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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

E SE MARTIN LUTHER KING JR. FOSSE ANGOLANO?

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Os órgãos de comunicação social do Estado do MPLA estão muito vaidosos porque o embaixador de Angola nos Estados Unidos foi convidado para assistir às comemorações do Dia de Martin Luther King Jr. em Atlanta, Geórgia.

Por Domingos Kambunji

Essa escolha não advém de o governo angolano ter investido grandes recursos na investigação científica para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos nacionais e dos africanos em geral. Também não aconteceu porque Angola seja um país democrático, com uma prosperidade que permita uma boa qualidade de vida aos cidadãos em geral. Também não aconteceu por o MPLA ter conseguido um maior crescimento económico para dividir a riqueza por todos os angolanos.

Não foi feito esse convite por o governo do MPLA ter piorado o que estava bem e não ter corrigido o que estava mal. O convite ao embaixador de Angola não foi feito para compensar o fracasso de João Lourenço ter gasto muitos milhões de dólares em gasosa, para tentar ser convidado a visitar o presidente dos Estados Unidos e tirar uma fotografia com Joe Biden, na Casa Branca (construída por escravos). Esse investimento, como muitos outros efectuados pelo MPLA, fracassou.

O convite deve-se ao facto de os primeiros escravos nos Estados Unidos, que chegaram em 1619, serem oriundos do território que mais tarde veio a fazer parte de Angola. Passados quatro séculos, há muitos milhões de angolanos, vivendo numa situação de abandono, pobreza absoluta (não relativa) e escravidão que ficariam muito satisfeitos se os levassem e pudessem viver nos Estados Unidos…

E se Martin Luther King Jr. fosse angolano?

Se Martins Luther King Jr. fosse angolano já teria desaparecido do universo dos vivos há muitos anos. Teria sido fuzilado, em obediência às ordens superiores do assassino Agostinho Neto, no 27 de Maio de 1977, por ser inimigo da ditadura, injustiças sociais e dos carcereiros da Liberdade de pensamento e expressão.

Martins Luther King Jr. não necessitou de plagiar discursos de outros porque era uma pessoa muito inteligente e não “participou na corrupção e beneficiou da corrupção”…

Se Martin Luther King Jr. fosse angolano, se não fosse raptado, torturado, fuzilado e atirado o seu corpo para os jacarés comerem, como o MPLA fez com Cassule e Kamulingue, teria sido preso, torturado, julgado e condenado a uma pesada pena de prisão por se manifestar contra a ditadura e a corrupção do MPLA, acusado de pertencer a uma organização de malfeitores que planeava um golpe de Estado para derrubar o presidente/ditador do MPLA.

E se Barack Obama, discípulo de Martin Luther King Jr., fosse angolano e resolvesse atravessar a ponte do Kamorteiro para, numa manifestação pacífica, (como aconteceu em Selma no Alabama, protestando contra o “Bloody Sunday”) manifestar-se contra os fuzilamentos do 27 de Maio, do miúdo Rufino António, de zungueiras, dos jovens adultos Ganga e Inocêncio de Matos… João Lourenço iria acusar Barack Obama de ser macabro e pretender fomentar a ingovernabilidade?

Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.

GOLPE (MAIS UM) NO BURKINA FASO

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O Presidente do Burkina Faso, Roch Kaboré, demitiu-se hoje após a tomada do poder pelos militares, na sequência do golpe de Estado de domingo. Numa carta divulgada pela televisão estatal RTB, e dirigida ao novo homem forte do país, o tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, Kaboré, de 64 anos, disse que se demitia.

“No interesse da nação, na sequência dos acontecimentos de domingo, decidi demitir-me das minhas funções de Presidente (…), chefe de governo e comandante supremo das Forças Armadas Nacionais. Deus abençoe o Burkina Faso”, escreveu.

A carta de Kaboré, que governou o Burkina Faso desde 2015, foi divulgada após os militares terem confirmado na segunda-feira à noite na televisão estatal, através da leitura de dois comunicados, a tomada do poder e anunciado tanto a dissolução do Governo e do Parlamento, como a suspensão da Constituição.

Em nome do Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração (MPSR), um porta-voz disse que a decisão de derrubar Kaboré foi tomada “com o único objectivo de permitir ao país regressar ao caminho certo e reunir todas as forças para lutar pela sua integridade territorial (…) e soberania”.

“Face à contínua deterioração da situação de segurança que ameaça as fundações da nossa nação, à manifesta incapacidade de Roch Marc Christian Kaboré de unir o Burkina Fase para lidar eficazmente com a situação, e seguindo as aspirações dos diferentes estratos sociais da nação, o MPSR decidiu assumir as suas responsabilidades perante a história”, acrescentou.

Os golpistas também anunciaram o encerramento das fronteiras aéreas e terrestres e o estabelecimento de um recolher obrigatório das 21:00 às 05:00 em todo o país “até nova ordem”.

Por outro lado, asseguraram que tinham tomado o poder “sem derramamento de sangue e sem qualquer violência física contra os detidos, que se encontram num lugar seguro e com respeito pela sua dignidade”.

Os militares, cujo golpe foi condenado pela União Africana (UA) e pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), comprometeram-se a propor, “dentro de um prazo razoável, após consulta das forças vivas da nação, um calendário para o regresso à ordem constitucional”.

