NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Muitos alunos foram executados com tiros na cabeça, informou o Ministro Provincial da informação, Mushtaq Ghani.
Familiares se emocionam ao saber do ataque na escola
Um grupo de talibãs armados invadiu nesta
terça-feira (16/12) uma escola para filhos de militares no Paquistão, cometendo
um massacre que deixou 141 mortos, a maioria crianças e adolescentes. Cerca de
cinco horas depois do início do ataque, o Exército anunciou o fim dos combates,
com a eliminação dos seis agressores.
Muitos alunos foram executados com tiros na cabeça, informou o ministro
provincial da Informação, Mushtaq Ghani. Entre as vítimas, 132 eram estudantes
da instituição e nove eram funcionários do local. Além disso, 124 pessoas
ficaram feridas, entre elas 121 crianças, informou o porta-voz do exército,
Asim Bajwa.
Segundo testemunhas, uma forte explosão sacudiu a escola pública. Depois disso,
os terroristas - que usavam uniformes militares -, percorreram sala por sala
atirando nos estudantes. O ataque, reivindicado imediatamente pelo Movimento
dos Talibãs do Paquistão (TTP, nas siglas em inglês), principal grupo
extremista islâmico do país, é o pior da história do Paquistão e é muito
significativo porque teve como vítimas os filhos de integrantes das forças de
ordem.
O recorde anterior de vítimas remontava a dezembro de 2007, quando 139 pessoas
morreram em um atentado em Karachi, entre elas a ex-primeira-ministra Benazir
Bhutto, que acabava de voltar ao Paquistão. A ação desta terça-feira (16/12)
ocorreu quase uma semana depois da entrega do prêmio Nobel da Paz à jovem
paquistanesa Malala Yousafzai, por sua defesa do direito das meninas à
educação.
"Estou com o coração partido por este ato de terrorismo sem sentido e a
sangue frio em Peshawar", afirmou em um comunicado Malala, de 17 anos.
"Eu, junto a milhões de pessoas em todo o mundo, choro por essas crianças,
meus irmãos e irmãs, mas nunca nos derrotarão", prometeu.
O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, decidiu visitar a escola e
denunciou uma tragédia nacional provocada por selvagens. Mudassar Abbas,
assistente no laboratório da escola, disse que alguns estudantes estavam em uma
festa quando o ataque começou.
"Eu vi seis ou sete pessoas que foram de sala em sala disparando contra as
crianças", afirmou. Um estudante que sobreviveu à ação disse que os
soldados entraram para resgatar os alunos quando os disparos tinham sido
interrompidos. "Quando estávamos saindo da sala de aula, vimos vários
corpos de colegas nos corredores. Estavam sangrando. Alguns foram atingidos com
três ou quatro tiros", contou a testemunha.
Alvos frágeis
Esta escola, com 500 estudantes entre dez e 18 anos, está localizada na estrada
entre Peshawar e Warsakm e faz parte de uma rede de 146 instituições para
filhos de militares. As mulheres dos soldados trabalham como professoras.
Mohamed Umar Jorasani, porta-voz do TTP, reivindicou o ataque e disse que os
militantes usaram franco-atiradores e suicidas.
"Receberam ordens para atirar nos estudantes mais velhos, não em
crianças", disse à AFP, afirmando que o objetivo da operação era vingar
seus combatentes mortos na ofensiva militar contra o movimento em seus redutos perto
de Peshawar.
O TTP, principal grupo extremista do país, é uma organização ligada à Al-Qaeda,
que enfrenta o governo desde 2007. "Realizamos uma investigação em que
determinamos que os filhos de várias autoridades militares estudam nessa
escola", disse Jorasani à AFP. O Exército realiza há meses uma ampla
ofensiva contra o TTP na região tribal do Waziristão do Norte, situada na
fronteira com o Afeganistão. Em um comunicado, o presidente americano, Barack
Obama, condenou o ataque.
"Tomando como alvo estudantes e professores neste ataque hediondo, os
terroristas mostraram novamente sua depravação", declarou Obama,
destacando o compromisso dos Estados Unidos com o governo paquistanês
"para combater o terrorismo e o extremismo" e promover a paz e a
estabilidade na região.
Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que "é um ato horroroso
e de covardia atacar crianças indefesas enquanto aprendem". O presidente
francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron,
também condenaram o ataque, e a Índia, vizinha do Paquistão, chamou a ação de
"desumana".
Para Talat Masood, general aposentado e especialista em segurança, o ataque tem
dois objetivos: tático e militar. "Atacaram alvos frágeis esperando que
isso tenha um forte impacto psicológico na população. Os talibãs esperam que,
atacando crianças, vão fazer com que caia o apoio às operações militares contra
eles", explicou.
O Paquistão trava uma luta contra grupos radicais em suas regiões semiautônomas
desde 2004, quando o Exército entrou nesses locais em busca de combatentes da
Al-Qaeda que deixavam o Afeganistão para fugir da pressão americana.
#correiobraziliense.com.br