a AFP obteve cópia, sublinha que o “adiamento” da missão agendada para terça-feira “se revela necessário (…) por razões óbvias de segurança, neste ambiente de ameaça de agressão contra o Níger”. A CEDEAO ameaçou intervir militarmente no Níger para reintegrar o presidente Mohamed Bazoum, que foi derrubado por um golpe em 26 de julho. Esta ameaça, sob a forma de um ultimato de sete dias dado aos militares nigerianos em 30 de julho pelos dirigentes da CEDEAO, não foi concretizada quando expirou na noite de domingo, querendo a organização obviamente favorecer a via do diálogo. - Diálogo "difícil" - O adiamento da visita da delegação da África Ocidental soma-se a outro sinal de desafio dos novos líderes nigerianos, a nomeação na noite de segunda-feira de um primeiro-ministro civil, Ali Mahaman Lamine Zeine, que parece ser o primeiro passo para a nomeação de um governo. Os Estados Unidos, parceiro privilegiado da França na luta contra os grupos jihadistas que estão minando este país e grande parte da região do Sahel, também tentaram o diálogo. A número dois da diplomacia norte-americana, Victoria Nuland, deslocou-se esta segunda-feira a Niamey para se encontrar com os autores do golpe, encontro que não contou com a presença do general Abdourahamane Tiani, novo homem forte do Níger. Ela também não conheceu o presidente Mohamed Bazoum, que está em prisão domiciliar em Niamey desde sua queda há quase duas semanas. As discussões em que participou o novo chefe do Estado-Maior do Exército, general Moussa Salaou Barmou, "foram extremamente francas e por vezes bastante difíceis", reconheceu. Ela disse que ofereceu "muitas opções" para acabar com o golpe, acrescentando: "Eu não diria que essa oferta foi considerada de forma alguma." “É certo que a diplomacia é a via preferível para resolver esta situação”, por seu lado declarou à rádio francesa RFI o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken. Em entrevista à BBC britânica, ele então alertou que a empresa mercenária russa Wagner, já estabelecida no Mali, estava se aproveitando da instabilidade no vizinho Níger. "Acho que o que aconteceu (...) no Níger não foi orquestrado pela Rússia ou Wagner, mas (...) eles tentaram tirar vantagem disso", disse Blinken, alertando: "Onde quer que Wagner fosse, morte, destruição e a exploração se seguiu." Wagner oferece um catálogo de serviços para regimes africanos em dificuldades. No Mali e na República Centro-Africana, protege o poder existente, oferece treinamento militar e até assessoria jurídica para reescrever o código de mineração ou a constituição. Em troca, ele pratica a predação e se paga com recursos locais, principalmente minerais. De Niamey, o assistente de Antony Blinken disse que "as pessoas que tomaram esta decisão (do golpe no Níger) compreendem muito bem os riscos para a sua soberania que um convite de Wagner representa". - Mali e Burkina solidários - A França, uma ex-potência colonial regularmente difamada durante protestos na África Ocidental, disse na terça-feira que apoia "os esforços dos países da região para restaurar a democracia" no Níger. Se as relações dos novos amos de Niamey são tensas com os países ocidentais e a maioria dos países africanos que condenaram o golpe de estado, são excelentes com o Mali e o Burkina Faso, também liderados por militares que tomaram o poder pela força, desde 2020 e 2022, respectivamente. Os dois países mostraram-se solidários com o Níger, dizendo que se o país fosse atacado pela CEDEAO, seria "uma declaração de guerra" para eles. O novo regime também pode contar com o apoio de seus apoiadores em Niamey, 30.000 dos quais se reuniram em um estádio no domingo para mostrar seu apoio, agitando bandeiras russas e vaiando a França e a CEDEAO. fonte: seneweb.com

Níger: o encerramento do espaço aéreo complica alguns serviços aéreos em África.

