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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Rússia: Vladimir Putin: Intervenção no Clube de Valdai.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

fonte: pravda.ru


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Vladimir Putin: Intervenção no Clube de Valdai
Fyodor Lukyanov: Agora dou a palavra ao Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, para nos instilar algum optimismo.
Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin: Muito obrigado. Não tenho a certeza de quão optimista soará, mas sei que, nos últimos três dias, tiveram debates muito acalorados. Como já se tornou hábito, tentarei partilhar convosco o que penso sobre algumas das questões. Por favor, não levem a mal se referir algo que já foi dito, pois não acompanhei os debates.
Para começar, gostaria de dar as boas vindas ao Snr. Karzai, ao Snr. Ma e ao Snr. Toje e a todos os colegas e amigos. Vejo muitos rostos familiares no auditório. Sejam bem-vindos à reunião do Clube Valdai.
Por tradição, este fórum dedica-se ao debate dos assuntos políticos e económicos globais mais urgentes. Desta vez, os organizadores, como já mencionado, encararam um desafio bastante difícil pedindo aos participantes que tentem olhar mais além do horizonte e reflectir sobre o que vai acontecer nas próximas décadas, quer na Rússia, quer na comunidade internacional.
Claro que é impossível prever tudo e ter em conta todas as oportunidades e riscos que teremos de enfrentar. No entanto, necessitamos compreender e sentir as principais tendências para procurar respostas inovadoras aos problemas que o futuro está a apresentar, neste momento e certamente irá colocar ainda mais. O ritmo dos desenvolvimentos é tal, que devemos reagir ágil e continuamente.
O mundo entrou numa era de mudanças rápidas. Coisas que eram referidas recentemente como fantásticas ou inatingíveis, tornaram-se uma realidade, concretizaram-se e fazem parte das nossas vidas diárias.
Processos qualitativamente novos estão a desdobrar-se, em simultâneo, em todas as esferas. O ritmo acelerado da vida pública em vários países e as revoluções tecnológicas estão agora entrelaçadas com as mudanças na arena internacional. A competição por um lugar na hierarquia global está a acentuar-se. No entanto, já não são aplicáveis muitas receitas do passado para o governo global, para a superação de conflitos, bem como para as contradições naturais. Falham, muitas vezes, e as novas ainda não foram desenvolvidas.
Naturalmente, os interesses dos Estados nem sempre coincidem, longe disso. É normal e natural. Sempre foi esse caso. Os principais poderes têm inúmeras estratégias geopolíticas e percepções do mundo. Esta é a essência imutável das relações internacionais, que se baseia no equilíbrio entre a cooperação e a competição.
Na verdade, quando este equilíbrio é perturbado, quando a observância e até a existência de regras de conduta universais são questionadas, quando os interesses são pressionados a qualquer custo, as disputas tornam-se imprevisíveis e perigosas e conduzem a conflitos violentos.
Nem um único problema internacional pode ser resolvido em tais circunstâncias e em tal enquadramento de questões. As relações entre os países, simplesmente, degradam-se. O mundo torna-se menos seguro. Em vez de progresso e democracia, é dada rédea solta aos elementos radicais e aos grupos extremistas que rejeitam a própria civilização e buscam mergulhar no passado remoto, no caos e na barbárie.
A História recente ilustra graficamente tudo isto. Basta ver o que aconteceu no Médio Oriente, onde alguns intervenientes tentaram remodelar e reformatar a seu gosto e impor-lhes um modelo de desenvolvimento estrangeiro através de golpes de estado externos orquestrados ou, simplesmente, pela força das armas.
Em vez de trabalharem juntos para corrigir a situação e aplicarem um verdadeiro golpe ao terrorismo, em vez de simular uma luta contra ele, alguns dos nossos colegas estão a fazer tudo o que podem para tornar o caos permanente nessa região. Alguns ainda pensam que é possível gerir esse caos.
No entanto, existem alguns exemplos positivos nas experiências recentes. Como provavelmente adivinharam, refiro-me à experiência da Síria. Ela mostra que existe uma alternativa a esse tipo de política arrogante e destrutiva. A Rússia opõe-se aos terroristas juntamente com o governo legítimo da Síria e com outros Estados da região, e actua com base no Direito Internacional. Esclareço que estas acções e este progresso avançado não foram fáceis. Há uma grande divisão na região. Mas, fortalecemo-nos com paciência e, ponderando todos os movimentos e palavras, estamos a trabalhar com todos os participantes desse processo, com o devido respeito pelos seus interesses.
Os nossos esforços, cujos resultados foram questionados apenas pelos nossos colegas, estão agora - deixem-me referir isto com cuidado - a incutir-nos esperança. Eles provaram ser muito importantes, correctos, profissionais e oportunos.
Ou aceitem outro exemplo - a argumentação à volta da península coreana. Certamente que hoje, também abordaram esta questão extensivamente. Sim, condenamos inequivocamente os testes nucleares realizados pela RPDC e concordamos, plenamente, com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, relativas à Coreia do Norte. Colegas, quero salientar para que não haja interpretações descabidas - cumprimos todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, este problema só pode ser resolvido através do diálogo. Não devemos encostar a Coreia do Norte a um canto, ameaçá-la através da força, usar a descortesia ou injúrias. Se alguém gosta ou não gosta do regime norte-coreano, não devemos esquecer que a República Popular Democrática da Coreia é um estado soberano.
Todas as disputas devem ser resolvidas de forma civilizada. A Rússia favoreceu sempre esta abordagem. Estamos firmemente convencidos de que até mesmo os nós mais intrincados - seja na crise da Síria ou da Líbia, na península coreana ou, digamos, na Ucrânia - devem ser desembaraçados, em vez de ser cortados.
A situação em Espanha mostra claramente como a frágil estabilidade pode acontecer, mesmo num Estado próspero e estabelecido. Quem poderia ter esperado, mesmo recentemente, que a discussão sobre o estatuto da Catalunha, que tem uma longa História, resultaria numa crise política aguda?
A posição da Rússia sobre este assunto, é conhecida. Tudo o que está a acontecer é uma questão interna da Espanha e deve ser resolvida com base na lei espanhola, de acordo com as tradições democráticas. Estamos conscientes de que a liderança do país está a dar passos para esse fim.
Como sabem, a este respeito, não posso deixar de notar que deveria ter sido usado mais reflexão sobre o mesmo. Ou será que, ninguém estava ciente destes desentendimentos centenários na Europa? Estavam ou não estavam? Claro, que estavam. No entanto, numa dada altura, eles realmente acolheram a desintegração de vários Estados da Europa, sem esconder a sua alegria.
Por que foram tão irreflectidos, levados por considerações políticas fugazes e pelo desejo de agradar - vou dizer sem rodeios - ao Big Brother, em Washington, fornecendo apoio incondicional à desintegração do Kosovo, provocando processos semelhantes noutras regiões da Europa e do mundo?
Podeis recordar que, quando a Crimeia também declarou a sua independência, e depois - após o referendo - a decisão de se tornar parte da Rússia, o mesmo não foi bem-vindo por algum motivo. Agora temos a Catalunha. Há algo semelhante noutra região, o Curdistão. Talvez esta lista esteja longe de ser exaustiva. Mas temos de questionar: O que vamos fazer? O que devemos pensar sobre isto?