O Burkina Faso viveu uma situação tensa no domingo após tiros disparados de manhã cedo em vários quartéis militares na capital e noutras partes do país (Ouahigouya e Kaya), incidentes descritos como o início de um alegado motim para exigir melhorias nas Forças Armadas.

O Governo negou inicialmente ter sido uma tentativa de golpe de Estado e os meios de comunicação locais indicaram que se tratou de um motim para exigir melhorias ao Governo, incluindo mais recursos para combater o terrorismo ‘jihadista’ (do qual as tropas são geralmente o alvo), e a demissão de altos funcionários militares e dos serviços secretos.

A situação de domingo foi precedida por um dia de manifestações não autorizadas no sábado, convocadas por grupos da sociedade civil para expressar um descontentamento social generalizado sobre a insegurança gerada pela violência rebelde e para exigir a demissão de Kaboré.

As organizações internacionais, nomeadamente a União Europeia, União Africana e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), bem como os EUA, já sublinharam a sua preocupação com os acontecimentos no Burkina Faso e responsabilizaram as forças armadas pela integridade física do Presidente Kaboré.

O Presidente Kaboré, reeleito em 2020 com a promessa de lutar contra os terroristas, tem vindo a ser cada vez mais contestado por uma população atormentada pela violência de vários grupos extremistas islâmicos e pela incapacidade das Forças Armadas do país responderem ao problema da insegurança.

Kaboré liderou o Burkina Faso desde 2015, após uma revolta popular que expulsou o então Presidente, Blaise Compaoré, no poder durante quase três décadas.

Ainda que reeleito em Novembro de 2020 para mais um mandato de cinco anos, Kaboré não conseguiu combater a frustração que tem vindo a crescer devido à sua incapacidade de conter a propagação da violência terrorista no país.

Os ataques ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico têm vindo a aumentar sucessivamente desde a sua chegada ao poder, reclamando já milhares de vidas e forçando a deslocação de, segundo uma estimativa das Nações Unidas, de 1,5 milhões de pessoas.

Também os militares têm vindo a sofrer baixas desde que a violência extremista começou em 2016. Em Dezembro, mais de 50 elementos das forças de segurança foram mortos na região do Sahel e nove soldados na região centro-norte, em Novembro.

Outubro de 2014. Centenas de manifestantes entraram no Parlamento do Burkina Faso para protestar contra a planeada mudança na Constituição que permitiria ao Presidente, Blaise Compaore, estender o seu mandato, que durava há 27 anos, por mais cinco.

De acordo com o relato da AFP, a polícia teve de usar gás lacrimogéneo para impedir os manifestantes de entrarem na Assembleia Nacional antes da votação sobre esta alteração constitucional, mas ainda assim cerca de 1.500 pessoas conseguiram romper a barreira policial e entrar no edifício.

Os manifestantes saquearam os gabinetes, incendiando documentos e roubando equipamento informático, e incendiaram carros no exterior do edifício.

Na capital, Ouagadougou, milhares de pessoas protestaram violentamente contra a tentativa de Blaise Compaore se eternizar, como outros homólogos africanos, no poder.

Contou na altura o corresponde da BBC, que estava no local, que havia vários mortos e que os edifícios do canal de televisão e da estação de rádio do Estado foram ocupados pelos manifestantes. Por outro lado, François Compaore, irmão do presidente, já teria sido detido por militares no aeroporto da capital.

A Oposição tinha apelado à população para que se revoltasse contra o que consideravam ser um “golpe de estado constitucional”. “A nossa luta está na fase final. Agora, aconteça o que acontecer, é a pátria ou a morte”, resumiu Zéphirin Diabré, líder da oposição, citado pela agência noticiosa do país, num artigo publicado na altura.

Em 1896, o reino Mossi de Ouagadougou tornou-se protectorado francês depois de ser derrotado pelas forças francesas. Em 1898, a maior parte da região que corresponde hoje ao Burkina Faso foi conquistada. Em 1904, estes territórios foram integrados na África Ocidental Francesa, no coração da colónia do Alto-Senegal-Níger.

Os seus habitantes participaram na Primeira Guerra Mundial nos batalhões da Infantaria Senegalesa. O território foi originalmente administrado a partir da Costa do Marfim, mas transformou-se numa colónia separada em 1919. A 1 de Março de 1919, François Charles Alexis Édouard Hesling transformou-se no primeiro governador da nova colónia do Alto Volta, que foi dissolvida a 5 de Setembro de 1932, sendo dividida entre a Costa do Marfim, o Mali e o Níger.

A 4 de Setembro de 1947, o Alto Volta foi recriado nas suas fronteiras de 1932. A 11 de Dezembro de 1958, alcançou o auto-governo, e tornou-se numa república membro da Comunidade Franco-Africana (La Communauté Franco-Africaine). A independência completa foi atingida em 1960. O primeiro golpe militar ocorreu em 1966, e o país regressou ao governo civil em 1978. Em 1980 deu-se outro golpe, liderado por Saye Zerbo, que foi derrubado em 1982. Um contra-golpe foi lançado em 1983, deixando no poder o capitão Thomas Sankara. O presidente Blaise Compaoré chegou ao poder em 1987 depois de um golpe de estado que matou Thomas Sankara.

Folha 8 com Lusa


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