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O encerramento do espaço aéreo do Níger pelos militares que tomaram o poder em Niamey complica o serviço de alguns destinos africanos por parte de companhias europeias que tiveram de se adaptar na segunda-feira, por vezes com urgência. Pouco depois do encerramento do espaço aéreo do Níger, "até novo aviso", várias aeronaves em voo tiveram de ser imediatamente desviadas. Os voos de Libreville, Douala, Kinshasa e Cotonou para Paris tiveram que retornar ao ponto de partida para reabastecer em antecipação a uma viagem mais longa para poder contornar o vasto território do Níger, disse a Air France-KLM à AFP. Outro voo de Nairóbi para Paris teve de ser desviado para Casablanca, em Marrocos, um voo de Joanesburgo com destino à capital francesa para ser redirecionado para Abidjan, na Costa do Marfim, onde também se abasteceria de querosene. A Air France, principal companhia aérea entre a Europa e a África, não foi a única afetada. Um voo da KLM Joanesburgo-Amsterdão teve de ser desviado para Atenas, enquanto outro voo da Virgin Airways proveniente da capital económica sul-africana teve de aterrar em Lagos para reabastecimento. Um voo da British Airways das Ilhas Maurício para Londres teve que voltar para a República Centro-Africana quando soube do fechamento do espaço aéreo do Níger. Um acidente semelhante aconteceu com outro voo da British Airways, Londres-Joanesburgo, que foi forçado a voltar enquanto sobrevoava a Argélia, segundo dados do Flightradar24. Um A330 da Air Belgium Brussels-Johannesburg viu o seu tempo de viagem alargado em uma hora para chegar à capital económica sul-africana. “É de esperar uma extensão dos tempos de voo de e para várias escalas subsaarianas”, segundo a Air France, que evoca mais 15 minutos a duas horas para o Chade e a África do Sul. Além do Níger, as companhias aéreas não podem sobrevoar a Líbia e o Sudão, de acordo com as recomendações da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA). A companhia francesa “deixará de servir o aeroporto de Niamey-Diori Hamani até novo aviso”, acrescentou a Air France, que operava quatro voos semanais para a capital nigeriana. A Air France indica ainda que suspendeu os seus voos para Bamako (7 voos semanais) e Ouagadougou (5 voos semanais) “até 11 de agosto inclusive”. As autoridades do Mali e do Burkinabé deram o seu apoio aos autores do golpe de Estado no Níger. fonte: seneweb.com

Greve de fome de Sonko, ataque de Yarakh e libertação de Juan Branco: Sheikh Abdou Bara Dolly desafia o presidente Macky Sall.

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Cheikh Abdou Bara Dolly exige a libertação do prefeito de Ziguinchor. Para ele, Ousmane Sonko está em estado crítico. O deputado de Touba recomendou ao líder do Pastef, a Cheikh Bara Ndiaye e companhia o fim da greve de fome. “Quem morre por causa da greve de fome cometeu suicídio. Os grevistas devem acabar com essa forma de luta”, declara o presidente do movimento NEKAL FI ASKAN WI. O parlamentar deplorou o ataque a um ônibus da Tata em Yarakh. Ele convida o presidente Macky Sall a fortalecer a segurança dos cidadãos. Cheikh Bara Dolly pede luz à imprensa sobre o caso Juan Branco. "O advogado franco-espanhol ofendeu as nossas instituições incluindo o Presidente Macky Sall e os magistrados. Apesar de tudo, foi libertado e depois expulso do território nacional", lamenta o declarado candidato presidencial de 2024. fonte: seneweb.com

ANGOLA: “LEVANTAMENTO ARMADO” CONTRA A “OCUPAÇÃO”