Acontece que alguns dos nossos colegas pensam que há "bons" lutadores pela independência e pela liberdade e que existem "separatistas" que não têm o direito de defender os seus direitos, mesmo com o uso de mecanismos democráticos.
Como sempre dizemos em casos semelhantes, tais padrões duplos - e este é um exemplo vivo de duas medidas - representam um sério perigo para o desenvolvimento estável da Europa e de outros continentes e para o avanço dos processos de integração em todo o mundo.
Ao mesmo tempo, os apologistas da globalização tentavam convencer-nos de que a interdependência económica universal era uma garantia contra os conflitos e as rivalidades geopolíticas. Infelizmente, tal não aconteceu. A natureza das contradições também ficou mais complicada, tornando-se facetadas e não lineares.
De facto, enquanto a interligação é um factor restritivo e estabilizador, também estamos a testemunhar um número cada vez maior de exemplos de política que interferem grosseiramente nas relações económicas e de mercado. Recentemente, houve avisos de que era inaceitável, contraproducente e que deve ser acautelado. Agora, os que fizeram tais advertências estão a fazê-lo. Alguns nem sequer escondem que estão a usar pretextos políticos para promover os seus interesses estritamente comerciais. Por exemplo, o recente pacote de sanções adoptado pelo Congresso dos EUA tem como objectivo directo, expulsar a Rússia dos mercados de energia europeus e obrigar a Europa a comprar gás liquefeito mais caro, produzido nos Estados Unidos, embora a escala da sua produção ainda seja demasiado pequena.
Estão a ser feitas tentativas para criar obstáculos no caminho dos nossos esforços para forjar novas rotas de energia - South Stream e Nord Stream - se bem que a diversificação da logística seja economicamente eficiente, benéfica para a Europa e promova a sua segurança.
Deixem-me repetir: é natural que cada estado tenha os seus próprios interesses políticos, económicos e outros. A questão é o meio pelo qual os mesmos são protegidos e promovidos.
No mundo moderno, é impossível obter proveito estratégico à custa dos outros. Essa política baseada na autoconfiança, no egoísmo e em reivindicações de excepcionalismo, não trará respeito nem verdadeira grandeza. Irá suscitar rejeições e resistência naturais e justificadas. O resultado, será vermos o crescimento contínuo de tensões e discórdias em vez de tentar estabelecer uma ordem internacional firme e estável e abordar os desafios tecnológicos, ambientais, climáticos e humanitários que, hoje, toda a raça humana enfrenta.
Colegas,
O progresso científico e tecnológico, a automatização robótica e a digitalização já estão a conduzir a profundas mudanças económicas, sociais, culturais e, também, alterações dos valores. Agora, estamos expostos a perspectivas e a oportunidades anteriormente inconcebíveis. Mas, ao mesmo tempo, teremos também de encontrar respostas para muitas perguntas. Que lugar ocuparão as pessoas no triângulo "humanos-máquinas-natureza"? Que medidas serão tomadas pelos Estados que não proporcionam condições para uma vida normal devido às mudanças do clima e do meio ambiente? Como será mantido o emprego na era da automatização? Como será interpretado o juramento de Hipócrates, visto que os médicos possuem capacidades semelhantes a feiticeiros todos-poderosos? Será que a inteligência humana perderá, definitivamente, a capacidade de controlar a inteligência artificial? Será que a inteligência artificial irá tornar-se uma entidade separada e independente de nós?
Antes, ao avaliar o papel e a influência dos países, falávamos sobre a importância do factor geopolítico, do tamanho do território de um país, do poder militar e dos recursos naturais. Claro, que hoje, esses factores ainda são de grande importância. Mas agora também há outro factor - o factor científico e tecnológico, que, sem dúvida, são de grande importância e a mesma irá aumentar ao longo do tempo.
Na verdade, esse factor foi sempre importante, mas agora terá um potencial de mudança do jogo e, em breve, terá um grande impacto nas áreas da política e da segurança. Assim, o factor científico e tecnológico tornar-se-á num factor de importância universal e política.
Também é óbvio que mesmo a tecnologia mais recente não será capaz de garantir o desenvolvimento sustentável por conta própria. Um futuro harmonioso é impossível sem responsabilidade social, sem liberdade e justiça, sem respeito pelos valores éticos tradicionais e pela dignidade humana. Caso contrário, em vez de se tornar num mundo de prosperidade e novas oportunidades, esse "brave new world" transformar-se-á num mundo de totalitarismo, de castas, de conflitos e de profundas divisões.
Hoje, a crescente desigualdade já está a acumular-se em sentimentos de injustiça e de privação em milhões de pessoas e em nações inteiras. E o resultado é a radicalização, um desejo de mudar as coisas de qualquer maneira, até mesmo através da violência.
De facto, já aconteceu em muitos países e também na Rússia, no nosso país. As descobertas tecnológicas e industriais bem sucedidas foram seguidas de distúrbios dramáticos e rupturas revolucionárias. Tudo aconteceu porque o país não conseguiu confrontar, a tempo, a discórdia social e superar os anacronismos explícitos da sociedade.
A revolução é sempre o resultado de um déficit de responsabilidade tanto nos que gostariam de conservar, congelar a ordem desactualizada das coisas que, claramente, precisam de ser mudadas, e os que aspiram a acelerar as mudanças, recorrendo a conflitos civis e à resistência destrutiva.
Hoje, à medida que nos voltamos para as lições do século passado, ou seja, para a Revolução Russa de 1917, vemos quão duvidosos foram os seus resultados, quão próximos do negativo e, devemos reconhecer, que as consequências positivas desses acontecimentos estão entrelaçadas. Interroguemos-nos: Não seria possível seguir um caminho evolutivo em vez de passar por uma revolução? Não poderíamos ter evoluído por meio de um movimento progressivo e coerente, em vez de ter sido à custa da destruição do nosso Estado e da interrupção cruel de milhões de vidas humanas?
No entanto, o enorme modelo social utópico e a ideologia, que o Estado recém-formado tentou estabelecer inicialmente, após a revolução de 1917, foi um motor poderoso de transformações em todo o mundo (isto é bastante claro e também deve ser reconhecido), causou uma grande reavaliação dos modelos de desenvolvimento e deu origem à rivalidade e à concorrência, cujos benefícios, eu diria, foram principalmente colhidos pelo Ocidente.
Não estou a referir, apenas, as vitórias geopolíticas que se seguiram à Guerra Fria. Muitas conquistas ocidentais do século XX foram uma resposta ao desafio colocado pela União Soviética. Estou a falar do aumento do nível de vida, da formação de uma classe média forte, das reformas do mercado de trabalho e da esfera social, da promoção da educação, da garantia dos direitos humanos, incluindo os direitos das minorias e das mulheres, da superação da segregação racial, que, como podem recordar, foi uma prática vergonhosa em muitos países, incluindo nos Estados Unidos, ainda há poucas décadas.
Após as mudanças radicais ocorridas no nosso país e em todo o mundo, na viragem da década de 1990, surgiu uma oportunidade verdadeiramente única de abrir um novo capítulo na História. Quero dizer, o período após a União Soviética ter deixado de existir.
Infelizmente, depois de dividir a herança geopolítica da União Soviética, os nossos parceiros ocidentais ficaram convencidos da justiça da sua causa e declararam-se vencedores da Guerra Fria, como acabei de mencionar, e começaram a interferir abertamente nos assuntos dos Estados soberanos, a exportar a democracia, tal como a liderança soviética, tentou, na sua época, exportar a revolução socialista para o resto do mundo
Fomos confrontados com a redistribuição das esferas de influência e com a expansão da NATO. O excesso de confiança conduz, invariavelmente, a erros. O resultado foi infeliz. Duas décadas e meia foram desperdiçadas, muitas oportunidades perdidas e um pesado fardo de desconfiança mútua. O resultado foi o desequilíbrio global que se intensificou.
Escutamos declarações sobre estarem comprometidos com a resolução dos problemas globais, mas, de facto, o que vemos é mais e mais exemplos de egoísmo. Todas as instituições internacionais destinadas a harmonizar os interesses e a formular uma agenda conjunta estão a ser corroídas e os tratados internacionais multilaterais básicos e os acordos bilaterais de importância crítica, estão a ser desvalorizados.
Foi-me dito, há pouco, que o Presidente dos EUA disse algo nas redes sociais sobre a colaboração da Rússia e dos EUA na área importante da cooperação nuclear. É verdade, esta é a esfera de interacção mais importante entre a Rússia e os Estados Unidos, tendo em mente que a Rússia e os Estados Unidos têm uma responsabilidade acrescida perante o mundo, pois são as duas maiores potências nucleares.
No entanto, gostaria de aproveitar esta oportunidade para falar com mais detalhes sobre o que aconteceu nas últimas décadas, nesta área crucial, para fornecer uma imagem mais completa. Levará dois minutos no máximo.
Vários acordos bilaterais foram assinados na década de 1990. O primeiro, o programa Nunn-Lugar, foi assinado em 17 de Junho de 1992. O segundo, o programa HEU-LEU, foi assinado em 18 de Fevereiro de 1993. O urânio altamente enriquecido foi convertido em urânio empobrecido, portanto, HEU- LEU.
Os projectos no primeiro acordo focaram a actualização dos sistemas de controlo, responsabilização e protecção física de materiais nucleares, desmantelamento e destruição de submarinos e geradores termoelétricos de radioisótopos. Os americanos fizeram - e por favor prestem atenção, não são informações secretas, apenas alguns são conhecedores do mesmo - 620 visitas de averiguação, na Rússia, para verificar a conformidade com os acordos. Eles visitaram os lugares sagrados do complexo de armas nucleares russas, ou seja, as empresas envolvidas no desenvolvimento de ogivas e munições nucleares e a quantidade de plutónio e urânio das armas. Os Estados Unidos obtiveram acesso a todas as instalações secretas da Rússia. O acordo também era quase unilateral.
Consoante o segundo acordo, os americanos fizeram mais 170 visitas às nossas fábricas de enriquecimento, visitando as áreas mais restritas, como as unidades de mistura e instalações de armazenamento. A fábrica de enriquecimento nuclear mais poderosa do mundo - o Grupo de Fábricas Eletroquímicas dos Urais - também tinha um posto de observação permanente, para os americanos. Postos de trabalho permanentes foram criados directamente nas oficinas deste Grupo onde os especialistas americanos iam trabalhar todos os dias. As salas que ocupavam nessas instalações secretas russas, tinham bandeiras americanas, como acontece sempre.
Além disso, foi elaborada uma lista de 100 especialistas americanos de 10 organizações diversas dos EUA que tiveram o direito de realizar inspecções adicionais a qualquer momento e sem aviso prévio. Prolongou-se durante 10 anos. Sob este acordo, 500 toneladas de armas de urânio foram removidas da circulação militar na Rússia, o que equivale a cerca de 20 mil ogivas nucleares.
O programa HEU-LEU tornou-se uma das medidas mais eficazes do verdadeiro desarmamento na História da Humanidade - digo-o com total convicção. Cada passo do lado russo foi controlado de perto, por especialistas americanos, num momento em que os Estados Unidos se limitaram a reduções muito mais modestas do seu arsenal nuclear e fizeram-no baseados, apenas, em boa vontade.
Os nossos especialistas também visitaram empresas do complexo de armas nucleares dos EUA, mas apenas a convite e em condições estabelecidas pelos EUA.
Como vêem, o lado russo demonstrou uma abertura e confiança absolutamente inéditas. Aliás - e provavelmente vamos falar sobre isto mais tarde - também é do conhecimento geral, o que recebemos em troca: negligência total de nossos interesses nacionais, apoio ao separatismo no Cáucaso, acção militar que contornou o Conselho de Segurança da ONU, como o bombardeio da Jugoslávia e de Belgrado, a introdução de tropas no Iraque etc. Bem, é fácil compreender: visto que as condições do complexo nuclear, as forças armadas e a economia haviam sido vistoriadas, o Direito Internacional parecia ser desnecessário.
Na década de 2000, a nossa cooperação com os Estados Unidos entrou numa nova fase de parceria verdadeiramente igualitária. Foi marcada pela assinatura de uma série de tratados e acordos estratégicos e sobre os usos pacíficos da energia nuclear, que é conhecido nos EUA como o Acordo 123. Mas, para todos os efeitos, os EUA interromperam unilateralmente o trabalho dentro do seu âmbito, em 2014.
A situação sobre o Acordo do Manejo e Disposição do Plutónio, (PMDA), em 2000, que foi assinado em Moscovo, em 20 de Agosto e em 1 de Setembro, em Washington, é duvidosa e alarmante. De acordo com o protocolo deste acordo, as partes deveriam tomar medidas recíprocas para conversão irreversível do plutónio das armas em combustível de óxido misto (MOX) e queimá-lo em reactores nucleares, de modo que não pudesse ser usado para fins militares. Qualquer alteração nesse método só era permitida com o consentimento de ambas as partes. Isto está escrito no acordo e nos protocolos.
O que é que a Rússia fez? Desenvolvemos esse combustível, construímos uma fábrica para produção em massa e, como promulgamos no acordo, construímos uma fábrica BN-800 que nos permitiu queimar com segurança esse combustível. Gostaria de salientar que a Rússia cumpriu todos os seus compromissos.
E o que fizeram os nossos parceiros americanos? Começaram a construir uma fábrica no Savannah River Site. O preço inicial foi de 4,86 biliões de dólares, mas gastaram quase 8 biliões, empreenderam a construção até 70% e depois congelaram o projecto. Mas, com o nosso conhecimento, o pedido de orçamento para 2018 inclui 270 milhões de dólares para o encerramento e a remoção desta instalação. Como de costume, surge uma pergunta: Onde está o dinheiro? Provavelmente foi roubado. Ou calcularam mal algo, ao planear a sua construção. Tais coisas acontecem. Acontecem aqui, muitas vezes. Mas não estamos interessados nisso, não é da nossa conta. O que nos preocupa é o que acontece ao urânio e ao plutónio. E a reciclagem do plutónio? Recomenda-se a diluição e o armazenamento geológico do plutónio. Mas o mesmo contradiz completamente o espírito e a letra do acordo, e, mais importante ainda, não garante que a diluição não seja reconvertida em plutónio empobrecido para ser usado em armas. Tudo isso é muito lamentável e desconcertante.
Adiante. A Rússia ratificou o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares há mais de 17 anos. Os EUA ainda não o fizeram.
Uma massa crítica de problemas está a aumentar o risco da segurança global. Como é sabido, em 2002, os Estados Unidos abandonaram o Tratado de Mísseis Antibalísticos. E, apesar de serem os iniciadores da Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas e de Segurança Internacional, eles iniciaram esse acordo, mas não cumpriram os seus compromissos. Permanecem, ainda hoje, como o único e maior detentor dessa forma de armas de destruição em massa. Os EUA também protelaram o prazo para a eliminação das suas armas químicas de 2007 para 2023. Não parece adequado para uma nação que afirma ser a defensora da não proliferação e do controlo de armas.