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A da FLEC-FAC, organização independentista de Cabinda, apelou hoje “a um levantamento armado” contra a “ocupação” angolana e adianta que “disponibilizará todos os meios à população (…) para tornar” aquele território “insuportável à presença de Angola”. Em comunicado assinado pelo seu porta-voz, Jean Claude Nzita, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) salienta que “no quadro da nova estratégia equacionada no novo Plano Militar da FLEC-FAC, a Direcção Político-Militar da FLEC-FAC apela a todos os seus concidadãos a aderirem a um levantamento armado nas cidades e nas aldeias contra o ocupante angolano e seus colaboradores em Cabinda”. Na nota de imprensa, apela-se também a todos os cabindas “que ainda não têm meios militares para participarem na insurreição armada, que desencadeiem uma postura permanente de desobediência civil perante a administração colonial angolana em Cabinda”. A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando (e bem) que o enclave era um protectorado português – tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 – e não parte integrante do território angolano. Num contexto colonial em que Portugal aparecia como mal menor entre todos os que queriam ser donos da Cabinda, os cabindas optaram por negociar com os portugueses, acreditando que a sua segurança e autonomia sairiam resguardas. A 29 de Setembro de 1883, foi assinado o Tratado de Chinfuma no morro do mesmo nome, a norte do rio Chiloango. O local foi escolhido porque só por si corroborava o alcance do acordo. Assim, ficou estabelecido o protectorado e a soberania de Portugal sobre todos os territórios que se estendem do rio Massabi até ao Malembo. Portugal, de acordo com o articulado do documento, comprometia-se a garantir a perenidade e integridade das áreas bem especificadas no âmbito do protectorado (Artigo 3º, do Tratado de Chifuma), situação corroborada também pelo auto de posse que foi autenticado pelo rei do Cacongo. Pouco mais de um ano depois, a 26 de Dezembro de 1884, outros responsáveis da hierarquia social e política de Cabinda consideraram favorável o Tratado de Chifuma, até então considerado como já tendo dado frutos no sentido da defesa dos interesses dos cabindas, e decidiram apostar na mesma estratégia, assinando então o Tratado de Chicambo, cópia fiel do anterior. De acordo com a História de Portugal, anterior aos capítulos revolucionários que a reescreveram a partir do 25 de Abril de 1974, todos os acordos com os cabindas foram feitos, assinados e assumidos conscientemente pelo Governador-Geral de Angola, capitão-tenente Ferreira do Amaral, tendo como testemunha presencial o tenente Guilherme Capelo, comandante da corveta “Rainha de Portugal”, navio de guerra que patrulhava a região regularmente e que era uma garantia da soberania portuguesa. Mau grado estes Tratados e todas as garantias dadas pelas autoridades portuguesas em matéria de segurança, os cabindas continuavam a sentir-se sem segurança e sujeitos aos mesmos perigos protagonizados pelas outras potências coloniais. Confrontado com a esta realidade que, inclusive, poderia levar a umas espécie de rebelião que anulasse os acordos anteriores, Portugal resolveu com a anuência de um maior número de líderes de Cabinda, avançar para um outro Tratado mais amplo e abrangente e que englobasse os anteriores e lhes desse outras mais-valias. Foi assim que, em 1 de Fevereiro de 1885, nasce o Tratado de Simulambuco. Na óptica de Lisboa, sob o reinado de D. Luís, este Tratado era importantíssimo sobretudo no âmbito da famosa Conferência de Berlim. A Conferência de Berlim realizada entre 19 de Novembro de 1884 e 26 de Fevereiro de 1885 teve como objectivo organizar a ocupação de África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos do Continente. A Conferência de Berlim validou o Tratado de Simulambuco e reconheceu, como era condição sine qua non de Portugal, todos os direitos portugueses na região. Portugal assumia então, tanto perante os cabindas como o mundo, a obrigação de ser guardião, por todos os meios ao seu dispor, do Protectorado de Cabinda. No Tratado estava, e está, escrito: “Nós, abaixo assinados príncipes governadores de Cabinda, sabendo que na Europa se trata de resolver, em conferência de embaixadores de diferentes potências, questões que directamente dizem respeito aos territórios da Costa Ocidental de África, e, por conseguinte, ao destino dos seus povos, aproveitamos a estada neste porto da corveta portuguesa “Rainha de Portugal”, a fim de, em nosso nome e no dos povos que governamos, pedirmos ao seu comandante, como delegado do Governo de Sua Majestade Fidelíssima, para fazermos e concordarmos num tratado pelo qual fiquemos sob o protectorado de Portugal, tornando-nos, de facto, súbditos da coroa portuguesa, como já o éramos por hábitos e relações de amizade. E, portanto, sendo de nossa inteira, livre e plena vontade que de futuro entremos nos domínios da coroa portuguesa para aceder aos nossos desejos e dos povos que governamos, determinado o dia, onde, em sessão solene, se há-de assinar o tratado que nos coloque sob protecção da bandeira de Portugal”. Também os portugueses escreveram e subscreveram. “Guilherme Augusto de Brito Capello, capitão tenente da Armada, comandante da corveta Rainha de Portugal, comendador d’Aviz e cavaleiro de várias Ordens, autorizado pelo Governo de Sua Majestade Fidelíssima, El-Rei de Portugal, satisfazendo aos desejos manifestados pelos príncipes de Cabinda, em petição devidamente por eles assinada em grande Fundação, concluiu com os referidos Príncipes, Governadores e Chefes abaixo assinados, seus sucessores e herdeiros o seguinte: Articulado do Tratado: Artigo 1º – Os Príncipes e mais chefes do país e seus sucessores declaram voluntariamente reconhecer a soberania de Portugal, colocando sob o protectorado desta nação todos os territórios por eles governados. Artigo 2° – Portugal reconhece e confirmará todos os chefes que forem reconhecidos pelos povos segundo as suas leis e usos, prometendo-lhes auxílio e protecção. Artigo 3º – Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o protectorado. Artigo 4º – Aos chefes do país e seus habitantes será conservado o senhorio directo das terras que lhe pertencem, podendo-as vender ou alienar, de qualquer forma, para estabelecimento de feitorias de negócios ou outras indústrias particulares, mediante o pagamento dos costumes, marcando-se duma maneira clara e precisa a área dos terrenos concedidos para evitar complicações futuras, devendo ser ratificamos os contratos pelos comandantes dos navios de guerra portugueses, ou pela autoridade em que o Governo de sua Majestade delegar os seus poderes. Artigo 5º – A maior liberdade será concedida aos comerciantes de todas as nações para se estabelecerem nestes territórios, ficando o Governo português obrigado a proteger esses estabelecimentos, reservando-se o direito de proceder como julgar mais conveniente, quando se provar que se tenta destruir o domínio de Portugal nestas regiões. Artigo 6º – Os príncipes e mais indígenas obrigam-se a não fazer tratados, nem ceder terrenos aos representantes de nações estrangeiras, quando essa cedência seja com carácter oficial e não com o fim mencionado no artigo 4º. Artigo 7º – Igualmente se obrigam a proteger o comércio, quer dos portugueses, quer dos estrangeiros e indígenas, não permitindo interrupções nas comunicações com o interior, e a fazer uso da sua autoridade para desembaraçar os caminhos, facilitando e protegendo as relações entre os vendedores e compradores, as missões religiosas e científicas, que se estabelecerem temporária ou permanentemente nos seus territórios, assim como o desenvolvimento da agricultura. Parágrafo único – Obrigam-se mais a não permitir o tráfico da escravatura nos limites dos seus domínios. Artigo 8º – Toda e qualquer questão entre europeus e indígenas será resolvida sempre com a assistência do comandante do navio de guerra português que nessa ocasião estiver em possível comunicação com a terra, ou de quem estiver munido de poderes devidamente legalizados. Artigo 9º – Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do país. Artigo 10º – Os príncipes e governadores cedem a Portugal a propriedade inteira e completa de porções de terreno mediante o pagamento dos seus respectivos valores, a fim de neles o Governo português mandar edificar os seus estabelecimentos militares, administrativos ou particulares. Artigo 11º – O presente tratado, assinado pelos príncipes e chefes do país, bem como pelo capitão tenente comandante da corveta Rainha de Portugal, começará a ter execução desde o dia da sua assinatura, não podendo contudo considerar-se definitivo senão depois de ter sido aprovado pelo Governo de Sua Majestade. O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de acções de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território. fonte: folha8