Na Rússia, pelo contrário, o processo foi concluído em 27 de Setembro, deste ano. Ao fazê-lo, o nosso país contribuiu significativamente para melhorar a segurança internacional. Por sinal, a comunicação mediática ocidental preferiu manter-se calada, não perceber, embora tenha havido uma menção fugaz algures, no Canadá, mas foi isso apenas, depois foi o silêncio. No entanto, o arsenal de armas químicas armazenadas pela União Soviética era suficiente para destruir, várias vezes, a vida no planeta.
Acredito que é hora de abandonar um programa obsoleto. Estou a reportar-me ao passado. Claro que devemos olhar em frente, temos de parar de olhar para trás. Estou a mencionar este assunto para compreender as origens da situação actual que está a tomar forma.
Chegou a hora de uma discussão franca entre a comunidade global e não apenas de um grupo escolhido, supostamente, o mais digno e avançado. Entre os representantes de diferentes continentes, tradições culturais e históricas, sistemas políticos e económicos. Num mundo em mudança, não podemos dar-nos ao luxo de sermos inflexíveis, fechados ou incapazes de responder de forma clara e rápida. Responsabilidade pelo futuro - isto é o que nos deve unir, especialmente em momentos como os actuais, em que tudo está a mudar rapidamente.
Jamais a Humanidade possuíu tanto poder como agora. O poder sobre a natureza, sobre o Espaço, sobre as comunicações e sobre a própria existência. No entanto, esse poder é difuso: os seus elementos estão nas mãos dos Estados, das corporações, das associações públicas e religiosas, e até de cidadãos individuais. Obviamentemente, aproveitar todos esses elementos numa arquitectura única, eficaz e viável não é tarefa fácil. Vai ser preciso um trabalho árduo e difícil para consegui-lo. E a Rússia, di-lo-ei, está disposta a participar, juntamente com os parceiros interessados.
Colegas, como vemos o futuro da ordem internacional e do sistema de governo mundial? Por exemplo, em 2045, quando a ONU celebrar o aniversário do seu centenário? A sua criação tornou-se um símbolo do facto de que, apesar de tudo, a Humanidade é capaz de desenvolver regras comuns de conduta e segui-las. Sempre que essas regras não forem seguidas, resulta, inevitavelmente, em crises e outras consequências negativas.
No entanto, nas últimas décadas, houve várias tentativas de depreciar o papel dessa organização, desacreditá-la ou simplesmente assumir o controlo dela. Todas essas tentativas falharam, provavelmente, ou chegaram a um beco sem saída. Na nossa opinião, a ONU, com a sua legitimidade universal, deve permanecer no centro do sistema internacional. O nosso objectivo comum é aumentar a sua autoridade e eficácia. Hoje, não há nenhuma alternativa à ONU.
No que diz respeito ao direito de veto no Conselho de Segurança, que às vezes é desafiado, podem recordar que este mecanismo foi projectado e criado para evitar o confronto directo dos Estados mais poderosos, como garantia contra a arbitrariedade e a imprudência, de modo que nenhum país, mesmo o país mais influente, possa dar a aparência de legitimidade às suas acções agressivas.
Claro, permitam-nos enfrentar isso, os especialistas estão aqui e sabem que a ONU legitima as acções dos participantes individuais em assuntos internacionais após o facto. Bem, pelo menos é algo, mas também não levará a lugar nenhum.
São necessárias reformas, o sistema das Nações Unidas precisa de melhorias, mas as reformas só podem ser lentas, evolutivas e, claro, devem ser apoiadas pela esmagadora maioria dos participantes no processo internacional dentro da própria organização, por amplo consenso.
A garantia de eficácia da ONU reside na sua natureza representativa. A maioria absoluta dos Estados soberanos do mundo está aí representada. Os princípios fundamentais da ONU devem ser preservados durante anos e décadas a surgir, visto que não existe outra entidade que seja capaz de reflectir toda a gama de políticas internacionais.
Hoje em dia, estão a surgir novos centros de modelos de influência e crescimento e estão tomar forma, alianças de civilizações e associações políticas e económicas. Essa diversidade não conduz à unificação. Portanto, devemos esforçar-nos em harmonizar a cooperação. As organizações regionais da Eurásia, América, África, região da Ásia-Pacífico devem agir sob os auspícios das Nações Unidas e coordenar os seus trabalhos.
No entanto, cada associação tem o direito de funcionar de acordo com suas próprias idéias e princípios que correspondem às suas características culturais, históricas e geográficas. É importante combinar a interdependência e a abertura globais com a continuidade da identidade única de cada nação e de cada região. Devemos respeitar a soberania como base de todo o sistema de relações internacionais.
Colegas, não importa as alturas incríveis que a tecnologia possa alcançar, a História é, na verdade, feita por humanos. A História é feita por pessoas, com todos os seus pontos fortes e fracos, grandes conquistas e erros. Podemos ter, apenas, um futuro partilhado. Não pode haver futuros separados para nós, pelo menos, não no mundo moderno. Assim, a responsabilidade de garantir um mundo próspero e livre de conflitos, reside em toda a comunidade internacional.
Como sabem, o 19º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes está a acontecer em Sochi. Jovens de dezenas de países estão a interagir com os seus pares e a debater assuntos que os preocupam. Eles não são prejudicados pelas diferenças culturais, nacionais ou políticas, e todos estão a sonhar com o futuro. Acreditam que as suas vidas, a vida das gerações mais jovens será melhor, mais justa e mais segura. A nossa responsabilidade hoje é fazer o nosso melhor para garantir que essas esperanças se tornem realidade.
Muito obrigado pela vossa atenção.
(Aplausos.)
Fyodor Lukyanov: Muito obrigado, Senhor Presidente. Gostaria de pedir um esclarecimento. Mencionou que a ciência e a tecnologia talvez sejam hoje, o factor mais crucial. No entanto, até nós, que somos as gerações actuais, recordamos as explosões de euforia sobre a importância da tecnologia e, mais tarde, a euforia desapareceu, até certo ponto e ficou claro que o que sempre foi fundamental - o território e a demografia - ainda são eternos e enquanto as tecnologias se adaptam, os fundamentos permanecem mais decisivos.
Por que é que considera que agora ambos têm o potencial de ser um factor de mudança?
Vladimir Putin: Os pontos que mencionou permanecem valores eternos e fundamentais. Não é por acaso que a Tora declara que desistir do território é um grande pecado. Tanto o território como a riqueza da terra, as pessoas - todos eles são os factores mais importantes.
Mas hoje houve uma mudança qualitativa. A taxa de mudança é muito alta. O Sr. Gref deve ter-lhe dito (ele consegue contar esses contos até ao amanhecer) que está a tornar-se fácil de ver - que a ciência e a tecnologia estão a tornar-se os factores decisivos na área da segurança militar e da política internacional. Está tudo a acontecer rapidamente e as mudanças são irreversíveis.
Fyodor Lukyanov: Muito obrigado, Senhor Presidente.
Fonte : "Intervenção no Clube de Valdai", Vladimir Putin, Tradução Maria Luísa de Vasconcellos, Rede Voltaire, 30 de Outubro de 2017, www.voltairenet.org/article198561.html
fonte: pravda.ru

BRASIL: O Ex-Presidente Lula - revogação de medidas de Temer vai demandar esforço da sociedade.

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| Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
Lula: revogação de medidas de Temer vai demandar esforço da sociedade. 27600.jpeg

Do Brasil de Fato - Se deslocando rumo a Belo Horizonte, onde encerra a Caravana "Lula Pelo Brasil" pelo estado de Minas Gerais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista coletiva a meios alternativos e populares que vem cobrindo o trajeto.

O petista voltou a defender a necessidade de um referendo revogatório para combater as medidas tomadas por Michel Temer (PMDB) no decorrer do golpe. 
"Estou falando da palavra referendo revogatório porque se nós não tivermos autorização da sociedade, fica muito difícil mudar", afirmou.
Lula ainda falou sobre Venezuela, democratização da mídia e a questão das drogas, entre outros temas. Confira abaixo:
Qual o balanço que você faz da Caravana e o que mais te impressionou aqui em Minas Gerais?
Lula: Eu só vou dar uma explicação de onde nasce a ideia das caravanas. Eu disputei as eleições em 1989, e depois que elas terminaram, eu descobri que nenhum candidato que disputa as eleições para presidente conhece o Brasil. Ou seja, o cara conhece por literatura, por notícia de jornal ou numa campanha, em que você pega um avião onde você mora e desce numa outra capital, num aeroporto, pega um carro, vai para o palanque, faz um discurso, sem nem conhecer as pessoas que estão no palco. Então volta, pega avião e vai para outra cidade. Você termina não tendo noção dos problemas, da cultura, das desigualdades e de como vive cada pessoa em cada região. Então, a partir de 1992, eu resolvi tomar atitude de viajar pelo Brasil para conhecer um pouco de suas entranhas, sua alma, a mega diversidade cultural que nós temos. Ou seja, são vários "Brasis" dentro desse 8,5 milhões de quilômetros quadrados que não se conhece. 
A televisão brasileira não traz nenhum minuto da atividade cultural de outro estado. Só coisa de São Paulo e Rio que é mostrado no país inteiro, então os meninos e meninas de Roraima, do Amapá e de Manaus tem que conviver, seja sábado ou domingo, com Luciano Huck e com Faustão. Não tem nada deles na televisão. Ou seja, a diversidade brasileira não aparece nos meios de comunicação do Brasil e isso é gravíssimo. 
Então, eu resolvi conhecer. Nós fizemos a primeira caravana. Eu repeti o trecho que eu fiz quando vim para São Paulo em 1952, com sete anos, de ônibus até São Paulo. Depois nós fizemos do Oiapoque ao Chuí. Fizemos toda a parte do Nordeste, quase que repetindo essa que nós fizemos agora. Também realizamos a do Sul, nós paramos em Dourado. Depois nós fizemos da Amazônia, sendo 15 dias de barco, e foi uma coisa muito interessante. E a partir daí, eu achei que a gente deveria revisitar o Brasil. 
E essa revisita que eu estou fazendo aqui é para a gente ver o que? Houve um avanço considerável nessa região, com a universidade, com as escolas técnicas, com o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], com o Luz para Todos. Eu queria ver se está parando os programas e eu tenho a decepção é que muita coisa está paralisando e diminuindo. Então, volta a consagrar o empobrecimento. As pessoas tinham subido um degrauzinho, e eles estão achando que tem que descer um degrau. Toda vez que o Estado faz cortes, eles recaem em cima do povo pobre, porque ele recai em cima de quem precisa do Estado. Isso é a coisa que eu mais fiquei preocupado nessa viagem. 
Eu fiquei muito feliz com aquela visita naquela cooperativa de pequenos agricultores. Ou seja, vocês percebem que o Brasil pode dar certo com pouca coisa. E é isso que me anima e que me faz acreditar que o pobre ainda é a solução do Brasil. O pobre não é o problema. Quando você coloca ele dentro da economia, esse país dá um salto de qualidade e é isso que eu acredito. 
A pessoa não tem noção do significado do aumento do salário mínimo e do que vale uma aposentadoria numa cidade pequena no interior. Então, o meu otimismo em relação ao Brasil é que ele pode dar certo na hora que tiver gente que conheça e goste do país e que queira fazer ele crescer. E, na minha opinião, o jeito mais extraordinário é colocar o pobre dentro da política econômica.
Parece que existe uma equação matemática: quanto menor o IDH da cidade, maior o apoio e envolvimento ao senhor e à caravana. Eu queria que o senhor falasse sobre isso.
Você tem alguns estados que tem o setor da classe média que acham que perderam no nosso governo. Tem muita gente que pensa assim: o rico ficou mais rico, o pobre ficou menos pobre e a classe média empobreceu. Mas não é que eles ficaram mais pobres, é que o pobre chegou mais perto deles. Não é porque ele caiu, é porque o pobre subiu. E quanto mais ele subir, mais o país vai crescer e se desenvolver. O fato das regiões mais pobres terem um apelo maior é porque os benefícios foram maiores para eles. As pessoas que moram no centro de São Bernardo do Campo ou na avenida Paulista não têm noção do que é um programa Luz para Todos e de, num passe de mágica, tirar a pessoa do século 18, das trevas, e colocar no século 21 com investimento de 20 bilhões de reais. Agora, nenhum empresário privado quer colocar luz na casa de uma pessoa que não pode pagar, mas pela Constituição, ela tem direito a isso. Então quem tem que fazer? O Estado. 
No caso do "Minha Casa, Minha Vida", para fazer com que as pessoas que ganham um salário mínimo pudessem comprar uma casa, temos que fazer subsídio para ele ter dinheiro para comer. Porque se ele ganha um salário mínimo e vai pagar 400 reais de prestação, ele não come. Ele precisa comer, vestir, pagar conta de luz e água... Então nós fizemos uma opção de fazer um subsídio para que a prestação em vez de ser 400, fosse 80. Custa caro? Custa. Mas ou o Estado faz isso ou ele não cumpre a Constituição de dar direito ao pobre morar.
É por isso que essas pessoas sentiram o efeito mais rápido das políticas do nosso governo. O Pronaf, por exemplo, era algo muito chegado ao Sul do país. Quando você sai de 2 bilhões para 30 bilhões, em 2014, é porque você nacionalizou o programa. Ele chegou na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Piauí, na Amazônia, no Amapá... O financiamento se espalhou pelo território nacional e essas pessoas que, até então, não tinham acesso a nada, são as pessoas que estão mais próximas de nós hoje. 
Quando nós criamos um programa chamado PAA, era para comprar alimento daquelas pessoas que produziam e não tinham para quem vender e garantir que esse alimento chegasse na escola. Era um programa excepcional. Se você perguntar para um pequeno produtor ou para um companheiro do sem terra, ele vai dizer que o PAA é a coisa mais extraordinária que nós criamos, porque era a certeza de plantar e vender. Eles acabaram com isso agora. 
É aquilo que a gente dizia durante a campanha: nós, que comemos todo dia, temos que estender a mão para as pessoas que não comem. Quando elas começam a comer, elas têm força para trabalhar, irão receber um salário e vão ajudar outros. Então é normal que nós fizemos que a política chegasse primeiro onde as pessoas mais necessitavam. E isso tem que voltar a acontecer. 
Ou a gente faz com que os pobres subam mais um degrau na escala social desse país ou o Brasil será eternamente pobre.
Daqui para a frente, a gente vai ter que recomeçar a cunhar a expressão "distribuir riqueza" e não "renda", porque a casa é riqueza. Educação é riqueza perene. A pessoa aprendeu, é para o resto da vida. Isso significa riqueza. A terra, por exemplo, é outra riqueza.
Então, eu vou continuar dizendo sempre que a nossa obrigação é governar para todos, mas alguns precisam mais do que os outros. E é para os que precisam mais que nós temos que cuidar melhor.
O senhor está falando de riquezas, e tem uma riqueza que a gente está a alguns dias de perder, através da reforma trabalhista do Temer. O que o senhor acha da perda de mais essa riqueza?
Nós temos uma coisa grave no mundo, porque o que está acontecendo no Brasil, do ponto de vista do desmonte de direitos dos trabalhadores, é algo mundial. Sobretudo depois da crise de 2008, que a gente constata que o sistema financeiro que quebrou volta fortalecido. A informação que se tem é que se gastou mais de 14 trilhões de dólares para salvar essa crise e ainda não resolveu o problema. E não tem banqueiro preso por conta da crise de 2008. E o sistema financeiro voltou mais forte e ganancioso. Então, no mundo todo, as conquistas sociais do pós guerra começam a aparecer no discurso da direita como se fossem um prejuízo para o desenvolvimento de cada país. 
Quando, na minha opinião, a gente mede o desenvolvimento do país não é pela concentração de riqueza, é pela distribuição dela. Nós vamos ter que fazer muito. O desafio que está colocado para o movimento sindical agora é de ver, outra vez, o que é bom para o trabalhador e que o país pode sustentar. E o movimento sindical está preparado para isso.