Juan Branco diante da imprensa em Paris: "Tenho sorte de estar aí na sua frente".

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JA mal chegou a Paris (esta terça-feira), depois de uma semana em fuga no Senegal que terminou com uma detenção e depois expulsão, Juan Branco já está a colocar a capa de volta. Diante da imprensa, a advogada francesa que quase definhou por longos “meses ou até anos” na prisão de Reubeuss, fica encantada por ter conseguido se livrar de enrascadas. “Tenho sorte de estar diante de vocês hoje, quando tudo me convidava a ficar trancado na prisão de Reubeuss por meses ou até anos. Tenho essa chance graças a vocês”, confidencia, agradecendo à Ordem dos Advogados de Paris, cuja ação foi decisiva para sua soltura após apenas 24 horas de detenção. Voltando às circunstâncias desta louca viagem, o advogado afirma ter medido devidamente os “riscos” e confidenciou que agiu “legalmente” pela boa causa. “Sei da responsabilidade que assumi ao correr o risco de ir legalmente ao Senegal defender o meu cliente”, declara o Sr. sobre as condições de admissão e permanência de estrangeiros no Senegal". O advogado também voltou, neste face a face com a imprensa, sobre sua prisão que descreve como sequestro. “As circunstâncias em que fui sequestrado… Porque não foi uma prisão, já que nenhum mandado foi dado a mim, nenhum promotor ou juiz interveio, nenhum dos meus direitos foi respeitado”, disse ele. Pior ainda, revela Juan: “Minha integridade física foi afetada”. fonte: seneweb.com

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