Você tem defendido que, se eleito, a instituição de um referendo revogatório. A reforma trabalhista estaria nesse referendo? Como seria esse referendo? 
Como seria, vai depender de como o Congresso votar. O referendo ele será votado pelo Congresso. É o congresso que tem que aprovar. Estou falando da palavra referendo revogatório porque se nós não tivermos autorização da sociedade, fica muito difícil mudar, por exemplo, a PEC que limita o dinheiro com educação e com saúde. Na verdade, o dinheiro que se coloca na saúde não é gasto; o dinheiro que se cola para salvar vidas é investimento. Construir um hospital novo, um aparelho odontológico novo é investimento. Você está dotando o país de equipamento que podem melhorar a vida do povo. E educação mais ainda.
Se você não tiver um referendo que dê forças para mandar uma proposta para Congresso Nacional e você mudar essas coisas todas, inclusive, revogar decisões de privatização de empresas...
Quando nós colocamos o pré-sal como passaporte do futuro, era porque o pré-sal era a chance que o Brasil tinha de investir no royalty do petróleo na educação recuperar o desmando do século 20. 
É por isso que vamos propor um referendo revogatório durante a campanha e o mandato. Eu acho que a gente deveria propor para balizar o voto do pobre nos deputados. Não adianta a gente reclamar, reclamar, reclamar e quando vai às urnas o que está eleito é aquilo que está lá. Através da eleição, temos que votar em gente comprometida com as coisas que você acredita que seja bom para o país.
Durante o processo chavista, foram 21 votações em 18 anos. Qual a importância dessa questão da participação popular e da Venezuela no processo latino-americano?
Eu era presidente do Brasil e toda vez que eu viajava para qualquer país da Europa o pessoal quando falava comigo sobre a Venezuela e dizia que o Chávez não era democrático e na Venezuela não existia democracia, eu falava que eu achava que o erro do Chávez era ser democrático demais. Qualquer coisinha ele queria fazer uma Constituinte, qualquer coisinha ele queria fazer uma eleição. O problema é que ele ganhou todas, então aos adversários não concordavam e a direita do mundo inteiro.
 E ainda hoje eu fico irritado quando vejo o presidente dos EUA dar palpite sobre a Venezuela. Ele que cuide dos EUA e deixa a Venezuela cuidar da Venezuela. Por isso que fiquei feliz com essa vitória do Maduro porque eu acho que foi uma coisa importante. 
O povo se manifestou, a oposição foi votar e o governo Brasileiro atual não tem moral para falar sobre a Venezuela. Vai propor uma comissão de investigação... Manda o Temer fazer uma comissão para investigar o impeachment, não as eleições [da Venezuela]. Eu sou muito solidário à Venezuela.
A mídia tradicional não veiculou os atos aqui no Vale do Jequitinhonha e a falas do povo sobre a caravana, que assim como no nordeste mostravam muita esperança. A que você credita essa cobertura?
Essa parte aqui do Brasil em Minas Gerais é quase como o Nordeste. Inclusive Montes Claros faz parte do polígono da seca e recebe o mesmo incentivos que o nordeste recebia da Sudene [Superintendência do desenvolvimento do Nordeste]. O tratamento basicamente é o mesmo. 
A imprensa escrita há tempo está agonizando. Eles têm noção que o povo não quer mais sujar a mão para ler um jornal e também porque o povo não vai gastar dinheiro com uma notícia que eles leem em casa, na internet.
Depois da internet tudo ficou velho, a televisão, internet tudo ficou velho. Sinceramente, eu faço minhas caravanas sem se preocupar com a chamada "grande imprensa brasileira". Não me incomodo, não estou preocupado com o que ela fala. Para mim, ela não existe. Eu não lembro de um período que a imprensa teve condescendência comigo. 
Em vários atos, o senhor disse que teria uma política diferente de mídia em um futuro governo? O que o senhor está pensado de ações e planos para comunicação no país?
Em 2009, eu fiz uma grande conferência de comunicação. Naquela ocasião, você tinha os grandes meios de comunicação que eram contra a conferência. Mesmo assim, algumas televisões participaram. Nós obtivemos um resultado que foi muito satisfatório  e preparamos uma proposta de regulação. A gente entendia que não era correto você apresentar uma proposta dessa no final de um governo. 
Então, deixamos para a companheira Dilma apresentar a proposta ao Congresso no começo do primeiro mandato dela. Não sei quais foram as razões, mas a companheira Dilma não apresentou. 
Hoje, eu acho que ela tem o mesmo arrependimento que eu tenho de não ter feito uma discussão para regular. E eu não quero regular para censurar. Quem tem que censurar a televisão, é o telespectador; quem tem que censurar o rádio, é o ouvinte. Não sou eu não.
O que eu quero é democratizar, na verdade. Quero garantir e fortalecer o direito de resposta porque não é possível que as pessoas mentem descaradamente, contam inverdades, destroem a vida das pessoas. De vez em quando, eu lembro que pegaram o ministro de Minas e Energia que eu tinha e fizeram um carnaval, que ele tava pegando um envelope com 100 mil dólares... No meu primeiro mandato até hoje aquele cidadão, que eu tirei do governo, por conta da denúncia, nunca foi chamado para depor. Eu sinceramente prefiro acreditar no que a gente está fazendo.
E financiamento? A rede Globo ainda recebeu dinheiro público, e bastante.
Nós demos um passo importante, sobretudo com a chegada do companheiro Franklin Martins na Secom, que foi criar a mídia técnica. A gente tinha, mais ou menos, 340 meios de  comunicação que recebiam recursos do estado. Nós passamos para quase 4 mil. A mídia técnica permitiu uma evolução extraordinária. Mas eu acho que agora é preciso dar um pulo, não ficar só na mídia técnica. 
O estado tem a concessão, dá a concessão... Então o Estado tem que ter algum interesse. Se o Estado vai dar dinheiro só para a pesquisa, quem é que pode contratar o Ibope? O Estado precisa, também no meio da comunicação, garantir que recursos cheguem aqueles que não estão no Ibope. A internet precisa ter uma atenção maior do estado brasileiro em se tratando de meio de comunicação. Não dá para menosprezar a internet porque eles começam a criar os grandes meios de comunicação na internet. E, daqui a pouco, eles passam a ter dinheiro na televisão, no rádio e também na internet. E a imprensa alternativa desaparece.
Eu acho que muita coisa vai mudar. Obviamente, temos que ter muito cuidado porque precisamos saber qual é a correlação de forças que vai chegar no governo em 2018. Não adianta nada eleger um presidente e só 30 deputados do nosso lado. Você vai ter que conversar, conversar, conversar e nem sempre é bom.
Temos vários exemplos de que a guerra às drogas falhou e que serve de fomento para o encarceramento de uma juventude negra. A gente tem o exemplo do caso de Rafael Braga, no Rio de Janeiro. O que o partido pensa sobre este tema da guerra às drogas e a descriminalização?
O caso do Rafael é o descaso e a irresponsabilidade do Estado Brasileiro, então eu quero tratar esse assunto com muito carinho, porque muito se fala, aí eu lembro que uma vez eu tive uma discussão com o pessoal dos EUA, porque se você quer que um companheiro na Bolívia pare de plantar cocaína e a coca, você tem que dar uma alternativa para ele. Não é dizer que ele é proibido de plantar. É dar a ele condições de plantar outra coisa e ganhar o dinheiro para sobreviver dignamente. E no Brasil é a mesma coisa. Eu dizia para o governo americano: vocês querem combater a droga, vocês têm que tratar dos viciados de vocês, porque só tem produção porque tem consumo e gente que pode comprar. 
Faz uns três meses eu tive uma reunião com alguns companheiros que eram dependentes químicos, depois eu tive uma reunião com 18 especialistas dos mais importantes do Brasil e agora eu conversei com o ex-ministro Padilha, que eu quero chamar para uma conversa todas as instituições que têm políticas de bons resultados no enfrentamento da dependência química. A verdade é que tem provas de que tem coisas que podem ser feitas e que a polícia, a repressão e a prisão não são soluções para enfrentar o problema das drogas. Então, eu quero fazer um congresso com essa gente para definir como envolver a sociedade civil na construção de uma política pública capaz de dar ao dependente a garantia de que ele vai ser bem cuidado, e que pode deixar de ser um dependente químico.
Então, vamos tentar cuidar disso de outra forma. Mas é difícil, porque, na verdade, isso vira uma indústria que interessa a muita gente, exceto ao coitado do dependente, porque esse pula na água e depois percebe que não sabe nadar e não tem como chegar na margem. Então é aí que tem que entrar o papel do Estado e garantir que ele possa chegar à margem.

GUINÉ-BISSAU: «ENERGIA» EMPRESA MULTINACIONAL "MOJIMOTO HOLDING Lda" VAI INVESTIR NA PRODUÇÃO DA ENERGIA SOLAR E ELÉCTRICA NO PAÍS.

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Bissau, 01 Nov 17 (ANG) - Uma missão da empresa multinacional “Mojimoto Holding Lda” encontra-se no país com o objectivo de estudar a possibilidade de investir na produção de energia solar e eléctrica.

De acordo com a Rádio Sol Mansi, o director regional para a zona de África Ocidental da empresa Mojimoto Holding Lda, Iehudi Levi disse que estão na Guiné-Bissau para identificar a zona em que possa ser montado um parque de energia solar com capacidade de produção de 10 megas diária e o local para montar uma Central Eléctrica para a produção de 40 megawots de electricidade.

Iehudi Levi disse que estão no país no quadro do projecto energia renovável e que vão fazer de tudo para identificar as zonas onde deverão fazer os seus trabalhos.

A Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau não tem podido satisfazer a cidade de Bissau em termos de energia electrica, alegando aumento de consumo e incapacidade de produção dos seus grupos de geradores. 

Conosaba/ANG/AALS/ÂC/SG

Portugal: Bancos nacionais despediram mais de 10 mil em seis anos.

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Portugal: Bancos nacionais despediram mais de 10 mil em seis anos

Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
Portugal: Bancos nacionais despediram mais de 10 mil em seis anos. 27602.jpeg

Os bancos portugueses despediram mais de 10 mil trabalhadores desde 2011, apesar dos 20 mil milhões de euros públicos que receberam. O número de balcões também caiu cerca de 20%.

Os números constam de um estudo da consultora Oliver Wyman e mostram que Portugal é dos países europeus em que houve uma maior redução de trabalhadores e agências bancárias entre 2011 e 2016 - uma redução de cerca de 20% em ambos os casos.
Só os bancos espanhóis e gregos despediram mais do que os portugueses, dos nove países analisados. Em termos do número de balcões, só as redes bancárias holandesa, britânica e grega são mais escassas do que a nacional, de acordo com o critério utilizado pelo estudo (número de balcões por mil quilómetros quadrados).
Desde 2007, de acordo com cálculos do Tribunal de Contas do ano passado, a banca privada já custou cerca de 20,3 mil milhões de euros entre as falências do BPN, do BPP, do BES e do Banif, e nos apoios públicos ao BCP e ao BPI.
É notada ainda a «expansão para mercados próximos» na Península Ibérica, de que o BPI e o Santander são os melhores exemplos. O primeiro passou a ser totalmente controlado pelo grupo espanhol La Caixa e o segundo aproveitou a falência do Banif para expandir os seus lucros através da sua filial portuguesa.
A consultora destaca ainda o processo de concentração bancária nos últimos 17 anos, em que se registaram quase 5500 fusões e aquisições no sector, apenas no continente europeu. A tendência prevista é que este número venha a abrandar por uma única razão: o processo está de tal forma avançado que os mega-bancos já dominam a finança europeia.
A excepção assinalada no estudo é Itália, onde ainda existem bastantes bancos de pequena e média dimensão.
Desde 2000, os bancos Português do Atlântico, Mello e Pinto & Sotto Mayor foram integrados no BCP, e o Totta & Açores, o Crédito Predial Português e o Banif foram integrados no Santander. Ainda durante a década de 1990, o grupo BPI adquiriu e fundiu os bancos Fonsecas & Burnay, Fomento e Exterior, e Borges & Irmão.
fonte: pravda.ru

Moçambique: Mais carros de luxo em tempos de austeridade.

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O Governo moçambicano comprou 45 viaturas, várias de luxo, para dirigentes estatais. Algumas delas são Mercedes-Benz e Land Cruisers. As críticas não tardaram.
fonte: Dw África
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Não faz sentido o Governo comprar mais viaturas luxuosas para dirigentes e antigos governantes em Moçambique, diz Jaime Macuana. O analista político moçambicano critica a atitude do Executivo numa altura em que o país vive uma crise financeira e cumpre medidas de austeridade.
"Num lugar, fala-se em austeridade e [...] a Autoridade Tributária corre atrás de impostos, de tal forma que pode sufocar as empresas em crise. Noutro sítio, diz-se que é preciso comprar Mercedes e outros carros", recrimina Macuana.
"Falta o básico"
O Governo moçambicano anunciou nos últimos dias a aquisição de 45 viaturas, incluindo Toyota Land Cruisers e Mercedes-Benz, num total equivalente a um milhão e seiscentos mil euros. O anúncio sucede a outro, em meados do ano, sobre a compra de 17 viaturas de luxo que custaram ao Estado o equivalente a três milhões e quinhentos mil euros.
Bildergalerie Autodiebstahl in Deutschland
Compra de 45 carros ronda os 1,6 milhões de euros
O Governo já veio a público explicar que 39 das 45 viaturas foram adquiridas em 2015. Mas, para o analista Jaime Macuana, esta justificação não faz sentido.
"Não se justificam estas compras de Mercedes quando falta o básico", afirma. "Não faz sentido o que está a acontecer em relação a esta compra de bens de luxo numa fase em que o Estado está sem dinheiro."
Carros mais dispendiosos do que carteiras escolares
O secretário permanente do Ministério da Economia e Finanças, Domingos Lambo, diz que o Governo está ciente das dificuldades que o país atravessa, mas "as instituições têm de continuar a funcionar na base daquilo que a legislação estabelece".
Questionado sobre a pertinência de adiar a compra das seis viaturas para os antigos altos dirigentes para atender às necessidades básicas da população, Lambo referiu apenas que se trata de uma questão de gestão e cumprimento de "padrões".
"Estamos preocupados com os gastos", sublinhou. "Mas é claro que não estamos a fazer uma revolução neste país. Nós temos que fazer um esforço de gestão respeitando aquilo que são os padrões e aquilo que a legislação estabelece. É isso que estamos a fazer, conscientes de que temos que poupar."
No Orçamento do Estado deste ano, o Governo comprometeu-se a gastar cerca de 800 mil euros na compra de carteiras escolares, um valor que representa menos de metade do custo total das 45 viaturas.

Violência contra jornalistas e impunidade continuam altas.

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Mohamed Mohamud, jornalista morto em 2013 na Somália



Entre 2006 e 2016, 930 jornalistas e trabalhadores de empresas de comunidadeção social foram assassinados, milhares de outros enfrentam frequentemente assédio sexual, intimidação, detenções e maus-tratos", denunciou o secretário-geral das Nações Unidas num comunicado difundido por ocasião do Dia Internacional contra a Impunidade nos Delitos contra os Jornalistas, assinalado nesta quinta-feira, 2.
António Guterres insistiu no problema da "impunidade" que "agrava" esses crimes, sublinhando que em nove de cada 10 casos os responsáveis não são levados perante um juiz.
"Eu peço justiça, em memória de todos os jornalistas que foram assassinados e em reconhecimento da importância de uma comunicação social livre e independente para o progresso e a paz", disse Guterres, insistindo que quando se persegue os jornalistas, as sociedades no seu conjunto "pagam um preço".
A realidade
A impunidade nos homicídios de jornalistas pode ser um ciclo insolúvel que se estende por uma década ou mais, de acordo com o 10º Índice Global de Impunidade do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), um ranking dos países onde os jornalistas são assassinados e seus assassinos ficam em liberdade.
Sete países do índice deste ano constam da lista desde o seu lançamento há 10 anos, incluindo a Somália, que é o pior quanto a assassinatos não resolvidos pelo terceiro ano consecutivo.
A justiça a ser feita para mais de 20 jornalistas assassinados na Somália na última década é uma das vítimas da prolongada guerra civil e uma sublevação alimentada pelos extremistas de al-Shabaab.
A guerra na Síria levou esse país para o segundo pior lugar do índice, em comparação com o ano passado quando estava em terceiro.
O terceiro no índice deste ano é o Iraque, onde jornalistas são ameaçados pelo grupo militante do Estado Islâmico e por milícias respaldadas pelo Governo, entre outros grupos.
O combate entre facções políticas no Sudão do Sul, quarto lugar no índice, é o pano de fundo de uma emboscada ocorrida em 2015 em que cinco jornalistas foram mortos.
As ameaças de violentos grupos extremistas que operam fora da abrangência das autoridades reforçam as altas taxas de impunidade em outros três países do índice: Paquistão, Bangladesh e Nigéria.
O Índice de Impunidade, publicado anualmente para marcar o Dia Internacional para acabar com a Impunidade por Crimes contra Jornalistas, a 2 de Novembro, calcula o número de assassinatos não resolvidos ao longo de um período de 10 anos como porcentagem da população de cada país.
O conflito não é a única causa de impunidade.
Em países como Filipinas, México, Brasil, Rússia e Índia, que se consideram democracias, mas que apareceram repetidamente no índice, funcionários do Governo e grupos criminosos ficam impunes quando assassinam jornalistas em elevado número.
O Brasil é o sétimo país com maior índice de impunidade, completou, citando um estudo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
A suspeita é de que 75% dos mandantes sejam agentes do Estado, políticos ou policiais.
Nenhum dos mandantes dos 12 casos de assassinatos de jornalistas ocorridos no Brasil entre 2012 e 2014 foi a julgamento até este mês de Novembro, segundo um levantamento da organização não governamental Artigo 19, que actua na defesa da liberdade de expressão em todo o mundo.

De 2012 até 2017, a organização já registoou quase 30 casos de mortes de jornalistas, radialistas e blogueiros assassinados, o que faz do Brasil um dos 10 países mais perigosos para o exercício da profissão.
fonte: VOA

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